Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
Boletim n.º 1 das
Missões da XXII Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais
O
quê? XXII
Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais.
Onde? Na cidade
de Romaria, no Alto Paranaíba, na Arquidiocese de Uberaba, MG.
Quando? Dia 10 de
Novembro/2019.
Tema: Com a Mãe Abadia, os filhos e filhas e toda
a natureza clamam em dores de parto.
Lema: Das águas sujas, em Romaria, na luta pela
terra e pelas águas, fontes de vida.
Dias 2 e 3/11/2019, no Salão da Igreja
Nossa Senhora de Fátima, em Uberlândia, realizamos um Encontro de Preparação de
quase 40 Missionários/as para uma Semana de Missões da XXII Romaria das Águas e
da Terra do Estado de Minas Gerais, que acontecerá no próximo dia 10 de
novembro de 2019, na cidade de Romaria, na região do Alto Paranaíba, na
Arquidiocese de Uberaba, MG. Após a acolhida e apresentação de todos/as, houve
Oração Inicial do Encontro e seguiu-se, com frei Rodrigo Peret, apresentação da
realidade histórica e atual do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Foram
apresentados o Cancioneiro (Livro de Cantos) da XXII Romaria e a Cartilha das
Missões da XXII Romaria com quatro Encontros para reflexão e celebração nas
Comunidades durante a Semana Missionária. Fizemos retrospectiva dos passos
dados até aqui no processo de preparação para a XXII Romaria. Refletimos sobre
a mística e a espiritualidade da Romaria das Águas e da Terra. Após a
Constituição das Equipes Missionárias, fizemos uma Celebração de Envio para a
Missão em várias Comunidades rurais e urbanas nas cidades de Uberlândia, Monte
Carmelo, Indianópolis e Romaria. Haverá missão também nos Assentamentos
Carinhosa e Taperão, no município de Uberlândia.
Com a presença espiritual do nosso querido
padre Ernesto e com as bênçãos de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora da
Abadia da Água Suja, na parte da tarde do dia 03/11, os/as missionários/as
partiram para a missão que acontecerá até o dia 08/11. Na manhã do dia 09/11,
faremos, na cidade de Romaria, a avaliação das missões. Na parte da tarde do
dia 09/11, realizaremos a organização dos últimos preparativos para a XXII
Romaria. Na noite de 09/11, acontecerá uma Noite Cultural na Cidade de Romaria.
E dia 10 de novembro, das 8h30 às 16 horas acontecerá a XXII Romaria das Águas
e da Terra de MG, que terá início em uma das entradas da cidade de Romaria.
Gratidão a todos/as os/as missionários/as que vieram de longe, com muito amor,
esperança e fé no Deus da Vida e no Evangelho de Jesus Cristo. Gratidão a
todos/as que têm contribuído na realização da XXII Romaria.
Obs.: Acompanhe
notícias, textos e vídeos nos sites:
Queremos
o município de Ibirité, MG, território livre da mineração.
Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e vice-presidente da Comissão Episcopal de Mineração e Ecologia Integral da CNBB, em visita ao Manancial Taboões, em Ibirité, MG, dia 31/10/2019: luta contra o retorno de mineração ao município de Ibirité, MG, e luta pela preservação dos mananciais do Parque Estadual Serra do Rola Moça, na região metropolitana de Belo Horizonte, MG.
Dia 31/10/2019, junto
com dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, o
padre Jean, coordenador dos padres de 69 paróquias da Região Episcopal Nossa
Senhora Aparecida (RENSA) e um grupo de lideranças do Movimento socioambiental
Serra Sempre Viva, visitamos, na parte da manhã, o manancial de Taboões,
manancial de abastecimento público de Ibirité e de parte de Belo Horizonte. No
manancial Taboões pudemos contemplar a maravilha que é toda a criação, obra do
Deus da vida que cria e age nas ondas da história. O manancial de Taboões é um
santuário natural e sagrado, mas está ameaçado de extinção pela mineradora
Santa Paulina – que de santa só tem o nome - que insiste em retomar projeto de
mineração ao lado do manancial, onde já existem enormes crateras deixadas por
essa mesma mineradora. Visitamos também com dor no coração essas crateras que a
mineradora Santa Paulina deixou ao lado do manancial Taboões em Ibirité. Na
parte da tarde do mesmo dia, 31/10/2019, fizemos uma longa reunião com os
vereadores e uma vereadora de Ibirité, MG. Reivindicamos o apoio firme de todos
os vereadores e da vereadora de Ibirité na luta para impedirmos a reabertura de
mineração no município de Ibirité. Exigimos que o prefeito de Ibirité, Wiliam
Parreira, volte atrás e cancele a Carta de Anuência e concordância com a reabertura
de mineração no município. Apresentamos propostas de vários projetos de lei que
precisam ser aprovados na Câmara municipal de Ibirité, MG, para que em breve
possamos declarar o município de Ibirité território livre da mineração. Como
vice-presidente da Comissão Episcopal de Mineração e Ecologia Integral da CNBB,
o bispo dom Vicente Ferreira está firme na luta pela superação da mineração
devastadora em MG e no Brasil.
Não podemos admitir a
retomada de mineração em Ibirité pela mineradora Santa Paulina, na Serra do
Rola Moça, dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça. A mineradora Santa
Paulina já causou um enorme estrago socioambiental dentro do Parque Estadual
Serra do Rola Moça, no município de Ibirité, região metropolitana de Belo
Horizonte, MG, ao lado do manancial de Taboões, manancial de abastecimento
público de Ibirité e de parte de Belo Horizonte. Além de ser área do Parque e
manancial de abastecimento público, a área é APP (Área de Preservação
Permanente). Pior, agora a mineradora Santa Paulina já construiu, de forma
ilegal e imoral, uma estrada que servirá para escoar o minério que pretende
voltar a explorar ao lado das crateras já deixadas em Ibirité, dentro do Parque
Estadual Serra do Rola Moça. No manancial de Taboões encontram muitas espécies
vegetais e animais raros. As crateras enormes já deixadas pela mineradora Santa
Paulina são chagas e feridas da mãe Terra que geme em dores de parto ou de
estertor de morte. As poucas flores que insistem em irradiar beleza ao redor
das crateras da mineradora Santa Paulina profetizam que não podemos em nenhuma
hipótese aceitar a reabertura de mineração na área já sangrada e declarada como
zona de sacrifício ao ídolo mercado. Uma placa empoeirada da Mineradora Santa
Paulinha está colocada distante apenas alguns metros de placa da COPASA
anunciando que a área é manancial de abastecimento público. Aliás, a cerca de
arame do manancial Taboões está literalmente ao lado das crateras causadas pela
mineradora Santa Paulina. Uma placa da COPASA no local diz que a vazão do
manancial Taboões é de 50 litros por segundo, o que equivale a 3.000 litros por
minuto, 180.000 litros por hora, 4.320.000 litros por dia. Isso é muita água:
mais de 20 caminhões por hora ou 480 caminhões de água por dia. Ou 14.400
caminhões por mês. Ou 172.800 caminhões de água por ano. Enfim, o Manancial
Taboões garante o abastecimento de milhares de pessoas em Ibirité e Região
metropolitana de Belo Horizonte, além de dessedentar milhões de seres vivos na
área. Logo, é uma insanidade o projeto da Mineradora Santa Paulina que visa
reabrir mineração na área já muito agredida. Basta de mineração em Ibirité!
Exigimos o município de Ibirité, MG, como Território Livre de Mineração.
Ibirité só sobreviverá
sem mineração. Com mineração, Ibirité não sobreviverá! Mineradoras não geram
empregam, geram, sim, muito desemprego. E os poucos empregos que geram são à
custa de muito sangue e devastação ambiental.
Diante da crise hídrica,
do colapso hídrico chegando e dos crimes/tragédias das mineradoras em conluio
com o Estado, é postura irresponsável e suicida aprovar reabertura de
mineração. Por isso, exigimos Ibirité como território livre de mineração.
Assinam essa Nota:
Movimento SERRA SEMPRE
VIVA
Comissão Episcopal da
Mineração e Ecologia Integral da CNBB
Dia da conquista da fazenda Monte Cristo, em Salto da Divisa, MG, que se tornou o Assentamento Dom Luciano Mendes. Foto: Arquivo da CPT/MG.
As famílias do Acampamento Dom Luciano, no município de Salto da divisa, região do Baixo Jequitinhonha, MG, precisamente as 43 – com total de pessoas flutuante - que perseveram na luta há mais de dez anos, têm demonstrado convicção de que estão no rumo certo e não vacilaram em momento algum. Sabiam muito bem que não há ventos favoráveis para quem não sabe aonde quer chegar. Carregavam sempre consigo o sonho construído em mutirão, com as próprias mãos e acordado: o da conquista da terra. Esse sonho coletivo que foi sendo sonhado acordado, na luta coletiva, se tornou um dos trunfos que fez a luta pela terra seguir rumo a emancipação. Após dezenas de anos sendo sem-terra, na luta pela terra, em luta coletiva, se tornaram Sem Terra. É óbvio que as palavras não são unívocas, mas sempre análogas, podem ter significados diversos e, inclusive, mudar de sentido ao longo do tempo conforme novas interpretações. Na luta pela terra, sob a liderança do MST, se convencionou que sem-terra é a pessoa realmente sem-terra e que continua isolado sendo expropriado e explorado pelos latifundiários, pelo latifúndio e pelo sistema do capital. E, Sem Terra é o sem-terra que se torna militante ao abraçar a luta coletiva pela terra. A experiência e a história de luta pela terra indicam que quem se torna Sem Terra conquistará a terra mais cedo ou mais tarde caso não desista da luta, mas continuará tendo a identidade de Sem Terra e não se tornará um Com Terra, pois enquanto tiver uma pessoa sem-terra a luta pela terra deve estar de pé.
Eis uma amostra da realidade social e da luta histórica dos Sem Terra que, após ficarem acampados no Acampamento Dom Luciano durante muitos anos, conquistaram a fazenda Monte Cristo que se tornou Assentamento Dom Luciano. Antes de abraçarem a luta pela terra, esses camponeses derramaram muito suor na terra trabalhando para fazendeiros, conforme o relato do camponês Sem Terra Getúlio Lopes do Nascimento, que era da coordenação do Acampamento Dom Luciano: “Eu nasci em Vitória da Conquista, BA, mas fui criado aqui em Gabiarra, cidadezinha aqui perto, onde cheguei com dois meses de idade. Já lutei demais por aqui na região. Tomei conta de fazendas muito tempo por aqui. Eu fui vaqueiro e eu conhecia o Salto da Divisa porque era linha para a gente passar tocando gado. Quem não tem um sustento pra viver, em qualquer canto é o certo pra viver. A gente não tinha um lugar pra sobreviver e então a gente achou por bem enfrentar a luta com os companheiros aqui para ver se a gente arruma um pedacinho de terra para a gente viver com dignidade. A gente precisava de uma ariazinha para a gente sobreviver, pois a gente não tem. Na cidade do Salto da Divisa quem tem, tem demais, e quem não tem, não tem nada. Aqui só tem a empresa Mineradora Nacional de Grafite e a prefeitura para o povo trabalhar. Em Salto da Divisa quando se arruma um emprego se recebe no máximo meio salário. Fui a Belo Horizonte duas vezes. Na primeira vez, estive lá dez dias e voltei para trás. Depois, voltei lá em Belo Horizonte e fiquei mais 20 dias e voltei pra trás. Achei bonito lá, mas para trabalhar lá na cidade não gostei. Nunca passou pela minha cabeça mudar para uma cidade grande. Estudei só a primeira série, só mesmo para assinar o nome. Minha ideia está é na roça. Na cidade quem quer dar emprego para um idoso? Já sofri muito trabalhando de fazenda em fazenda como empregado. Há muito que procuro um lugarzinho para a gente ficar sossegado, sem ser empurrado ou pisado, até Deus mandar chamar. Não vamos desistir da luta pela terra junto com os companheiros. Queremos a terra. A melhor alternativa é o caminho que nós estamos seguindo, primeiro, com Deus; depois, com o MST, com irmã Geraldinha, com frei Gilvander e com todos que nos apoiam”.
No Acampamento Dom Luciano Mendes havia um significativo número de pessoas acima de 50 anos de idade. Tinha mais de dez pessoas aposentadas. As normas de seleção do Plano Nacional de Reforma Agrária não excluem os aposentados por idade como trabalhador rural. Exclui, sim, os aposentados por invalidez e muitos obstáculos legais são colocados para dificultar o acesso à terra.[2] No passado, quando assentado, o normal era colocar o lote em nome do homem, chefe de família, mas ultimamente a prioridade passou a ser colocar o lote em nome da mulher, por vários motivos: a) porque a bolsa família é em nome da mulher; b) há pesquisas que asseguram que há um índice de êxito maior nos empréstimos realizados por mulheres; c) também para frear o machismo; e d) também porque há casos de mulheres viúvas, divorciadas ou mães solteiras.
De fato, quem nasce e é criado no campo, mesmo que seja forçado a migrar para a cidade, sempre trará o campo dentro de si e o sonho de retornar ao campo estará sempre vivo dentro de si. O MST, dezenas de outros movimentos sociais camponeses e os Povos e Comunidades Tradicionais, na luta coletiva, têm tornado esse sonho realidade. Com a exaustão das condições de vida nas grandes cidades a solução será cada vez mais voltar para o campo, reconquistar a terra que expropriada e construir um modo de vida simples e sóbrio no estilo do Bem Viver e Conviver dos povos originários.
Belo Horizonte, MG, 29/10/2019.
Obs.: Abaixo, vídeos que versam sobre o assunto apresentado, acima.
1 - Palavra Ética, na TVC/BH: frei Gilvander-Acampamento Dom Luciano/MST, Salto da Divisa/MG. 22/09/14
2 - De Acampamento Dom Luciano Mendes, CPT/MST, MG, a Assentamento. IV congresso da CPT. 13/07/15
3 - Povo do Acampamento Dom Luciano, do MST, em Salto da Divisa, MG, não arreda o pé da luta. 22/09/14
[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; mestre em Ciências Bíblicas; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; assessor da CPT, CEBI, SAB, CEBs e Movimentos Sociais Populares; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br - www.freigilvander.blogspot.com.br – www.twitter.com/gilvanderluis – Facebook: Gilvander Moreira III
[2] Segundo a NORMA DE EXECUÇÃO Nº 45, DE 25 DE AGOSTO DE 2005. DOU 166, de 29/8/2005, seção 1, p. 122, que dispõe sobre procedimentos para seleção de candidatos ao Programa Nacional de Reforma Agrária, podem ser beneficiários (as) do Programa Nacional Reforma Agrária: Art. 5º. O assentamento de famílias contemplará as seguintes categorias de trabalhadores e trabalhadoras: 2 I - Agricultor e agricultora sem terra; I - Posseiro, assalariado, parceiro ou arrendatário; II - Agricultor e agricultora cuja propriedade não ultrapasse a um módulo rural do município. Art. 6º. Não poderá ser beneficiário(a) do Programa de Reforma Agrária, a que se refere esta norma, seguindo os seguintes Critérios Eliminatórios: I - Funcionário(a) público e autárquico, civil e militar da administração federal, estadual ou municipal, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a); II - O agricultor e agricultora quando o conjunto familiar auferir renda proveniente de atividade não agrícola superior a três salários mínimos mensais; III - Proprietário(a), quotista, acionista ou coparticipante de estabelecimento comercial ou industrial, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a); IV - Ex-beneficiário(a) ou beneficiários(a) de regularização fundiária executada direta ou indiretamente pelo INCRA, ou de projetos de assentamento oficiais ou outros assentamentos rurais de responsabilidade de órgãos públicos, de acordo com a Lei nº 8.629/93, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a), salvo por separação judicial do casal ou outros motivos justificados, a critério do INCRA; V - Proprietário(a) de imóvel rural com área superior a um módulo rural, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a); VI - Portador(a) de deficiência física ou mental, cuja incapacidade o impossibilite totalmente para o trabalho agrícola ressalvados os casos em que laudo médico garanta que a deficiência apresentada não prejudique o exercício da atividade agrícola; VII - Estrangeiro(a) não naturalizado, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a); VIII - Aposentado(a) por invalidez, não enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a) se estes não forem aposentados por invalidez; IX - Condenado (a) por sentença final definitiva transitado em julgado com pena pendente de cumprimento ou não prescrita, salvo quando o candidato faça parte de programa governamental de recuperação e reeducação social, cujo objeto seja o aproveitamento de presidiários ou ex-presidiários, mediante critérios definidos em acordos, convênios e parcerias firmados com órgãos ou entidades federais ou estaduais.
Pesquisa
mostra que mineração na Serra do Brigadeiro, MG, será devastadora. Prof. Lucas.
Vídeo 3 - 23/10/2019.
Dia 23/10/2019, aconteceu na
Assembleia Legislativa (ALMG) de MG, na Comissão de Direitos Humanos da ALMG
uma audiência pública para debater os impactos ambientais, sociais e econômicos
decorrentes das atividades minerárias no entorno do Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, situado na Zona da Mata mineira, e as reiteradas violações de
direitos humanos dos atingidos pela mineração nos municípios da região. Frei
Gilvander participou e registrou em vídeo vários pronunciamentos. Aqui no vídeo
3 a apresentação feita pelo prof. Lucas, do Instituto Federal, de Pesquisa que
demonstra que, caso se instale, mineração na Serra do Brigadeiro será
devastadora socioambientalmente.
Professor Lucas, do Instituto Federal de Juiz de Fora, MG, apresentando, dia 23/10/2019, em Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do estado de Minas Gerais, pesquisa científica que demonstra a devastação socioambiental que a mineração vem causando na zona da mata mineira e poderá ser mais devastadora caso amplie para o entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, em MG. Foto: Divulgação / MAM
*Filmagem: Frei Gilvander
Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Belo Horizonte, MG, 23/10/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no
Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander,
acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a
diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar,
compartilhe. Sugerimos.
Claudiane, 11 anos, e frei Gilberto na luta contra mineração na Serra do Brigadeiro, MG. Vídeo 2 - 23/10/2019.
Dia 23/10/2019, aconteceu na Assembleia Legislativa (ALMG) de MG, na Comissão de Direitos Humanos da ALMG uma audiência pública para debater os impactos ambientais, sociais e econômicos decorrentes das atividades minerárias no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, situado na Zona da Mata mineira, e as reiteradas violações de direitos humanos dos atingidos pela mineração nos municípios da região. Frei Gilvander participou e registrou em vídeo vários pronunciamentos. Aqui no vídeo 2 a fala da criança Claudiane, 11 anos, e do frei Gilberto Teixeira.
Frei Gilberto Teixeira falando na ALMG em Audiência Pública contra mineração na Serra do Brigadeiro, na zona da Mata mineira. Foto: Divulgação / MAM
*Filmagem: Frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Belo Horizonte, MG, 23/10/2019. *Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
Em defesa da Vargem das
Flores, povo protesta na porta da Câmara de vereadores de Contagem, MG. Vídeo 1
- 23/10/2019.
Na noite de 23/10/2019,
muita gente foi impedida de entrar na Câmara de Vereadores de Contagem, MG,
para participar de Audiência Pública sobre o manancial de abastecimento público
Lagoa Vargem das Flores. O povo protestou na porta da Câmara de vereadores de
Contagem. Eis aqui o Vídeo 1 de reportagem em vídeo feita por frei Gilvander.
Povo luta na Câmara de vereadores de Contagem, MG, dia 23/10/2019, pela preservação do manancial de abastecimento público: a lagoa Vargem das Flores. Foto: Divulgação / SOS Vargem das Flores
*Filmagem: Frei Gilvander
Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. A Adélia também ajudou a filmar enquanto
frei Gilvander falava diante da filmadora.
Contagem, MG, 23/10/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no
Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander,
acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a
diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar,
compartilhe. Sugerimos.
Visão parcial de parte interna do Salão Comunitário do Acampamento Dom Luciano, atualmente, Assentamento Irmã Geraldinha, em 22/9/2014. Foto: Gilvander Moreira.
Segundo Geralda Magela Fonseca - carinhosamente conhecida como Irmã Geraldinha -, cerca de 85% das famílias que vieram para o Acampamento Dom Luciano Mendes, no município de Salto da Divisa, na região do Baixo Jequitinhonha, MG, eram atingidas/massacradas pela barragem de Itapebi. De fato, grandes obras de infraestrutura que viabilizam o sistema do capital, entre as quais, as grandes barragens, têm gerado conflitos agrários e socioambientais, expropriação de terra dos camponeses e, consequentemente luta pela terra. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi criado também por meio da luta pela terra dos camponeses/as atingidos/as pela barragem de Itaipu. Há inúmeros outros casos de grandes projetos econômicos de hidrelétricas e barragens gerando miséria e opressão pelo Brasil afora, como em Andradina, SP, no final da década de 1960, como atesta Fabiano Coelho: “Na região de Andradina, a construção da barragem da usina Engenheiro Souza Dias, mais conhecida como Jupiá, provocou migração muito grande de pessoas para o local. Com o findar da construção, grande parte dessas pessoas continuaram na região, porém desempregadas e tendo que se concentrar nas periferias das cidades, principalmente em Andradina. Neste período, também em Andradina, havia a luta dos posseiros para impedir a expulsão da fazenda Primavera, os quais estavam sendo expulsos das terras que cultivavam há anos” (COELHO, 2010, p. 57).
Aldemir Silva Pinto, um dos coordenadores do Acampamento Dom Luciano Mendes, de forma eloquente, se apresentou assim em uma reunião com a Comissão Pastoral da Terra (CPT): “Eu era um cara muito estúpido, enquanto eu trabalhava como empregado. Na luta pela terra, com o Movimento Sem Terra, a gente aprende muito. A gente tem que pensar no próximo. Esse movimento educa muito as pessoas.” A luta pela terra inclui também necessariamente a luta pela educação. Romper as cercas do latifúndio e romper as cercas da ignorância, eis duas faces da moeda que constituem a luta pela terra. Nesse sentido, Aldemir Silva Pinto narra o compromisso também com a luta pela educação. “Estou aqui lutando junto com a turma que faz parte do Setor da Educação aqui no acampamento Dom Luciano Mendes. Não podemos deixar a meninada só. A gente precisa estar junto para ir encaminhando as crianças na escola. Volta e meia precisa da gente fazer alguma reunião com o povo da Educação lá no Salto da Divisa, lá na Secretaria Municipal de Educação. É preciso estar junto pedindo, exigindo. Não pode facilitar, senão eles brincam com a gente. Se deixar, eles querem fazer do jeito deles. Temos que brigar com eles. Aqui no acampamento Dom Luciano não tem escola. As crianças estão indo estudar lá na cidade de Salto da Divisa. Daqui lá é cerca de sete quilômetros. Tem um micro-ônibus que vem pegar as crianças cedo e volta ao meio dia. No início, eles não queriam mandar o carro. Disseram que não iam mandar o carro para buscar as crianças, porque o acampamento não era registrado. Dissemos que isso não tem nada a ver, pois as crianças precisam estudar. As pessoas que estão no Acampamento são humanas e têm direitos. O governo está dando o carro pra buscar crianças em qualquer lugar. Por que aqui no acampamento não poderia ir buscar? Com muita luta conseguimos que eles mandassem o carro para buscar as crianças para a escola, que funciona normalmente na parte da manhã, mas tem alguns que estudam também na parte da tarde. Na parte da manhã vão as crianças e tem uns grandes também estudando no ginásio. Deve ter uma faixa de umas vinte e poucas crianças estudando. Também as crianças dos posseiros que moram aqui ao lado do acampamento Dom Luciano vão junto com as crianças daqui do Acampamento.”
As famílias do Acampamento Dom Luciano durante nove anos, em apenas dez hectares de terra agricultável, produziram de forma agroecológica o sustento de 43 famílias. Como? Qual a fonte de sustentação econômica das famílias? O Sem Terra nascido em Salto da Divisa, MG, Hélio Amorim, 62 anos, da coordenação do Acampamento Dom Luciano, explica. “Eu mesmo trabalho de pedreiro lá na cidade de Salto da Divisa recebendo de 50 ou 60 reais por dia. Trabalho fora quando precisamos e quando arrumamos trabalho. Recebemos também bolsa família. Há famílias comerciantes que vendem alface, tomate e biscoito lá na rua. Alguns dos filhos dos acampados que estão morando na cidade grande nos ajudam com um pouquinho, mas há muitos filhos nossos que foram embora e não têm condições de nos ajudar.”
Belo Horizonte, MG, 23/10/2019.
Referência.
COELHO, Fabiano. A Prática da Mística e a Luta pela Terra no MST. Dissertação (Mestrado em História). Dourados, MS: UFGD, 2010.
Obs.: Abaixo, vídeos que versam sobre o assunto apresentado, acima.
1 - Acampamento Dom Luciano, do MST, tomando posse da Fazenda Monte Cristo, em Salto da Divisa. 22/10/14
2 - Acampamento Dom Luciano, do MST, em Salto da Divisa, MG, festeja conquista da Fazenda Monte Cristo
3 - Palavra Ética, na TVC/BH: frei Gilvander-Acampamento Dom Luciano/MST, Salto da Divisa/MG. 22/09/14.
[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; mestre em Ciências Bíblicas; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; assessor da CPT, CEBI, SAB, CEBs e Movimentos Sociais Populares; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br - www.freigilvander.blogspot.com.br–www.twitter.com/gilvanderluis–Facebook: Gilvander Moreira III