Palavra Ética na TVC/BH com Eduardo Bittencourt, mestre em
arquitetura e urbanismo pela UFMG, um dos arquitetos do Grupo Arquitetos Sem
Fronteira Brasil, que acompanha as Ocupações Urbanas em Belo Horizonte e RMBH.
BH, 13/09/2014.
Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
DESPEJO ZERO EM MINAS GERAIS. Ou param os despejos ou paramos o Brasil! Nota Pública. BH, 24/09/2014.
DESPEJO ZERO EM MINAS
GERAIS.
Ou param os despejos
ou paramos o Brasil!
Nota Pública.
Hoje, nesta manhã, dia 24 de setembro de
2014, o povo de doze ocupações urbanas de Belo Horizonte e região metropolitana
está bloqueando o trânsito em Belo Horizonte e RMBH, EM VÁRIOS PONTOS, em repúdio
aos despejos em todo o Estado de Minas Gerais. São as ocupações Rosa Leão,
Esperança, Vitória, Dandara, São Lucas (do São Lucas, em BH), Nelson Mandela I
(Aglomerado da Serra), Eliana Silva e Nelson Mandela II (Barreiro); Guarani Kaiowá
e William Rosa (Contagem); Tomás Balduíno I (Ribeirão das Neves) e Dom Tomás
Balduíno II (Betim) e bairro Nossa Senhora de Fátima (Nova Lima).
A ameaça de despejo atormenta milhares de
mulheres e homens trabalhadores em nosso Estado e revelam as grandes
contradições que perpassam a produção capitalista das nossas cidades. Minas Gerais
convive hoje com cerca de 270 Liminares de reintegração de posse no campo e na
cidade. Os despejos são formas brutais de apropriação dos territórios dos
pobres pelos latifundiários e empresários, que especulam lucros exorbitantes à
custa da carência habitacional e da falta de terras disponíveis para a
construção de uma vida digna.
O déficit habitacional em Minas Gerais
ultrapassa meio milhões de moradias – 557.000, segundo pesquisa da Fundação João Pinheiro baseada em dados do Censo de
2010. Só
na cidade de Belo Horizonte estima-se que esse número esteja acima de 150.000
moradias! Mais de 200.000, na RMBH. Enquanto há centenas de milhares de
famílias sem-teto a especulação imobiliária, grande inimiga da Reforma Urbana,
desenvolve-se cada vez mais transformando a moradia em simples mercadoria.
Diante desse quadro de injustiça estrutural,
as ocupações urbanas surgem como forma de grandes parcelas sociais adquirirem o
direito à moradia adequada. A moradia é ponte de acesso aos direitos como o
trabalho, a saúde, a educação, o saneamento e as políticas sociais em geral.
Mas não só, o território onde vivemos é também o espaço de construção de
identidades coletivas e de relações sociais afetivas, de luta contra distintas
formas de opressão. Somente na região metropolitana de Belo Horizonte tem-se
mais de 25.000 famílias em ocupações organizadas por movimentos sociais e as
chamadas “ocupações espontâneas”.
O Poder Executivo (incluindo o Estado de
Minas Gerais e os municípios mineiros) não faz sua parte para solucionar o
grave problema social colocado. Em Belo Horizonte foram construídas apenas
1.550 apertamentos, de apenas 40 e poucos metros quadrados, para famílias que
compõe a faixa de quem ganha de 0 a 1.600,00 reais. O Governo de Minas Gerais
não construiu nenhuma casa na capital e nem na RMBH nos últimos 20 anos! Lado
outro, o poder público se associa às grandes empreiteiras, que financiam as
campanhas eleitorais, para reproduzirem a cidade a partir da ótica do lucro na
construção de grandes obras.
Nessa lógica os despejos servem para
liberação e valorização de terrenos na cidade para grandes obras públicas,
empreendimentos milionários ou, simplesmente, ao bom funcionamento das lógicas
da especulação imobiliária e à circulação do capital financeiro nas cidades. Para
se efetivarem os despejos recorrem a formas intensas de violência física,
simbólica, social e sexual. Entendem isso as mulheres negras, que passam as
noites em claro temendo que policiais entrem em sua casa enquanto ela estiver
sozinha; os jovens negros que vem seus companheiros exterminados pela violência
urbana e policial; as mães e pais que não sabem para onde vão com seus filhos,
que não podem pagar o aluguel de casa sem tirar o dinheiro do pão; as
comunidades que construíram com suor e sonhos os territórios onde vivem e que
temem ver esse território, com suas hortas e espaços comunitários,
desestruturados em nome de modos elitistas e autoritários de produção das
cidades.
O Poder Judiciário ao invés de fazer valer
a Constituição da República, que prevê respeito à dignidade da pessoa humana
como fundamento da República e o direito à moradia como direito social, profere
decisões que priorizam a especulação imobiliária e a propriedade como direito
absoluto independentemente do cumprimento de sua função social. Desconsideram a
nova ordem jurídica urbanística instalada no país, os tratados internacionais
de Direitos Humanos dos quais o Brasil é signatário e priorizam um título de
propriedade em detrimento do direito de milhares de famílias viverem com
dignidade.
Por todo o exposto, os Movimentos Sociais Populares
de Minas Gerais e as ocupações urbanas vem a público manifestar que:
1)
Condenamos
os despejos, pois eles desestruturam a vida individual e coletiva das
populações, aumentando a segregação urbana e violando o direito essencial à
moradia!
2)
Condenamos
os despejos, pois eles servem a uma lógica social injusta baseada na supremacia
de uma elite branca, masculina e proprietária sobre as grandes maiorias do
nosso país!
Por isso declaramos que NÃO ACEITAREMOS MAIS REMOÇÕES INJUSTAS E VIOLENTAS. Exigimos DESPEJO
ZERO EM MINAS GERAIS!
Os Movimentos Sociais Populares organizados,
as ocupações urbanas e a sociedade civil não admitirão mais despejos forçados
no Estado de Minas Gerais! Se o Estado e seu aparato repressivo forem
utilizados contra o povo pobre das ocupações responderemos com TRANCAMENTOS
PERÍODICOS da cidade como forma de pressionar os governos a respeitarem o povo
que constrói cotidianamente as cidades, mas que contraditoriamente não tem
acesso a ela, sendo alijados de direitos essenciais como à moradia digna. Ou
param os despejos ou paramos a cidade! Despejo sem reassentamento prévio é
inadmissível!
COLETIVA
DE IMPRENSA:
Está
sendo convocada coletiva de imprensa para hoje, quarta-feira, 24 de setembro
de 2014, na escadaria do Palácio da Justiça do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais (Avenida Afonso Pena, N°1.420), às 16:00h, com lideranças de todas as ocupações urbanas e os representantes dos movimentos sociais
listados abaixo.
PLENÁRIA
COM OS CANDIDATOS AO GOVERNO DO ESTADO de Minas Gerais:
Está
sendo convocada plenária geral com todos os partidos e candidatos ao Governo do
Estado de Minas Gerais, para esta quinta-feira, dia 25 de setembro de 2014,
às 19:00h, no salão da Igreja São José (R. Tupis, N° 164, Centro), para
apresentação da Carta Compromisso e entorno do Pacto Social Despejo Zero em
Minas Gerais.
Belo
Horizonte, 24 de setembro de 2014.
Pontos
já bloqueados:
1)
Av.
Selestino Balesteiro, em Contagem;
2)
Estrada
de acesso a Ribeirão das Neves;
3)
Av.
Antônio Carlos, na altura da UFMG;
4)
Praça
São Vicente;
5)
Av.
Cristiano Machado, Linha Verde, na altura do Hospital Risoleta Neves;
6)
Estação
Diamante, no Barreiro;
7)
Outros
pontos poderão ser bloqueados ainda.
Periferia
ocupa a cidade: Reforma Urbana de Verdade!
Todo
Poder ao Povo!
Assinam essa Nota
Pública:
Brigadas
Populares-MG / Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) / Comissão
Pastoral de Terra (CPT) e Luta Popular
Coordenações
das Ocupações:
Rosa
Leão, Esperança, Vitória, Dandara, São Lucas, Nelson Mandela I (Aglomerado da
Serra), Eliana Silva e Nelson Mandela II (Barreiro); Guarani Kaiowá e William
Rosa (Contagem). Tomás Balduíno I (Ribeirão das Neves) e Dom Tomás Balduíno II
(Betim). E bairro Nossa Senhora de Fátima (Nova Lima).
Contatos para maiores informações:
Com Poliana (cel. 31 9523 0701), com Leonardo
(cel.: 91330983), com Rafael Bittencourt (cel.: 31 9469 7400) ), com Charlene
(cel.: 31 9338 1217 ou 31 8500 3489), com Edna (cel.: 31 9946 2317), com
Elielma (cel.: 31 9343 9696), com Lacerda Amorim (cel.: 31 9708 4830).
Maiores informações também nos blogs das
Ocupações, abaixo:
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Depoimento de frei Gilvander em Audiência Pública na ALMG em defesa do povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, dia 13/08/2013.
Depoimento de frei Gilvander em Audiência Pública na ALMG
em defesa do povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, dia 13/08/2013.
Bom dia. Espero que
todo esse terrorismo seja transformado em um domingo de Páscoa e de ressurreição,
sem termos de passar pela sexta-feira da Paixão na grande Belo Horizonte.
Obrigado de coração aos deputados Durval Ângelo e Rogério Correia, que não
medem esforços para defender os pobres. Deixo aqui nossa eterna gratidão às
defensoras públicas do setor de Direitos Humanos e às queridas promotoras do
Ministério Público da área de Direitos Humanos que, sem dormir, estão sendo anjas
humanas e defendendo as famílias das Ocupações do Isidoro durante 24 horas.
Serei muito breve e quero começar fazendo alguns pedidos.
Estão chegando alguns
ônibus das ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória. O povo está atrasado
porque ficaram acordados durante toda a noite em vigília se preparando para resistir
aos despejos. Muitas pessoas não querem
sair das ocupações, porque sabem que a liminar concedida pelo juiz da Vara da
Infância pode quebrar e cair a qualquer momento. Não saem das ocupações, porque
não aceitarão serem despejadas.
Primeiro pedido: do
fundo do meu coração e em nome da vida de 24 mil pessoas, das 8 mil famílias,
70% mulheres e crianças, peço à desembargadora Selma Marques, da 9ª Câmara Cível
– a liminar poderá ser derrubada por ela -, para, pelo amor de Deus, não
derrubar a liminar do juiz da Infância, porque, com isso, vai autorizar um
massacre de proporção inimaginável. (Quatro horas após esse pedido ser
veiculado pela TV Assembleia para todas as cidades de Minas Gerais, a Des. Selma
derrubou a Liminar. Nosso pedido não foi ouvido.) Peço ao Alberto Pinto Coelho,
governador de Minas Gerais, que repense e suspenda, pelo menos provisoriamente,
por um mês, como pedimos, para abrir processo de negociação e voltar atrás na
assinatura que deu autorizando a polícia a ir fazer os despejos. Peço ao Dr.
Pedro Bittencourt, presidente do TJMG, pela responsabilidade que tem, que
mantenha a liminar e, caso ela caia, que determine a suspensão desse processo
judicial e espere a Ação Civil Pública do MP/MG correr e o processo de
negociação acontecer. Peço a todas as autoridades, aos empresários da Granja
Werneck e aos outros empresários que tenham bom senso. Vamos dialogar. Os
movimentos sociais e as ocupações apresentaram concretamente quatro propostas
muito sensatas. Estamos abertos à negociação justa e sensata. Peço ao governo
federal sensatez. Queria fazer um pedido específico ao governo federal e ao
presidente da Caixa Econômica Federal (CEF). O Dr. Bruno Renato Teixeira,
ouvidor Nacional de Direitos Humanos, do governo federal, está aqui hoje
e me deu uma informação que estamos buscando há quatro meses. A prefeitura não
nos informa, ninguém nos informa, nem o governo federal, e o Dr. Bruno me disse
hoje que a CEF já assinou o projeto de construção dos prediozinhos, com quase 9
mil cubículos, ressalvando que os despejos serão feitos até 30 de agosto. Em
nome da vida, pedimos que a presidência da CEF, a presidente Dilma ou outra
pessoa do governo federal suspenda essa assinatura e participe, com firmeza, do
processo de negociação. Peço aos militares, aos soldados, que também são
pessoas trabalhadoras, humanas, com filhos, crianças, que não participem dessa
operação de guerra. Peço ajuda ao Ministério Público Federal, considerando que
agora há participação da CEF.
Apresentamos quatro
propostas. Não é verdade o que está sendo divulgado pelo site do
Tribunal de Justiça de MG, que os movimentos sociais e as ocupações não estão
abertas ao diálogo; estão sim. Estamos clamando e pedindo diálogo, negociação,
mediação durante todo o tempo, por 24 horas. Como prova disso, apresentamos
quatro propostas. Primeira: suspensão do despejo por 30 dias e que seja feito o
cadastro socioeconômico ou que se reconheça o cadastro que o Centro Universitário
UNA está fazendo lá. Segunda: as ocupações estão dispostas a diminuir o
território e a entregar áreas menos adensadas. Terceira: as ocupações assumem o
compromisso de diminuir os lotes, de modo que, em apenas um lote, sejam
acomodadas duas ou três famílias. Quarta: que os prefeitos de Belo Horizonte e
de Santa Luzia apresentem terrenos e elaborem projetos em parceria com os
movimentos sociais e entidades, por meio do Minha Casa, Minha Vida. Quando as
moradias forem construídas, as famílias irão se dispor a sair das 2.500 casas
que construíram com o seu suor. A maior parte dos moradores está endividada por
isso. Estamos abertos ao diálogo, sim, e clamando, pelo amor de Deus.
No pouco tempo que me
resta, gostaria de fazer um comentário a respeito de algo que me doeu muito.
Ontem, por meio do celular, uma pessoa leu para mim uma nota de esclarecimento
que está no site do TJMG. Infelizmente nela há muitas mentiras, e, na
prática, assumem a postura e o discurso da Prefeitura de Belo Horizonte, como
se esta fosse correta. Vou comentar algumas questões. O título da nota diz que
a Justiça desenvolve trabalho pacífico para a reintegração de posse da região
de Isidoro. Estão propondo o que chamam de despejo humanizado. O que eles
propõem é inviável. Não há apenas indícios, mas evidências de que é impossível
ocorrer despejo pacífico. Se fosse em ocupações com 50, 100 ou 200 famílias,
poderia até, com esforço muito grande, ser viável despejo pacífico. A nota diz
que será feita com respeito aos direitos humanos, com observância dos direitos
fundamentais constitucionais. Impossível, nesse conflito, com os milhares de
policiais que lá estarão e as 8 mil famílias, ou seja, com o envolvimento de
mais de 20 mil pessoas. Pergunto: estarão lá os 130 desembargadores para
acompanhar isso?
Há também outra
mentira, dizendo do trabalho de retirada de 2.500 pessoas. Dr. Pedro
Bittencourt, não são 2.500 pessoas, mas mais de 20 mil, são 8 mil famílias. No
cadastro parcial e tendencioso da Urbel, que é covarde, consta apenas cerca de
2.502 famílias.
Diz a nota do TJMG: “Os
pertences dos ocupantes serão transportados com a devida identificação”.
Pergunto: milhares de policiais ficarão lá, durante três ou quatro meses, para
viabilizar esse transporte, com a devida identificação?
Diz a Nota do TJMG: “Haverá
acompanhamento psicológico no local”. Pergunto: e depois? Quando o povo estiver
na rua ou na desgraça social, vai haver acompanhamento psicológico?
Diz a Nota do TJMG: “Que
sejam encaminhados aos programas sociais oferecidos pelos governos federal,
estadual e municipal”. Não existem esses programas, é ilusão. Muitas pessoas
das ocupações estão inscritas em programas, como o Minha Casa, Minha Vida e
estão esperando, esperando. Isso é triste.
Diz a Nota do TJMG: “Devem
ser cumpridos os requisitos legais”. O Conselho Municipal de Habitação de Belo
Horizonte empurrou goela abaixo e mudou o prazo de dois anos para cinco anos.
As famílias têm de comprovar que residem ali cinco anos, senão serão excluídas.
Não basta cumprir os requisitos legais, covardes, injustos, anti-humanos.
Diz a Nota do TJMG: “Toda
operação será filmada e fotografada”. Pergunto ao presidente do Tribunal:
estarão lá mais de mil fotógrafos para filmar as 8 mil famílias, tudo?
Impossível filmar tudo. Quando começar o confronto, os jornalistas vão correr
risco e, logicamente, fugir.
O álibi para tentar
justiçar os despejos é a construção de cerca de “70 mil moradias”. Caro
presidente do Tribunal, o que consta do projeto são prediozinhos de cinco
andares, sem elevador, com cerca de apertamentos de 40 e poucos m². Há um laudo
dizendo que as famílias não aguentam ficar nesses apertamentos mais de um, dois
ou três anos. Então não são moradias dignas.
Outro absurdo que
está na Nota do TJMG e que faz doer o meu coração é dizer que o município, o
Estado e a União demonstraram interesse em solucionar a questão. Como o
deputado Durval Ângelo disse, o governo federal, sim, mas a Prefeitura de Belo
Horizonte tem sido intransigente, covarde e insensível aos clamores de milhares
de famílias empobrecidas. Negociamos mais de oito meses, mas representantes da prefeitura
de BH foi apenas nas duas últimas reuniões.
A fila não anda, quem
está na fila fica esperando. Então todos vão morrer sem moradia?
Diz a Nota do TJMG: “Eles
não se mobilizaram no sentido de efetivá-lo”. Mobilizamos, sim. Estamos
clamando o tempo todo, mas somos humanos, e, sob pressão constante de despejo,
as lideranças dos movimentos sociais ficam constrangidas de ficar o tempo todo
só lutando para evitar o despejo.
Diz a Nota do TJMG: “Foi
determinado e realizado o cadastro das famílias de forma detalhada”. Mentira.
Foram cadastradas apenas pouco mais de 2.500 famílias, ficando de fora mais de a
maior parte das famílias.
Diz a Nota da TJMG: “Houve
presença de representantes da Prefeitura de Belo Horizonte em todas as
reuniões” de negociação. Mentira, apenas nas duas últimas.
13 motivos para reeleger Dilma. Por Frei Betto, com concordância de frei Gilvander. BH, 12/09/2014.
13 motivos para reeleger
Dilma
Por Frei Betto,
Por Frei Betto,
Frei Gilvander:
“Concordo com o frei Betto no que é apresentado, abaixo.”
Votarei para que a nossa diplomacia permaneça
independente, aliada às causas justas, sem tirar os sapatos nas alfândegas
usamericanas e endossar o terrorismo bélico dos EUA, que dissemina lágrimas e
sofrimentos em tantas regiões do planeta.
1. Apesar das mazelas e contradições do PT e do atual governo,
votarei em Dilma para que se aprimorem as políticas sociais que, nos últimos 12
anos, tiraram da miséria 36 milhões de brasileiros.
2. Votarei para que o Brasil prossiga independente e soberano,
livre das ingerências do FMI e do Banco Mundial, distante dos ditames da União
Europeia e crítico às ações imperialistas dos EUA.
3. Votarei pela integração latino-americana e caribenha; pelo
solidário apoio aos governos de Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e Uruguai;
pela autonomia da CELAC e do Mercosul.
4. Votarei pelo respeito ao direito constitucional de greves e
manifestações públicas, sem criminalização dos movimentos sociais e de seus
líderes.
5. Votarei pela Política Nacional de Participação Social; pela
manutenção de cotas em universidades; pelo Enem, o Pronatec e o ProUni; e pelo
aumento do percentual do PIB aplicado em educação.
6. Votarei a favor do Programa Mais Médicos que, graças à sua ação
preventiva, fez decrescer a mortalidade infantil para 15,7 em cada 1.000
nascidos vivos.
7. Votarei pelo crédito facilitado e o reajuste anual do salário
mínimo, de modo a ampliar o poder aquisitivo das famílias brasileiras, a ponto
de viagens aéreas deixarem de ser um luxo das classes abastadas.
8. Votarei para que o trabalho escravo em fazendas do agronegócio
seja severamente punido e tais propriedades confiscadas em prol da reforma
agrária.
9. Votarei para que a Polícia Federal prossiga apartidária, efetuando prisões até mesmo de membros do governo, combatendo o narcotráfico, o contrabando e a atividade nefasta dos doleiros.
9. Votarei para que a Polícia Federal prossiga apartidária, efetuando prisões até mesmo de membros do governo, combatendo o narcotráfico, o contrabando e a atividade nefasta dos doleiros.
10. Votarei para que a inflação seja mantida sob controle e, no
Brasil, o crescimento do IDH seja considerado mais importante que o do PIB. Se
nosso PIB cresce pouco, nosso IDH é o segundo do mundo, atrás apenas dos EUA,
se considerarmos o tamanho da população.
11. Votarei para que a nossa diplomacia permaneça independente,
aliada às causas justas, sem tirar os sapatos nas alfândegas usamericanas e
endossar o terrorismo bélico dos EUA, que dissemina lagrimas e sofrimentos em
tantas regiões do planeta.
12. Votarei pela preservação do Marco Zero da internet, sem
ingerência das gigantes de telecomunicações, interessadas em mercantilizar as
redes sociais e manter controle sobre a comunicação digital.
13. Votarei, enfim, por um Brasil melhor, mesmo sabendo que o
atual governo é contraditório e incapaz de promover reformas de estruturas e
punir os responsáveis pelos crimes da ditadura militar. Porém, temo o
retrocesso e, na atual conjuntura, não troco o conhecido pelo desconhecido.
Frei Betto é escritor, autor de "O que a vida me ensinou”
(Saraiva), entre outros livros.
Obs.: Eu, frei Gilvander
Moreira, comungando com os 13 pontos apresentados pelo frei Betto, votarei:
a) Para
Presidenta, em Dilma, n. 13;
b) Para
Governador de MG, em Fidelis, n. 50;
c) Para
dep. Estadual em MG, Adriano Ventura (PT), n. 13.012;
d) Para
dep. Federal em MG, Padre João, n. 1315;
e) Para
senador em Pablo Lima, do PCB, n. 210.
Além
desses candidatos, acima citados, respeito e sugiro voto também em:
a) Maria
Consolação, para dep. Fed. em MG, pelo PSOL, n. 5050;
b) Rogério
Correia, para dep. Estadual, em MG, PT, n. 13.123;
c) Fernando
Pimentel, para Governador de MG, n. 13.
Como fiz opção pelos pobres e tenho consciência
de classe trabalhadora, não posso votar e nem defender Aécio Neves para
presidente, pois seria colocar o Brasil como quase colônia do imperialismo das
transnacionais e do desgoverno dos Estados Unidos. Marina da Silva nem pensar,
pois é um poço de contradições, de ambiguidades e incoerências. Por exemplo, Marina
escreveu artigo defendendo o meio ambiente e se posicionando contra a
Transposição do Rio São Francisco, mas foi só se tornar Ministra do Meio
Ambiente liberou o licenciamento para iniciar a estúpida obra faraônica da
Transposição do Rio São Francisco. Marina está traindo a herança profética e
política do grande Chico Mendes, que nunca foi elite, mas foi assassinado pela
elite. Com Marina Silva o fundamentalismo e o moralismo religioso seriam
alimentados. Basta de homofobia e de fundamentalismos religiosos e etc. Um
governo Marina Silva seria muito temerário...
Penso que com Dilma, se fortalecermos a Política
das Ruas, da organização popular, da luta de baixo para cima, fazendo pressão “debaixo
da panela que está fervendo”, poderemos evitar perdas de muitos direitos
sociais e, quem sabe, construirmos um pouco de justiça social, justiça
ambiental, justiça agrária e direitos fundamentais no Brasil.
Mas a Política que realmente faz a diferença é a
Política da luta dos pobres que lutam de forma organizada e coletiva. À
política partidária e às eleições devemos dedicar apenas 5% do nosso tempo e
das nossas energias. 95% do nosso tempo e das nossas energias devem ser
dedicadas à Política da luta dos pobres por emancipação e pelos seus direitos
fundamentais. O partido principal é o Partido dos oprimidos, o dos
injustiçados. Sigamos sempre à esquerda, pois a esquerda não é santa, mas é melhor
do que a direita.
Abraço na luta.
Frei Gilvander Moreira, em BH, 12/09/2014.
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