Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
terça-feira, 29 de novembro de 2016
O ex- presidente Lula ao vivo nas Ocupações-comunidades-bairros da Izidora, em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG, hoje, dia 29/11/2016.
O ex- presidente Lula ao vivo nas
Ocupações-comunidades-bairros da Izidora, em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG,
hoje, dia 29/11/2016.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
VISITA DO EX-PRESIDENTE LULA NA IZIDORA: release e informe sobre a visita de Lula às Ocupações da Izidora, dia 29/11/2016, terça-feira.
VISITA DO EX-PRESIDENTE LULA NA IZIDORA: release e informe sobre a visita de Lula às Ocupações da
Izidora, dia 29/11/2016, terça-feira.
Amanhã pela manhã,
terça-feira, dia 29/11/2016, receberemos nas ocupações da Izidora, em Belo
Horizonte e Santa Luzia, MG, a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Será feita às 09:00h uma reunião do Lula com movimentos sociais
(Brigadas Populares, CPT e MLB) e coordenações das três Ocupações da Izidora,
na comunidade Rosa Leão. Em seguida, Lula fará visita a uma casa com algumas
famílias na Ocupação-comunidade Esperança e participará de um Ato Público na Praça
da Ocupação-comunidade Vitória, na Izidora, às 11:00h.
Lembramos que Lula é
o pai do programa Minha Casa, Minha Vida que construiu mais de 1,5 milhões de
moradias em todo o Brasil. Em Belo Horizonte, a gestão do prefeito Márcio
Lacerda usou o projeto Minha Casa Minha Vida (MCMV) para pressionar pela
realização dos despejos das três comunidades da Izidora (Rosa Leão, Esperança e
Vitória), que já são três bairros irmãos em franco processo de consolidação, e
ameaçar as 8.000 famílias nos últimos 3,5 anos. A visita de Lula é bem vinda na
medida em que ele se comprometa a pressionar o Governador Fernando Pimentel
para não realizar os despejos das 3 ocupações. Lembrando que no último dia
28/09/2016, os despejos foram autorizados injustamente pelo TJMG. As 8.000
famílias das Ocupações-comunidades da Izidora não aceitam despejo e nem a destruição das casas construídas nas Ocupações Vitória
e Esperança. Estamos sempre abertos a negociação, mas que passe pelo
reconhecimento da legitimidade da lutas das ocupações da Izidora. Despejo
forçado causará um grande massacre, caos etc.
Assinam esse informe:
Coordenações das três
ocupações-comunidades da Izidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória);
Brigadas Populares,
MLB e CPT.
Contatos para maiores informações:
Telefones para contato:
Com
Poliana (cel. 31 99323 4483), ou Leonardo (cel.: 31 99133 0983), com Isabela,
cel. 31 99383 2733; ou com Charlene (cel.: 31 985755745); ou com Edna (cel.: 31
9946 2317); ou com Elielma (cel.: 31 9343 9696), ou Eliene, cel. (31 98636
5712) ou frei Gilvander, cel. 31 99473 9000.
Maiores informações também nos blogs das
Ocupações, abaixo:
domingo, 27 de novembro de 2016
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
OCUPAÇÕES DA IZIDORA NO III ENCONTRO MUNDIAL DOS MOVIMENTOS POPULARES COM O PAPA FRANCISCO, EM ROMA.
OCUPAÇÕES
DA IZIDORA NO III ENCONTRO MUNDIAL DOS MOVIMENTOS POPULARES COM O PAPA
FRANCISCO, EM ROMA.
Por Makota Celinha Kidevolu
Gonçalves, coordenadora Nacional do CENARAB/CONEN.
A
Coordenação Nacional das Entidades Negras – CONEN -, entidade a qual o Centro
Nacional de Africanidade e Resistência Afro Brasileiro – CENARAB - é filiado,
indicou meu nome para representar esse campo no III Encontro Mundial dos
Movimentos Populares que aconteceu em Roma entre os dias 02 e 06 de Novembro de
2016. Fui na condição de Mulher Negra de Matriz Africana. Antes de ir busquei
me interar de assuntos/temas que nos é muito caro em nosso país, na conjuntura
atual. Estive nas Ocupações da Izidora (comunidades Rosa Leão, Esperança e
Vitória), 7º maior conflito urbano no mundo, ocupações que se encontram ameaçadas
de desocupação, já que a Justiça de Minas autorizou a reintegração de posse da
mesma dia 28 de setembro de 2016. As 30 mil pessoas que residem nas Ocupações
da Izidora são compostas em sua maioria por mulheres e homens negros, vítimas
da ausência de políticas públicas para moradia, trabalho, saúde e educação. Reflexo
da história de nosso país no tocante a população negra. Ali, nas ocupações da
Izidora recebi a honra de ser a porta voz dessas mulheres e homens, que fazem
de sua trajetória de resistência um exemplo a ser seguido. Ouvi depoimentos, vi
sorrisos ainda que temerosos do futuro, ah!! O futuro. Vi crianças, e elas são
muitas, vi as suas casas simples, construídas de alvenaria, que já não lembram
o período da lona preta. Ouvi muitas histórias de como chegaram os primeiros
fios elétricos, o material de construção. As dificuldades para abrir as ruas,
enfim ouvi tantos casos e histórias, que me remeti a minha própria história e à
de milhões de negras e negros, na busca por moradia digna, por cidadania. Que
assumi ali, o honroso compromisso de defender as Ocupações da Izidora e seus
três bairros: Rosa Leão, Esperança e Vitória. E mais encantada ainda fiquei,
com a história de Izidora, a negra forra que lavava roupa no ribeirão da região
e que conquistou lá três hectares de terra. A nossa história de resistência, de
fato se compõe em pedaços, tal qual uma colcha de retalhos tão comuns em nosso
meio, pedaços de panos aleatórios, com sua autonomia de cor, de textura, de
tecido, mas que quando juntados na costura, compõem a coisa mais linda de se
ver, que aquece nossos corpos cansados nas noites frias e nos garantem a
segurança e o amor de mãos criativas e carinhosas.
A
Izidora e sua gente negra entraram e entranharam em meu ser. Não consigo
entender como um grupo de “autoridades”, que compõe o que se chama de justiça,
pode simplesmente decidir que a terra, o direito à moradia, o trabalho, a saúde
e a educação - princípios básicos da cidadania e da dignidade -, devem ser
regidos e definidos, por quem nunca desses precisou conquistar. Sim, nossos
juízes, desembargadores em sua maioria já nasceram nos berços esplêndidos de
quem colonizou nosso país. São herdeiros diretos de uma elite, que há séculos está
aí a viver de privilégios históricos. E a esses cabem o poder de decidir se
estas 30 mil pessoas podem ou não continuarem em suas casas construídas a
partir de muito sofrimento, investimento, empréstimos e solidariedade. Confesso
que não entendo, como a terra que estava ali, sem uso e nem fuso, pode de uma hora
pra outra, ser decretada como propriedade particular de um dono, uma terra que
abriga 30 mil pessoas e seus sonhos mais íntimos, seus desejos, esperanças.
Pessoas que estão ali, há três anos e meio, construindo um projeto de moradia
popular coletiva.
Aceitei
a tarefa de levar comigo o grito contido no peito dos injustiçados, dos homens
e mulheres que lutam e resistem bravamente pela cidadania e dignidade e o
sagrado direito a moradia digna. Todas e todos sabem que estaria ali, numa
tarefa delegada pela CONEN, que não sou católica, mas que aposto no diálogo, na
solidariedade e na justiça divina. Levei
comigo os sonhos de uma gente brava, lutadora e me senti honrada com a tarefa.
Sabia e informei a todos que estava indo para um Encontro onde as dificuldades
são inúmeras, muitas cabeças, muitas propostas e sonhos diversos, mas que faria
o possível para levar o pedido de que todos os bons juntos, não devem se
omitir, até porque em situações de extrema injustiça, a omissão nos leva para o
lado do opressor. Acho que conseguimos cumprir a tarefa. Defendemos o direito a
moradia, a terra e ao trabalho como bênçãos divinas, que não podem nem deve
servir ao capital em detrimento da vida. A solidariedade da delegação
brasileira foi fundamental para que no documento final tivéssemos pontuado a
questão Izidora e o direito de na terra habitar os que nela vivem.
Foi
distribuído o texto produzido para o momento, nas versões em inglês e espanhol.
E entreguei aos responsáveis pelos documentos e cartas a serem entregues ao
Papa, um DVD e o texto, além de uma carta da Rose de Freitas, moradora da
comunidade Esperança, na Izidora. Fui a representante do Brasil, no Encontro
final com Papa Francisco, mas fomos avisados que não podíamos entregar nada
pessoalmente ao mesmo.
Sou
uma Makota, uma mulher de muita fé e acredito em um ditado africano que nos diz
que “se sozinho, se vai rápido, juntos podemos ir longe.” Por isso, acredito
que a mobilização internacional, em torno do RESISTE IZIDORA, é fundamental para assegurar a estabilidade da
ocupação, a garantia do direito sagrado a terra, a moradia e ao trabalho. Não
podemos permitir que o sonho da moradia, da dignidade e cidadania, manche de
sangue nossa Belo Horizonte. As Ocupações-comunidades da Izidora são compostas
em sua grande maioria por trabalhadoras e trabalhadores que devem ter seus
direitos cidadãos assegurados.
A
solidariedade, a unidade, a compreensão do outro enquanto sujeito de sua própria
história são fundamentais nos momentos em que a arbitrariedade teima em nos
roubar a dignidade, a soberania e nossos direitos.
#RESISTE IZIDORA#
Belo Horizonte, MG, Brasil,
22 de novembro de 2016.
domingo, 20 de novembro de 2016
Assinar:
Postagens (Atom)