Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
Homenagem às 272 pessoas mártires em Brumadinho, MG: Natal de 2019. Vale não vale nada. Vídeo 5 – 25/12/2019.
Dia 25/12/2019, às 11 horas, Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG e da Comissão de Ecologia Integral e Mineração, da CNBB, presidiu Missa de Natal no Santuário N. Sra. Do Rosário, em Brumadinho, MG, com a presença das famílias que perderam parentes no crime/tragédia da mineradora Vale dia 25/01/2019, a partir das 12h28. Nesse vídeo 5, após a missa presidida por dom Vicente Ferreira, e após a Caminhada com a Chamada dos/as 272 mártires do crime da Vale e do Estado, em Brumadinho, MG, no letreiro da entrada da cidade de Brumadinho foi prestada Homenagem às 272 pessoas martirizadas pelo crime da Vale e do Estado.
Homenagem às 272 pessoas mártires em Brumadinho, MG, martirizadas pelo crime/tragédia da mineradora Vale em conluio com o Estado, dia 25/01/2019, às 12h28: No Natal de 2019, 11 meses do crime, as famílias golpeadas e violentadas por esse crime prestam mais uma vez homenagem às 272 'jóias', como carinhosamente são chamadas. Vale não vale nada. Foto: A. Baeta.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Filmagem e edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 25/12/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte; frei Gilvander e moradores da Comunidade de Ponte das Almorreimas, no município de Brumadinho, MG, dia 27/12/2019, onde a mineradora Vale está devastando mais um território e uma comunidade. Até um muro histórico e arqueológico, ao lado da antiga igrejinha de São Vicente de Paulo, foi demolido pela Vale. Foto: A. Baeta.
Na sociedade capitalista atual, o
processo de desterritorialização acontece de forma sorrateira e, muitas vezes,
onde se menos espera. Até o dia 25 de janeiro de 2019, a comunidade rural de Ponte
das Almorreimas, em Brumadinho, MG, era um lugar tranquilo, bom de viver e
conviver: comunidade simples com as famílias produzindo em regime de
agricultura familiar, com fortes laços de amizade e ajuda mútua, em um bioma
bastante preservado, onde o silêncio durante o dia era a tônica e à noite, tão bela
quanto a vesperata em Diamantina, era a sinfonia do cantar dos pássaros, sapos
e grilos. Ponte das Almorreimas se constituía como um território “espaço de
segurança afetiva, “lar”, “abrigo físico”, “espaço de redes sociais” e “olhares
múltiplos” (SANTOS, 1994 e 2000; HAESBAERT, 2004; SAQUET, 2007).
Um dos vários idosos existentes na
comunidade, o Sr. Norival José Alves, com mais de 100 anos, há quase 50 anos convivendo
e trabalhando em Ponte das Almorreimas, nos diz: “Aqui tinha água pra todo lado, várias lagoas e um córrego com muita
água que desembocava no rio Paraopeba. Depois que chegou a mineração aqui na
região, as águas só vêm diminuindo.” Em um círculo negativo, o
crime/tragédia da Vale e do Estado, iniciado dia 25 de janeiro de 2019, na Mina
do Córrego do Feijão, está gerando muitos outros crimes no município de
Brumadinho, MG, e em muitos outros municípios da bacia do rio Paraopeba.
Conforme Relatórios das CPIs da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais e da Câmara Federal, planejado com
requintes de crueldade, o crime/tragédia da mineradora Vale e do Estado se
iniciou dia 25 de janeiro de 2019, às 12h28, sepultando vivas 272 pessoas que
estavam trabalhando na mina de Córrego do Feijão ou estavam na Pousada Nova
Estância, logo abaixo da Mina de Córrego do Feijão. É importante frisar que o
crime não é só da Vale, mas também do Estado, pois o Governo de Minas Gerais
concedeu licenciamento ambiental, não fiscaliza como deveria a exploração
mineraria e renovou a licença para a Vale retomar as atividades na Mina de
Córrego do Feijão.
Mesmo não sendo inundada pelos 12,7
milhões de metros cúbicos de lama tóxica que desceram córrego abaixo até
invadir o rio Paraopeba, matando todos os seres vivos da fauna aquática, por
estar acima de Córrego do Feijão, a Comunidade e o Território de Ponte das
Almorreimas perdeu vários parentes e amigos no crime e, pior, a Vale montou na
Comunidade uma fazenda para receber inicialmente os animais feridos encontrados
na lama tóxica. Depois, a Vale comprou a fazenda Lajinha, em Ponte das
Almorreimas, para servir de depósito da lama tóxica retirada, via bombeamento
em uma espécie de mineroduto, do córrego do Carvão, logo abaixo do palco do
crime. Assim, a contaminação está sendo transferida para o território de Ponte
das Almorreimas.
A Vale foi condenada judicialmente a
construir uma nova estação de captação de água no rio Paraopeba, porque com o
rompimento da barragem inviabilizou a captação de água no rio Paraopeba, feita
pelo Governo de Minas Gerais e COPASA e inaugurada em 2015, com promessa de
garantir segurança hídrica para Belo Horizonte e Região Metropolitana (RMBH)
por 25 anos. O rio Paraopeba era responsável por 50% do abastecimento de BH e
RMBH. A Vale, o Governo de Minas Gerais e a COPASA escolheram o território de
Ponte das Almorreimas como local para se construir a nova captação de água para
retardar o colapso hídrico em Belo Horizonte e Região Metropolitana, com 5
milhões de habitantes. “A Vale comete
crimes e nós é que temos que pagar a conta?”, questionam muitas pessoas na
comunidade.
A Vale já comprou várias fazendas na
região. “Para quê? A Vale tem planos de
ampliar a mineração na região?”, perguntam indignados os moradores diante
de vários indícios. A região tem histórico de mineração de ouro por
garimpeiros. Há autorização para pesquisa minerária na região. A Vale demoliu
parte de um grande e extenso muro histórico e arqueológico existente em Ponte
das Almorreimas, ao lado da antiga igrejinha de São Vicente de Paulo. Idosos da
comunidade, como o Sr. Norival e o Sr. Raimundo, 70 anos, atestam que o muro é
muito antigo: do tempo da escravidão. Atestam também que sessenta anos atrás,
ao capinar nas lavouras de milho, feijão e mandioca, volta e meia encontravam
cacos de cerâmica e objetos antigos que os levavam a crer que a região tenha
sido habitada por indígenas antes da chegada nos não indígenas.
A Vale alega que está agindo dentro da
legalidade. De fato, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, expediu decreto de
utilidade pública desapropriando terrenos para a construção de nova captação de
água para a COPASA, que está sendo feita pela Vale. O preço arbitrado na
desapropriação – compra forçada – é injusto e atropela vários direitos das
famílias.
Os moradores estão muito indignados e
revoltados, pois “viver aqui virou um
inferno”. “A Vale invadiu nossa
comunidade e parece que pode tudo e compra todos”. “Barulho ensurdecedor e poeira infernal.” “Até o nosso direito de ir e vir está sendo violado, pois a estrada que
antes era muito simples, agora foi alargada, mas está com trânsito infernal”.
“A Vale está sacrificando nossa comunidade e nosso território”, desabafam
moradores A comunidade de Ponte das Almorreimas se tornou mais uma zona de
sacrifício do “sistema minerário, que é criminoso”, segundo Dom Vicente
Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte.
Essa realidade violentadora nos faz
recordar do pensador camaronese Achille Mbembe que, a partir da teoria do
biopoder de Foucault, ajuda-nos a perceber a relação dos podres poderes do
sistema do capital que determina quem pode viver, quem pode morrer, produz
inimigos e destrói corpos, definindo, enfim, o direito de matar, tudo isso
oficializado como Estado de Direito sob a égide de “interesse social” /
“utilidade pública” até para processo de mineração devastadora que causa inúmeros
processos de desterritorialização. Esse processo visa expurgar comunidades
deixando-as em situação de precarização crescente e de reclusão social. Nessa
dominação dos territórios verifica-se uma necropolítica camuflada de democracia
neoliberal, na prática um processo de nova colonização que impõe violentamente,
mais do que um escravismo, uma política de extermínio.
Enfim, nessa lógica da necropolítica, à
Comunidade e ao Território de Ponte das Almorreimas foi imposto violentamente
pela mineradora Vale e pelo Estado um território de sacrifico ao deus do
capital – “zona de sacrifício” (BULLARD, 2004). Por isso, eis nesse caso
concreto do crime/tragédia da Vale e do Estado injustiça socioambiental gerando
vários outros crimes.
Referências.
BULLARD, Robert. Enfrentando o racismo
ambiental no século XXI. In: ACSELRAD, Henri; PÁDUA, José Augusto de;
HERCULANO, Selene (orgs). Justiça
Ambiental e Cidadania. Delume Lumará, São Paulo, 2004.
HAESBAERT,
R. O mito da desterritorialização: do
“fim dos territórios” à multi- territorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2004.
SANTOS,
M. Território globalização e
fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1994.
_______. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel,
2000.
SAQUET,
M. A. Abordagens e concepções de
território. São Paulo: Expressão Popular, 2007.
Belo Horizonte, MG, 30/12/2019.
Obs.: Os filmes e vídeos nos links,
abaixo, versam sobre o assunto tratado acima.
1
- Vale sacrificando o território de Ponte das Almorreimas, em Brumadinho, MG:
violência! Vídeo 1 – 26/12/2019.
2
- "Vale comete crime e nós é que pagamos?" Ponte das Almorreimas,
Brumadinho, MG. Vídeo 2 - 26/12/2019.
3
- "Vale pode tudo e compra todos?" (Cláudia). E Dom Vicente: Ponte
das Almorreimas, Brumadinho/MG. Vídeo 3 – 26/12/2019.
4
- Dom Vicente: "Sistema minerário é criminoso". Vale na Ponte das
Almorreimas, Brumadinho/MG. Vídeo 4 – 26/12/2019.
5
- Dom Vicente: "Não espere outra barragem romper". Vale na Ponte das
Almorreimas/Brumadinho/MG Vídeo 5 – 26/12/2019.
[1]Frei e padre da Ordem
dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em
Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências
Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos
Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG.
E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br
– www.twitter.com/gilvanderluis
– Facebook: Gilvander Moreira III
Chamada dos 272 mártires em Brumadinho, MG, no Natal de 2019: "PRESENTE!", bradam todos/as. Vídeo 4 – 25/12/2019.
Dia 25/12/2019, às 11 horas, Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG e da Comissão de Ecologia Integral e Mineração, da CNBB, presidiu Missa de Natal no Santuário N. Sra. Do Rosário, em Brumadinho, MG, com a presença das famílias que perderam parentes no crime/tragédia da mineradora Vale dia 25/01/2019, a partir das 12h28. Nesse vídeo 4, após a missa presidida por dom Vicente Ferreira, segue a Caminhada com a Chamada dos/as 272 mártires do crime da Vale e do Estado, em Brumadinho, MG.
No Natal de 2019, Caminhada das famílias golpeadas pelo crime/tragédia da mineradora Vale e Estado que se iniciou com o rompimento da barragem da Vale, em Córrego do Feijão, em Brumadinho, MG, dia 25/01/2019, às 12h28, sepultando vivos 272 pessoas. Após missa presidida por Dom Vicente Ferreira, a Caminhada aconteceu do Santuário N. Sra. do Rosário até o letreiro da entrada da cidade de Brumadinho. Durante a caminhada foi feita a chamada dos nomes dos/as 272 mártires da mineração em MG e, após mencionar, um a um, os nomes, todos bradavam: "PRESENTE!". Foto: A. Baeta.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Filmagem e edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 25/12/2019.
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Oração,
Poesia e Marcha com os 272 mártires no Natal de 2019 em Brumadinho, MG. Vídeo 3
- 25/12/2019.
Dia 25/12/2019, às 11 horas, Dom Vicente
Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG e da Comissão de
Ecologia Integral e Mineração, da CNBB, presidiu Missa de Natal no Santuário N.
Sra. Do Rosário, em Brumadinho, MG, com a presença das famílias que perderam
parentes no crime/tragédia da mineradora Vale dia 25/01/2019, a partir das
12h28. Nesse vídeo 3, durante da missa presidida por dom Vicente Ferreira, o
pronunciamento de Andresa Rodrigues, mãe de Bruno, uma das 272 vítimas do
crime/tragédia da Vale e do Estado, dia 25/01/2019, a partir das 12h28. E
também nesse vídeo 3 o início da Caminhada com a Chamada dos 272 mártires do
crime da Vale e do Estado, em Brumadinho, MG. Videorreportagem de frei
Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
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Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link:
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direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
"A Vale enterrou nossos 272 filhos vivos". (Sr. Geraldo). Natal de 2019 em Brumadinho, MG. Vídeo 2 – 25/12/2019.
Dia 25/12/2019, às 11 horas, Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG e da Comissão de Ecologia Integral e Mineração, da CNBB, presidiu Missa de Natal no Santuário N. Sra. Do Rosário, em Brumadinho, MG, com a presença das famílias que perderam parentes no crime/tragédia da mineradora Vale dia 25/01/2019, a partir das 12h28. Nesse vídeo 2, durante da missa presidida por dom Vicente Ferreira, o pronunciamento de Andresa Rodrigues, mãe de Bruno, e Sr. Geraldo, pai de uma das 272 vítimas do crime/tragédia da Vale e do Estado, dia 25/01/2019, a partir das 12h28.
Dom Vicente Ferreira preside missa de Natal de 2019, no Santuário de N. Sra. do Rosário, em Brumadinho, MG, com 272 fotografias dos mártires do crime da Vale e do Estado, ocorrido dia 25/01/2019 a partir das 12h28. Foto: A. Baeta.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Filmagem: Alenice Baeta. Edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 25/12/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
Obra de Ricardo Juliani. Em sua simplicidade e grandeza ele expressa um Presépio Tupiniquim.
É tempo de natal, mas dá para celebrar o
natal no meio da fase mais cruel do capitalismo, máquina de moer vidas humanas
e vidas de todos os seres vivos, que atualmente não apenas explora, mas superexplora
a dignidade humana, a dignidade da mãe terra, da irmã água e de toda a
biodiversidade? A realidade está mais para sexta-feira da paixão, porque na
última eleição no Brasil foram eleitos para o poder político políticos da pior
estirpe, que acumpliciados com o poder econômico das empresas transnacionais,
com o capital especulativo, com agronegócio e mineradoras, estão eliminando
todas as conquistas de direitos sociais conquistados com muita luta e tendo
custado a vida de milhares de mártires, durante as últimas décadas.
Sob a avalanche do antinatal do mercado
idolatrado, necessário se faz resgatar o sentido bíblico do Natal de Jesus
Cristo, que é inspirador e revolucionário. Faz bem entendermos a narrativa
bíblica do Evangelho de Lucas (Lc 2,1-20) que versa sobre o nascimento do
galileu que se tornou Cristo. O Evangelho de Lucas não é crônica jornalística
escrita sob o calor dos fatos. Escrito na década de 80 do século I da era
cristã, o Evangelho de Lucas é Teologia da História a partir dos oprimidos e
injustiçados e da sua fé na ressurreição de Jesus Cristo. Para o evangelista
Lucas, foram os pastores – os trabalhadores mais discriminados da época – os
que, por primeiro, reconheceram a encarnação do divino no humano. Quando nasceu
Jesus Cristo? Onde? Em que contexto? Na presença de quem? E foi visitado e
acolhido por quem?
Jesus de Nazaré nasceu em tempos de
imperialismo romano com o imperador Augusto baixando decreto para aumentar o
peso da tributação nas costas do povo, além de manter a superexploração, por
meio da escravidão, a quem eram submetidos mais de 60 milhões de pessoas nas
muitas colônias do Império Romano. Diz o evangelista Lucas: “Naqueles dias, o imperador Augusto publicou
um decreto ordenando recenseamento em todo o império” (Lc 2,1). Como o pai
de Jesus, José, era descendente de Davi e natural de Belém, ele teve que viajar
da cidadezinha de Nazaré, na Galileia – periferia e norte da Palestina -, até
Belém, na Judeia, mais de 120 quilômetros, a pé ou montando em jumento, com sua
esposa Maria que estava na iminência de dar à luz um menino (Lc 2,3-5). Em uma
colônia dominada pelo imperialismo romano, por governadores submissos aos
interesses imperiais e com a cumplicidade de um poder religioso – o sinédrio –
que usava o nome de Deus para excluir e marginalizar a maioria do povo, como
trecheiro, estradeiro, “irmão de rua”, migrante, retirante, sem-terra,
sem-teto, refugiado, índio, quilombola, migrante e judeu da periferia, nasceu
Jesus Cristo na periferia de Belém, pequena cidade do interior. Jesus não
nasceu em Jerusalém nem em Roma, capital do império, nem em Brasília, nem na
Avenida Paulista e nem nos Estados Unidos. Maria e José tiveram que ocupar um
curral na periferia de Belém, porque não encontraram hospedagem na cidade,
certamente porque estavam sem condições financeiras de pagar hotel ou hospital
particular.
Ao descrever o nascimento de Jesus, o
evangelista Lucas estabelece estreito paralelismo com a morte e ressurreição do
Messias. De fato, em Lc 2,7a se diz que “Maria
enfaixou Jesus e o colocou na manjedoura”; em Lc 23,53a afirma-se que “José de Arimateia enfaixou o corpo de Jesus
e o colocou em um sepulcro”. Ou seja, escrevendo uns cinqüenta anos após a
crucificação e ressurreição de Jesus Cristo, o evangelista aponta que a missão
de Jesus será espinhosa (tinha sido), terá que enfrentar a violência de podres
poderes e de opressores (tinha enfrentado ...) - e, por isso, será condenado à
pena de morte, crucificado (martirizado) (tido sido ...), mas ressuscitará ao
terceiro dia (tinha ressuscitado).
Jesus nasce no meio dos pastores (Lc
2,8), os injustiçados e execrados pela classe dominante (saduceus) onde estão
os senhores “de bens” que por cumplicidade reproduzem a desigualdade social.
Entre todos os segmentos da classe trabalhadora e camponesa, os pastores e as
pastoras eram os/as mais explorados/as, considerados/as impuros/as,
principalmente porque não respeitavam as propriedades privatizadas. Para os
pastores e pastoras, o território era um bem comum e, por isso, levavam os rebanhos
que cuidavam para pastar em outras propriedades. Assim eram considerados
invasores de propriedades privadas. Para os pastores e as pastoras, “Terra de
Deus, terra de irmãos!”, tema da Campanha da Fraternidade de 1986 que
desencadeou a luta social que fez inscrever a função social da propriedade na
Constituição Federal de 1988.
“Um
anjo de Deus apareceu aos pastores” (Lc 2,9), não apareceu ao imperador,
nem ao governador, nem a nenhum sacerdote e nem a nenhuma pessoa considerada
pura, integrada à sociedade dos “de bens”. São esses pastores e pastoras que
reconhecem o nascimento do menino Deus e vêm ao encontro daquele que iria
testemunhar um caminho de libertação para todos/as e tudo, a utopia “vida e liberdade para todos/as e tudo”
(Jo 10,10). Hoje podemos dizer que um/a anjo/a apareceu a Marielle Franco, aos
indígenas, aos quilombolas e continua aparecendo a todos/as os/as
considerados/as impuros/as que se irmanam na luta em defesa dos
injustiçados/as.
Nos Evangelhos de Lucas e de Mateus, o
nascimento de Jesus não é apresentado de forma neutra diante das contradições e
desigualdades sociais. José, Maria, Jesus, os evangelistas e as primeiras
comunidades cristãs (autoras dos Evangelhos) fazem opção de classe, têm lado: o
lado dos oprimidos e injustiçados. A luz divina foi experimentada pelos
pastores e pastoras, em uma noite escura (Lc 2,8-9), – como a noite que se
abateu sobre o povo brasileiro com a eleição de Bolsonaro, de governadores, de
deputados e senadores, todos vassalos de um capitalismo ultraliberal. A luz e a
força divina irromperam naqueles e naquelas que eram os/as mais rejeitados/as na
Palestina, colônia do Império Romano.
Nas primeiras comunidades cristãs se lia
naquela época o texto do profeta Isaías que dizia: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os
que habitavam uma terra sombria” (Is 9,1). A primeira mensagem do anjo aos
pastores e pastoras foi: “Não tenham
medo! Eis uma ótima notícia para todo o povo explorado. Hoje, na cidade de
Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor” (Lc 2,10).
Essa mensagem ganha eloquência se recordarmos que quando se elevava um novo
imperador ou rei, arautos do império anunciavam a entronização aclamando o que
estava sendo entronizado como novo Salvador (soter, em grego) e Senhor (Kurios,
em grego).
As primeiras comunidades cristãs fazem
uma revolução copernicana e subvertem a ideologia dominante que divinizava o
poder e quem estava no poder. ‘Salvador’ e ‘Senhor’ não será mais o imperador e
nenhum rei. ‘Salvador’ e ‘Senhor’ será aquela criança que nasceu no meio dos superexplorados.
O anjo alerta: só quem se mistura com os periféricos e com eles convive
consegue experimentar o divino se revelando no humano a partir dos porões da
humanidade (Lc 2,12). Quem fica distante dos empobrecidos e empobrecidas
acumula preconceitos e se desumaniza. Diz o evangelista Lucas que os anjos
fazem festa ao experimentar a glória de Deus e a paz (shalom, em hebraico) no meio do povo (Lc 2,14). A glória de Deus
brilha quando o humano em todas as pessoas é respeitado e valorizado. Paz como
fruto da justiça, shalom, acontece
quando os governos com organização popular efetuam mudanças estruturais para
superar a desigualdade social e promover a justiça social com respeito à imensa
diversidade cultural, aos direitos da natureza, dos animais e toda a
biodiversidade existente no nosso país e no mundo.
“Os
pastores da região foram a Belém, às pressas, participar do acontecimento”
(Lc 2,15-16); não foram a Jerusalém, nem a Brasília, nem às catedrais do deus
mercado, nem ao Império do capital, nem ao agronegócio e nem às mineradoras. “E todos os que ouviram os pastores ficaram
maravilhados” (Lc 2,18). Quem não ouve, não respeita e nem participa da
luta dos/as sem-terra, dos/as sem-teto, dos atingidos pelas mineradoras, dos/as
migrantes, dos/as refugiados/as, dos irmãos e irmãs em situação de rua, dos/as
indígenas, dos/as quilombolas, das mulheres e dos nossos irmãos e irmãs
LGBTTQIs[2] não
consegue compreender o divino se tornando humano a partir de Jesus Cristo.
Os pastores e as pastoras reconhecem o
poder popular nascido na periferia de Belém, cidade do pastor Davi que se
tornou rei bom. “É de ti Belém, a menor
entre todas as cidades, que virá o Salvador” (Miq 5,1), bradava a profecia
inspiradora do profeta Miqueias. Etimologicamente Belém (Betlehem, em hebraico)
significa Casa do Pão. Belém é a cidade de Davi, o menor entre os irmãos,
aquele que organizou os injustiçados da sociedade para lutar por um governo
justo, popular e democrático. O verdadeiro “rei dos judeus” não é violento e
sanguinário como Herodes, é um recém-nascido, nascido sem-terra e sem-casa e
tendo que se exilar às pressas, logo após o nascimento, como refugiado, para
não ser assassinado pelo poder repressor de plantão. Segundo o Evangelho de
João, o nascido na “Casa do Pão” se tornou Pão da Vida para todos/as (Jo
6,35-59). Os pastores e as pastoras intuem com sabedoria que o poder
democrático, participativo e popular vem da periferia, dos injustiçados, dos
pequenos.
O natal trombeteado aos quatro ventos
pelos arautos do mercado idolatrado é um antinatal, abusa do nascimento de
Jesus Cristo para auferir lucro e acumular capital, promovendo gastança,
viagens que resultam em centenas de mortes e comilanças; pior, humilham milhões
de pessoas que não podem gastar, viajar e nem promover comilanças. O Papai Noel
é um mentiroso, nojento e fantoche do ídolo capital que cumpre uma tarefa suja:
seduzir as crianças e as famílias para consumirem ao máximo até se consumirem e
se desumanizarem gradativamente. Quem não se alia à luta por direitos de
sessenta por cento dos brasileiros que sobrevivem com menos de um salário
mínimo por mês não consegue vivenciar o sentido sublime e profundo do Natal de
Jesus Cristo, está sendo mentiroso/a, pois não está abraçando o projeto de
Jesus, o Cristo libertador e salvador.
Quem é discípulo/a do menino que nasceu
como refugiado na periferia de Belém precisa insurgir ao lado de toda a classe
trabalhadora e camponesa e das forças vivas que lutam pela superação de todas
as injustiças. É hora de acordar do sono imposto por falsos pastores, falsos
padres, por fake news e pelas
contradições dos Partidos Políticos. É hora de despertar para as lutas de base
e massivas. Os poderosos aparentam ser gigantes, mas têm pés de barro, pois
estão recheados de contradições e mentiras. O menino Deus nascido na periferia
de Belém vive em todos/as que lutam por justiça social, justiça agrária,
justiça ambiental, justiça urbana e por direitos humanos fundamentais. Por
isso, no Brasil, em 2019, no Natal de Jesus: Deus se fez índio, quilombola ...
Belo Horizonte, MG, 23/12/2019.
Obs.: Os filmes e
vídeos nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado, acima.
1
- Palavra Ética na TVC/BH: Povo Indígena Kaxixó em Martinho Campos e Pompéu,
MG. 07/7/2019
2
- Povo indígena Guarani no Paraná X Itaipu: Palavra Ética/TVC/BH c/ frei
Gilvander. 01/12/2018.
3
- Quilombo histórico Lapinha, em Matias Cardoso, norte de MG: 170 famílias
ameaçadas de despejo. NEGOCIAÇÃO, JÁ! - Vídeo 1 - 24/7/2019.
[1]Frei e padre da Ordem
dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em
Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências
Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos
Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG.
E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br
– www.twitter.com/gilvanderluis
– Facebook: Gilvander Moreira III
[2]Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis,
Transexuais, Queers e Pessoas Intersex.
Igreja evangélica monta presépio com Jesus preso como refugiado nos EUA “como foi feito com mais de 5.500 crianças” (Revista Forum – www.revistaforum.com.br ). Sagrada Família como refugiados na Igreja Metodista de Claremont, na Califórnia, EUA. Foto: Reprodução.
É tempo do natal de Jesus Cristo. Tempo para reconhecermos e celebrarmos o divino encarnado no humano. Como mistério de infinito amor, o Deus da vida se apaixonou pela humanidade, largou o céu, desceu para o planeta terra, nossa única Casa Comum – O divino está também em todo o universo -, e armou sua tenda no meio dos empobrecidos e injustiçados para anunciar o projeto de Deus, denunciar toda e qualquer forma de opressão, construir libertação de todos e tudo e, assim, nos motivar e inspirar na luta pela concretização de uma utopia: construir “novo céu e novo terra”, ou seja, libertarmo-nos das ideologias dominantes que desfilam um monte de mentiras que oprimem e matam o povo e construir novas condições materiais objetivas que garantam relações sociais sem opressão, para além do sistema do capital. O Deus da vida faz aliança de amor com o povo oprimido e superexplorado (Cf. Ap 21,1-5).
Deus se humaniza para revelar que o divino está no humano. No século II, Irineu, pastor da Igreja de Lyon, ensinava: “Como você poderá divinizar-se se ainda nem se tornou humano? Antes de tudo, garanta a condição de ser humano e, assim, poderá participar da glória divina”. Está enganado quem busca se divinizar sem se humanizar. Ao assumir a condição humana a partir de uma criança empobrecida, o Deus da vida nos ensina que, de fato, toda pessoa humana é “imagem e semelhança de Deus” (Gênesis 1,27) e “templo do Espírito Santo” (I Coríntios 6,19).
Os dois primeiros capítulos dos Evangelhos de Lucas e de Mateus, da década de 80 do século I, apresentam narrativas bíblicas sobre as infâncias do profeta João Batista e de Jesus de Nazaré, que de tão humano se tornou Cristo, ungido e enviado por Deus com a missão de testemunhar um jeito libertador e viver, conviver e lutar pela salvação de todos e tudo. Os evangelistas Lucas e Mateus afirmam que Jesus nasceu sem-terra e não latifundiário, nasceu sem-teto e não em mansão dos enriquecidos que acumulam riquezas, nasceu na periferia e não no centro dos poderes político-econômico e religioso. Logo após nascer em uma ocupação promovida por sua mãe, Maria, e seu pai, José, na periferia de Belém (em hebraico, Betlehem = Casa do Pão), o menino Deus teve que se tornar refugiado político e fugir para o Egito com Maria e José para escapar da perseguição do rei Herodes, vassalo do Império Romano na opressão e repressão ao povo. Abraçando as entranhas do humano a partir de uma criança de periferia, o Deus da vida nos ensina que revolucionário é cuidar amorosamente do humano em todas as pessoas, sem exceção, e seguir lutando para a construção de uma sociedade do Bem Viver e Conviver, com justiça agrária, justiça socioambiental, justiça urbana e respeito aos direitos humanos fundamentais. Jesus de Nazaré nasce nas brechas de uma sociedade escravizada pelo imperialismo dos romanos e discriminada pelo poder religioso do sinédrio comandado por uma elite econômica – os saduceus - que usava a religião para marginalizar os empobrecidos e os adoecidos, impondo a covarde lei da pureza e da impureza, que dividia as pessoas entre ‘puras’ e ‘impuras’. Os ricos e sadios eram considerados ‘puros’ e, por isso, abençoados, enquanto os empobrecidos, escravizados, adoecidos, “os órfãos e as viúvas” e os estranhos eram tidos como ‘impuros’ e, por isso, malditos.
O Evangelho de Lucas fala que os primeiros a reconhecerem o divino no humano, em uma criança, foram os pastores ao visitar Jesus, logo após seu nascimento na periferia de Belém (Lc 2,1-20). No Evangelho de Mateus, em Mt 2,1-12, está a narrativa da visita de magos a Jesus, passagem exclusiva das comunidades cristãs do evangelista Mateus. Para Mateus foram os magos os que por primeiro testemunharam a encarnação do divino no humano. Quem são esses magos? O texto só diz que eles vêm do Oriente, de onde o dia nasce e a vida recomeça. Os magos são pessoas sábias, porque viram a “estrela de Belém” que indicava o nascimento do “rei dos judeus”. Os magos têm intenções contrárias às do rei Herodes, que ficou alarmado e junto com ele toda a cidade de Jerusalém. Nem pela consulta às Escrituras Herodes, os sumos sacerdotes e os escribas se dispõem a reconhecer o divino no humano que acaba de nascer no meio dos injustiçados. Acontece então uma oposição muito significativa: aqueles que detêm o conhecimento e o poder da religião oficial ignoram Jesus de Nazaré, enquanto pessoas de outras culturas e práticas, que inclusive seriam condenadas pela lei judaica, como a consulta aos astros, reconhecem o nascimento daquele que iria testemunhar um caminho de libertação e salvação de todos e tudo, e vêm ao seu encontro.
Em Mt 2,1-12 temos o rei Herodes contra Jesus, Jerusalém contra Belém. Para os magos, estrangeiros do oriente, Jesus é “rei dos judeus” (Mt 2,2). Os magos reconhecem o poder popular nascido em Belém, cidade do pastor Davi, que organizou os injustiçados da sociedade para lutar pela conquista de um governo justo. O verdadeiro rei dos judeus não é violento como Herodes, é um recém-nascido, nascido sem-terra e sem-casa. Segundo o Evangelho de João, o nascido em Belém, “Casa do Pão”, se tornou Pão da Vida para todos. Os magos intuem com sabedoria que o poder democrático, participativo e popular vem da periferia, dos injustiçados, dos pequenos. A estrela que guia os magos representa as intuições e os anseios mais profundos da humanidade sedenta de justiça, paz e fraternidade.
Herodes, o rei sanguinário e opressor, tremendo de medo de perder o seu poder, tentou cooptar os magos secretamente, tentou obter informações que o ajudassem a liquidar a vida frágil. Herodes mentiu e fez propaganda enganosa para tentar descobrir onde estavam as forças de subversão ao seu poder tirânico. Mas as forças de vida – o divino no humano – foram mais espertas fazendo os magos voltarem “por outro caminho” e assim driblaram a armadilha de Herodes. Os magos romperam de uma vez por todas com Herodes, rei opressor, e com Jerusalém, cidade tratada como se fosse uma empresa. O sonho dos magos é a inspiração de que do poder opressor nada nasce de bom para a sociedade.
Atualmente, estamos em contexto de um antinatal do capitalismo, alardeado pelos arautos do mercado idolatrado, entre os quais está o Papai Noel, um mentiroso e fantoche do ídolo capital para seduzir as crianças e as famílias para consumirem até se consumirem e se desumanizarem gradativamente. Entretanto, ainda está em tempo de construirmos um mundo de justiça e paz para todos e tudo. Que nesse Natal e na virada do ano possamos revigorar em nós o desejo e o compromisso de viver e conviver de um jeito parecido com os magos do oriente e como os pastores de Belém (Lc 2,1-20) que reconhecem que o que liberta vem dos pequenos e oprimidos. Que não sejamos manipulados pelo Papai Noel do capitalismo e nem cúmplices dos Herodes de plantão!
Obs.: Os filmes e vídeos nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado, acima.
1 – Natal passa pelo respeito ao direito à moradia/Ocupação Vila da Conquista/BH/MG/Vídeo 2 - 23/12/18
2 - Natal na Ocupação Esperança, na Izidora/BH/MG. Almoço Comunitário: A força do amor. 23/12/18
3 - Vem, Senhor, com teu povo caminhar! - Celebração do Natal-Ocupação Vila Nova -BH/MG - 3a Parte -10/12/2017
4 - Celebração do Natal na Comunidade Vila Nova, Belo Horizonte. 2ª Parte. União na luta. 10/12/17
Belo Horizonte, MG, 17/12/2019.
[1]Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br – www.twitter.com/gilvanderluis – Facebook: Gilvander Moreira III