segunda-feira, 19 de maio de 2014

OCUPAÇÃO ROSA LEÃO, FESTA DE 1 ANO: uma beleza revolucionária! BH, 18/05/2014.

OCUPAÇÃO ROSA LEÃO, FESTA DE 1 ANO: uma beleza revolucionária!


























Ocupação Rosa Leão, com 1.500 famílias, na Região do Isidoro, em Belo Horizonte, MG, Brasil, celebrou 1 ano de luta, dia 17/05/2014, das 14h às 03:h da madrugada do dia 18/05/2014. Tudo na paz! Foi uma beleza revolucionária! "Uma incelente maravilha", como diz o grande violeiro Pereira da Viola. Foi emocionante ver com nossos próprios olhos a apresentação artística de um Grupo de crianças da Ocupação Rosa Leão. Inesquecível ver o Baiano e a Renatinha, da Ocupação Rosa Leão, cantando música de autoria do próprio Baiano, música que diz: "Vá vem o caveirão, lá vem o caveirão. Eles estão rodeando para entrar na Rosa Leão. Não deixo não. Não vou deixar. A Rosa Leão é nossa. Todo mundo vai lutar..." Outro artista da Ocupação Rosa Leão cantando música de Raul Seixas etc. Que beleza! Celebração ecumênica! Bênção para um casal de idosos que a partir da Escola de Alfabetização, pelo MOVA, com a Educadora Charlene, resolveram se casar: dona Maria de Fátima e sr. Cícero foram abençoados. Sr. Cícero ainda declamou poesia para a amada dele, a sra. Maria de Fátima. Isso, sob a beleza da lua cheia. Muitas barraquinhas com comes e bebés. Mais de 10 grupos artísticos se apresentaram, cantaram etc. Duelo de EMCs. Alegria, paz... Todo mundo festejando e se enchendo de boas energias para não aceitar despejo e seguir construindo casas, a comunidade e se construindo. Obrigado a todos que prepararam e participaram da Festa de 1 ano da Ocupação Rosa Leão. Mais: Obrigado a todos/as que estão conquistando moradia própria e digna para milhares de pessoas, na luta coletiva. Celebraremos, com muita luta coletiva, os anos 5, 10, 50, 100 e até a geração de número 144 mil. A Ocupação Rosa Leão VIVE e VIVERÁ! Cf. também www.ocupacaorosaleao.blogspot.com.br . Abraço com carinho. Frei Gilvander Moreira - www.freigilvander.blogspot.com.br

sábado, 17 de maio de 2014

Carta aberta em defesa dos Sem-casa de Barão de Cocais. BH, 17/05/2014.

Carta aberta em defesa dos Sem-casa de Barão de Cocais.

Uma pessoa sem casa é como um pássaro sem ninho: voa, voa, mas não tem onde se assentar”, disse uma mãe, com lágrimas nos olhos, na ex-favela Massari, em São Paulo, SP.

Eu, frei Gilvander Luís Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT), comovido e indignado com a violação dos direitos humanos das famílias sem-terra e sem-casa de Barão de Cocais, MG, venho em Carta Aberta defender os Sem-casa de Barão de Cocais.
Considerando duas notícias, além do que ouvi sobre injustiça que ocorrem em Barão de Cocais: 1ª) “Em outubro do ano passado (2013), agentes da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), a mando da Prefeitura de Barão de Cocais, e armados com escopetas, estiveram no bairro para realizar a reintegração de posse do terreno, sem ordem judicial. Detentos seriam utilizados para fazer a retirada das famílias, mas a “operação” foi abortada após a reportagem do Diário de Barão chegar ao local.”;  e a 2ª) Reportagens do Diário de Barão, dos dias 8 e 8/05/2014 informando que Prefeito de Barão de Cocais, MG, Armando Verdolin (PSDB), conquistou liminar de reintegração de posse de área pública municipal ocupada por cerca mais de 100 famílias sem-terra e sem-casa. E que o juiz Felipe Alexandre Vieira deu 10 dias para o povo deixar o local, alertamos e ponderemos o que segue.
Em Belo Horizonte,  um juiz autorizou despejar 175 famílias das Torres Gêmeas com a condição de que a Prefeitura de BH oferecesse bolsa moradia às famílias e dentro de 1 ano reassentasse todas as famílias. Já se passaram 3 anos e nem uma família foi reassentada. Pior: 70% das famílias só conseguiram alugar uma casinha ou barraco na periferia da região metropolitana. Moral da história: o povo foi expulso de BH e está sobrevivendo nas periferias da região metropolitana. Esse exemplo me diz que dificilmente o prefeito de Barão de Cocais construirá casas para as famílias dentro de 1 ano. Ou seja, é muito grande o risco da determinação judicial de entregar casas para as famílias dentro de um ano não ser cumprida. Outro exemplo: O juiz federal, Dr. Francisco Alves, de Pernambuco, só autoriza reintegração de posse com reassentamento prévio, o que é alternativa digna. Enviar para abrigo público ou oferecer bolsa moradia não é alternativa digna.
A Defensoria Pública de MG (DPE/MG) e o Ministério Público de MG (MPE) já estão atuando no processo na defesa das famílias da Ocupação do Garcia? Pode-se e deve-se entrar com Ação Civil Pública (ACP) em defesa das famílias. Não podemos admitir despejo sem alternativa digna, que é, reafirmo, reassentamento prévio. Assim está acontecendo no Rio Grande do Sul e em Pernambuco. Não podemos admitir despejo antes do TJMG julgar Agravo de Instrumento impetrado por advogados da Ocupação, ou pela Defensoria Público ou pelo MP. Despejar apenas com Liminar, que é algo precário, é injustiça. Deve-se esperar a decisão colegiada no TJMG, pois um Agravo em 2ª instância, no TJMG, ou uma ACP pode derrubar uma liminar.
Em uma Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, uma senhora de uma Ocupação urbana, ameaçada de despejo, no microfone, gritou: “Queremos moradia e não apenas o direito à moradia.” Esse grito nos faz pensar. Políticas habitacionais populares estão quase somente em discursos e vãs promessas. Direitos fundamentais, como o de morar com dignidade, vêm sendo há muito tempo violados.
O povo, sem-terra e sem-casa, não tolera mais sobreviver sob a cruz do aluguel, que é veneno diário no seu prato. O povo não aguenta mais a cruz da humilhação que é sobreviver de favor: peso nas costas de parentes, chateação cotidiana e perda de liberdade. Muitos conservadores ainda criticam a promiscuidade com que vivem muitas famílias. Ora, como não expor crianças às cenas íntimas ou indesejáveis que ocorrem nas casas se o espaço de convivência é totalmente inadequado?
Três fatores, dentre outros, estão movendo os oprimidos para a luta, para ocupações de terrenos abandonados:
a) A necessidade, melhor dizendo, a injustiça social e com ela o imenso déficit habitacional que campeia. O velho capitalismo, que com o neoliberalismo, acentuou ainda mais a concentração de riquezas em poucas mãos e esfola sem piedade a classe trabalhadora. O empobrecimento dos/as trabalhadores/ras está se acelerando de forma vertiginosa. Salários e condições análogas à de escravidão é o que mais se vê no mundo do capital atualmente. Muitos jovens hoje sequer terão a oportunidade de exercer atividade bem remunerada e estável. Terão de se sujeitar aos call centers ou aos trabalhos temporários nos grandes empreendimentos;
b) As jornadas das manifestações populares de junho de 2013 inocularam um bom colírio nos olhos de muita gente que está acordando para a necessidade e justeza das lutas coletivas. O descrédito na política partidária e a precariedade na prestação dos serviços públicos legitimaram diversos gritos nas ruas;
c) O exemplo positivo, em Belo Horizonte, da Ocupação-comunidade Dandara – e de outras ocupações exitosas. Muita gente oprimida está dizendo assim: “Se o povo da Dandara está conquistando mil casas e vários outros direitos, nós também podemos conquistar. Por isso vamos para a luta coletiva.”
Se a Constituição brasileira de 1988 for respeitada, nenhuma reintegração de posse em ocupações coletivas pode ser feita. Se fossem mesmo levados a sério os direitos humanos fundamentais nenhuma reintegração de posse poderia ser feita nas ocupações coletivas, porque fere de morte o direito à dignidade da pessoa humana, o direito à alimentação e à moradia. Afrontam, violentamente, tais decisões contra a democracia, os direitos das crianças, dos idosos, dos deficientes. Todos estes que recebem, por força da própria Constituição, ainda que formalmente, a proteção do Estado e da sociedade. As desocupações somente seriam aceitáveis se fossem realocações decididas pela via do diálogo e conforme critérios éticos, assegurando-se às pessoas o respeito aos seus direitos constitucionais, o que exige alternativa digna para o bem não apenas daquelas pessoas, mas de toda a sociedade. Afinal, o direito à moradia não é um direito social?
A experiência tem mostrado como o despejo e as reintegrações nas ações coletivas jamais podem ser a solução justa para esse grave problema social que envolve milhões de famílias sem-terra e sem-casa hoje no Brasil. Despejo só piora o problema social. Acirra os ânimos, cria as condições indesejáveis dos massacres, o que é abominável e marca de forma indelével as vítimas.
A solução justa para superar de forma justa esses conflitos sociais passa necessariamente por Política – não por polícia -, por diálogo, por negociação, por política de habitação séria, popular e massiva, com participação popular. Jamais polícia – repressão – irá resolver de forma justa o problema que as ocupações urbanas e rurais trazem à tona. O direito aplicável deve ter como premissa a justiça e não a exacerbação da violência.
Na véspera da COPA despejo é inadmissível. O povo deve aumentar sua organização, buscar apoio e seguir lutando de forma coletiva pelos seus direitos. Aos que alegam ter joio no meio do trigo, digo: deixem crescer juntos, pois não hora da colheita, quando o poder público de fato resolver atuar em favor dos oprimidos, o trigo se salvará e o joio será queimado.
Contem com a força e luz divina do Deus da Vida, com nosso apoio e de muitas pessoas de boa vontade. Abraço terno. Frei Gilvander Moreira, www.freigilvander.blogspot.com.br , ou www.gilvander.org.br
Belo Horizonte, MG, 15 de maio de 2014.


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Palavra Ética, na TVC/BH, com Amanda Couto e André Lima, do COPAC de Belo Horizonte, MG, e Fortaleza, CE: a partir do Encontro Nacional dos Atingidos pela COPA.

Palavra Ética, na TVC/BH, com Amanda Couto e André Lima, do COPAC de Belo Horizonte, MG, e Fortaleza, CE: a partir do Encontro Nacional dos Atingidos pela COPA.


Palavra Ética, na TVC/BH, com Juliana Benício: Dissertação de mestrado sobre Isenção de IPI na compra de automóveis. Conluio dos governantes do Brasil com a indústria automobilística.

Palavra Ética, na TVC/BH, com Juliana Benício: Dissertação de mestrado sobre Isenção de IPI na compra de automóveis. Conluio dos governantes do Brasil com a indústria automobilística. 


Palavra Ética, na TVC/BH, com o mestre Ulisses, de Itinga, MG, e a artesã-artista Maria Emília, de Francisco Badaró, Vale do Jequitinhonha, MG: A partir da XV Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha, na UFMG.

Palavra Ética, na TVC/BH, com o mestre Ulisses, de Itinga, MG, e a artesã-artista Maria Emília, de Francisco Badaró, Vale do Jequitinhonha, MG: A partir da XV Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha, na UFMG.


Ocupação urbana em Barão de Cocais, com dezenas de Famílias sem-casa, na iminência de serem despejadas. Injustiça!!!

Ocupação urbana em Barão de Cocais, com dezenas de Famílias sem-casa, na iminência de serem despejadas. Injustiça!!!

Prazo de 10 dias: Sem-teto do Garcia são notificados
(Reportagem do Jornal Barão de Cocais, 09/05/2014, p. 3)

      Um oficial de Justiça, acompanhado de três policiais militares, notificou, ontem de manhã, 64 sem-teto que invadiram terrenos no bairro Garcia, em Barão de Cocais, para deixarem o local em 10 dias. Após esse prazo, os barracos serão demolidos e as cercas de arame, removidas.
A ordem de reintegração de posse foi expedida pelo juiz Felipe Alexandre Vieira Rodrigues, a pedido do prefeito Armando Verdolin (PSDB). O terreno pertence à Prefeitura.
Os sem-teto se reuniram com o oficial de Justiça na rotatória próxima à estação ferroviária da Vale. Não houve tumulto e todos ouviram atentamente as orientações e discutiram medidas que podem tomar para evitar o despejo.
O líder dos sem-teto, Saulo Lopes, disse que o grupo vai recorrer da decisão judicial e já conseguiu um advogado para isso. “Vamos recorrer dessa decisão porque aqui tem pessoas honestas, que merecem o respeito e ter uma dignidade de vida melhor. Eu acredito na Justiça e vamos lutar até o final. Tem pessoas que já estão com casa pronta e se sair não tem para onde ir”, explicou ele.
Um dos casos citados pelo líder dos sem-teto é o da desempregada Patrícia Alves de Jesus, 32 anos, que construiu um barraco de três cômodos no local, com ajuda de amigos com e tijolos doados até pela Igreja Católica. “Eu construí este barraco com ajuda dos outros e dos pais dos meus filhos que ajudaram na mão de obra. Grande parte aqui quem me deu foram os amigos e a Igreja, os católicos que ajudaram nos blocos. Vivo de pensão no valor de R$ 350 e Bolsa Família. Estou desempregada e lutando com meus três filhos, porque eu não tenho para onde ir. A Prefeitura me prometeu uma casa neste bairro e não me deu. Grande parte de quem ganhou não precisa. Eu só construí para morar com os meus filhos”, contou ela, emocionada.
Patrícia Alves relatou, em depoimento gravado, que teria sido humilhada pelo prefeito quando foi pedir a ele ajuda para conseguir ligar água em seu barraco. “Fui conversar com Armando [Verdolin] para olhar uma água para o meu barraco, aí ele mandou eu procurar o juiz [Felipe Rodrigues] porque ele disse que iria jogar meu barraco no chão, porque eu sou uma ladrona [ladra]. Ele jogou na minha cara que eu roubei o lote da Prefeitura. Só quero um lugar para morar. Eu peço para o juiz não me tirar daqui com meus três filhos”, afirmou, chorando.
Quem também corre risco de perder o pouco que tem é Alexandre Neris, 43. “Na época minha esposa conseguiu este pedaço aqui da Prefeitura. Antes disso eu fui à Prefeitura para conseguir uma casa no programa social mais lá só consegue quem não precisa. Tem pessoas aqui que têm dinheiro e têm casa aqui neste bairro. Eu pago aluguel, estou desempregado. Trabalho com mototáxi, mas é um bico. Peguei dinheiro emprestado para começar a obra para agora acontecer isso?”, disse ele.
“O que me deixa triste é porque a gente vai na Prefeitura conseguir um apoio e não consegue e agora eles querem tirar a gente daqui. Agora, na hora de pedir voto vai na casa da gente prometendo mundos e fundos”, desabafou Alexandre Neris.
Maria de Lourdes Leal, 44, disse que vai morrer no local mas não sairá. “Eu estou muito revoltada. Não consigo mais pagar aluguel porque não tenho mais condições. Armando [Verdolin] não faz nada para ajudar a gente. Isso é um absurdo. Eu vou lutar até o fim, mesmo que eles me matem, mas eu não saio. Eu preciso de uma casa mesmo que seja um cômodo para morar, mas eu preciso”, afirmou, também chorando.

Foto: Patrícia Alves relatou, que teria sido humilhada pelo prefeito quando foi pedir a ele ajuda para conseguir ligar água em seu barraco.



terça-feira, 13 de maio de 2014

Mais uma vitória na luta pela Moradia na Região Metropolitana de Belo Horizonte. BH, 13/05/2014.

Mais uma vitória na luta pela Moradia na Região Metropolitana de Belo Horizonte. BH, 13/05/2014.


Com um dia de Acampamento na Cidade Administrativa do Governo de MG, em Belo Horizonte, MG, ontem, dia 12/05/2015, cerca de 300 famílias de uma Ocupação Urbana de Areias, Ribeirão das Neves - com o apoio do povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória e Guarani Kaiowá, CPT, Brigadas Populares, Coletivo Margarida Alves e etc – conquistaram duas vitórias: uma jurídica e outra política. Dra. Clara, advogada do Coletivo Margarida Alves, conquistou junto ao juiz da 2ª Vara Cível de Ribeirão das Neves, o cancelamento do despejo para o dia de hoje, dia 13/05/2014. Assim, o iminente despejo de 300 famílias sem-casa foi adiado e as 100 casas de alvenaria em construção continuarão de pé, sem ser demolidas, pelo menos por enquanto. E, com a manifestação constante durante o dia inteiro as 300 pessoas que estavam acampadas na Cidade Administrativa, no final da tarde, em reunião com o secretário da SEDRU, Alencar Viana, conquistaram compromisso do Secretário da SEDRU, Alencar Viana, em convidar a prefeita de Ribeirão das Neves, Daniela, e outras autoridades para, com representantes de movimentos sociais, tais como Brigadas Populares e CPT, fazer reunião com o objetivo de discutir o encaminhamento de moradia digna e própria para quem está sem moradia em Ribeirão das Neves. Cf. na foto, em anexo, a Ata da Reunião com as duas conquistas, acima referidas. Parabéns a todos/as que participaram dessa luta. Sigamos na luta, pois só perde quem não entra na luta ou dela desiste. Quem entra e persevera na luta coletiva por direitos fundamentais, tal como terra e casa, só pode conquistar. Obrigado a todos/as que participaram dessa luta de alguma forma. Pátria Livre! Venceremos! Abraço terno. Frei Gilvander. www.freigilvander.blogspot.com.br