Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
terça-feira, 12 de outubro de 2021
Quanto mais capitalismo, mais superexploração. E a luz da cruz? Por Frei Gilvander
Quanto mais capitalismo, mais superexploração. E a luz da cruz? Por Frei Gilvander Moreira[1]
Durante a marcha histórica do capitalismo, “a força externa que impunha a atividade ao
indivíduo se internalizou; agora no contexto da igualdade “natural” dos indivíduos,
cada um aparece como um sujeito atomizado buscando seu próprio interesse
enquanto, de fato, realiza o interesse do capital social total” (IASI,
2006, p. 217). Mas como tudo o que é sólido se desmancha no ar, com a evolução
desenfreada das forças produtivas, o que faz aumentar a exploração dos
trabalhadores, dos camponeses, da terra, das águas e de toda a biodiversidade,
as ideias da classe dominante por si mesmas não conseguem mais justificar a
crescente opressão: exploração e expropriação, crescentes em progressão
geométrica. Cria-se uma crise ideológica e muitos trabalhadores adquirem uma
consciência diferente ao perceber que o interesse da classe dominante não é
interesse universal, mas ilusões e hipocrisias deliberadas que sopram vento no
moinho do capital. “Quanto mais a forma
normal das relações sociais e, com ela, as condições da classe dominante acusam
a sua contradição com as forças produtivas, quanto mais cresce, em decorrência,
o fosso cavado no seio da própria classe dominante, fosso que separa esta
classe da classe dominada, mais naturalmente se torna nestas circunstâncias,
que a consciência que originalmente correspondia a esta forma de relações
sociais se torna inautêntica: dito por outras palavras, essa consciência deixa
de ser correspondente, e as representações anteriores que são tradicionais
desse sistema de relações [...] degradam-se progressivamente em meras fórmulas
idealizantes, em ilusão consciente, em hipocrisia deliberada” (MARX;
ENGELS, 2007, p. 283).
Uma segunda forma possível de consciência como
processo não linear em movimento trata-se da consciência em si que pode ocorrer quando as pessoas agem coletivamente e
vislumbram, para além da possibilidade de se revoltar isoladamente, uma
possibilidade de alterar as relações de
espoliação do capital. Nesse ponto, as trabalhadoras e os trabalhadores agindo
em grupo tecem relações que explicitam os elos e a identidade do grupo e seus
interesses próprios, que contrastam com os interesses de quem lhes são opostos.
Nessa fase, “o proletariado ao se assumir
como classe, afirma a existência do próprio capital. Cobra desse uma parte
maior da riqueza produzida por ele mesmo, alegra-se quando consegue uma parte
um pouco maior do que recebia antes” (IASI, 2011, p. 31). É a fase
corporativa, aquela que pauta a luta por reivindicar melhores salários e
melhores condições de trabalho “para mim,
para nós”: os trabalhadores de uma
empresa específica. Não questionam o sistema do capital, apenas reivindicam uma
fatia um pouco maior das migalhas que recebem ao vender sua força de trabalho
ao patrão. “Quem reivindica ainda
reivindica de alguém. Ainda é o outro que pode resolver por nós nossos
problemas” (IASI, 2011, p. 31). Trabalhadoras e trabalhadores que assim
lutam ainda estão dentro das relações do capital e muito longe de emancipação
humana, que é fazer a história com as próprias mãos, superando todo e qualquer
tipo de exploração, seja humana, seja ecológica. Apenas se reconhecendo como
classe proletária os trabalhadores negam o capitalismo afirmando-o,
questiona-o, mas aceitam-no como modo de vida social.
Nós, seres humanos, – trabalhadores e camponeses -
temos condições de construir a nossa história com as próprias mãos, mas não de
forma independente como quisermos. “Os
homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea
vontade, pois não são eles quem escolhe as circunstâncias sob as quais ela é
feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram” (MARX,
2011, p. 25). Na sociedade capitalista o indivíduo é o foco como se fosse uma
célula isolada e autossuficiente; é levado a agir dentro do seu tempo de vida,
até a morte. Diferentemente, em perspectiva emancipatória da classe que age em
grupo, coletivamente, a história é feita por nós, mas continua sendo feita após
nossa morte. Assim, na luta pela terra e por moradia, os Sem Terra e os Sem
Teto não terminam em si mesmos, pois se tornam raios de luzes para os que nos
seguirão após nossa morte. Nesse tom, canta Victor Jara sobre a morte do padre
Camilo Torres, tombado no fronte de luta dos revolucionários colombianos, dia
15 de fevereiro de 1966: “Onde caiu
Camilo nasceu uma cruz, porém não de madeira, mas de luz”.[2]
O conceito marxiano de emancipação humana se coloca na contraposição de emancipação política e aparece na obra Sobre a questão judaica como crítica a Bruno Bauer. Para Marx não basta perguntar quem seria emancipado, porque “não há mais emancipação pura e simples. Seu problema é precisamente esclarecer de que emancipação se trata” (MARX, 2010, p. 21). Marx alerta que não dá para se contentar apenas com emancipação política. Diz ele que “desde 1844, não se trata mais de refazer o caminho da Revolução Francesa, de marchar sobre seus rastros, mas de empreender uma revolução inédita, inaudita, sem precedente. Não se trata de obter somente a emancipação política, mas de atingir a emancipação humana” (MARX, 2010, p. 16). Até porque a tríade da Revolução Francesa era liberté, égalité e fraternité (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), mas com o fortalecimento do poder econômico da burguesia a fraternité desapareceu e foi substituída pela onipotente proprieté (Propriedade), que no capitalismo ganhou ares quase absoluto reduzindo a liberté e a égalité aos seus aspectos formais e abstratos.
12/10/2021
Referências
IASI,
Mauro Luis. Ensaios sobre consciência e
emancipação. 2ª edição. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
_______. As metamorfoses da consciência de classe: o
PT entre a negação e o consentimento. São
Paulo: Expressão Popular, 2006.
MARX,
Karl. Crítica ao Programa de Gotha. São
Paulo: Boitempo, 2012.
______. Sobre a questão judaica. São Paulo:
Boitempo, 2010.
MARX, Karl; ENGELS,
Friedrich. A Ideologia Alemã: crítica da mais recente Filosofia alemã em
seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em
seus diferentes profetas (1845-1846). São Paulo: Boitempo Editorial, 2007.
Obs.: Os vídeos nos links, abaixo, ilustram o assunto tratado acima.
1 - Rodoanel na
Fazenda do Rosário, Associação Pestalozzi, Jd. do Rosário, Ibirité/MG. Vídeo 7
–10/10/21
2 - Rodoanel
afetará brutalmente a região da Fundação Helena Antipoff em Ibirité, MG. Vídeo
6 – 10/10/21
3 - Em Ibirité,
MG, o Rodoanel do Zema e da Vale S/A trará brutal devastação também. Vídeo 5 –
10/10/21
4 - "Tem que
garantir moradia p/ famílias da Ocupação Irmã Dorothy, Salto da
Divisa/MG." (Dr. João, DPU)
5 - Território Geraizeiro, norte de MG: atentado brutal, incêndio
criminoso, no município de Grão Mogol
6 - Gigante Ato
Público e Marcha por “FORA, BOLSONARO!”, Belo Horizonte/MG. Por Frei Gilvander,
02/10/21
[1] Frei e padre da
Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel
em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese
Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; agente e assessor da
CPT/MG, assessor do CEBI e Ocupações Urbanas; prof. de Teologia bíblica no SAB
(Serviço de Animação Bíblica), em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br
– www.twitter.com/gilvanderluis
– Facebook: Gilvander Moreira III
[2] https://www.youtube.com/watch?v=_rllf7Df10o&feature=youtu.be
: 50 anos do martírio de Padre Camilo Torres.
Rodoanel na RMBH devastará a região da Associação Pestalozzi, Jardim do Rosário e outros bairros de Ibirité, MG, também. Vídeo 8 – 10/10/2021.
Rodoanel na RMBH devastará a
região da Associação Pestalozzi, Jardim do Rosário e outros bairros de Ibirité,
MG, também. Vídeo 8 – 10/10/2021.
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
Frei Gilvander na Rádio Itatiaia, dia 05/10/2021, defendendo os Direitos de 130 Ocupações de Belo Horizonte, MG
Fazenda do Rosário, Associação Pestalozzi, Jardim do Rosário e outros bairros de Ibirité, MG, estão no trajeto do Rodoanel e poderão sofrer brutal devastação. Vídeo 7 – 10/10/2021.
quarta-feira, 6 de outubro de 2021
(De)formação da consciência no sistema do capital. Por Frei Gilvander
(De)formação da consciência no sistema do capital. Por Frei Gilvander Moreira[1]
“Cada passo
do movimento real é mais importante do que uma dúzia de programas” (MARX
[1875], 2012, p. 22, em carta a Wilhelm Bracke). Na sociedade do capital, “mundo antagônico ao humano e à vida”
(IASI, 2011, p. 9), e especificamente no capitalismo, sistema histórico atual
da sociedade em que vivemos, a sociabilidade é organizada em classes – a dos
proprietários dos meios de produção (terra, indústria, fábrica etc.) e do
capital financeiro, a dos trabalhadores expropriados da propriedade dos meios
de produção – classe trabalhadora e campesinato -, uma pequena burguesia,
eufemisticamente chamada de ‘classe média’, classes com interesses antagônicos
inconciliáveis. A classe dominante, ao dominar, espolia e superexplora cada vez
mais a classe trabalhadora e o campesinato. Acontece assim opressão de classe,
o que suscita indignação e desencadeia rebeliões fazendo eclodir a luta de
classes, que na sua dinâmica articula os aspectos objetivos e subjetivos que
podem caminhar para a formação dos trabalhadores enquanto classe proletariada,
não apenas como uma classe explorada da sociedade do capital, mas uma classe
que se opõe ao capital e pode se tornar portadora de novas relações sociais para
além do capital, em um novo tipo de sociabilidade humana emancipada.
A consciência não é tudo, mas sem ela não é
possível empreender uma caminhada/luta de emancipação humana. Julgamos
pertinente e necessário elucidar o que seja consciência e como ela se forma ou
se deforma. Consciência não é uma coisa. Se fosse, ao adquiri-la a teríamos
pronta e acabada. E se não a tivéssemos, estaríamos em uma situação de “não
consciência”. Mas consciência envolve processo, um movimento e não é algo dado
e acabado. Assim como, segundo a filosofia existencial sartreana, o homem não
é, mas se torna. “A existência precede a
essência. [...] O homem não é mais que o que ele faz” (SARTRE, 1978, p. 6).
Assim, também “a consciência não é”, “se torna”” (IASI, 2011, p. 12). Se o
processo de emancipação humana implica e exige a formação de uma consciência
humana para além do capital, é necessário compreendermos como se forma ou se
deforma a consciência e seu processo de evolução ou de involução. A consciência
se forma em várias fases ou formas. “A
consciência é gerada a partir e pelas relações concretas entre os seres
humanos, e desses com a natureza, e o processo pelo qual, em nível individual,
são capazes de interiorizar relações formando uma representação mental delas”
(IASI, 2011, p. 14).
Na luta pela terra e pela moradia, na sua
preparação de base, na ocupação de um latifúndio que não cumpre sua função
social, de um terreno ocioso ou prédio abandonado e na resistência para impedir
despejo (reintegrasse de posse) uma série de relações concretas se estabelece
entre os Sem Terra e os Sem Teto envolvidos na luta comum por bens comuns: terra
e moradia. As condições objetivas estabelecidas na luta pela terra e pela moradia
incidem sobre as consciências das pessoas, conclamando-as para abraçar
processos emancipatórios. Por outro lado, quando as trabalhadoras e os
trabalhadores permanecem isolados vendendo a si mesmos ao vender sua força de
trabalho no altar do capital – mercado idolatrado -, outras condições
objetivas, aqui as do capital, incidem moldando as consciências segundo a
ideologia dominante, a que beneficia os interesses da classe dominante. “A primeira instituição que coloca o
indivíduo diante de relações sociais é a família” (IASI, 2011, p. 15). Uma
família comprometida na luta pela terra e/ou pela moradia não estará tão
indefesa nas garras da consciência trombeteada aos quatro ventos pelo capital.
A classe dominante domina não apenas porque detém o
poder econômico do capital, mas também porque seus indivíduos têm consciência,
são pensadores e produzem ideias que são veiculadas como se fossem ideias
universais. “Os indivíduos que compõem a
classe dominante possuem, entre outras coisas, também consciência e, por isso,
pensam; na medida em que dominam como classe e determinam todo o âmbito de uma
época histórica, é evidente que eles o fazem em toda a sua extensão, portanto,
entre outras coisas, que eles dominam também como pensadores, como produtores
de ideias, que regulam a produção e a distribuição das ideias de seu tempo; e,
por conseguinte, que suas ideias são as ideias dominantes da época” (MARX;
ENGELS, 2007, p. 47).
Acima da família, é no mundo do trabalho que a
consciência é (de)formada. A lógica imposta pelo capital é assimilada e
interiorizada pela maioria dos trabalhadores que vão ‘espontaneamente’ ao altar
do ídolo mercado para serem sacrificados um pouco a cada dia. “As ideias
dominantes não são nada mais do que a expressão ideal das relações materiais
dominantes, são as relações materiais dominantes apreendidas como ideias;
portanto, são a expressão das relações que fazem de uma classe a classe
dominante, são as ideias de sua dominação” (MARX; ENGELS, 2007, p. 47).
Observe-se que as ideias dominantes se tratam de
expressão ideal das relações
materiais dominantes e não apenas expressão ideológica,
como muitas vezes é traduzido. Por ser expressão ideal, no nível das ideias, as
ideias dominantes são algo também ideológico no sentido de que escondem as
relações de opressão embutidas nas relações sociais do capital. Assim, a
primeira forma de consciência normalmente é alienada, pois, ao assimilar as
experiências próximas e concretas, tende-se a amoldar a uma forma que
naturaliza o que é construído historicamente em relações de poder. “A família, que antecede, no tempo, sua ação
no indivíduo em relação às atividades econômicas de produção, é por sua vez
determinada por essas relações, na verdade as mediatiza. Aquilo que determina é
determinado” (IASI, 2011, p. 26). Não nascemos em uma família tábula rasa e
nem em uma sociedade no seu ponto zero. Desde o ventre materno já somos
influenciados/condicionados e, ao nascer, caímos em um mundo do capital, no
nosso caso, no sistema capitalista. As famílias que determinam em parte a
consciência de seus filhos são determinadas pelo sistema do capital, que parece
ser uma forma incontrolável de controlar as pessoas - e toda a biodiversidade
-, como afirma István Mészáros: “Antes de
mais nada, é necessário insistir que o capital não é simplesmente uma “entidade
material” – também não é um “mecanismo” racionalmente controlável, como querem
fazer crer os apologistas do supostamente neutro “mecanismo de mercado” (a ser
alegremente abraçado pelo “socialismo de mercado”) – mas é, em última análise,
uma forma incontrolável de controle sociometabólico” (MÉSZÁROS, 2011, p.
96).
Enfim, para início de conversa, para compreendermos a formação ou a deformação da consciência em uma sociedade capitalista não basta analisar as ideias que circulam no meio social, mas é imprescindível compreender a trama das relações sociais de opressão e exploração que condicionam e muitas vezes determinam a construção ou destruição de consciência emancipatória.
06/10/2021
Referências
IASI,
Mauro Luis. Ensaios sobre consciência e
emancipação. 2ª edição. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
MARX,
Karl. Crítica ao Programa de Gotha. São
Paulo: Boitempo, 2012.
MARX, Karl; ENGELS,
Friedrich. A Ideologia Alemã: crítica da mais recente Filosofia alemã em
seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em
seus diferentes profetas (1845-1846). São Paulo: Boitempo Editorial, 2007.
MÉSZÁROS, István. Para além do capital: rumo a uma teoria
da transição. 1ª edição revista. São Paulo: Boitempo, 2011.
Obs.: Os vídeos nos links, abaixo, ilustram o assunto tratado acima.
1 - Rodoanel
demolirá milhares de casas na RMBH. Carro de som NAS RUAS de bairros de BH
-Vídeo 4–3/10/21
2 - Carro
de som NAS RUAS CONTRA o Rodoanel: Mineirão e Independência/BH. Alenice/Henri.
Vídeo 3–3/10/21
3 - Gigante
Ato Público e Marcha por “FORA, BOLSONARO!”, Belo Horizonte/MG. Por Frei
Gilvander, 02/10/21
4 - Protagonismo
da Ocupação Cidade de Deus, Sete Lagoas, MG, 29/9/21. VISITA de autoridades.
Vídeo 2
5 - Visita
à Ocupação Cidade de Deus, Sete Lagoas: Dr. Afonso, Dr. Paulo, Dom Francisco.
Vídeo 1-29/9/21
6 - Povo
fica indignado ao saber da brutalidade do Rodoanel no Barreiro em BH e RMBH.
Vídeo 2 - 25/09/21
7 -
Socorro! Idosos sem água e sem energia na Ocupação Vitória na Izidora em BH.
Cadê COPASA? - 23/09/21
[1] Frei e padre da
Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel
em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese
Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; agente e assessor da
CPT/MG, assessor do CEBI e Ocupações Urbanas; prof. de Teologia bíblica no SAB
(Serviço de Animação Bíblica), em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br
– www.twitter.com/gilvanderluis
– Facebook: Gilvander Moreira III