quinta-feira, 23 de abril de 2015

CRIME AMBIENTAL NA FAZENDA FERROLIGAS/BELGOMINAS, em Jequitaí, MG, onde há grande pressão para se despejar até 01 de maio de 2015 mais de 40 famílias do Acampamento Novo Paraíso, do MST. BH, 23/04/2015

CRIME AMBIENTAL NA FAZENDA FERROLIGAS/BELGOMINAS, em Jequitaí, MG, onde há grande pressão para se despejar até 01 de maio de 2015 mais de 40 famílias do Acampamento Novo Paraíso, do MST.
Nota da CPT/MG em 23/04/2015.

Na madruga do dia 20/04/2015,  a Polícia militar de Minas Gerais, em Jequitaí, Norte de MG, apreendeu um caminhão de madeira extraída da Fazenda Belgominas / Ferroligas – 161 moirões de aroeira, madeira de lei - do Sr. João Peres, que tem domínio sobre a Fazenda conhecida como São João.  Conforme B.O, em anexo, o caminhão lotado com 161 moirões de aroeira estava sendo levado para Patos de Minas, MG, de forma clandestina e totalmente ilegal. Em fazenda Ferroligas/Belgominas onde está ocorrendo Crime ambiental grave como esse, que é a derrubada de madeira de lei – 161 moirões de aroeira em apenas um caminhão -, há forte pressão para despejar o Acampamento Novo Paraíso, do MST, onde 42 famílias vivem em harmonia com a natureza com dignidade, dando função social à propriedade. Imagine quantos outros caminhões de madeira de lei já não foram extraídos de forma ilegal e injusta!  Como pode insistir em despejar dezenas de famílias que estão cuidando da terra, produzindo segundo princípios da agroecologia e devolver a fazenda a quem está fazendo crime ambiental? Essa injustiça não pode se consumar.






quarta-feira, 22 de abril de 2015

IMINÊNCIA DE DESPEJO DO ACAMPAMENTO NOVO PARAÍSO, do MST, em Jequitaí, Norte de MG, após 9 anos de resistência na terra: injustiças agrária e social que não podem se consumar. BH, 22/04/2015

IMINÊNCIA DE DESPEJO DO ACAMPAMENTO NOVO PARAÍSO, do MST, em Jequitaí, Norte de MG, após 9 anos de resistência na terra: injustiças agrária e social que não podem se consumar.

Nota da CPT/MG à imprensa, às autoridades e às pessoas de boa vontade.


Dia 16 de abril de 2015, em Jequitaí, norte de Minas Gerais, houve reunião com comandantes militares e outras autoridades locais sobre Mandado de Reintegração de Posse da Fazenda Belgominas, onde está há 9 anos o Acampamento Novo Paraíso, referente ao Processo 0052263-37.2013.8.13.0512/0512.13.005226-3. O juízo da Vara Agrária de MG determinou à Polícia Militar o prazo de 60 dias para realizar o despejo das dezenas de famílias do Acampamento Novo Paraíso, do MST, em Jequitaí.
Precisamos do Apoio de todos e todas que colaboram com a luta pela Reforma Agrária para evitar uma grande injustiça agrária e social que está na iminência de acontecer com dezenas de famílias do Acampamento Novo Paraíso. Dezenas de famílias vivem nesta área há mais de 9 anos. As crianças que ali chegaram, há 9 anos atrás, hoje já têm suas famílias constituídas e tudo que têm está neste local de vivência Não têm outro lugar para morar. Há crianças recém-nascidas e idosos, que não têm outro lugar para viver.
O Acampamento Novo Paraíso já se consolidou como a Comunidade Novo Paraíso. Está numa área de aproximadamente 10.000 hectares, dividida em 14 glebas, cujos pretensos donos nunca pisaram nestas terras e vários moram em outro estado. Vem acontecendo extração irregular de madeiras de lei na Fazenda Belgominas por parte dos fazendeiros, através dos seus gerentes. Há notícias que dizem sair da Fazenda Belgominas cerca de 2 a 3 caminhões de aroeira por dia, relato que consta de Ata de reunião com a Polícia militar. Muitas denúncias de crime ambiental já foram feitas. O IEF e o Ministério Público já estão cientes dos crimes ambientais que aconteceram na Fazenda Belgominas sob coordenação dos donos e seus gerentes. Somente as famílias do MST do Acampamento Novo Paraíso, que de fato vivem nesta área, têm condições de zelar pela vida da natureza, pois são e se sentem parte desta mesma vida e natureza.
Na reunião com comandantes militares, acima referida, foi dito que as famílias do MST, após serem despejadas, seriam enviadas às suas cidades de origem. Diante disso, representantes do Acampamento Novo Paraíso afirmaram: “As pessoas que ali residem na fazenda – onde está o Acampamento Novo Paraíso - não tem casa em outros lugares e que muitos ali, principalmente crianças, tem como referência a fazenda como local de origem,” – pois lá nasceram.
Também está na Ata da reunião: “Alguns assentados interrompem novamente a fala do Tenente Coronel Rocha dizendo que podem levar caixões para a Fazenda e que a Polícia Militar realizará uma chacina no local.”
Consta também na Ata: “A Senhora Sônia volta a dizer que não tem para onde ir e que mais uma vez a polícia militar alega que será pacífica, mas que sua casa e suas coisas serão destruídas. Mais uma assentada denuncia sobre cortes de madeira na Fazenda, ,” extração ilegal de madeira de lei que vem sendo feita pelos pretensos proprietários da Fazenda e seus gerentes.
Também está na Ata: “Senhor Geraldo Pires, representantes das famílias assentadas no Acampamento Novo Paraíso, afirma que a Polícia Militar não tem condições para providenciar moradia para essas famílias e que o dono da terra não tem interesse real na terra e que as famílias produziram muito no local. Relata ainda que houve negociações anteriores e que todos estão abertos a negociações, mas que nenhum dos donos se prontifica negociar de uma forma amigável.”
Ainda na Ata: “Outra assentada diz que muitas vezes os assentados procuraram o INCRA, mas que não obtiveram êxito e diz também que não tem condições para ir para outro lugar e que por mais que o local não tenha saneamento básico é a opção que eles têm, porque eles são obrigados a fazer isso porque não há empregos suficientes para todos nas cidades.”
Na mesma reunião com comandantes da PM foi denunciado, conforme Ata de reunião: “O Sr. Geraldo afirma que foram feitas muitas negociações para que essa terra fosse passada para os assentados e que muitos donos daquela terra sequer conhecem a terra que querem de volta e que poderiam negociar essas terras para gerar renda e gerar condições melhores de vida para muitas pessoas e demonstrou fotos do local mostrando que estão sendo construídas casas e uma pequena escola, mostrou fotos da produção onde todos os alimentos foram produzidos por eles e ainda diz que todos vão sair contanto que tenha outra terra para que eles possam ir e produzir novamente e que, como todos os outros assentados, não tem lugar para ir e continuar vivendo, onde mostra outras fotos da fazenda dizendo que os alimentos produzidos são vendidos para gerar renda e que há nove anos vivem na fazenda e que a terra está produzindo, alegando também que os donos sempre aumentam o valor da fazenda, dificultando para que seja realizada a compra pelo INCRA e denuncia que no local estão sendo retiradas madeiras de forma ilegal e um dos supostos donos ofereceu que fizessem trabalho escravo para realização de carvoeiras mostrando também parte do processo no slide, onde sai do local cerca de dois a três caminhões de aroeira da fazenda. Pede que o juiz venha no local para ver a realidade da destruição da fazenda, que na verdade quem a destrói são os pretensos proprietários e não os assentados. Interroga por que o juiz não cumpre lei estadual de que deve ser imparcial e diz também que o juiz mandou prendê-lo em data pretérita e que os assentados lutam para ficar no local e evitar essa derrubada de arvores, diz também que ainda será realizada uma audiência pública dentro do prazo estipulado para que os assentados fiquem na terra e vai pedir prorrogação do prazo.”
São muitas as irregularidades denunciadas no caso. Desde a violação da dignidade humana e descumprimento da função social da propriedade pelos supostos donos ao crime ambiental. Casos complexos como este não podem ter soluções simplistas, não podem ser tratado como caso de polícia. O atual Governo de Minas Gerais, que pretende ser diferente, não pode lavar as mãos diante de mais este caso de tremenda injustiça agrária, não pode permitir que a Polícia execute esta decisão que apesar de judicial, é injusta e contrária à Constituição brasileira.
Diante do exposto, exigimos do Governo Federal, através do INCRA/MG, da Vara Agrária de MG, do Governo de MG, da PMMG, do IEF, do Ministério Público e todas as autoridades implicadas nesse gravíssimo conflito agrário COMPROMISSO urgente no sentido de evitar a grande injustiça agrária e social que está na iminência de ser perpetrada na Fazenda Belgominas com o despejo forçado de dezenas de famílias Sem Terra, do MST, do Acampamento Novo Paraíso, em Jequitaí, MG. Não há justificativa constitucional para se despejar um Acampamento já com 9 anos de história, produzindo alimentos saudáveis, contribuindo para o resgate social de dezenas de famílias e contribuindo com o povo da cidade de Jequitaí. E pior, diante do crime ambiental que vem sendo feito pelos pretensos proprietários e seus gerentes na Fazenda Belgominas. Temos que caminhar rumo à reforma agrária e não reforçar o agronegócio e a iníqua estrutura latifundiária.
Cumpre recordar que o Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel prometeu, durante campanha eleitoral prometeu não fazer despejo sem alternativa digna prévia. É isso que está sendo construído em reuniões semanais na Cidade Administrativa na Mesa de Negociação com as Ocupações Urbanas e do Campo. Por despejo zero, lutamos!

Lutar: construir Reforma Agrária Popular!
Belo Horizonte, MG, Brasil, 22 de abril de 2015.
Assina essa Nota,
Comissão Pastoral da Terra - CPT/MG.
Coordenação do Acampamento Novo Paraíso, do MST.

Para maiores informações, ver vídeos nos links, abaixo:

1)   Vídeo do Acampamento Novo Paraíso, de 09/01/2012: https://www.youtube.com/watch?v=zC_Kp1U7Twc

2)   Vídeo sobre formatura de Turma do MOVA no Acampamento Novo Paraíso, em Jequitaí, MG:


3)   Vídeo sobre Estética interiorana no Acampamento Novo Paraíso:

4)   Vídeo sobre Arte fina flor no Acampamento Novo Paraíso: