A verdade está com os/as atingidos/as pela Vale e Estado. Por Frei Gilvander Moreira[1]
Foto: Divulgação - www.redebrasilatual.com.br
Após acompanharmos a Live com quase quatro horas de duração, transmitida via Youtube no canal Extensão PUC Minas, no dia 10/11/2020, e uma Audiência Pública da Comissão dos Direitos Humanos da ALMG, com mais de seis horas de duração, sobre proposta de Acordo, ainda sob sigilo de confidencialidade, que o Governo de Minas Gerais, Ministério Público de Minas (MP/MG), Defensoria Pública de Minas (DPE/MG) e TJMG[2] estão negociando com a mineradora Vale, estarrecidos e indignados, percebemos que a verdade está com os/as atingidos/as pelo crime-tragédia da mineradora Vale e do Estado de MG que sepultou vivos 272 pessoas e sacrificou o rio Paraopeba, responsável por 5,7% da bacia do Rio São Francisco. O pior é que este é um crime que continua se reproduzindo todo dia e disseminando violência e morte de mil formas. Ouvir os clamores dos/as atingidos/as se tornou mais do que nunca necessário: é um imperativo ético. Por isso, ecoaremos aqui vários argumentos, perguntas, reivindicações e clamores expressos durante a Live e a Audiência Pública.
Sem ouvir os/as atingidos/as e sem
reconhecê-los como sujeitos com direitos e com voz decisiva, esse Acordo que
está sendo combinado entre a mineradora Vale, Governo de Minas e “Instituições
de Justiça” (MP/MG, DPE/MG e TJMG) é, segundo os/as atingidos/as, “acordão, negociata, é leiloar os direitos
dos/as atingidos/as, é sentença de morte”. Acordos secretos, velados e
obscuros afrontam a democracia e implicam em tolerar a cumplicidade do
judiciário moroso para julgar a ré Vale S.A reincidente. Eis alguns trechos dos
pronunciamentos dos/as atingidos: “Fora, ACORDÃO
que, se aprovado, passará um trator por cima dos direitos dos/as atingidos/as!”
“Com este acordo vocês estão assinando
nossa sentença de morte. O Estado foi mais do que omisso, foi cúmplice e, por
isso, tem as mãos sujas de sangue, pois deu o licenciamento para a Vale S.A e
não fiscalizou. A vale é criminosa, tem que ser julgada e condenada. O Estado
também precisa ser julgado e condenado, pois é criminoso também. A Vale é
assassina em série. Acordo sem os atingidos é terrorismo, é carta branca para a
Vale nos humilhar. Chega de atrocidades!”
"Não podemos deixar a Vale criminosa à vontade para escolher que tipo de
“punição” ela receberá”. "Nós
temos que ser ouvidos. Nós exigimos o atendimento às nossas reivindicações. Se
os senhores doutores não nos ouvem, vocês estão desrespeitando a Carta Magna.
Os homens dos poderes públicos não deveriam se apequenar diante do poderio do
capital”. “Quem nos representa nas
“Instituições de Justiça” parece que tem nojo de nós e tem medo do que vamos
falar. Por isso, não querem nossa participação. “Cadê um juiz no TJMG que faça
a Vale calar e pagar tudo o que nos deve?" "Senhor Juiz, tem, sim, problema o sigilo. Não tem cabimento esse
acordão!"
Os argumentos apresentados pelo juiz
mediador não justificam o sigilo do acordo. Os/as atingidos/as não podem ser
tutelados/as pela DPE/MG e nem pelo MP/MG e têm o direito de participar como
protagonistas nessa luta. "É uma
atrocidade atrás da outra.” Esse arremedo de acordão é um novo crime que
estão perpetrando. O justo é o judiciário julgar rápido todos os crimes
cometidos pela Vale. O mínimo que o TJMG precisa fazer é julgar “pra ontem”,
todos os crimes cometidos por essa empresa”.
Alguém da Assessoria Técnica
Independente alerta: “É fundamental que toda a documentação e os trabalhos
científicos sejam todos disponibilizados em um sítio na internet para consulta
pública. Esta base de dados é fundamental para que haja participação informada
dos atingidos”. Até o momento nada foi feito para evitar que as pessoas ao
longo da Bacia do Paraopeba continuem sendo contaminadas por metais pesados
tóxicos que estão matando peixes, cavalos, vacas, cachorros, gatos, capivara,
enfim, os animais que bebem água no rio sacrificado pelo crime-tragédia da Vale
com a cumplicidade do Estado.
A Vale não é parceira, é criminosa,
assassina, e "sonega" imposto pela Lei Kandir. Assim sendo, não há
legitimidade nesse eventual acordo. Não é justo usar os/as atingidos/as para se
barganhar verbas para o Governo de Minas que deveria defendê-los/as. É mentira
o Estado de MG dizer que “ou faz acordo com a Vale ou terá demanda judicial
infindável”, porque se o Estado suspendesse as licenças da Vale, ela seria
forçada a pagar imediatamente tudo o que deve aos atingidos/as. Discutir nas
cúpulas do poder, sob sigilo, um eventual acordo e só na antessala de sua
conclusão perguntar para os/as atingidos/as qual deve ser "a cor da parede
do prédio" não é ético e nem justo. Isso violenta os direitos dos/as
atingidos/as. Tudo o que está sendo questionado e proposto pelo procurador
Helder Magno, do Ministério Público Federal (MPF), precisa ser levado em conta.
A palavra principal e final deve ser dos/as atingidos/as.
Acusamos que não está sendo cumprida a maior
parte do “Acordo Governamental” firmado pela Vale com o Governo de MG e
“Instituições de Justiça” no caso do crime-tragédia ocorrido em Mariana, MG.
Quem garante que a Vale S.A cumprirá um novo acordo? FORA, ACORDÃO SEM O
PROTAGONISMO DOS/AS ATINGIDOS/AS! É imoral e injusto ignorar a participação
prévia, esclarecida e protagônica dos/as atingidos/as, qualificada pelas
Assessorias Técnicas Independentes. Acordo de cúpula e sob confidencialidade,
que é sigilo parcial, tem tudo para ser cavalo de Tróia para os/as
atingidos/as.
Um dos maiores impactos do crime da Vale
é a contaminação por metais pesados. Os metais contaminam os ecossistemas e as
pessoas com severos efeitos para a saúde. Requer-se um amplo projeto de
pesquisa e monitoramento de longo prazo tanto nos ecossistemas como nas
populações. Como poderá uma pessoa dizer que foi ou está sendo contaminada se
não há linha base inicial? É muito estranho que representantes do Governo de MG,
do MP/MG e da DPE/MG usem argumentos semelhantes tentando justificar o acordo. Por
que o crime ambiental da Vale S.A não foi levado para dentro da legislação ambiental?
Por que não considerar tal como previsto na lei máxima do país que o meio
ambiente seja visto de modo integral incluindo a dimensão social e econômica?
Por que não usar todos os instrumentos necessários para apurar os danos e propor
mitigação e reparação integral?
Durante a Live e a Audiência Pública, a
postura do Ministério Público de MG e da Defensoria Pública de MG, semelhante em
parte à posição do Governo de MG, causou-nos indignação e preocupação. Lamentável
a posição da DPE/MG e do MP/MG pró-acordo, esquecendo que os/as atingidos/as
devem ser protagonistas nesse processo. Como confiar em “Instituições de
Justiça” que são lentíssimas para condenar os grandes criminosos do capital e
velocíssimas a mandar prender pobre? Como confiar na Defensoria Pública que fez
acordão por cima com a Vale, priorizando ações individuais e com efeito
colateral grave: inibir ações coletivas que são mais potentes? A missão da
DPE/MG precisa ser defender os empobrecidos e violentados, mas atuando com e não para eles e elas. Por que e para que a proximidade de postura
entre MP de MG e o Governo de MG, atrelado ao grande capital em MG? Por que
MP/MG e Defensoria Pública não exigem que o Judiciário julgue e condene a Vale
a pagar, prender os assassinos e confiscar o patrimônio que garanta os recursos
necessários para quitar o que a Vale deve aos atingidos/as e a toda a sociedade
mineira? Se não for condenada pelo judiciário, a Vale continuará explorando, enrolando
e sacrificando os territórios, povos e toda a biodiversidade.
Se tivesse havido justiça no caso do
crime-tragédia das mineradoras em Mariana, não teria acontecido o crime-tragédia
em Brumadinho, possivelmente. Um efeito colateral desse eventual acordão será
inibir lutas populares para pressionar o Judiciário a fazer JUSTIÇA. Com esse
eventual acordão a Vale pagará obras que são responsabilidade do Governo de MG às
custas dos/as atingidos/as. Esse acordão proposto é na prática uma Parceria
Pública Privada (PPP) do Governo de MG com Vale - privatização das
responsabilidades do Estado de MG -, usando a dor e os direitos dos/as
atingidos/as. Repassar dinheiro da Vale para o Governo de MG é PPP na prática. Trocar
a Fundação Renova pelo Governo de MG em um novo acordo é trocar seis por meia
dúzia. Caso os atingidos venham a concordar com algum tipo de acordo, "tem que tirar da mão da Vale o controle do
dinheiro", sim, mas tem que pôr nas mãos dos/as atingidos/as e jamais pôr
no caixa do Governo de MG. “As obras do
rodoanel são de responsabilidade do Estado de MG. A indenização da Vale deve
ser investida em prol de melhorias no meio ambiente impactado em toda a Bacia
do Rio Paraopeba”, alertam os/as atingidos/as. Todas as ações listadas no
eventual acordão são responsabilidade do Governo de MG. Por que e para que usar
a dor e os direitos dos/as atingidos/as para isso? Na prática é uma PPP do Governo
de MG com a Vale S.A usando os/as atingidos/as como balcão de troca. Injustiça
que clama aos céus! A proposta do acordo é recriar uma “Renova” com roupagem
pública da mesma forma que aplicada pela Renova sem a participação dos
atingidos e violando direitos fundamentais! A Vale só assinará um acordão que
seja benéfico para ela e lesivo para as milhares de famílias atingidas. Essa é
a lógica injusta desse acordo. Se o Governo de MG estivesse ao lado dos/os
atingidos/os, não estaria concedendo todas as licenças de projetos de mineração
devastadores que estão todos sendo aprovados. Como fazer acordo com Vale
criminosa reincidente que já matou mais de 300 pessoas e dois rios, colocando
vítimas para acordar com mineradora assassina? Isso é inadmissível.
“A
Vale S.A paga o auxílio emergencial para uns e não para outros da mesma
residência, sendo que os documentos foram enviados junto”, denuncia
atingidos/as. “O que eu e minha família
rebemos hoje de auxílio emergencial não é nem um quarto da renda que tínhamos
antes do rompimento da barragem”, denunciam outros. Se a Vale recorrer
judicialmente, por que não podemos recorrer e pressionar as instâncias
superiores do Judiciário para concluir logo a condenação? Se Ministério
Público, Defensoria Pública e o poder Judiciário não condenarem logo a VALE
criminosa, estarão sendo cúmplices de impunidade. É um absurdo os bloqueios do Auxílio
Emergencial que a empresa vem fazendo hoje, quase dois anos após o crime, com a
desculpa esfarrapada de inconsistência de documentos. O Auxílio Emergencial deve
ser pago até que a Vale S.A conclua todas as indenizações e faça a reparação
integral dos danos impostos aos atingidos/as. E mais, o valor deste auxílio emergencial deveria ser
estabelecido pelas pessoas afetadas. Cortar o Auxílio emergencial é reproduzir
e ampliar a violência do crime.
“Por
que as pessoas atingidas, que são sujeitas e protagonistas, devidamente
representadas por suas Comissões, não estão participando com direito à voz e
direito de deliberação na construção deste acordo? Porque ele está sendo feito
com sigilo de justiça?” Um Programa Social Emergencial será usado como
moeda de troca para tornar o acordão “palatável”? “Sou moradora do bairro Citrolândia, em Betim. Está faltando água todo
dia. As crianças estão adoecendo com a péssima qualidade do pouco de água que
chega para nós. Exigimos direito de participação popular e direito à
informação! NADA POR NÓS SEM NÓS!! “A
nossa vida e a percepção do que atende nossos direitos agora pertencem ao sistema
judiciário e de Estado? Não aceitamos ser tutelados, pois não somos incapazes.”
Os/as atingidos/as têm direito de ter advogados/as que os representem no
processo.
Os direitos dos povos tradicionais estão
sendo violados. Por isso também, é inconstitucional esse pretenso acordo. Quilombolas
clamam: “Queremos que nossas raízes quilombolas
sejam respeitadas, nossa cultura e toda nossa ancestralidade. Queremos
participar das decisões! Não basta de ver os direitos dos nossos irmãos
indígenas e quilombolas ser desrespeitados pelo governo federal? Não somos
descendentes de escravos! Somos um povo nobre e a nossa descendência é de reis
e rainhas da mãe África e que foram trazidos para cá e escravizados”.
“Eu
quero perguntar ao Governo de MG e às “Instituições de Justiça”: Vocês estavam
lá no Córrego do Feijão ou ao longo do Rio Paraopeba dia 25 de janeiro de 2019?
Vocês passaram por tudo o que nós atingidos passamos? Quanto a Vale e o Estado
devem nos indenizar por terem matado nossos irmãos e irmãos, o nosso rio, o
nosso lugar e os nossos sonhos? Vale assassina reincidente tem que ser
excluída de eventual acordo. Ela precisa ser julgada e condenada. Acordo sem o
protagonismo dos/as atingidos/as é acordão lesivo aos direitos dos/as
atingidos. O Governo de MG está junto com agronegócio, FIEMG[3] e
mineradoras. Logo não pode ser o gestor de um eventual acordo.
Os atingidos/as já vivenciam
cotidianamente as violações de direitos desde o rompimento da barragem e agora
sofrerão ainda mais pela ação do Estado ao propor a construção deste acordo desconsiderando
a participação dos/as principais interessados e seu direito à informação.
Feliz quem ouve e leva a sério os
clamores dos/as atingidos/as! Maldito/a quem ignora os clamores de quem sofre
cotidianamente os rastros de morte que o crime-tragédia continuado da Vale e do
Estado segue disseminado. Maldito quem não defende com intrepidez os sagrados
direitos dos/as atingidos/as! Ai de quem não respeita os/as mártires do crime-tragédia
e viola os seus direitos. Basta de atrocidades! Exigimos justiça![4]
Em tempo: Dia 13/11/2020, a CNBB[5] por meio da Comissão de Ecologia Integral e Mineração protocolou um Documento no TJMG com oito páginas de questionamentos ao juiz da 2ª Vara sobre esse Acordo em curso.
Obs. 1: Nos vídeos nos links, abaixo, atingidos/as pelo crime-tragédia da Vale e do Estado em toda a Bacia do Rio Paraopeba falam a pura verdade com cabeça erguida. Vejam e ouçam com atenção o que dizem e exigem os/as atingidos/as!
1 - Silas Fialho
e Natália, atingidos pelo crime da Vale/Estado de MG: clamores por Justiça!
–10/11/20
2 - Fernanda
Perdigão, atingida pelo crime da Vale/Estado: Palavras de fogo - Acordão, NÃO!
- 10/11/2020
3 - Acordo?
-Tomás Nedson e Joelísia Feitosa, dos/as atingidos/as do crime da Vale e do
Estado. 10/11/20
4 - Capitã
Pedrina, atingida pelo crime da Vale/Estado: “Não se apequene diante do
capital”. 10/11/2020
5 - "Basta
de tanta crueldade!" José Raimundo, Ângela e Fernanda, dos/as atingidos/as
do crime da VALE
6 - Acordo sem
poder decisivo com atingidos/as é negociata: Patrícia, Renato e Silvéria/Área
3. 10/11/20
7 - Carlos
Henrique: atingidos Área 5 pela VALE/Estado exigem JUSTIÇA aos atingidos/as.
Julguem a Vale!
8 - Eliana
Marques, atingida Áreas 4 e 5 pelo crime da Vale/Estado, mete o pé no barranco:
ACORDÃO, NÃO!
9 - Renato
Moreira, atingido pelo crime da Vale/Estado, questiona indignado o ACORDÃO com
a Vale11/11/20
10 - Pedrina e
Patrícia Regina, atingida Área 2: “Por que temos que suportar tanta injustiça?”
ACORDÃO?
11 - Capitã
Pedrina, atingida: “Respeitem nossos ancestrais. O Rio e as matas são sagrados.
Acordão?”.
12 - Fernanda Perdigão:
“Acordão do Governo de MG/MP/MG e Vale é leilão dos direitos dos/as
atingidos/as"
13 - Michelle
Regina, atingida de Betim: "Até quando vamos sofrer esperando JUSTIÇA?
Acordão, NÃO!"
14- Fernanda,
Olízia e Joseane, atingidas pelo crime da VALE/Estado: "Respeito! Julguem
logo a Vale"
15 - Silas de
Paula, atingido do Parque da Cachoeira, indignado diante do ACORDÃO da Vale e
Governo de MG
16 - Natália,
atingida da Área 1 (Brumadinho) questiona Acordão de Vale com Governo de
MG/MP/DPE/MG/TJMG
17 - Arthur e
Adriana, da Área 5, atingidos/as pelo crime da VALE/Estado, clamam por Justiça
- 10/11/2020
18 - Lionete, da
Área 4, atingida pela VALE/Estado: “Mataram nossos sonhos tb. Acordão,
NÃO!" - 10/11/20
19 - Tatiane e
Eunice, atingidas pela VALE, Área 4: “Cadê nossos direitos? Basta de nos
matar!” -10/11/20
20 - Grito de dor por Direitos -Áreas 4 e 5 da Bacia do Paraopeba: Eliana Marques, atingida - 10/11/2020
[1]
Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG;
licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo
ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma,
Itália; agente da CPT, assessor do CEBI e Ocupações Urbanas; prof. de
“Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH e de Teologia bíblica
no SAB (Serviço de Animação Bíblica), em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br
– www.twitter.com/gilvanderluis
– Facebook: Gilvander Moreira III
[2]
Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
[3] Federação das Indústrias de
Minas Gerais.
[4]
Gratidão à Carmem Imaculada de Brito, doutora em Sociologia Política pela UENF,
que fez a revisão deste texto.
[5] Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
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