segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Empresa Rio Rancho S.A devasta CERRADO no Vale das Cancelas, norte de MG: injustiça!

Empresa Rio Rancho S.A devasta CERRADO no Vale das Cancelas, norte de MG: injustiça! 05/01/2020.


Dia 05/01/2020, Adair Pereira de Almeida, o “Nenzão”, representante das Comunidades Tradicionais Geraizeiras, no Território Geraizeiro do Vale das Cancelas, no norte de Minas Gerais, no município de Grão Mogol, denuncia que a Empresa Rio Rancho Agropecuária S/A está derrubando o Cerrado em território tradicional Geraizeiro de Vale das Cancelas no Município de Grão Mogol. Isso é uma tremenda injustiça agrária e socioambiental, pois o território é do povo Geraizeiro há muitos séculos pelo direito de posse. O cerrado, além de ser mães das águas é riquíssimo em árvores frutíferas e medicinais. O Estado também tem sido cúmplice de crimes socioambientais contra os povos geraizeiros. 

Povo e Comunidades Tradicionais Geraizeiras luta contra monocultura do eucalipto, invasão de seus territórios por empresas eucaliptadoras, como a Empresa Rio Rancho S.A e, acima de tudo, valorizam toda a biodiversidade do cerrado, berços das águas e da vida. Foto: Divulgação / Repórter Brasil

Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Filmagem: Marlene Ribeiro. Edição: frei Gilvander. Grão Mogol, norte de MG, 05/01/2020.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Dom Vicente: "Sistema minerário é criminoso". Vale na Ponte das Almorrei...



Dom Vicente: "Sistema minerário é criminoso". Vale na Ponte das Almorreimas, Brumadinho/MG. Vídeo 4 – 26/12/2019.

Dia 26/12/2019, visitamos a Comunidade rural de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, MG, onde a mineradora Vale está sacrificando mais uma comunidade e um território. Com decreto de desapropriação do governador Romeu Zema e, sob ordem do judiciário para a Vale construir uma nova captação de água para a COPASA, a comunidade de Ponte das Almorreimas se tornou mais uma zona de sacrifício da mineradora Vale. A desculpa é porque a captação de água no rio Paraopeba que o Governo de MG e COPASA tinham inaugurado em 2015, com promessa de garantir segurança hídrica para Belo Horizonte e Região Metropolitana (RMBH) por 25 anos, foi inviabilizada pelo crime/tragédia da Vale e do Estado a partir de Brumadinho, dia 25/91/2019, às 12h28, com a contaminação do rio Paraopeba com lama tóxica. O rio Paraopeba era responsável por 50% do abastecimento de BH e RMBH. A Vale foi obrigada judicialmente a construir uma nova captação de água ao lado do rio Paraopeba pouco acima de Córrego do Feijão, onde barragem de rejeitos minerários estourou. O território escolhido para ser sacrificado foi Ponte das Almorreimas, que era um paraíso terrestre com bioma de Mata Atlântica e uma comunidade com mais de 200 famílias que viviam produzindo sob o regime de agricultura familiar. É o crime/tragédia da Vale e do Estado gerando outros crimes. As famílias de Ponte das Almorreimas estão indignadas e sofrendo muito. Muitos direitos estão sendo violadas em Ponte das Almorreimas. Assista no vídeo 4 aqui Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, faz duras denúncias contra a mineradora Vale por estar devastando também a Comunidade rural e o Território de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, MG.

Dom Vicente de Paula Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e da Comissão de Ecologia Integral e Mineração da CNBB, nos rastros de devastação que a mineradora Vale está causando na Comunidade e Território de Ponte das Almorreimas, no município de Brumadinho, MG. Foto: Cléria Nogueira. 30/12/2019.

Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Filmagem e Edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 26/12/2019. *Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

"Vale comete crime e nós é que pagamos?" Ponte das Almorreimas, Brumadin...



"Vale comete crime e nós é que pagamos?" Ponte das Almorreimas, Brumadinho, MG. Vídeo 2 - 26/12/2019.

Dia 26/12/2019, visitamos a Comunidade rural de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, MG, onde a mineradora Vale está sacrificando mais uma comunidade e um território. Com decreto de desapropriação do governador Romeu Zema e, sob ordem do judiciário para a Vale construir uma nova captação de água para a COPASA, a comunidade de Ponte das Almorreimas se tornou mais uma zona de sacrifício da mineradora Vale. A desculpa é porque a captação de água no rio Paraopeba que o Governo de MG e COPASA tinham inaugurado em 2015, com promessa de garantir segurança hídrica para Belo Horizonte e Região Metropolitana (RMBH) por 25 anos, foi inviabilizada pelo crime/tragédia da Vale e do Estado a partir de Brumadinho, dia 25/91/2019, às 12h28, com a contaminação do rio Paraopeba com lama tóxica. O rio Paraopeba era responsável por 50% do abastecimento de BH e RMBH. A Vale foi obrigada judicialmente a construir uma nova captação de água ao lado do rio Paraopeba pouco acima de Córrego do Feijão, onde barragem de rejeitos minerários estourou. O território escolhido para ser sacrificado foi Ponte das Almorreimas, que era um paraíso terrestre com bioma de Mata Atlântica e uma comunidade com mais de 200 famílias que viviam produzindo sob o regime de agricultura familiar. É o crime/tragédia da Vale e do Estado gerando outros crimes. As famílias de Ponte das Almorreimas estão indignadas e sofrendo muito. Muitos direitos estão sendo violadas em Ponte das Almorreimas. Assista no vídeo 2 aqui as denúncias que Cláudia Saraiva, da Comunidade de Ponte das Almorreimas, faz com veemência.

Cena de destruição que a mineradora Vale está causando na Comunidade Ponte das Almorreimas atingindo também as Comunidades de Caju, Guariba e Toca de Cima, no município de Brumadinho, MG. É exemplo de como os crimes das mineradoras em conluio com o Estado geram outros crimes. Foto: A. Baeta, dia 26/12/2019.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Filmagem e Edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 26/12/2019.
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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Vale sacrificando o território de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, ...




Vale sacrificando o território de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, MG: violência! Vídeo 1 – 26/12/2019.

Dia 26/12/2019, visitamos a Comunidade rural de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, MG, onde a mineradora Vale está sacrificando mais uma comunidade e um território. Com decreto de desapropriação do governador Romeu Zema e, sob ordem do judiciário para a Vale construir uma nova captação de água para a COPASA, a comunidade de Ponte das Almorreimas se tornou mais uma zona de sacrifício da mineradora Vale. A desculpa é porque a captação de água no rio Paraopeba que o Governo de MG e COPASA tinham inaugurado em 2015, com promessa de garantir segurança hídrica para Belo Horizonte e Região Metropolitana (RMBH) por 25 anos, foi inviabilizada pelo crime/tragédia da Vale e do Estado a partir de Brumadinho, dia 25/91/2019, às 12h28, com a contaminação do rio Paraopeba com lama tóxica. O rio Paraopeba era responsável por 50% do abastecimento de BH e RMBH. A Vale foi obrigada judicialmente a construir uma nova captação de água ao lado do rio Paraopeba pouco acima de Córrego do Feijão, onde barragem de rejeitos minerários estourou. O território escolhido para ser sacrificado foi Ponte das Almorreimas, que era um paraíso terrestre com bioma de Mata Atlântica e uma comunidade com mais de 200 famílias que viviam produzindo sob o regime de agricultura familiar. É o crime/tragédia da Vale e do Estado gerando outros crimes. As famílias de Ponte das Almorreimas estão indignadas e sofrendo muito. Muitos direitos estão sendo violadas em Ponte das Almorreimas. Assista no vídeo 1 aqui as denúncias que Cléria de Lourdes Apóstolo Nogueira faz com veemência. 

Mineradora Vale elegeu a Comunidade e o Território de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, MG, para serem sacrificados. Devastação com construção de nova captação de água para distanciar o colapso hídrico em Belo Horizonte e Região Metropolitana; fazenda para cuidar dos animais feridos - muitos estão morrendo -; transferência da lama tóxica do córrego do Carvão, abaixo de Córrego do Feijão, para a Comunidade de Ponte das Almorreimas; e, também, construção de linha de transmissão. Eis o crime/tragédia da Vale e do Estado gerando outros crimes no município de Brumadinho, nas Comunidades de Ponte das Almorreimas, Caju, Toca de Cima e Guaribas. Na foto, máquinas a serviço da mineradora Vale e amostra da devastação ao lado da antiga igrejinha de São Vicente de Paulo. Foto: A. Baeta. 26/12/2019.

Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Filmagem e Edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 26/12/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Homenagem às 272 pessoas mártires em Brumadinho, MG: Natal de 2019. Val...



Homenagem às 272 pessoas mártires em Brumadinho, MG: Natal de 2019. Vale não vale nada. Vídeo 5 – 25/12/2019.

Dia 25/12/2019, às 11 horas, Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG e da Comissão de Ecologia Integral e Mineração, da CNBB, presidiu Missa de Natal no Santuário N. Sra. Do Rosário, em Brumadinho, MG, com a presença das famílias que perderam parentes no crime/tragédia da mineradora Vale dia 25/01/2019, a partir das 12h28. Nesse vídeo 5, após a missa presidida por dom Vicente Ferreira, e após a Caminhada com a Chamada dos/as 272 mártires do crime da Vale e do Estado, em Brumadinho, MG, no letreiro da entrada da cidade de Brumadinho foi prestada Homenagem às 272 pessoas martirizadas pelo crime da Vale e do Estado.

Homenagem às 272 pessoas mártires em Brumadinho, MG, martirizadas pelo crime/tragédia da mineradora Vale em conluio com o Estado, dia 25/01/2019, às 12h28: No Natal de 2019, 11 meses do crime, as famílias golpeadas e violentadas por esse crime prestam mais uma vez homenagem às 272 'jóias', como carinhosamente são chamadas. Vale não vale nada. Foto: A. Baeta.

Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Filmagem e edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 25/12/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Em Brumadinho, a Vale causa outros crimes


Em Brumadinho, a Vale causa outros crimes
Por Gilvander Moreira[1]

Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte; frei Gilvander e moradores da Comunidade de Ponte das Almorreimas, no município de Brumadinho, MG, dia 27/12/2019, onde a mineradora Vale está devastando mais um território e uma comunidade. Até um muro histórico e arqueológico, ao lado da antiga igrejinha de São Vicente de Paulo, foi demolido pela Vale. Foto: A. Baeta.
Na sociedade capitalista atual, o processo de desterritorialização acontece de forma sorrateira e, muitas vezes, onde se menos espera. Até o dia 25 de janeiro de 2019, a comunidade rural de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, MG, era um lugar tranquilo, bom de viver e conviver: comunidade simples com as famílias produzindo em regime de agricultura familiar, com fortes laços de amizade e ajuda mútua, em um bioma bastante preservado, onde o silêncio durante o dia era a tônica e à noite, tão bela quanto a vesperata em Diamantina, era a sinfonia do cantar dos pássaros, sapos e grilos. Ponte das Almorreimas se constituía como um território “espaço de segurança afetiva, “lar”, “abrigo físico”, “espaço de redes sociais” e “olhares múltiplos” (SANTOS, 1994 e 2000; HAESBAERT, 2004; SAQUET, 2007). 
Um dos vários idosos existentes na comunidade, o Sr. Norival José Alves, com mais de 100 anos, há quase 50 anos convivendo e trabalhando em Ponte das Almorreimas, nos diz: “Aqui tinha água pra todo lado, várias lagoas e um córrego com muita água que desembocava no rio Paraopeba. Depois que chegou a mineração aqui na região, as águas só vêm diminuindo.” Em um círculo negativo, o crime/tragédia da Vale e do Estado, iniciado dia 25 de janeiro de 2019, na Mina do Córrego do Feijão, está gerando muitos outros crimes no município de Brumadinho, MG, e em muitos outros municípios da bacia do rio Paraopeba.
Conforme Relatórios das CPIs da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e da Câmara Federal, planejado com requintes de crueldade, o crime/tragédia da mineradora Vale e do Estado se iniciou dia 25 de janeiro de 2019, às 12h28, sepultando vivas 272 pessoas que estavam trabalhando na mina de Córrego do Feijão ou estavam na Pousada Nova Estância, logo abaixo da Mina de Córrego do Feijão. É importante frisar que o crime não é só da Vale, mas também do Estado, pois o Governo de Minas Gerais concedeu licenciamento ambiental, não fiscaliza como deveria a exploração mineraria e renovou a licença para a Vale retomar as atividades na Mina de Córrego do Feijão.
Mesmo não sendo inundada pelos 12,7 milhões de metros cúbicos de lama tóxica que desceram córrego abaixo até invadir o rio Paraopeba, matando todos os seres vivos da fauna aquática, por estar acima de Córrego do Feijão, a Comunidade e o Território de Ponte das Almorreimas perdeu vários parentes e amigos no crime e, pior, a Vale montou na Comunidade uma fazenda para receber inicialmente os animais feridos encontrados na lama tóxica. Depois, a Vale comprou a fazenda Lajinha, em Ponte das Almorreimas, para servir de depósito da lama tóxica retirada, via bombeamento em uma espécie de mineroduto, do córrego do Carvão, logo abaixo do palco do crime. Assim, a contaminação está sendo transferida para o território de Ponte das Almorreimas.
A Vale foi condenada judicialmente a construir uma nova estação de captação de água no rio Paraopeba, porque com o rompimento da barragem inviabilizou a captação de água no rio Paraopeba, feita pelo Governo de Minas Gerais e COPASA e inaugurada em 2015, com promessa de garantir segurança hídrica para Belo Horizonte e Região Metropolitana (RMBH) por 25 anos. O rio Paraopeba era responsável por 50% do abastecimento de BH e RMBH. A Vale, o Governo de Minas Gerais e a COPASA escolheram o território de Ponte das Almorreimas como local para se construir a nova captação de água para retardar o colapso hídrico em Belo Horizonte e Região Metropolitana, com 5 milhões de habitantes. “A Vale comete crimes e nós é que temos que pagar a conta?”, questionam muitas pessoas na comunidade.
A Vale já comprou várias fazendas na região. “Para quê? A Vale tem planos de ampliar a mineração na região?”, perguntam indignados os moradores diante de vários indícios. A região tem histórico de mineração de ouro por garimpeiros. Há autorização para pesquisa minerária na região. A Vale demoliu parte de um grande e extenso muro histórico e arqueológico existente em Ponte das Almorreimas, ao lado da antiga igrejinha de São Vicente de Paulo. Idosos da comunidade, como o Sr. Norival e o Sr. Raimundo, 70 anos, atestam que o muro é muito antigo: do tempo da escravidão. Atestam também que sessenta anos atrás, ao capinar nas lavouras de milho, feijão e mandioca, volta e meia encontravam cacos de cerâmica e objetos antigos que os levavam a crer que a região tenha sido habitada por indígenas antes da chegada nos não indígenas. 
A Vale alega que está agindo dentro da legalidade. De fato, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, expediu decreto de utilidade pública desapropriando terrenos para a construção de nova captação de água para a COPASA, que está sendo feita pela Vale. O preço arbitrado na desapropriação – compra forçada – é injusto e atropela vários direitos das famílias.
Os moradores estão muito indignados e revoltados, pois “viver aqui virou um inferno”. “A Vale invadiu nossa comunidade e parece que pode tudo e compra todos”. “Barulho ensurdecedor e poeira infernal.” “Até o nosso direito de ir e vir está sendo violado, pois a estrada que antes era muito simples, agora foi alargada, mas está com trânsito infernal”. “A Vale está sacrificando nossa comunidade e nosso território”, desabafam moradores A comunidade de Ponte das Almorreimas se tornou mais uma zona de sacrifício do “sistema minerário, que é criminoso”, segundo Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte. 
Essa realidade violentadora nos faz recordar do pensador camaronese Achille Mbembe que, a partir da teoria do biopoder de Foucault, ajuda-nos a perceber a relação dos podres poderes do sistema do capital que determina quem pode viver, quem pode morrer, produz inimigos e destrói corpos, definindo, enfim, o direito de matar, tudo isso oficializado como Estado de Direito sob a égide de “interesse social” / “utilidade pública” até para processo de mineração devastadora que causa inúmeros processos de desterritorialização. Esse processo visa expurgar comunidades deixando-as em situação de precarização crescente e de reclusão social. Nessa dominação dos territórios verifica-se uma necropolítica camuflada de democracia neoliberal, na prática um processo de nova colonização que impõe violentamente, mais do que um escravismo, uma política de extermínio.
Enfim, nessa lógica da necropolítica, à Comunidade e ao Território de Ponte das Almorreimas foi imposto violentamente pela mineradora Vale e pelo Estado um território de sacrifico ao deus do capital – “zona de sacrifício” (BULLARD, 2004). Por isso, eis nesse caso concreto do crime/tragédia da Vale e do Estado injustiça socioambiental gerando vários outros crimes.

Referências.
BULLARD, Robert. Enfrentando o racismo ambiental no século XXI. In: ACSELRAD, Henri; PÁDUA, José Augusto de; HERCULANO, Selene (orgs). Justiça Ambiental e Cidadania. Delume Lumará, São Paulo, 2004.
HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios” à multi- territorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
SANTOS, M. Território globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1994. 
_______. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 2000. 
SAQUET, M. A. Abordagens e concepções de território. São Paulo: Expressão Popular, 2007. 


Belo Horizonte, MG, 30/12/2019.

Obs.: Os filmes e vídeos nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado acima.

1 - Vale sacrificando o território de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, MG: violência! Vídeo 1 – 26/12/2019.



2 - "Vale comete crime e nós é que pagamos?" Ponte das Almorreimas, Brumadinho, MG. Vídeo 2 - 26/12/2019.



3 - "Vale pode tudo e compra todos?" (Cláudia). E Dom Vicente: Ponte das Almorreimas, Brumadinho/MG. Vídeo 3 – 26/12/2019.



4 - Dom Vicente: "Sistema minerário é criminoso". Vale na Ponte das Almorreimas, Brumadinho/MG. Vídeo 4 – 26/12/2019.



5 - Dom Vicente: "Não espere outra barragem romper". Vale na Ponte das Almorreimas/Brumadinho/MG Vídeo 5 – 26/12/2019.





[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br      –       www.twitter.com/gilvanderluis        –     Facebook: Gilvander Moreira III

domingo, 29 de dezembro de 2019

Chamada dos 272 mártires em Brumadinho, MG, no Natal de 2019: "PRESENTE!...



Chamada dos 272 mártires em Brumadinho, MG, no Natal de 2019: "PRESENTE!", bradam todos/as. Vídeo 4 – 25/12/2019.

Dia 25/12/2019, às 11 horas, Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG e da Comissão de Ecologia Integral e Mineração, da CNBB, presidiu Missa de Natal no Santuário N. Sra. Do Rosário, em Brumadinho, MG, com a presença das famílias que perderam parentes no crime/tragédia da mineradora Vale dia 25/01/2019, a partir das 12h28. Nesse vídeo 4, após a missa presidida por dom Vicente Ferreira, segue a Caminhada com a Chamada dos/as 272 mártires do crime da Vale e do Estado, em Brumadinho, MG.

No Natal de 2019, Caminhada das famílias golpeadas pelo crime/tragédia da mineradora Vale e Estado que se iniciou com o rompimento da barragem da Vale, em Córrego do Feijão, em Brumadinho, MG, dia 25/01/2019, às 12h28, sepultando vivos 272 pessoas. Após missa presidida por Dom Vicente Ferreira, a Caminhada aconteceu do Santuário N. Sra. do Rosário até o letreiro da entrada da cidade de Brumadinho. Durante a caminhada foi feita a chamada dos nomes dos/as 272 mártires da mineração em MG e, após mencionar, um a um, os nomes, todos bradavam: "PRESENTE!". Foto: A. Baeta.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Filmagem e edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 25/12/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
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