segunda-feira, 24 de março de 2014

Parecer Técnico do Grupo de Arquitetos Sem Fronteira Brasil sobre o Cadastro feito pela PBH/URBEL nas Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, na Região do Isidoro, em Belo Horizonte, MG.

Parecer Técnico do Grupo de Arquitetos Sem Fronteira Brasil sobre o Cadastro feito pela PBH/URBEL nas Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, na Região do Isidoro, em Belo Horizonte, MG.

Data de Emissão: 20/03/2014

Assunto: Relatório final do cadastro das famílias que ocupam a Região do Isidoro, realizado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e URBEL, datado de Março/2014.
                  
1. Histórico

Recebemos no dia 14/03/2014 dos representantes dos movimentos sociais e moradores envolvidos com as ocupações na Região do Isidoro o relatório acima citado.

2. Mérito

Após leitura e análise, encontramos inconsistências que, uma vez elucidadas, esclarecem as decisões acerca da manutenção das famílias nos terrenos ocupados. Dentre elas destacamos:

1) Os funcionários públicos que realizaram o cadastramento foram recrutados, em sua maioria, dentro da regional administrativa responsável pela região em que se encontra o terreno ocupado. Esses funcionários não são tecnicamente treinados a emitirem pareceres dessa natureza;

2) No decorrer do texto (p.3) são apontados que nas áreas ocupadas existem uma áreas de expansão, sem quaisquer informações que expliquem o que significa essas áreas de expansão, como tal processo ocorrerá e quais os limites considerados tanto das áreas ocupadas quanto da expansão em si;

3) A ocupação está, de fato, em processo de consolidação, como apontado no relatório (p.5). Isso significa que a precariedade físico espacial das moradias, negativamente atestada pelos funcionários públicos, não só denotam julgamento de valor quanto ao que encontraram como também contradição em suas avaliações na medida em que ‘processo de consolidação’ inevitavelmente refere-se ao fortalecimento do território ao longo do tempo. Vale destacar que, a ocupação que ocorre ao lado do Conjunto Zilah Spósito, e a ocupação próxima ao bairro Baronesa, elas já se encontram em estágio avançado de consolidação como atesta o próprio relatório da PBH/URBEL, onde se observam um grande número de construções em alvenaria;

4) As informações, em grande parte do texto, são relatadas de modo indefinido (alguns, vários, etc.) ou coletadas por possíveis moradores, fragilizando o relatório em seu conteúdo;

5) Imóveis vazios são classificados como desabitados, sendo que o cadastro foi realizado em dias úteis, ocasião em que vários moradores das ocupações estão envolvidos em seus afazeres profissionais e por isso podem não se encontrar em suas residências. Configurada a situação de que no momento do cadastro os moradores não se encontram em suas residências e, em face deste fato, afirmar que não residem no local é, no mínimo, equivocado.

6) Os moradores não foram avisados previamente do dia em que o cadastro seria realizado.

7) A pressão que os funcionários públicos sentiram por parte dos moradores para que fossem cadastrados reforça, sem dúvidas, a urgência por moradia, demonstrando, por um lado, desespero para a solução do problema e, por outro lado, receio por um eventual despejo.

8) Os funcionários públicos foram recrutados para emissão de relatório técnico e não de juízos de valor acerca da situação domiciliar dos moradores das ocupações, evidenciando dúvidas que se tornam afirmações categóricas acerca da real residência dos moradores dentro do terreno ocupado.

9) A existência de pontos comerciais dentro das ocupações atendem as demandas cotidianas dos ocupantes e geram renda para aqueles moradores que se encontram desempregados ou ainda complementam renda para a manutenção econômica das famílias. Nesse caso, o entendimento de que o ponto comercial é gerador de lucros é, mais uma vez, equivocado.

10) A existência de áreas vazias não configuram a inexistência de um morador para o espaço, muitas vezes; isto ocorre por esse morador ainda não ter condições financeiras para construir a sua moradia de imediato, existem relatos de que algumas dessas áreas foram objeto de tentativa de ocupação por parte de famílias pobres da região, porém elas foram ameaçadas pelos supostos detentores da posse desses terrenos;

11) Riscos geológicos e ambientais são citados durante o relatório de forma aleatória, não sendo apresentadas as evidências técnicas para fundamentar tais informações.

12) A procedência dos moradores é também apontada como um problema para o território de Belo Horizonte. A cidade de Belo Horizonte é a capital do Estado de Minas Gerais além de ser uma cidade pólo importante dentro região em que se insere, a cidade atrai trabalhadores provenientes de vários outros locais. Por outro lado, vários belorizontinos são também exportados para outros municípios na RMBH.

13) A presença de barracos erguidos com lonas novas não configuram uma ocupação recente, as lonas plásticas utilizadas nos primeiros meses da ocupação são bastante frágeis sendo substituídas constantemente para que as famílias possam continuar morando.

14) A constatação de que os terrenos, especialmente aqueles ocupados próximos da Granja Werneck, são ocupados de forma dispersa demonstra o descumprimento da “LEI Nº 11.888, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2008”. Essa legislação federal garante a todo brasileiro o acesso aos serviços públicos para construção de habitação de interesse social, legislação que não é observada e cumprida pelo poder público municipal e tem neste fato a evidência deste descumprimento.

II – Parecer

O relatório é pouco consistente nos elementos que aponta para sugerir a reintegração de posse dos terrenos envolvidos nas ocupações no Isidoro.

Belo Horizonte, 20 de Março de 2014.

Tiago Castelo Branco Lourenço
Professor Especialista do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Izabela Hendrix.
Mestrando em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal Minas Gerais.
CAU Nº A63335-6


Acompanham:

Denise Morado
Professora Doutora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais.

Junia Ferrari
Professora Mestre do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais.
Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Minas Gerias.

Margarete Maria de Araújo Silva
Professora Doutora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais
Professora Doutora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Presidente dos Arquitetos Sem Fronteira Brasil.

domingo, 23 de março de 2014

UNAMINA INTERNACIONAL MANIFESTA APOIO ÀS OCUPAÇOES URBANAS DE BELO HORIZONTE A PARTIR DA OCUPAÇÃO ROSA LEÃO.

UNAMINA INTERNACIONAL MANIFESTA APOIO ÀS OCUPAÇOES URBANAS DE BELO HORIZONTE A PARTIR DA OCUPAÇÃO ROSA LEÃO.
Irmã Dalila Aparecida e Irmã Idalina.

UNANIMA Internacional é uma organização não governamental (ONG) que defende em nome de mulheres e crianças (especialmente os que vivem em situação de pobreza), imigrantes e refugiados, e ao meio ambiente. Nosso trabalho se dá principalmente na sede das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos, onde nós e outros membros da sociedade civil temos como objetivo educar e influenciar as decisões políticas a nível global. Em solidariedade, nós trabalhamos para a mudança sistêmica para alcançar um mundo justo.
A UNAMINA INTERNACIONAL é composta por 18 congregações de irmãs/freiras cujas 17.500 irmãs trabalham em 79 países. Trazemos as suas vozes, preocupações e experiências como educadores, profissionais de saúde, assistentes sociais e agentes de desenvolvimento para as Nações Unidas.”
Após termos visitado as famílias da Ocupação Rosa Leão e participado da Assembléia dos mesmos, com a assessoria de Frei Gilvander, dia 22/03/2014, sábado. Apoiamos a luta das ocupações por terra e moradia. A Congregação das Vedrunas, através de UNANIMA, ENTIDADE INTERNACIONAL, apoia a organização e luta do povo por seus direitos básicos e por vida mais digna.
A partir da Ocupação Rosa Leão, Deus armou sua tenda no meio do povo das Ocupações.
A marcha do deserto prossegue hoje. Deus permanece junto de seu povo que caminha, em meio a um sol escaldante, a pé, desde a ocupação Rosa Leão até a Av. Afonso Pena, centro de Belo Horizonte, MG, em busca de terra e moradia. Marcham desde as ocupações: Rosa Leão, 1.550 famílias; Esperança, 2.500,00 famílias; e Vitória, 4.000 famílias. Rosa Leão, Ocupação de nome bem significativo: Rosa, mulher lutadora do Bairro Zilah Sposito, que foi cruelmente assassinada e que deu nome à ocupação. Por sua coragem, seu enfrentamento, sua persistência e sua ternura de Rosa e força de leão, marcham às pressas para denunciar despejo de 1.550 famílias que há um ano constroem, moram e permanecem na Terra Rosa Leão. Sofrem ameaça de despejo pelas autoridades Municipais e estatais de MG.
Dias 20 e 21 de março de 2014, em frente à Prefeitura de Belo Horizonte, MG, Brasil, acampados, reivindicam seus direitos: Morar, ter uma casa e não pagar aluguel, nem viver na rua. Com um ano de fixação na ocupação, cada família já economizou R$6.000,00, pois o aluguel menos caro é R$500,00 por mês.  Com esta economia, alguns já tem sua casinha quase pronta e alegres mostram a casa construída com as próprias mãos, com plantações que cantam e se alegram com as lutas dos pobres: o girassol da Charlene e a aboboreira, as cidreiras da Vanda, as cebolinhas da Ivanete. Outros têm tenda ou barracas. Deus seja louvado pelas lutas e empenho do povo das ocupações.
Irmã Idalina e Frei Gilvander lá estavam. Idalina na porta da Prefeitura com o povo acampado e Frei Gilvander enfrenta com eles a negociação diante das autoridades. Em uma Mesa de Negociação com 53 pessoas, sendo 20 a favor do povo sem-casa e 33 insistindo que tem que respeitar ordens judiciais, mesmo sendo elas inconstitucionais e injustas.
O resultado, eles expressaram ontem na Assembleia Geral lotada da Ocupação Rosa Leão:
a) Vinte dias para recadastrar todas as famílias. Pouco tempo para agilizar. Pediram dois meses, mas lhes foi negado; b) que fiquem só com as 1.550,00 famílias, não podendo mais aceitar famílias da imensa fila do déficit habitacional que só na capital mineira já ultrapassa 120 mil casas; c) Daqui há um mês mais ou menos haverá outra reunião da Grande Mesa de Negociação; d) Durante este mês não haverá despejo, disseram, mas fiquem de olho.
Prosseguir a luta. Se parar, não tem vitória. Cuidado com “espiões na área”. “Nossos direitos vêm, nossos direitos vêm...”, cantam o povo animadamente. Pátria livre! Venceremos!

Belo Horizonte, MG, Brasil, 23 de março de 2014.

Defensoria Pública de MG, em Agravo de Instrumento, derruba no TJMG, estúpida e injusta liminar de reintegração de posse proferida pelo juiz da Vara Agrária, versando sobre Ocupação de Sem Terra na Fazenda Nova Ponte, em Bambuí, MG.

Defensoria Pública de MG, em Agravo de Instrumento, derruba no TJMG, estúpida e injusta liminar de reintegração de posse proferida pelo juiz da Vara Agrária, versando sobre Ocupação de Sem Terra na Fazenda Nova Ponte, em Bambuí, MG.
Veja o tamanho da injustiça que vem fazendo o juiz da Vara Agrária de Minas Gerais, o que transformou a Vara Agrária em Vara latifundiária. Não é por acaso que ele foi denunciado no CNJ. Veja um pequeno extrato apresentado ao TJMG, em 2ª instância, pela Dra. Chrystiane Linhares, defensora Pública da DPE/MG:

“Há informação nos autos, datada de 22/04/2004, fls. 35/36, de que o autor detém a propriedade de 961,85,86 ha da Fazenda Ponte Nova, muito se distanciando dos limites da propriedade em que foi deferida a liminar de reintegração de posse (2.698,37,55 ha). Vejamos:

“... POSTO ISSO e por tudo o mais que dos autos consta, presente os requesitos constantes do artigo 927, do Código de Processo Civil, defiro liminarmente a ordem de reintegração/manutenção de posse da integralidade do imóvel denominado Fazenda Ponte Nova, situado entre os Municípios de Bambuí e Medeiros, objeto da matrícula 13.278, Livro 2AA, FL. 230, do CRI local, com área total de 2.698,37,55 ha (dois mil seiscentos e noventa e oito hectares, trinta e sete ares e cinquenta e cinco centiares), sendo parte dessa área, equivalente a 251,62,00 ha (duzentos e cinquenta e um hectares e cinquenta e cinco ares) situada no Município de Bambuí; e o remanescente de 2.446,75,55 (dois mil quatrocentos e quarenta e seis hectares, setenta e cinco ares e cinquenta e cinco centiares) situado no Município de Medeiros...” – fls. 343”.
Obs.: Essa decisão injusta, covarde, inconstitucional, imoral e absurda foi desfeita por desembargadores do TJMG, a pedido da Defensoria Pública de MG.
Exigimos do TJMG um juiz para a Vara Agrária justo como foi o Dr. Renato Dresch quando esteve na Vara Agrária. Basta de juiz defensor do latifúndio na Vara Agrária de Minas Gerais.

Abraço na luta. Frei Gilvander Moreira, da CPT.

Programa da Prefeitura de Belo Horizonte, MG, é Vila Viva ou Vila Morta?

Programa da Prefeitura de Belo Horizonte, MG, é Vila Viva ou Vila Morta?

 As Brigadas Populares têm razão ao dizer, em Manifesto, que o Programa Vila Viva da Prefeitura de Belo Horizonte, MG, é, de fato, VILA MORTA. Eis um exemplo na reportagem, abaixo: 1.200 famílias "retiradas" da Vila São Tomás, ao lado do aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, e há 4 anos esperando apartamentos que nunca são terminados. Cf. na Reportagem, abaixo, o descaso e a agressão à dignidade humana de mais de 1.200 famílias. É por isso também que milhares de famílias resolveram fazer ocupações, pois sabem que se ficar esperando, esperando ... vão morrer na “fila ilusória, que não existe e nem anda.”


Reunião da Mesa de Negociação com as Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória e Wiliam Rosa - cerca de 11 mil famílias que não aceitam serem despejadas. Dia 21/03/2014.

Reunião da Mesa de Negociação com as Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória e William Rosa (11 mil famílias que não aceitam serem despejadas sem alternativa digna) na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, dia 21/03/2014. Após 4 horas de reunião ficou acordado que: a) Continua aberta a Mesa de Negociação com as Ocupações Rosa Leão, Vitória, Esperança, de Belo Horizonte, MG, e Ocupação William Rosa, de Contagem, MG; b) Será feito um RECADASTRAMENTO de todas as famílias das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, no prazo de 20 dias (se necessário, haverá prorrogação do prazo). O Novo cadastro será feito em parceria pela PBH/URBEL, Prefeituras de Santa Luzia, Vespasiano e Ribeirão das Neves, Ministério Público, Defensoria Pública de MG, Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG, Movimentos Sociais e Coordenações das Ocupações. Isso para que saia um cadastro idôneo; c) Os Movimentos Sociais assumiram o compromisso de não deixar ampliar o número de famílias nessas ocupações; d) Dia 28/03/2014, às 10h (a confirmar com agenda do prefeito de Contagem, MG) haverá reunião na Prefeitura de Contagem para Mesa de Negociação sobre as Ocupações William Rosa e Emanuel Guarani Kaiowá, de Contagem, MG (cerca de 2.500 famílias).
e) O comando militar de MG apresentará interlocutores de comandos militares dos bairros onde estão as ocupações para que as ações da PM não sejam arbitrárias como denunciado com veemência pelas lideranças das Ocupações.
Obs.: 53 pessoas participaram da Reunião de Negociação, entre autoridades públicas, militares, civis, religiosas e populares.
Só nessas 4 Ocupações estão cerca de 11 mil famílias que não aceitam ser despejadas e que têm sob suas cabeças uma espada de Dámocles do TJMG mandando despejá-las), mas que bom que segue vencendo a sensatez de muitos que tocam pra frente uma Mesa de Negociação que pode inspirar a superação de muitos outros conflitos sociais.
Eis, abaixo, fotos da Reunião de Negociação do dia 21/03/2014 e a pilha de cadastro das famílias das Ocupações da Região do Isidoro.
Abraço terno na luta. Frei Gilvander Luís Moreira





sábado, 22 de março de 2014

TJMG manda despejar milhares de famílias, mas PODER POPULAR manda respeitar direito à Moradia. O jeito justo é negociar.

TJMG manda despejar 11 mil famílias: povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória, em Belo Horizonte, MG e William Rosa, em Contagem, MG. MAS, o PODER POPULAR do povo que luta de forma organizada e coletivamente, sob a liderança dos Movimentos Sociais, IMPEDE OS DESPEJOS. Diante de gravíssimo problema social cria-se um impasse. A saída justa, ética e equilibrada é seguir com MESA DE NEGOCIAÇÃO, onde todos devem ceder e todos devem se comprometer. Parabéns a todas as autoridades que estão negociando para se encontrar soluções justas e pacíficas para o gravíssimo conflito social, fruto da injustiça social, dentro da qual cresce o déficit habitacional.

Eis, nas 2 fotos de Adriano Ventura, abaixo, parte das 53 pessoas que participaram das 4 horas de Reunião da Mesa de Negociação dos Governos com as Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória, em Belo Horizonte,MG e William Rosa, em Contagem, MG, ontem, dia 21/03/2014, na Cidade Administrativa, sede do Governo de MG.



Mais uma vitória das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória, de Belo Horizonte, MG, e Ocupação William Rosa, de Contagem, MG, com o III Acampamento na Prefeitura de Belo Horizonte, MG, dias 20 e 21/03/2014.



Mais uma vitória das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória, de Belo Horizonte, MG, e Ocupação William Rosa, de Contagem, MG, com o III Acampamento na Prefeitura de Belo Horizonte, MG, dias 20 e 21/03/2014.