COM FÉ E MÍSTICA DOS MÁRTIRES, O POVO PALESTINO VENCERÁ! Por frei Gilvander Moreira[1]
Protesto contra o Genocídio que Israel sionista e colonialista está cometendo contra o Povo Palestino, na avenida Paulista, em São Paulo, SP. Foto: Lucas Martins.Profundamente comovido e indignado com o brutal e
macabro genocídio que o Estado de Israel sionista e colonialista segue cometendo
com o heroico Povo Palestino, Libanês..., estou aqui para ecoar os gritos e os
clamores ensurdecedores de um Povo que não se vergará jamais, pois com a fé e a
mística dos mártires é e será sempre invencível.
O Ministério da Saúde da Palestina, Press TV, Hispan
TV e Federação Árabe Palestina Brasil (FEPAL) informaram, dia 23 de outubro de
2024, que, em Gaza, na Palestina, em 381 dias de genocídio, já são mais de 120
mil feridos e mais de 43 mil palestinos assassinados, sendo que 44% dos mortos
são crianças (19 mil) e 24,5% são mulheres (10,5 mil). Já são 11 mil palestinos
presos pelos genocidas e estão sob os escombros 10 mil pessoas desaparecidas. Um
brutal holocausto do Povo Palestino-Árabe.
Segundo a revista científica The Lancet, que se baseou
em dados da ONU[2],
o número de mortos até 5 de julho de 2024 somava 186 mil mortos, incluindo os
que estão sob os escombros ou os que morreram por causa da falta de acesso a
hospitais, alimentos, água ou abrigo.
Quatro mortes indiretas para cada morte direta. Portanto, com população
estimada em 2,3 milhões de habitantes, 8% da população total de Gaza deve sido
assassinada pelo Estado de Israel sionista.
Em comunicado veiculado dia 15 de agosto de 2024, Volker
Türk, alto comissário da ONU para os direitos humanos, disse[3]: "Em média, aproximadamente 130 pessoas
morreram todos os dias em Gaza durante os últimos dez meses (desde o dia 7 de
outubro de 2023). A magnitude da destruição de casas, hospitais, escolas e
locais de culto pelo Exército israelense é profundamente chocante. Hoje é
um marco sombrio para o mundo inteiro. O povo de Gaza lamenta hoje a morte de
40 mil palestinos."[4]
Leia com o coração acolhedor, sem preconceitos,
abaixo, a impressionante, firme, verdadeira e justa Carta Póstuma, uma espécie de testamento, do Palestino Comandante
Mártir Iahiya HASSAN SINWAR, que viveu e combateu pelos direitos do Povo
Palestino e por sua Pátria até o último suspiro. Deixou ensinamentos imortais,
que ficarão marcados para sempre na mente e no coração do Povo Palestino e dos/as
oprimidos/as de todo o mundo.
Na Carta Póstuma,
o Palestino HASSAN SINWAR, martirizado pelo exército de Israel sionista,
escreveu à mão em Árabe. Segue, abaixo, a tradução em português feita por
Mohamad Ali, que chorou várias vezes ao ler a Carta no Programa Oriente Médio em Revista, de 22 de
outubro de 2024, no You Tube Canal da
Geopolítica.[5]
“Eu sou Yahiya, filho de refugiado que
transformou o exílio de um lar temporário em um sonho de batalha eterna.
Enquanto
escrevo estas palavras, lembro cada momento que passei na minha vida: desde
minha infância nos becos, aos longos anos de prisão e cada gota de sangue
derramada no solo desta terra – a Palestina.
Nasci no
campo de refugiados de Khan Younis, 1962, em uma época em que a Palestina era
uma memória dilacerada e mapas esquecidos nas mesas dos políticos.
Eu sou um
homem cuja vida foi tecida entre o fogo e as cinzas e percebi cedo que viver
sob ocupação significa apenas uma prisão perpétua.
Desde a minha
infância soube que viver nesta terra não é algo comum e que quem nasce aqui
deve carregar em seu coração uma arma que não se quebra e que o caminho para a
liberdade é longo.
Minha
mensagem para vocês começa aqui, daquele menino que lançou a primeira pedra
contra o judeu sionista ocupante e que aprendeu que as pedras são as primeiras
palavras que pronunciamos diante de um mundo que permanece em silêncio diante
de nossa ferida.
Aprendi nas
ruas de Gaza que o ser humano não se media pelos anos de vida, mas pelo que
oferece à sua Pátria, ao seu país. Assim foi a minha vida: prisão e batalha,
dor e esperança.
Fui preso
pela primeira vez em 1988 e fui condenado à prisão perpétua, mas nunca conheci
o caminho do medo.
Naquelas
celas escuras, via em cada parede uma janela para um horizonte distante e em
cada grade uma luz que iluminava o caminho para a liberdade.
Na prisão,
aprendi que a paciência não é apenas uma virtude, mas uma arma… uma arma amarga,
como beber o mar gota a gota.
Minha
mensagem para vocês: não temam as prisões, elas são apenas uma parte de nosso
longo caminho rumo à liberdade.
A prisão me
ensinou que a liberdade não é apenas um direito roubado, mas uma ideia que
nasce da dor e é refinada pela paciência. Quando saí na troca de prisioneiros
“Wafaa al-Ahrar” em 2011, não saí como antes; saí mais fortalecido e com uma fé
maior de que o que fazemos não é apenas uma luta passageira, mas o nosso
destino, que carregamos até a última gota de nosso sangue.
Minha
mensagem é que continuem apegados à resistência, à dignidade que não se negocia
e ao sonho que nunca morre. O inimigo quer que abandonemos a resistência, que
transformemos nossa causa em uma negociação interminável…
Mas eu lhes
digo: não negociem o que é direito de vocês! Eles temem sua resistência mais do
que temem suas armas.
A resistência
não é apenas uma arma que carregamos, mas é o nosso amor pela Palestina em cada
respiração que tomamos, é nossa vontade de continuar, apesar do bloqueio e da
agressão.
Minha
mensagem é que permaneçam leais ao sangue dos mártires, àqueles que partiram e
nos deixaram este caminho cheio de espinhos. Eles pavimentaram o caminho da
liberdade com seu sangue, então não desperdicem esses sacrifícios em cálculos
políticos e truques diplomáticos.
Estamos aqui
para continuar o que os primeiros começaram e não nos desviaremos deste
caminho, não importa o custo. Gaza foi e continuará sendo a capital da
resistência e o coração da Palestina, que não para de bater, mesmo quando o mundo
parece se fechar para nós.
Quando assumi
a liderança do Hamas em Gaza, em 2017, não foi apenas uma transição de poder,
mas uma continuação de uma resistência que começou com pedras e continuará com
armas.
Eu sentia, a
cada dia, a dor do meu povo sob o cerco, a cada dia, e sabia que cada passo que
damos em direção à liberdade vem com um preço. Mas eu lhes digo: o preço da
rendição é muito maior; por isso, segurem-se à terra como as raízes se seguram
ao solo, pois nenhum vento pode arrancar um Povo que decidiu viver.
Na Batalha do
Dilúvio de Al-Aqsa, eu não era o líder de um grupo ou movimento, mas a voz de
cada Palestino que sonha com a libertação.
Minha fé me
guiou para acreditar que a resistência não é apenas uma opção, mas uma
obrigação.
Queria que esta
batalha fosse uma nova página no livro da luta palestina, onde as facções se
unissem e todos se colocassem em uma única trincheira, contra o inimigo que
nunca distinguiu entre crianças e idosos, ou entre pedra e árvore.
O Dilúvio de
Al-Aqsa foi uma batalha de espíritos antes de corpos e de vontade antes de
armas.
O que deixei
não é um legado pessoal, mas um legado coletivo para cada Palestino que sonhou
com a liberdade, para cada Mãe que carregou seu Filho nos ombros enquanto ele
era Mártir, para cada Pai que chorou de dor por sua Filha que foi assassinada
por uma bala traiçoeira.
Minha última
mensagem é que vocês se lembrem sempre de que a resistência não é em vão e não
é apenas um tiro disparado, mas uma vida vivida com honra e dignidade.
A prisão e o
bloqueio me ensinaram que a batalha é longa e que o caminho é árduo, mas também
aprendi que os povos que recusam a rendição criam seus próprios milagres com
suas próprias mãos.
Não esperem
que o mundo faça justiça a vocês, pois vivi e testemunhei como o mundo
permanece em silêncio diante de nossa dor. Não esperem justiça, sejam vocês a
justiça.
Carreguem o
sonho da Palestina em seus corações e transformem cada ferida em uma arma e
cada lágrima em uma fonte de esperança.
Esta é a
minha mensagem: não entreguem suas armas, não deixem de atirar pedras, não
esqueçam seus mártires e não negociem um sonho que é direito de vocês.
Estamos aqui
para ficar, em nossa terra, em nossos corações e no futuro de nossos filhos.
Recomendo-lhes
a Palestina, a terra que amei até a morte, e o sonho que carreguei em meus
ombros como uma montanha que nunca se curva.
Se eu cair,
não caiam comigo, mas carreguem a bandeira que nunca caiu e façam do meu sangue
uma ponte para uma geração que nascerá de nossas cinzas ainda mais forte.
Não esqueçam
que a Pátria não é uma história contada, mas uma verdade vivida, e em cada
Mártir que nasce do ventre desta terra, nascem mil Combatentes.
Se o dilúvio
voltar e eu não estiver com vocês, saibam que fui a primeira gota nas ondas da
liberdade e que vivi para ver vocês continuarem a jornada.
Sejam um espinho em sua garganta, um Dilúvio que não conhece recuo, e não descansem até que o mundo reconheça que somos os donos do direito e que não somos apenas números nos boletins de notícias.”
(Mensagem escrita em árabe com uma caneta em um papel.)
Yahya Ibrahim Hassan Sinwar / Gaza - Palestina – 2024
Como Hitler e os nazistas foram
jogados na lata de lixo da história e todos os violentos e opressores foram
vencidos, vocês também judeus sionistas, colonialistas e genocidas, que
insistem na brutalidade, serão vencidos e serão jogados na lata de lixo da
história. E os/as palestinos/as mortos/as ressurgirão e serão milhões cada vez
mais humanos e fortes. Que a luz e a força divina nos guiem sempre na luta pela
paz com justiça. Viva a luta do povo palestino! CESSAR FOGO, JÁ! E respeito ao Estado Palestino e ao Estado do Líbano,
JÁ!
24/10/2024.
Obs.: As videorreportagens nos links, abaixo,
versam sobre o assunto tratado, acima.
1 - EM BH/MG, ATO EM MEMÓRIA DO 1º ANO
DO GENOCÍDIO PALESTINO, + DE 50 MIL MORTOS POR ‘israel' GENOCIDA
2 - Viva o Povo Palestino! Ai de Israel
genocida, sionista! Grande GRITO! 30º Grito dos Excluídos, BH/MG
3 - Palestina Tania Correa Abdala:
"sionismo genocida de Israel mata meu Povo Palestino. Basta!" Vídeo 6
4 - YAHYA SINWAR, UM MARTIR NUNCA SE VAI
- ORIENTE MÉDIO EM REVISTA, 22/10/24
5 - Curso Palestina 24 – Do “Lar
nacional” na Palestina ao “Grande Israel”: expansões e limpezas
[1] Frei e
padre da Ordem dos carmelitas; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR;
bacharel em Teologia pelo ITESP/SP;
mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália;
doutor em Educação pela FAE/UFMG; assessor da CPT, CEBI, Movimentos Sociais e
Ocupações.
E-mail:
gilvanderlm@gmail.com – www.freigilvander.blogspot.com.br –
www.gilvander.org.br
www.twitter.com/gilvanderluis –
Face book: Gilvander Moreira III – Canal no you tube: Frei Gilvander
luta pela terra e por direitos
[2]
Organização das Nações Unidas.
[3]
Fonte: AFP, Al Jazeera e Haaretz.
[4]
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2024/08/15/israel-ja-matou-mais-de-40-mil-palestinos-na-faixa-de-gaza-desde-outubro
[5]
Veja no link https://www.youtube.com/live/fa6QXwflW3c
, visto dia 24/10/24, às 13h.
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