Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
Quilombo
Souza: Caso eivado de ilegalidades e indícios de fraude. DESPEJO, NÃO! - Dr. Joviano
Mayer, na ALMG - Vídeo 4 - 11/7/2019.
Dezesseis famílias, com
cerca de quarenta pessoas que moram na Rua Teixeira Soares, na chamada Vila
Teixeira, no Bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, MG, podem ser despejadas
no dia 25 de julho, atendendo a ordem do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A
sentença judicial de desocupação está fundamentada em um processo que, na
opinião de operadores do direito e outros presentes à Comissão de Direitos
Humanos nessa quinta-feira,11/7/2019, está contaminado por diversas
irregularidades. A situação desses moradores foi discutida na Assembleia
Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Audiência Pública realizada pela
Comissão de Direitos Humanos, a pedido da deputada Andreia de Jesus (PSOL).
Vários integrantes das famílias, além de representantes de órgãos que lidam com
a questão, participaram dessa audiência. Os moradores da Vila Teixeira se
autodeclaram um Quilombo no último dia 30, o que, pode impedir a reintegração
de posse, conforme o Procurador da República Dr. Hélder Magno da Silva. A
proteção do Quilombo, bem como seus direitos, são garantidos pela Constituição
da República. A lei considera que remanescentes das comunidades de quilombos
são grupos étnicos-raciais com trajetória histórica própria e relações
territoriais específicas. O justo, humano, ético e legal é a Comunidade
Quilombola da Vila Teixeira ser, por legítimo direito, reconhecida como tal e
ter garantido seu direito ao território, cujos ancestrais ali chegaram no
início do século passado, inclusive sendo os quilombolas os responsáveis
executores de muitas melhorias ali realizadas, como o asfalto, por exemplo.
Nesse vídeo 4, a fala do Dr. Joviano Gabriel Maia, Advogado Popular da
Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza, que aponta irregularidades no
processo, indícios de fraude e exige o respeito à do direito à permanência das
famílias quilombolas em seu território, na Vila Teixeira, no Bairro Santa
Tereza, em Belo Horizonte, MG.
Muro do Quilombo Souza, na Vila Teixeira, em Santa Tereza, em Belo Horizonte, MG, mostra a resistência. Despejo é inaceitável!
*Vídeo original do streaming
da TV Assembleia da ALMG. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG.
Apoio e divulgação: Frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Belo Horizonte,
MG, 11/7/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no
Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander,
acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a
diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar,
compartilhe. Sugerimos.
Irmã Geraldinha: Bíblia na mão, evangelho de Jesus Cristo no coração, boné da luta e camiseta da paz, ao lado do rio Jequitinhonha. Mulher imprescindível na luta pela terra em Salto da Divisa. Foto: frei Gilvander
A dizimação da população indígena do Baixo
Jequitinhonha, em Minas Gerais, de forma extremamente sangrenta, e a
concentração da propriedade capitalista da terra geraram acumulação de riqueza
e poder em poucas mãos. Isso contribuiu, de maneira estrutural para a
configuração política e social da região do Baixo Jequitinhonha, conforme
afirma Luís Antonio Alves: “O “vale da fartura”, rico para a agricultura, foi
transformado num descampado com o mínimo de moradores para a manutenção da
pecuária extensiva. Onde moravam centenas de famílias, ficou somente uma pessoa
para cuidar de mais de mil bois do coronel. A expressão “vale da miséria”
surgiu quando o povo foi expulso das fazendas, indo parar na cidade, sem
perspectiva alguma de sobrevivência. Havia muitas promessas dos fazendeiros e
políticos, mas nada aconteceu. Chegando à cidade, o povo não teve meios para
sobreviver. [...]. Restou explorar o rio Jequitinhonha: a lavagem de roupa, a
pesca, a extração de areia e de rochas para construção” (ALVES, 2008, p. 31).
A chegada das Irmãs Dominicanas - Irmã Solange de
Fátima Damião, Irmã Teresinha de Jesus Reis, Irmã Rosa Maria Barbosa e Irmã
Geraldinha (Geralda Magela da Fonseca) – em Salto da Divisa, no Baixo Jequitinhonha,
se tornou um divisor de águas na história do povo da região. Por isso, conhecer
um pouco da trajetória da Irmã Geraldinha e do trabalho pastoral das Irmãs
Dominicanas no município de Salto da Divisa é imprescindível para se
compreender a luta pela terra no Baixo Jequitinhonha.
Os fazendeiros do município de Salto da Divisa logo
perceberam que a atuação pastoral das Irmãs Dominicanas iria incomodar a ordem
estabelecida da região. É o que relata Alves: “Os latifundiários logo
perceberam na linha pastoral das Irmãs uma ameaça ao status quo deles. Eles afirmavam que as Irmãs
eram do PT e que todos deveriam ter cuidado ao se relacionar com elas. Diziam
que elas estavam levando problemas para Salto da Divisa, que criariam divisão
entre ricos e pobres, porque os trabalhadores passaram a exigir carteira
assinada, não queriam mais votar no patrão, nem em seus candidatos. O medo dos
fazendeiros se justificava pela perda do domínio sobre o povo, mas também pelas
reflexões que faziam sobre a reforma agrária, fim do trabalho escravo e luta
por direitos trabalhistas. A organização e conscientização passaram a ser
percebidas através de vários conflitos que foram surgindo entre o povo e a
elite da sociedade saltense. As domésticas começaram a reivindicar melhores
salários, registro trabalhista e melhor assistência no trabalho junto à patroa.
As mulheres que sofriam violência dos maridos começaram a denunciar as
agressões na delegacia de polícia, o que provocou reação por parte dos maridos;
muitas vezes elas foram forçadas a retirar o boletim de ocorrência. Eles
diziam: “Você não vai mais para essas reuniões, pois você ficou diferente. Você
não respondia para mim, e agora responde, eu batia sozinho e agora você quer
bater em mim”. Irmã Rosa relata que houve muitas separações depois disso. Os
trabalhadores rurais, que roçavam os pastos, descobriram que seu salário era
uma miséria, e que estavam vivendo num regime de escravidão” (ALVES, 2008, p.
38).
Com 54 anos, Irmã Geraldinha, cujo nome civil é
Geralda Magela da Fonseca, é freira das Irmãs Dominicanas, atua pastoralmente
em Salto da Divisa desde fevereiro de 1993, na Pastoral dos Direitos Humanos,
na luta por direitos ao lado das famílias atingidas pela barragem e
hidrelétrica de Itapebi, nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), na Pastoral
da Criança e na Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Irmã Geraldinha, pilar fundamental e um dos
principais segredos da perseverança dos camponeses Sem Terra na luta pela terra
em Salto da Divisa. Antes de se engajar na luta pela terra, Irmã Geraldinha
participou da Pastoral Carcerária em São Domingos do Prata, MG, durante dois
anos. Na capital de São Paulo, ela trabalhou na Pastoral das Crianças em
Situação de Rua. Irmã Geraldinha, ao ser entrevistada, recordou: “A gente ia
para a rua e convidava as crianças para ir para uma casa de apoio, onde as
crianças tomavam banho, recebiam café da manhã e reforço escolar.” Cerca de 700
crianças em situação de rua eram acolhidas nesses projetos na capital de São
Paulo, enquanto irmã Geraldinha estava sendo presença pastoral lá.
Irmã Geraldinha relata o início do trabalho dela e
de outras freiras dominicanas em Salto da Divisa: “Depois, ao chegar a Salto da
Divisa, MG, no Baixo Jequitinhonha, eu comecei a ouvir muitas famílias
reclamando que tinham sido expulsas da terra. Eu vi ali uma possibilidade de
trabalhar na origem dos presos e das crianças em situação de rua, os que eu
encontrei lá na capital de São Paulo. Começamos, por meio dos Círculos
Bíblicos, a refletir sobre a situação das famílias expulsas do campo. Nas
décadas de 1970 a 1990, milhares de famílias foram expulsas da terra na região
do Salto da Divisa. Como ajudar esse povo a voltar às suas raízes? A gente via
que as fazendas eram improdutivas e começamos a luta pela terra. Antigamente os
fazendeiros proibiam ensinar a ler e a escrever. Em Salto da Divisa, de 1993 a
1998, trabalhei na Pastoral da Criança, porque tinha muita criança que morria
de desnutrição. Incentivamos a plantação de hortas comunitárias e nos fundos de
quintais. Na reflexão bíblica, o povo foi descobrindo os direitos que o povo
tinha. A gente provocou a descoberta dos direitos sociais. Antes de ocuparmos a
terra tivemos que ocupar a consciência do povo oprimido para que se
reconhecesse portador de direitos. A casa do Sr. Aldemir, na cidade de Salto,
até hoje não tem documento no nome dele. Primeiro, tivemos que semear a terra
na cabeça das pessoas desterradas para que eles passassem a acreditar que eles
tinham direito. A partir da Bíblia, levamos o povo a descobrir que a terra pertence a Deus e, portanto, a
todos. Até nos bancos da igreja tinham os bancos exclusivos da família
doadora, por exemplo, o coronel Zimbu. Os coronéis mandavam expulsar quem eles
queriam e matar quem eles queriam. Irmã Terezinha, minha colega, trabalhou
muito na construção de casas e na construção de fossas sanitárias. Isso por
meio de mutirão e captando projetos de solidariedade. Um final de semana, um
grupo fazia blocos de cimento e areia e outro grupo construía as casas ou
reformava as casas existentes, mas em péssimas condições. A história de Salto
da Divisa teve várias etapas de conscientização. Nós, irmãs, fomos acusadas de
sermos comunistas. A questão da violência na cidade nos levou a criar o Grupo
de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos (GADDH), em 1997, após um homem ter
assassinado uma mulher a machadada. Isso chocou o povo. Policiais da região não
queriam investigar o crime, pois achavam que a culpa era da mulher assassinada.
Criamos a Associação Asas da Liberdade, onde buscamos apoio em um grupo francês
para fazermos reforço escolar às crianças. A Comarca da cidade de Jacinto, em
1997, não tinha juiz, nem promotor e nem defensor público. Só em Almenara. A
prostituição era intensa, inclusive com meninas adolescentes. Os fazendeiros
usavam a prostituição para a primeira experiência sexual de seus filhos. E
depois, em 1999, o grupo integrante do GADDH abraçou a luta contra a barragem e
a hidrelétrica de Itapebi. O latifúndio e o poder público municipal e o
estadual estiveram o tempo todo ao lado da empresa que estava construindo a
barragem de Itapebi. Até hoje a empresa tem pendências sobre a maioria das
medidas compensatórias não cumpridas. As lavadeiras foram pisadas nos seus
direitos de lavar roupa nas águas do rio Jequitinhonha. A barragem de Itapebi
encheu dentro de um dia, quando as irmãs dominicanas estavam de férias. A
empresa se desculpou dizendo que tinha chovido muito. Mentira. Há 13 anos a
barragem está cheia e os direitos das lavadeiras, dos pescadores e dos
extratores de areia continuam violados. O clamor por justiça continua
ensurdecedor. Em Salto da Divisa os fazendeiros agem de forma orquestrada.”
Belo Horizonte,
MG, 16/7/2019.
Referência.
ALVES,
Luís Antonio. Ação Pastoral das Irmãs
Dominicanas em Salto da Divisa, MG, de 1993-2005. (Dissertação). São Paulo:
Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, 2008. Disponível em
http://livros01.livrosgratis.com.br/cp080579.pdf
Obs.: Abaixo, vídeos
que versam sobre o assunto apresentado, acima.
1 - Irmã Geraldinha lutando pelos
direitos dos atingidos pela barragem e hidrelétrica de Itapebi, em Salto da
Divisa:
2 - Em entrevista na TV Comunitária de Belo
Horizonte – www.tvcbh.com.br -, no Programa Inconfidências Mineiras,
Irmã Geraldinha narra sua história de luta por Direitos Humanos no município de
Salto da Divisa, MG. Veja nos seis links a seguir:
3 - Documentário da TV Canal Futura “Uma
irmã, um rio e muitas terras”, que retrata a luta pela terraempreendida pela Irmã Geraldinha no meio do
povo Sem Terra, dos posseiros e atingidos pela barragem e hidrelétrica de Itapebi,
em Salto da Divisa, MG.
[1]
Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG;
licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas;
assessor da CPT, CEBI, SAB, CEBs e Movimentos Sociais Populares; prof. de
“Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte,
MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br - www.freigilvander.blogspot.com.br–www.twitter.com/gilvanderluis–Facebook: Gilvander Moreira III
Grandes
interesses econômicos em despejar o Quilombo Souza, no Santa Tereza em BH?
Vídeo 2. 11/7/2019.
Dezesseis famílias, com
cerca de quarenta pessoas que moram na Rua Teixeira Soares, na chamada Vila
Teixeira, no Bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, MG, podem ser despejadas
no dia 25 de julho, atendendo a decisão inconstitucional e injusta do Tribunal
de Justiça de Minas Gerais |(TJMG). A sentença judicial de desocupação está
fundamentada em um processo que, na opinião de operadores do direito e outros
presentes à Comissão de Direitos Humanos nessa quinta-feira,11/7/2019, está
contaminado por diversas irregularidades. A situação desses moradores foi
discutida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Audiência Pública
realizada pela Comissão de Direitos Humanos, a pedido da deputada estadual
Andreia de Jesus (PSOL). Vários integrantes das famílias, além de
representantes de órgãos que lidam com a questão, participaram dessa audiência.
Os moradores da Vila Teixeira se autodeclaram Quilombo Souza no último dia 30,
o que, pode impedir a reintegração de posse, conforme o Procurador da República
Dr. Hélder Magno da Silva. A proteção do Quilombo, bem como seus direitos, são
garantidos pela Constituição da República e na Convenção 169 da OIT da ONU. A
lei considera que remanescentes das comunidades de quilombos são grupos
étnicos-raciais com trajetória histórica própria e relações territoriais
específicas. O justo, humano, ético e legal é a Comunidade Quilombola Souza, da
Vila Teixeira, ser, por legítimo direito, reconhecida como tal e ter garantido
seu direito ao território, cujos ancestrais ali chegaram no início do século
passado, inclusive sendo os quilombolas os responsáveis executores de muitas
melhorias ali realizadas, como o asfalto, por exemplo. Nesse vídeo 2, frei
Gilvander Moreira, da CPT, continua a entrevista com Gláucia, Gislene e Marcos,
quilombolas do Quilombo Souza, na Vila Teixeira, no Bairro Santa Teresa, em
Belo Horizonte. Inadmissível despejar 16 famílias tão humanas que vivem há mais
de 70 anos na área, com documentos dos terrenos, inclusive. A decisão judicial
precisa ser revista com urgência, pois é inconstitucional e injusta e está
adoecendo as pessoas com a tensão de iminente despejo.
Gislene, do Quilombo Souza, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, MG, enquanto era entrevistada por frei Gilvander: "Não aceitaremos o despejo. Lutaremos até o fim com todas nossas forças para honrarmos a memória do nosso bisavô Petronilho que foi escravizado e ajudou a construir Belo Horizonte e a catedral da Boa Viagem, inclusive. Foto: frei Gilvander
Filmagem e edição de Frei
Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Belo Horizonte, MG, 11/7/2019.
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Grandes interesses econômicos em despejar o Quilombo Souza, no Santa Tereza em BH? Vídeo 2. 11/7/2019.
Dezesseis famílias, com cerca de quarenta pessoas que moram na Rua Teixeira Soares, na chamada Vila Teixeira, no Bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, MG, podem ser despejadas no dia 25 de julho, atendendo a decisão inconstitucional e injusta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais |(TJMG). A sentença judicial de desocupação está fundamentada em um processo que, na opinião de operadores do direito e outros presentes à Comissão de Direitos Humanos nessa quinta-feira,11/7/2019, está contaminado por diversas irregularidades. A situação desses moradores foi discutida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Audiência Pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos, a pedido da deputada estadual Andreia de Jesus (PSOL). Vários integrantes das famílias, além de representantes de órgãos que lidam com a questão, participaram dessa audiência. Os moradores da Vila Teixeira se autodeclaram Quilombo Souza no último dia 30, o que, pode impedir a reintegração de posse, conforme o Procurador da República Dr. Hélder Magno da Silva. A proteção do Quilombo, bem como seus direitos, são garantidos pela Constituição da República e na Convenção 169 da OIT da ONU. A lei considera que remanescentes das comunidades de quilombos são grupos étnicos-raciais com trajetória histórica própria e relações territoriais específicas. O justo, humano, ético e legal é a Comunidade Quilombola Souza, da Vila Teixeira, ser, por legítimo direito, reconhecida como tal e ter garantido seu direito ao território, cujos ancestrais ali chegaram no início do século passado, inclusive sendo os quilombolas os responsáveis executores de muitas melhorias ali realizadas, como o asfalto, por exemplo. Nesse vídeo 2, frei Gilvander Moreira, da CPT, continua a entrevista com Gláucia, Gislene e Marcos, quilombolas do Quilombo Souza, na Vila Teixeira, no Bairro Santa Teresa, em Belo Horizonte. Inadmissível despejar 16 famílias tão humanas que vivem há mais de 70 anos na área, com documentos dos terrenos, inclusive. A decisão judicial precisa ser revista com urgência, pois é inconstitucional e injusta e está adoecendo as pessoas com a tensão de iminente despejo.
Filmagem e edição de Frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Belo Horizonte, MG, 11/7/2019.
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Quilombo
Souza na Vila Teixeira no Santa Tereza em Belo Horizonte, MG: despejo iminente?
Vídeo 1. 11/7/2019.
Dezesseis famílias, com
cerca de quarenta pessoas que moram na Rua Teixeira Soares, na chamada Vila
Teixeira, no Bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, MG, podem ser despejadas
no dia 25 de julho, atendendo a decisão inconstitucional e injusta do Tribunal
de Justiça de Minas Gerais |(TJMG). A sentença judicial de desocupação está
fundamentada em um processo que, na opinião de operadores do direito e outros
presentes à Comissão de Direitos Humanos nessa quinta-feira,11/7/2019, está
contaminado por diversas irregularidades. A situação desses moradores foi
discutida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Audiência
Pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos, a pedido da deputada
estadual Andreia de Jesus (PSOL). Vários integrantes das famílias, além de
representantes de órgãos que lidam com a questão, participaram dessa audiência.
Os moradores da Vila Teixeira se autodeclaram Quilombo Souza no último dia 30,
o que, pode impedir a reintegração de posse, conforme o Procurador da República
Dr. Hélder Magno da Silva. A proteção do Quilombo, bem como seus direitos, são
garantidos pela Constituição da República e na Convenção 169 da OIT da ONU. A
lei considera que remanescentes das comunidades de quilombos são grupos
étnicos-raciais com trajetória histórica própria e relações territoriais
específicas. O justo, humano, ético e legal é a Comunidade Quilombola Souza, da
Vila Teixeira, ser, por legítimo direito, reconhecida como tal e ter garantido
seu direito ao território, cujos ancestrais ali chegaram no início do século
passado, inclusive sendo os quilombolas os responsáveis executores de muitas
melhorias ali realizadas, como o asfalto, por exemplo. Nesse vídeo 1, frei
Gilvander Moreira, da CPT, entrevista o Sr. Antônio, irmão da dona Lourdes (das
outras 3 famílias ameaçadas de despejo) e Gláucia, quilombola do Quilombo
Souza, na Vila Teixeira, no Bairro Santa Teresa, em Belo Horizonte.
Inadmissível despejar 16 famílias tão humanas que vivem há mais de 70 anos na
área, com documentos dos terrenos, inclusive. A decisão judicial precisa ser
revista com urgência, pois é inconstitucional e injusta e está adoecendo as pessoas
com a tensão de iminente despejo.
Foto: MARIELA GUIMARAES / O TEMPO
Filmagem e edição de Frei
Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Belo Horizonte, MG, 11/7/2019.
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MST
conquista mais uma vitória no TJMG rumo à conquista definitiva do latifúndio da
ex-usina Ariadnópolis, em Campo do Meio, sul de MG, dia 11/7/2019 – Vídeo 1.
*Filmagem e edição de frei
Gilvander Moreira, da CPT-MG, das CEBs e do CEBI.
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Em
Miravânia, norte de MG, a injustiça e a crueldade de um despejo. Vídeo 2 -
09/7/2019.
Nessa terça-feira, 9 de
julho de 2019, às 8h, na Ocupação-Comunidade Olaria Barra do Mirador, com 52
famílias – comunidade francamente consolidada – ocupando a Fazenda Japoré, no
município de Miravânia, extremo norte de Minas Gerais, o Comando Geral da
Polícia Militar de MG, com cerca de 100 policiais e 20 viaturas, iniciou uma
operação de guerra e truculência, despejando as famílias acampadas há 19 anos.
Nessa operação injusta e covarde, também fecharam as estradas que dão acesso à
Comunidade. Lideranças da comunidade e famílias foram impedidas de
aproximarem-se das suas casas que foram derrubadas por tratores a pedido de
fazendeiro que se diz proprietário, e com decisão do Tribunal de Justiça de
Minas Gerais (TJMG). Não houve reunião da Mesa de Negociação do Governo de
Minas com as Ocupações urbanas e rurais para tratar do conflito gravíssimo que
envolve dezenas de famílias da Ocupação em Miravânia. O clima na região está
muito tenso. O povo está apavorado. Além das casas, foram destruídas lavouras,
pomares, hortas - fontes de sobrevivência das famílias. Injustiça que clama aos
céus! O justo e ético é que seja reativada com urgência a Mesa de Negociação do
Governo de Minas Gerais com as Ocupações para que as famílias sejam ouvidas e
se chegue a um acordo justo, que respeite o princípio da dignidade humana e a
história dessas famílias ao longo dos 19 anos de legítima ocupação.
O latifúndio + TJMG + governo de MG + PM/MG + prefeito de Miravânia, ao despejarem injustamente as famílias Sem Terra da ocupação Olaria na Barra do Mirador, no município de Miravânia, norte de Minas Gerais, dia 09/7/2019, transformaram em monturo o sonho de 19 anos de luta pela terra - um direito sagrado e fundamental - com muito suor e esforço, de dezenas de famílias que ocupavam uma latifúndio abandonado de 3.600 hectares que não cumpria sua função social. Toda reintegração de posse é uma desintegração de sonho. Foto: Zilá de Matos, da CPT/MG.
*Filmagem e fotos de Zilá de
Matos, da CPT-MG. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Apoio e
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