quarta-feira, 2 de outubro de 2013

As Ocupações Rosa Leão, Zilah Sposito/Helena Greco, Esperança e Vitória se reuniram com defensoras públicas na Defensoria Pública de MG. 02/10/2013

As Ocupações Rosa Leão, Zilah Sposito/Helena Greco, Esperança e Vitória se reuniram com defensoras públicas na Defensoria Pública de MG.

 Hoje, dia 02/10/2013, das 16 às 19:00h, na Defensoria Pública do estado de Minas Gerais, área de Direitos Humanos, as defensoras públicas Dra. Cleide Nepomuceno, Dra. Chrystianne Linhares e Dr. Lucas diz Simões se reuniram com representantes das Ocupações Rosa Leão, Zilah Sposito/Helena Greco, Esperança e Vitória. A Ocupação Vitória – www.ocupacaovitoria.blogspot.com.br -, na Granja Werneck, em Belo Horizonte, já conta com cerca de 4 mil famílias que estão lutando para escapulir da cruz do aluguel ou da humilhação que é sobreviver de favor. A Ocupação Zilah Sposito/Helena Greco conta hoje com 160 casas de alvenaria construídas em 3 anos de luta. A Ocupação Esperança – www.ocupacaoesperanca.blogspot.com.br , na Granja Werneck também, conta hoje com cerca de 2 mil famílias. E a Ocupação Rosa Leão – www.ocupacaorosaleao.blogspot.com.br – conta hoje com cerca de 1.500 famílias. No total, as 4 ocupações da região do Isidoro, Zilah Sposito e Granja dos Werneck contam com 7.650 famílias, isso em poucos meses, o que revela a gravidade do gravíssimo problema social existente na capital mineira por causa do imenso déficit habitacional que já ultrapassa – estima-se – 150 mil casas.
Na reunião com as defensoras/r públicas, lideranças das 4 ocupações denunciaram arbitrariedades que policiais vêm praticando nessas ocupações nos últimos dias e noites. Um grupo do GATE, da Polícia Militar, está acampado no sanatório dentro da Granja Werneck e já destruiu mais de 70 barracas de lona preta na Ocupação Vitória. Isso sem autorização judicial. “Chegam mandando o pessoal sair dos barracos e vão queimando tudo”, disse uma senhora. Várias pessoas foram agredidas por policiais. Os policiais estão sem a tarjeta de identificação e alguns foram vistos encapuzados.
Na Ocupação Rosa Leão, onde 130 casas de alvenaria já foram construídas ou estão em construção, desde sexta-feira, dia 27/09/2013, aconteceu: a) helicóptero da PM sobrevoando com voos rasantes a ocupação disseminando terror entre as famílias, principalmente entre as crianças; b) Um micro ônibus da PM circulou dentro da ocupação; c) Dois ônibus da tropa de choque estiveram na ocupação na noite de 30/09 para 01/10 semeando pânico e terror entre os moradores que não se intimidaram, fizeram barricadas e queimaram pneus; d) Policiais deram tiros para o ar. Uma barraca foi toda revirada, inclusive pisando em roupas, sem nada encontrar; e) Policiais colocaram arma na cabeça de um jovem e o ameaçou; f) Cinco viaturas chegaram à ocupação após a tropa de choque ter ido embora; g) Um rapaz ficou com o braço machucado.
A Ocupação Esperança segue se organizando. “Temos o direito de lutar para conquistar nossa moradia própria. Não aguentamos mais sobreviver no aluguel ou de favor”, desabafa uma liderança.
Está crescendo a Rede de Apoio às ocupações citadas, acima. Um grupo de estudantes universitários e representantes de vários movimentos sociais populares está acampado na Ocupação Rosa Leão e dormindo junto com o povo nas barracas.
Participaram também da reunião representantes do MLB, da CPT, do CONEDH e advogados populares.
Ao final da reunião ficaram acertados vários encaminhamentos, tais como: a) A Defensoria Pública de MG defenderá juridicamente as Ocupações citadas, acima. b) Uma Audiência Pública será realizada dia 04 de outubro a partir das 09:00h na Assembleia Legislativa de MG, na Comissão de Direitos Humanos.
c) O vereador Adriano Ventura realizará Audiência Pública na Câmara de vereadores para tratar dos direitos das famílias das 4 ocupações, acima, citadas.
Não adianta a PM tentar despejar as ocupações da região do Isidoro, pois o povo não tem alternativa digna. Terá que resistir. Pedimos muita sensatez dos policiais para evitar atitudes que geram mágoa e podem desencadear tragédias.
O problema é social e não caso de polícia. Repressão só piora o conflito que já é muito grave. Exortamos as autoridades públicas para se abrirem para o diálogo sério, franco e sincero. Só com diálogo e negociação superaremos a injustiça que abate sobre milhares de famílias.
Enfim, Despejo, não, jamais! Negociação, sim e já! Por aqui pode vir uma luz no final do túnel.

Pelas Coordenações das Ocupações Rosa Leão, Zilah Sposito/Helena Greco, Esperança e Vitória,
Frei Gilvander Luís Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra,

Belo Horizonte, noite do dia 02/10/2013.

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