Prefeito de Belo Horizonte
continua intransigente com as Ocupações urbanas, ignora e discrimina milhares
de famílias que não toleram mais a cruz do aluguel e, por isso, partiram para
ocupações para construírem na luta coletiva e na raça moradia própria e digna.
Dias 2, 3 e 4 de julho de
2014, cerca de 120 pessoas de 09 Ocupações urbanas de Belo Horizonte, MG,
ocuparam a sede da URBEL (Companhia de Urbanização da Prefeitura de Belo
Horizonte), à Av. do Contorno, esq. com Rua da Bahia, na capital mineira. A PBH/URBEL
requereu judicialmente reintegração de posse do prédio, antes de ir negociar
com o povo que ocupava o prédio. Mas o pedido de reintegração caiu nas mãos de
um juiz sensato, Dr. Magid Nauef Láuar, da 1ª Vara Fazenda Pública Municipal, que foi à sede da
URBEL ocupada por dois dias consecutivos e fez três reuniões com as lideranças
das Ocupações presentes na URBEL ocupada, em um total de 11 horas de escuta e
de diálogo, de Audiência de tentativa de Conciliação. Somente na 2ª reunião, na
tarde do dia 03/07/2014, o presidente da URBEL, participou, mas diante das
reivindicações e dos clamores de milhares de pessoas das ocupações, ali
representados por dezenas de lideranças, se limitou a repetir: “Isso não
assumo.” “Isso não é competência da URBEL.” “Não ligo para outros secretários.
Não ligo para o prefeito.” Se esquivou de qualquer compromisso. As promotoras
do Ministério Público da área de Direitos Humanos, Dra. Cláudia Amaral e Dra.
Janaína, e o defensor público da DPE/MG da área de Direitos Humanos, Dr. Ayrton,
defendiam com ardor a causa dos pobres pisados pelo Estado, pela municipalidade.
O juiz se esforçou para chegar em uma conciliação, mas a prefeitura, ali
representada pelo presidente da URBEL, certamente já com ordens do prefeito
Márcio Lacerda (PSB) para não ceder em nada, se manteve intransigente. Assim a
Ocupação teve que continuar por mais um dia, enquanto o povo passava fome,
inclusive cerca de 30 crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde. Eis,
em pdf, no link, abaixo, a Ata da Reunião que atesta a postura intransigente,
fria, insensata, injusta e inconstitucional do prefeito de BH e da PBH.
Detalhe: Na Ata consta que pedimos que fosse liberada a entrada de alimentação
para o povo. O juiz Dr. Magid deliberou, mas a polícia continuou proibindo a
entrada da alimentação, só deixando a alimentação entrar às 22:40h, depois que
as cerca de 120 pessoas, inclusive 30 crianças, já tinham passado fome o dia
inteiro. Cf. o teor da Ata no link, abaixo.
Abraço na luta. Frei Gilvander Moreira.
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