quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Nossa Bíblia é cópia da cópia da cópia ... Por frei Gilvander

Nossa Bíblia é cópia da cópia da cópia ... Por frei Gilvander Moreira[1]


Quando eu ainda criança comecei a ter contato com a Bíblia, pensava que a Bíblia era simplesmente Palavra sagrada, Palavra de Deus e que devíamos ler e buscar colocar em prática, mas ao estudar Teologia e principalmente no mestrado sobre hermenêutica bíblica é que fui descobrir que a Bíblia é literatura construída ao longo de 1.300 anos em um processo complexo que contou com uma multidão de pessoas que tinham fé no Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, Javé, Deus solidário e libertador, que fez opção pelos escravizados/as e se aliou à caminhada e luta por “terra, pão e paz”. A Bíblia não foi ditada por Deus aos escritores/as dela, mas foi escrita por homens e mulheres, em seus contextos históricos. Logo, para as pessoas cristãs – que acreditam no Deus Javé -, a Bíblia é Palavra de Deus, mas segundo pessoas humanas situadas historicamente com suas belezas e contradições. Ao estudarmos a Bíblia cristã descobrimos que a Bíblia é cópia da cópia da cópia ... Por isso, quem lê a Bíblia de forma fundamentalista e se projeta nela tirando conclusões moralistas está completamente errado e se torna cego guiando cego e, muitas vezes, deixa de ser pastor/a e passa a ser “lobo travestido de cordeiro”, que não cuida do rebanho, mas o tosquia. É árido, mas veja abaixo um pouco da construção da Bíblia.

Temos muitos Manuscritos de Textos Bíblicos em Hebraico. A Bíblia a que temos acesso hoje é fruto de cópias de cópias, pois, não existe mais nenhum texto original de todos os livros da Bíblia escritos na língua hebraica e aramaica. Estes manuscritos receberam o nome de Códices. Hoje eles não superam o número de 2.000. A maior parte desses códices foram escritos no século XIV da Era Cristã (E.C.); cerca de 50 manuscritos do séc. XIII E.C.; e oito do séc. XII E.C. Poucos são do séc. IX-XI E.C.. Entre esses está o códice dos profetas de Cairo do ano 895 E.C., escrito por Moisés Asher; o Códice de Aleppo, que compreendia todo o Primeiro Testamento da Bíblia, foi escrito na segunda metade do séc. X, e que serviu de base para a nova edição crítica aos cuidados da Universidade hebraica de Jerusalém. O códice dos profetas de Leningrado, do ano 916 E.C., com a vocalização supralinear babilonês; o Códico B 19ª de Leningrado, escrito em 1008 E.C. que compreende todo o Primeiro Testamento bíblico.

A todos esses códices devem ser acrescidos os fragmentos de códices do séc. VII ao VIII da E.C. que foram encontrados na sinagoga em Cairo, no Egito, e poucos foram publicados. Graças a esta descoberta foi possível estudar diversos sistemas de vocalização em uso nos manuscritos hebraicos até o século XI, conhecida como vocalização de Tiberíades, que está em uso até hoje.

Muito importante para os estudos bíblicos foi a descoberta dos manuscritos ou fragmentos bíblicos encontrados nas grutas de Qumran. De todos os livros do Primeiro Testamento foram encontrados livros ou fragmentos, exceto o livro de Ester, que remonta ao séc. III a.E.C. ao I séc da E.C. Foram feitas diversas edições críticas do Texto Massorético (TM) – entre elas a Bíblia Hebraica Stuttgartensia[2]. O Texto Massorético com a introdução das vogais e a disposição externa definitiva do texto é obra da escola de Moisè ben Asher, do séc. VIII-X da E.C.  As consoantes remontam certamente ao séc. I e II da E.C.  e foi fixado criteriosamente por judeus cultos e sábios sob a base de bons manuscritos antigos.

Temos assim a certeza de poder ler em nossos dias o texto hebraico com as consoantes na sua forma, muito próximo dos últimos séculos antes de Cristo ou talvez do seu tempo e das primeiras comunidades cristãs. Ao confrontar com a tradução da LXX, com o Pentateuco Samaritano e outros documentos antigos, os estudiosos da história do Texto Massorético não hesitam em afirmar que o texto hebraico e aramaico não sofreu mudanças substanciais, por isso não teriam alterado o conteúdo principal.

Temos várias Traduções da Bíblia Hebraica. As antigas versões da Bíblia foram muito importantes, porque serviram para a reconstrução do texto bíblico original. Existem traduções inteiras da Bíblia, seja do Primeiro quanto do Segundo Testamento, mas não temos mais nenhum manuscrito nas línguas originais. Mesmo que tenhamos apenas cópias de cópias, estas versões são os textos que foram lidos, estudados e comentados nas Igrejas e comunidades antigas e nos oferecem a riqueza de seus comentários aos textos bíblicos.

Estes manuscritos foram submetidos às condições de transmissão próprias de seu tempo, por esta razão é muito importante o estudo, o confronto crítico de cada um deles, para poder reconstruir a sua história, o quanto possível com o seu original. Sabemos que alguns capítulos e/ou versículos foram escritos na língua aramaica e tantos outros foram traduzidos para esta língua.

Toda a Bíblia Hebraica foi traduzida para o Aramaico. Os textos originais em aramaico que integram a Bíblia Hebraica são muito poucos na proporção do texto hebraico. Todos os demais textos hebraicos da Biblia hebraica foram traduzidos para o aramaico, após o exílio da Babilônia e receberam o nome de Targumim.

Os Targumim – plural de Targum - tem o significado de “interpretação”, no plural, “Interpretações”. Essas traduções possibilitaram aos descendentes dos Povos bíblicos, sediados na região da Babilônia, a terem acesso ao texto sagrado em hebraico, por meio da tradução para o aramaico. Com o passar dos anos os descendentes não falavam mais na língua materna e consequentemente não aprendiam mais a ler e escrever na língua dos pais, o hebraico.

  Havia até uma tradução separada de cada uma das partes da Bíblia Hebraica: a Torá (Instruções/Lei) os Nevivim (Profetas) e os Ketuvim (Escritos).

Do Targum Jerosolimitano II eram conhecidos apenas alguns fragmentos, mas ele foi encontrado completo na Biblioteca do Vaticano. Além de ser escrito em ótimo aramaico, sua importância também está na antiguidade do texto. Dele se originaram o Targum Ionatan, que é também conhecido por Jerosolimitano I, e o Targum Onkelos do séc. IV da E.C. Este último teve grande aceitação entre os judeus pela sua fidelidade ao texto hebraico e por trazer poucas paráfrases arbitrárias.

  Dos livros proféticos anteriores e proféticos propriamente ditos há a tradução de Ionatkan ben Uzziel, que mais se parece com uma paráfrase do que uma verdadeira tradução.

  Por fim, os Escritos que correspondem aos livros sapienciais, cuja tradução é obra de diversos autores, seja pelo seu estilo, como pela variedade de línguas. Os livros de Jó, Salmos e Provérbios trazem uma tradução literal do texto hebraico, enquanto o Cântico dos Cânticos a tradução é parafraseada e livre.

  Na crítica textual para a reconstrução do texto original, os Targumim tem maior ou menor importância segundo a fidelidade ou não, ao texto original, de quem os traduziu. Mas esses são importantes para a história antiga da hermenêutica bíblica.

  Tradução Siríaca da Peshita de certa forma foi favorecida pela proximidade da língua siríaca com o hebraico e o aramaico. Ela continha grande parte do Primeiro Testamento, mas não era completa e foi feita no II séc. da E.C., mas em seguida ela foi completada com os livros deuterocanônicos tomados de uma tradução da LXX, exceto o Eclesiástico, que foi traduzido do hebraico. Esta tradução é muito fiel, clara pela elegância da língua. Contudo, ela foi deteriorada pela infiltração de lições da LXX, ainda assim, ela continua sendo um ótimo subsídio para a crítica documental do Primeiro Testamento. 

As traduções árabes do Primeiro Testamento hebraico foram feitas ainda na Idade Média, seja do texto hebraico, grego ou siríaco, pelo fato de ser um texto recente e em forma parafraseada, pouco servem para reconstituir o texto hebraico antigo. 

 

Referências

BÍBLIA HEBRAICA STUTTGATENSIA. Stuttgart, Germany, Gesamtherstellung Biblia-Druck, 1967/77, 1983.

MARTINI Carlo M.; BONATTI D. Pietro. Il Messaggio della salvezza, Introduzione Generale. Torino: Elle Di C, 1990. p. 185-215.

04/01/2024

Obs.: As videorreportagens nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado, acima.

1 – Um Tom de resistência - Combatendo o fundamentalismo cristão na política

2 - Bíblia: privatizada ou lida de forma crítica libertadora? Por frei Gilvander, no Palavra Ética

3 - Deram-nos a Bíblia. “Fechem os olhos!” Roubaram nossa terra. Xukuru-Kariri, Brumadinho/MG. Vídeo 5

4 - Agir ético na Carta aos Efésios: Mês da Bíblia de 2023. Por frei Gilvander (Cinco vídeos reunidos)

5 - Andar no amor na Casa Comum: Carta aos Efésios segundo a biblista Elsa Tamez e CEBI-MG - Set/2022

6 - Toda a Criação respira Deus: Carta aos Efésios segundo o biblista NÉSTOR MIGUEZ e CEBI-MG, set 2022

7 - Chaves de leitura da Carta aos Efésios, segundo o biblista PEDRO LIMA VASCONCELOS e CEBI/MG –Set./22

8 - Estudo: Carta aos Efésios. Professor Francisco Orofino

9 - Carta aos Efésios: Agir ético faz a diferença! - Por frei Gilvander - Mês da Bíblia/2023 -02/07/2023

10 - Bíblia, Ética e Cidadania, com Frei Gilvander para CEBI Sudeste

11 - Contexto para o estudo do Livro de Josué - Mês da Bíblia 2022 - Por frei Gilvander - 30/8/2022

12 - CEBI: 43 anos de história! Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos lendo Bíblia com Opção pelos Pobres



[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br      –       www.twitter.com/gilvanderluis        –     Facebook: Gilvander Moreira III

[2] BÍBLIA HEBRAICA STUTTGATENSIA. Stuttgart, Germany, Gesamtherstellung Biblia-Druck, 1967/77, 1983.

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Bíblia Hebraica, 39 livros da Bíblia Cristã. Por frei Gilvander

Bíblia Hebraica, 39 livros da Bíblia Cristã. Por frei Gilvander Moreira[1]


A Bíblia que o povo cristão lê não caiu pronta do céu, foi se formando ao longo de muitos séculos. Herdamos da Bíblia Hebraica 39 livros do Primeiro Testamento. A Bíblia Hebraica deu origem a todas as Bíblias que conhecemos e estão em uso, sobretudo nas comunidades judaicas, cristãs e muçulmanas. Importante conhecermos as línguas que estão na sua base, os manuscritos que formaram a Bíblia, o cânon, sua divisão interna, a tradução da Bíblia hebraica para o aramaico, o grego, o latim e as línguas modernas.

          O nome ‘Bíblia Hebraica’ é dado aos trinta e nove livros que fazem parte do Primeiro Testamento bíblico, escritos na língua hebraica e pequenas partes, de alguns livros bíblicos na língua aramaica. As línguas hebraica e aramaica eram usadas no tempo de Jesus, inclusive. Quase todo o Primeiro Testamento foi escrito em hebraico e no aramaico são poucos textos[2]. Ambas as línguas são do mesmo tronco linguístico, o semita.

          O hebraico faz parte das línguas semitas, junto com o antigo cananeu, o ugarítico, o aramaico, o fenício e o moabítico. O primeiro documento encontrado nesta língua foi o calendário agrícola, na cidade Gezer, no século IX antes da Era Cristã (a.E.C.). A Stela de Mesha foi encontrada na mesma época e sua escrita é moabítica, muito parecida com o hebraico. No período do exílio da Babilônia por volta do séc. VI a.E.C., a língua hebraica falada decaiu muito, e começou-se a falar o aramaico, embora o hebraico continuasse a ser a língua oficial e erudita usada na liturgia.

Os escritos que nasceram depois deste período foram escritos em hebraico. Em ambas as línguas, hebraico e aramaico, o alfabeto é escrito na forma quadrada. Os exemplos mais antigos que temos da escrita aramaica são os papiros de Elefantina do séc. V a.E.C. e os manuscritos de Qumran. A língua aramaica, às vezes, é chamada também de caldaica ou aramaico antigo, para distingui-la da forma linguística mais recente.

          A história do texto hebraico do Primeiro Testamento pode ser apresentada em três períodos sucessivos: o primeiro período vai até o final da era veterotestamentária, que compreende a fase da flutuação do texto, sofrendo algumas mudanças ao confrontar o Texto Massorético (TM)[3] com a Tradução da LXX que vai até o séc. III-II a.E.C. Nota-se nesta fase, oscilação na transcrição dos textos, mudança na sequência dos capítulos do TM, por exemplo, no livro de Jeremias, a LXX coloca os cc. 46-51 após o c. 25,14, alterando o texto original.  

          No segundo período que vai do 1º séc. a.E.C. até o ano 500 da Era Cristã (E.C.), o texto bíblico hebraico e aramaico não sofreram mais a variação das consoantes, o que significa que uma tradição textual prevaleceu sobre as demais, este fato pode ter ocorrido talvez no período do sínodo judaico em Jâmnia, por volta da década de 80 E.C. Nesta época houve também a fixação do texto hebraico e aramaico, o que é comprovado pela tradução de Áquila, Símaco e Teodocião. Estas traduções já supõem um texto original, completamente uniforme e idêntico quanto às consoantes, e ao Texto Massorético.

          No terceiro e último período, que vai do ano 500 a 900, o texto bíblico hebraico e aramaico chegou a uma estabilidade definitiva também quanto ao vocabulário, sem divergências com o Texto Massorético. Os Massoretas fixaram o texto bíblico hebraico com muita seriedade, observando os mínimos detalhes deixando o texto original invariável, também se notassem um erro de transcrição, anotando no alto ou no rodapé as propostas de observações feitas ao texto e são conhecidas como ‘massora grande’. Na margem lateral do texto eram feitas as observações de como as palavras deveriam ser escritas e lidas, esta é conhecida como ‘massora pequena’.

          Faz parte do Cânon o conjunto de todos os escritos que compõem a Bíblia hebraica, na qual existem trinta e nove livros aceitos e reconhecidos como inspirados por Deus. Canon vem de uma palavra grega e significa: cana ou tubo que servia para medir, ou ainda pode significar regra ou norma. Aplicado à Bíblia, é a norma que estabelece o número de livros inspirados em cada denominação religiosa que faz uso da Bíblia. Canon é usado também para falar do Canon da Missa, são as normas estabelecidas de como o celebrante deve proceder para realizar a celebração da Eucaristia.

          O cânon da Bíblia hebraica foi fixado em Jâmnia no final do 1º século da E.C. ele é seguido até hoje pelos Judeus, pelos Evangélicos e (neo)pentecostais nas suas diversas denominações para o Primeiro Testamento. Mesmo que a aprovação solene e definitiva do cânon para a Igreja católica tenha sido no Concílio de Trento em 1546 da E.C., muito antes, ainda nos tempos apostólicos, os escritos eram aceitos e lidos nas comunidades, o Primeiro Testamento na Tradução da ‘Setenta’ e o Segundo Testamento os vinte e sete livros que o integram.

          A relação dos trinta e nove livros que formam a Bíblia hebraica[4] está relacionada em cada uma das três grandes partes que compõem a sua divisão interna: A Torá (A Lei), Neviim (Os Profetas) e Ketuvim (Os Escritos).

          A primeira parte da Bíblia hebraica é conhecida pelo nome Torá, normalmente traduzido por Lei, mas a tradução mais adequada corresponde a: “instrução e ensinamento”. A Lei é entendida como “A lei de Deus”, dada ao povo por meio do seu servo Moisés e outros: “Deus falou a Moisés e Arão e disse-lhes: Eis um Estatuto da Lei que Deus prescreve. Fala aos israelitas” (Nm 19,1-2). É frequente encontrar nestes livros as ordens de Deus, por isso elas são de valor máximo dentro da tradição judaica.

A Toráh – Lei de Deus!   Os livros que integram a Toráh são cinco e seguem a seguinte ordem dentro da Bíblia hebraica: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e o Deuteronômio. Na língua original eles são chamados pela primeira palavra que dá início ao livro. Por exemplo, a transliteração do primeiro livro da Bíblia hebraica é: “Bereschit” (= Num princípio) corresponde ao livro do Gênesis, de origem grega e prevaleceu nas traduções dos nomes das Bíblias e não a denominação hebraica.

Os Neviim – Profetas! A segunda parte da Bíblia hebraica são os “Neviim”, formada pelos livros proféticos, subdividida, por sua vez, em dois grupos, os profetas anteriores e os profetas posteriores. São chamados de profetas anteriores: Josué, Juízes, I e II Samuel e I e II Reis e profetas posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel com os doze profetas menores: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. O livro de Daniel não é considerado profético, ele entrou no bloco dos ‘Escritos’. Este segundo bloco de livros, os proféticos, tem grande autoridade e são tidos como livros inspirados e canônicos pelo judaísmo.

Os Ketuvim – Escritos! O terceiro e o último bloco da Bíblia hebraica é formado pelos “Ketuvim”, os Escritos. Fazem parte do grupo dos Escritos os demais livros, tidos como inspirados, mas de menor autoridade na comunidade judaica. São eles: Salmos, Jó, Provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, Lamentações, Ester, Daniel, Esdras, Neemias, I e II Crônicas. Muitos desses escritos são antigos, alguns Salmos atribuídos a Davi, coleção de Provérbios coletados por Ezequias, segundo a informação dos próprios textos.

          TaNak é a palavra que sintetiza as três partes da Bíblia hebraica, usada pelos judeus. São trinta e nove livros do Primeiro Testamento, exceto sete livros considerados deuterocanônicos e mais os vinte e sete livros do Segundo Testamento da Bíblia cristã. Os estudiosos tomaram as letras iniciais da ‘Torá’ normalmente traduzida por Lei, dos ‘Neviim’, profetas e profetisas e dos ‘Ketuvim’ que são os escritos sapienciais. Estas iniciais formam a palavra: TaNaK que corresponde ao conteúdo da Bíblia hebraica, enquanto a Bíblia usada pelos católicos contém setenta e três livros.

12/12/2023

 

Obs.: As videorreportagens nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado, acima.

1 – Bíblia: privatizada ou lida de forma crítica libertadora? Por frei Gilvander, no Palavra Ética

2 - Deram-nos a Bíblia. “Fechem os olhos!” Roubaram nossa terra. Xukuru-Kariri, Brumadinho/MG. Vídeo 5

3 - Agir ético na Carta aos Efésios: Mês da Bíblia de 2023. Por frei Gilvander (Cinco vídeos reunidos)

4 - Andar no amor na Casa Comum: Carta aos Efésios segundo a biblista Elsa Tamez e CEBI-MG - Set/2022

5 - Toda a Criação respira Deus: Carta aos Efésios segundo o biblista NÉSTOR MIGUEZ e CEBI-MG, set 2022

6 - Chaves de leitura da Carta aos Efésios, segundo o biblista PEDRO LIMA VASCONCELOS e CEBI/MG –Set./22

7 - Estudo: Carta aos Efésios. Professor Francisco Orofino

8 - Carta aos Efésios: Agir ético faz a diferença! - Por frei Gilvander - Mês da Bíblia/2023 -02/07/2023

9 - Bíblia, Ética e Cidadania, com Frei Gilvander para CEBI Sudeste

10 - Contexto para o estudo do Livro de Josué - Mês da Bíblia 2022 - Por frei Gilvander - 30/8/2022

11 - CEBI: 43 anos de história! Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos lendo Bíblia com Opção pelos Pobres



[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br      –       www.twitter.com/gilvanderluis        –     Facebook: Gilvander Moreira III

[2] Escritos bíblicos na língua aramaica: Jr 10,11; Dn 2,4b-7,28; Esd 4,8-6,18; 7,12-26.

[3] Os Massoretas são os que fixaram o texto hebraico da Bíblia, limitando as possibilidades de interpretação e desvios. Eles reafirmaram as 22 consoantes enriquecidas com as vogais escritas abaixo e acima das consoantes, para fixar a pronúncia, a escrita e o significado das palavras.

[4] MARTINI Carlo M.; BONATTI D. Pietro. Il Messaggio della salvezza 1, Introduzione Generale. Torino: Elle Di C, 1990. P.125-129.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Umbanda, religião que prega o amor, a paz, a fraternidade e o respeito. Por frei Gilvander

 Umbanda, religião que prega o amor, a paz, a fraternidade e o respeito. Por frei Gilvander Moreira[1]

Cartazes em uma praça de Ibirité, MG, onde aconteceu sessão (gira) de Umbanda, dia 15/11/23. Foto: Alenice Baeta

No dia 20 de novembro de 2023, Dia da Consciência Negra, dia do martírio de Zumbi, em 1695, líder do Quilombo de Palmares, dia de reforçarmos as lutas justas e necessárias para superarmos as relações sociais escravocratas com acesso à terra, à moradia digna, à educação emancipatória, à saúde pública de qualidade, à cultura libertadora, com protagonismo do povo negro, em lutas que superem o racismo estrutural e institucional incrustado no capitalismo, ciente de que dentro do capitalismo é impossível se superar o racismo e o colonialismo, marchemos para a construção de uma sociedade socialista com as especificidades brasileiras. No dia de hoje dedico um tributo ao Povo Negro, especialmente ao povo da Umbanda que se congrega em uma grande pluralidade.

Dia 15 de novembro de 2023, parece que conduzido pelos bons espíritos, tive a alegria de assistir a uma sessão (gira) de Umbanda em uma das praças da cidade de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, MG. Ao passar pela praça, me chamou a atenção a presença de um grupo vestido de branco, as mulheres com vestido rodado e uns cartazes que diziam: “Dia 15 de novembro é Dia Nacional da Umbanda”. Outro cartaz dizia: “A roupa branca que você gosta de vestir na virada do ano é da religião que você oprime o ano inteiro”. Outro cartaz dizia: “Não precisamos de Dia da consciência negra, branca, parda ou albina, mas de 365 dias de consciência humana. Viva a Umbanda!”. “A Umbanda é uma religião que abre suas portas para todos sem julgamento, apenas acolhe com amor, fraternidade e respeito”. “Intolerância religiosa é crime”, dizia outro cartaz, da Tenda Estrela da Guia, do Caboclo Rompe Mato. Faz parte de uma importante e complexa categoria de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Ancestral Africana, os “Povos de Terreiro”, compostos pelos segmentos do Candomblé das nações de Ketu, Angola e Jeje, Angola-Muxikongo, de Umbanda e Omolocô de diferentes linhas e por Reinados nas mais diversas linhagens, dentre outros.

Rubens, um dos umbandistas que coordenava os trabalhos, me disse que apenas nos últimos anos eles estão podendo celebrar na praça, pois durante várias décadas tiveram que celebrar escondido para não serem perseguidos. O Rubens me acolheu e disse que eu poderia ficar à vontade, inclusive filmar, se eu quisesse. Acabei filmando quase 90 minutos a sessão de Umbanda na praça pública, com atabaques e cantorias que cantam a libertação do povo negro escravizado e a bênção dos ancestrais. Rezaram algumas vezes Pai Nosso e Ave Maria. Fizeram sinal da cruz e preces inclusive a Nossa Senhora do Rosário. Estiveram presentes no ritual integrantes da Guarda de Moçambique de Ibirité. Algumas pessoas, fumando cachimbo, incorporaram Caboclo Velho, que ofereceu passe a quem quis. Com um defumador todas as pessoas foram incensadas. Vinho e outra bebida foram partilhados e no final uma canjica foi partilhada com todas as pessoas presentes. Enfim, saí de lá me sentindo abençoado por outra religião e me perguntando: Por que pessoas que se dizem cristãs, sejam católicas ou (neo)pentecostais perseguem os Povos de Terreiro? Vi que existem muitas semelhanças entre a celebração na Umbanda e as celebrações que se fazem nas igrejas cristãs: cantos, orações, bênçãos, partilha etc. Mesmo que fossem totalmente distintas as formas de celebração e de rituais, não há motivo para discriminação e muito menos perseguição, pois os Povos de Terreiro  pregam o amor, a paz, a fraternidade e o respeito. Além do mais, o Brasil é um país laico, ou seja, está garantido na Constituição Federal de 1988 a liberdade de credo de todas as religiões e igrejas, bem como a alteridade cultural. O Brasil não é um país confessional, de uma única religião, o que seria ditadura religiosa. O que é tipificado como crime é a intolerância religiosa. Sei que o preconceito é fruto de desconhecimento e falta de informação correta e histórica. Não há como amar o que se desconhece.

O biblista e teólogo da Teologia da Libertação Marcelo Barros nos recorda que “o termo Umbanda vem do idioma quimbunda de Angola e significa “arte de curar”, ou hoje podemos traduzir por “arte de cuidar”, o que liga a fé e a espiritualidade ao cuidado uns dos outros/umas das outras, assim como cuidado da mãe-Terra e da natureza. Assim como em sua sociedade Jesus valorizou os samaritanos, cultural e espiritualmente, reconhecemos nas comunidades de Umbanda essas comunidades samaritanas que têm ajudado as pessoas negras e pobres a salvaguardar a consciência de sua dignidade humana e a necessária e salutar cultura comunitária da qual a nossa sociedade precisa tanto.

Dia 15 de novembro deste ano de 2023, celebramos o aniversário de 115 anos da criação da Umbanda, uma religião propriamente brasileira. No dia 15 de novembro de 1908, em São Gonçalo, periferia do Rio de Janeiro, o médium Zélio Fernandino de Moraes fundou a Umbanda, que se baseia em três conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor. O termo “Umbanda” vem de Angola e quer dizer “arte de curar”. A Umbanda sintetiza elementos do Candomblé banto, do Espiritismo kardecista e do Catolicismo popular.

Infelizmente, até hoje, há grupos cristãos fundamentalistas que combatem e perseguem as religiões afrodescendentes. É mais triste ainda constatar que fazem isso em nome de Jesus. Conforme o Evangelho, Jesus afirmou que pelos frutos se conhece a árvore. No Brasil e em todo o continente, os frutos das religiões negras têm sido preservar as culturas originárias, manter a unidade das comunidades e, em nossos dias, testemunhar a toda a humanidade uma espiritualidade que liga o amor social ao cuidado afetuoso com a mãe-Terra e toda a natureza.

No passado e até hoje, a Umbanda e as outras religiões indígenas e negras foram discriminadas, condenadas e mesmo perseguidas pela nossa Igreja e, hoje ainda, por grupos católicos fundamentalistas e (neo)pentecostais. Por isso, temos uma dívida moral com a Umbanda e as espiritualidades de matriz afro e podemos, em nome de Jesus, afirmar em bom e alto sim: Viva a Umbanda!

Filmei e pus no youtube no Canal “Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos” quase 90 minutos da sessão de Umbanda que assisti, para quem quiser assistir e conhecer um pouco da beleza ética e espiritual da Umbanda e dos demais Povos de Terreiro.

Sejamos construtores de paz com respeito entre as religiões, igrejas e pessoas religiosas e não apenas tolerância. Que a luz e a força divina nos guiem sempre inclusive no processo de libertação de preconceitos e discriminações.

 20/11/23

Obs.: As videorreportagens nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado, acima.

1 - 15/11, Dia Nacional da Umbanda, que é Amor, Paz, Fraternidade e Respeito. Intolerância Rel. é crime!


2 - Curta-documental O CHAMADO DA UMBANDA

3 - O Que é Umbanda – Documentário



[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br      –       www.twitter.com/gilvanderluis        –     Facebook: Gilvander Moreira III 

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Catar versículos bíblicos para justificar preconceitos? Por frei Gilvander

Catar versículos bíblicos para justificar preconceitos? Por frei Gilvander Moreira[1]

Foto Reprodução de Redes Virtuais

Invocado sob muitos nomes, mistério de amor que nos envolve e perpassa, Deus, segundo a Bíblia, se revela na história[2], nas entranhas dos fatos e acontecimentos que fazem a história. Assim, para quem acredita em Deus, a caminhada e lutas de libertação de todo e qualquer tipo de escravidão se dá na companhia amorosa de Deus. A revelação de Deus se faz presente na transitoriedade humana, ou seja, no tempo e no espaço com a progressividade de um caminho com início, realização e o cumprimento em Cristo Jesus. Isso não significa dizer que seja um caminho sem tensões, retrocessos e avanços. O caminho da revelação divina se faz na história das lutas libertárias dos povos explorados e injustiçados e por meio da palavra que a interpreta e orienta. Nas relações humanas e sociais dos acontecimentos históricos a iluminação interior confere ao profeta/profetisa ou à comunidade de fé a inteligência de ler, à luz de Deus, os acontecimentos, seja pela palavra oral ou escrita, fazendo a leitura e a interpretação dos fatos e da realidade que nos envolve.

          A revelação bíblica não é mágica. Ela passa pela mediação humana não só porque a palavra chega até nós por meio dos profetas/profetisas e dos/as apóstolos/as e, por ser histórica, ela necessita da mediação para ser transmitida e atualizada para o ser humano e a comunidade que a acolhem. A revelação é o entrelaçar-se de movimentos históricos e sagrados da iniciativa livre e gratuita de Deus e das reflexões do ser humano para compreendê-la e abraçá-la.

          A revelação é dialógica e pessoal por meio do encontro de Deus com o ser humano, que se coloca em uma atitude de escuta e de abertura ao mistério de amor que nos envolve. É um diálogo profundo, vital; não só troca de conhecimentos. Deus fala com o ser humano para libertá-lo e torná-lo humano-divino. Podemos dizer que a revelação é, ao mesmo tempo, teológica e antropológica, porque revela o mistério de Deus e a vocação/missão humana. Deus revela o seu desígnio sobre o ser humano, a história, dá normas de conduta, explica os acontecimentos que são dados ao ser humano para viver, conviver e lutar para que um projeto de vida para todos/as se torne realidade: o reino de Deus a partir do aqui e do agora. Deus se revela em uma comunhão de pessoas, em um diálogo de conhecimento e de amor, no qual o ser humano é inserido pela fé, que é disposição existencial para acolher e lidar com o mais profundo do nosso ser.

          A revelação divina manifesta-se trinitária em que as três pessoas da Trindade Santa estão na origem com modalidades próprias da revelação: o Pai tem a iniciativa de buscar comunhão com o ser humano; Jesus Cristo é a revelação plena do amor do Pai e do Espírito Santo, que interpreta e atualiza as palavras, gestos e sinais que Jesus realizou. Jesus Cristo é revelador do Pai e do Espírito Santo e de si mesmo, ao realizar o projeto do Pai/Mãe, repito, mistério de infinito amor. Jesus é o revelado pelo Pai: “Tu és meu Filho amado, em ti me comprazo” (Mc 1,11) como também na transfiguração: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo, ouvi-o” (Mt 17,1-8). Em Jesus Cristo a revelação encontra o seu cumprimento pleno. Enquanto no Primeiro Testamento a espera de Cristo é incompleta e ainda não realizada, no Segundo Testamento bíblico, mesmo que o Cristo seja a revelação máxima, é “ainda não”, será plena só na escatologia, no fim dos tempos; enquanto estamos no tempo presente, resta sempre uma revelação na fé.

          A Revelação é sempre iniciativa de Deus em busca do ser humano, a quem se revela de mil formas desde a criação do universo nas ondas da evolução, do próprio ser humano e ao longo da sua história. Ao registrar estas experiências de encontro com os/as hagiógrafos/as, são estes/estas mesmos/as que reconhecem, novamente, que é Deus quem os inspirou e conduziu para que escrevessem tudo aquilo que é da sua vontade, e para a nossa libertação e salvação.

Como se dá a inspiração dos textos bíblicos? No documento do Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina, Dei Verbum, os Padres conciliares afirmam, com convicção, que todos os escritos da Sagrada Escritura foram inspirados pelo Espírito Santo. Dizem eles: “consideram como sagrados e canônicos os livros inteiros tanto do Antigo como do Novo Testamento com todas as suas partes. Todavia, para escrever os Livros-Sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens – e mulheres - na posse das suas faculdades e capacidades para que agindo neles e por meio deles, pusessem por escrito como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que ele quisesse[3].”

          Como esses livros foram escritos por homens e mulheres, à maneira humana, quem interpreta as Sagradas Escrituras deve investigar com atenção o que os/as hagiógrafos/as quiseram dizer e aprouve a Deus revelar por meio deles e delas. Para isso, devem ser levados em conta os gêneros literários para descobrir o sentido que os/as hagiógrafos/as, segundo as condições de tempo e cultura, quiseram expressar. Havia entre pessoas de Deus, profetas e profetisas, sacerdotes e sábios dos Povos da Bíblia (Jr 18,18) que foram considerados mediadores da mensagem divina, cuja autoridade é inquestionável. Óbvio que, como na busca do ouro é preciso peneirar o que está junto com o ouro, mas não é ouro, ao ler um texto bíblico precisamos interpretar, ou seja, peneirar o sentido que possivelmente é mensagem divina e o que o/a autor/a colocou ali pelos seus condicionamentos culturais, sociais e religiosos.

          Quando os/as autores/as do Segundo Testamento citam o Primeiro Testamento bíblico, referem-se aos seus autores e autoras, aos quais conferem um valor divino. A Igreja reconhece também nas palavras desses profetas[4] a presença de um carisma semelhante ao dos antigos profetas (Lc 1,70; At 2,24). As cartas do Apóstolo Paulo circulavam entre as comunidades, eram lidas e refletidas por elas, conforme nos informam as próprias cartas (Cl 4,16; 1Ts 5,27).

          Depois de considerarmos a Revelação divina para a humanidade por livre iniciativa e por amor, lembrando que Deus inspirou homens e mulheres ao longo da história, para registrarem a experiência humana, social e religiosa que o povo fez com o mistério de amor que nos envolve, não podemos esquecer que a Bíblia é uma biblioteca, 73 livros, ou seja, a Bíblia é obra literária...
e como tal deve ser interpretada. É ingenuidade e erro grave dizer: “a Bíblia basta ser lida e colocada em prática”. Toda leitura suscita e requer interpretação, que precisa ser sensata e libertadora. Não podemos sair catando versículos e citando-os para justificar nossos preconceitos e posturas muitas vezes moralistas e fundamentalistas, o que recai em idolatria.

08/11/2023

Obs.: As videorreportagens nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado, acima.

1 – Agir ético na Carta aos Efésios: Mês da Bíblia de 2023. Por frei Gilvander (Cinco vídeos reunidos)

2 - Andar no amor na Casa Comum: Carta aos Efésios segundo a biblista Elsa Tamez e CEBI-MG - Set/2022

3 - Toda a Criação respira Deus: Carta aos Efésios segundo o biblista NÉSTOR MIGUEZ e CEBI-MG, set 2022

4 - Chaves de leitura da Carta aos Efésios, segundo o biblista PEDRO LIMA VASCONCELOS e CEBI/MG –Set./22

5 - Estudo: Carta aos Efésios. Professor Francisco Orofino

6 - Carta aos Efésios: Agir ético faz a diferença! - Por frei Gilvander - Mês da Bíblia/2023 -02/07/2023

7 - Bíblia, Ética e Cidadania, com Frei Gilvander para CEBI Sudeste

8 - Contexto para o estudo do Livro de Josué - Mês da Bíblia 2022 - Por frei Gilvander - 30/8/2022

9 - CEBI: 43 anos de história! Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos lendo Bíblia com Opção pelos Pobres



[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br      –       www.twitter.com/gilvanderluis        –     Facebook: Gilvander Moreira III

[2] Cf. MORALDI L. Rivelazione In: Nuovo Dizionario di Teologia Biblica, Edizione Paoline: Torino, 1988, p. 1375.

[3] CONCILIO VATICANO II. Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina. Dei Verbum, São Paulo: Paulinas, 2005, p. 15.

[4] At 11,27; 13,1; 1Cor 12,28; 14,37; Ef 4,11.