sábado, 11 de maio de 2019

Júlio Grillo, do IBAMA, na CMI-COPAM, contra mineração na Serra da Piedad...




Júlio Grillo, do IBAMA, na CMI-COPAM, contra mineração na Serra da Piedade, Caeté/MG. 22/2/2019.

Júlio Grillo, do IBAMA, demitido no dia seguinte, em sua intervenção na reunião da Câmara de Atividades Minerárias - CMI - do Conselho Estadual de Políticas Ambientais (COPAM), do Governo de Minas Gerais, no dia 22/2/2019, que teve na pauta a votação pela retomada da mineração na Serra da Piedade, situada nos municípios de Caeté e Sabará, dia 22/2/2019, exigiu a preservação da Serra da Piedade, em Caeté e Sabará, MG e afirmou: “Os princípios da precaução e da prudência precisam ser usados nas decisões sobre projetos de mineração”. Mesmo sendo um patrimônio histórico, paisagístico, natural e religioso do Estado de Minas Gerais, a Serra da Piedade já sofre com a devastação – enorme cratera - que a mineradora Brumafer deixou ao fazer “lavra predatória”. Por grande luta popular iniciada em 2001, foi fechada em 2005 e o passivo ambiental foi deixado lá na Serra da Piedade e precisa ser recuperado. Foi essa a “desculpa” que a AVG, que comprou a Brumafer na ocasião, usou e continua usando para conseguir licença para minerar. A Serra da Piedade na área pretendida pela AVG é essencial para o abastecimento de água de comunidades abaixo, como sitiantes, agricultores familiares e moradores do distrito de Ravena, em Sabará, que já vivem situações de escassez hídrica. E a AVG em seus estudos informou não haver nenhum usuário de água abaixo de onde pretende retomar as atividades de mineração, conseguindo assim a concessão por parte do Estado da totalidade de uso de água superficial e subterrânea. A Serra da Piedade é protegida por três tombamentos, como patrimônio natural, histórico e paisagístico, em nível municipal (Caeté), estadual e federal. Por isso, o IPHAN e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) têm o dever de cuidar desse patrimônio e esperamos que não deem licença para reabrir mineração na Serra da Piedade. A Serra da Piedade é responsável por parte significativa do abastecimento d’água de Belo Horizonte e região metropolitana (RMBH), que já perdeu o Rio Paraopeba – morto pela Vale e pelo Estado -, que era responsável por 50% do abastecimento de BH e RMBH. A cratera que a Brumafer deixou lá na Serra é um passivo ambiental que precisa ser recuperado, mas jamais com mais mineração. Mesmo com a falta de anuência do IBAMA, do IPHAN e do IEPHA, o jovem que presidia a sessão repetia sempre que estava cumprindo uma decisão judicial e, assim, usava a decisão judicial como escudo para encobrir ilegalidades que eram levantadas. Aliás, não tem sido rara a utilização de liminares judiciais pelas mineradoras para pautar processos de licenciamento ou para garantir que as reuniões de deliberação das licenças transcorram ainda que o processo administrativo encontra-se pendente de pré-requisitos indispensáveis. Ou seja, o judiciário também tem sido cúmplice de devastação socioambiental protagonizada pelas mineradoras.

Destruição na Serra da Piedade (Foto: Divulgação / Movimento Serras e Águas de Minas
*Filmagem de frei Gilvander Moreira. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Belo Horizonte, MG, 22/2/2019.
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quinta-feira, 9 de maio de 2019

Povo Kiriri de Caldas/MG/Audiência na ALMG/Comunidades Tradicionais/MG –...



Povo Kiriri de Caldas, sul de MG: Audiência na ALMG/Comunidades Tradicionais têm direitos (Convenção 169 da OIT da ONU) – 20/3/2019.

 Karliusa Kiriri fala em nome do Povo Indígena Kiriri, de Caldas, sul de Minas Gerais, na Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que debate Política Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, 20/3/2019. Filmagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG.



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terça-feira, 7 de maio de 2019

Makota Celinha: Comunidades Tradicionais MG/Audiência Pública ALMG. 20/3...





Makota Celinha: Comunidades Tradicionais em MG/Audiência Pública na ALMG. 20/3/2019.

 Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) debate Política Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais - Makota Celinha, jornalista e coordenadora nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência. 20/3/2019. Filmagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG.



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Makota Celinha: Comunidades Tradicionais MG/Audiência Pública ALMG. 20/3...





Makota Celinha: Comunidades Tradicionais em MG/Audiência Pública na ALMG. 20/3/2019.

 Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) debate Política Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais - Makota Celinha, jornalista e coordenadora nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência. 20/3/2019. Filmagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG.

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Crescem os Conflitos e a Violência no Campo; a luta também.


Crescem os Conflitos e a Violência no Campo; a luta também.
Apresentação dos dados da CPT por Gilvander Moreira[1]

Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sozinhos no meio da terra!” (Isaías 5,8).


Dia 12 de abril último (2019), na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou o livro-relatório Conflitos no Campo Brasil 2018. Esta é a 34ª edição anual, desde 1985, de pesquisa da CPT que faz diagnóstico dos conflitos e violência no campo. Os dados recolhidos por mais de 700 agentes de pastoral da CPT, tabulados e analisados por uma equipe com competência técnica e compromisso com a causa do campesinato nas áreas dos conflitos agrários e socioambientais, demonstram o que segue.
Em 2018, aumentou o número de pessoas envolvidas em conflitos no campo. Aproximadamente um milhão de pessoas estiveram envolvidas em conflitos no campo no Brasil, em 2018, mais especificamente foram 960.630 pessoas envolvidas em conflitos contra 708.520 pessoas em 2017, um aumento significativo de 35,6%. Nos conflitos especificamente por terra, foram 118.080 famílias envolvidas em conflitos por terra, em 2018, contra 106.180, em 2017, nesse caso um aumento de 11%. De 2015 a 2018, média anual de 127.188 famílias envolvidas em conflitos na luta por terra no período da chamada ruptura política (2015-2018), iniciada com o golpe parlamentar-jurídico-midiático. Na região Norte estão 51,3% de todas as pessoas envolvidas em conflitos agrários. Isso significa forte indício do avanço/invasão da Amazônia pelo agronegócio via monoculturas.
Acirramento da violência privada faz explodir o número de famílias expulsas. Somente no ano de 2018, o poder privado foi responsável pela expulsão de 2.307 famílias (cerca de 9.228 pessoas) e o poder público por despejar 11.235 famílias (cerca de 44,940 pessoas). A região Norte, com 36,3% das famílias expulsas; a região Sudeste, com 35,6 % e a região Centro-Oeste com 24,9%. Em 2018, ano eleitoral, 28 camponeses foram assassinatos em conflitos no campo, sendo 50% lideranças (14), 16 camponeses no Pará e 3 Sem Terra em Anapu, PA. A CPT analisa que anos eleitorais tendem a ter uma diminuição nesse tipo de violência. Contudo, 2019 já aponta o retorno do aumento dos assassinatos. Nos quatro primeiros meses de 2019, a CPT já registrou 10 assassinatos em conflitos no campo. Porém, os números podem ser maiores do que os registrados. No Pará, Nazildo dos Santos Brito, 33 anos, liderança quilombola, foi assassinado na Comunidade Quilombola Turé III. Ele estava ameaçado de morte por denunciar crimes ambientais praticados pela empresa Biopalma da Amazônia S/A, subsidiária da Vale.
No ano de 2015, quando se inicia o período de golpe parlamentar-jurídico-midiático, vimos a extensão – área - em disputa em conflitos no campo aumentar extraordinariamente em 163%, em relação a 2014, passando de 8 milhões e 134 mil hectares em conflito para 21 milhões e 387 mil hectares! A área de 39 milhões e 425 mil hectares implicada em conflitos por terra, em 2018, corresponde a 4,6% da área total do país, o que mostra a gravidade da injustiça agrária no país.
Em 2018, em relação a 2017, houve um crescimento de: a) 4% no número de conflitos no campo; 35% no número de pessoas envolvidas; c) 40% em conflitos por água; d) 30% em conflitos trabalhistas; e) 10% em conflitos envolvendo a mineração; f) 11% no número de famílias envolvidas em conflitos por terra; g) 6,5% em terras em disputa; h) 59% em famílias expulsas; i) 5,7% maior em famílias despejadas: 11.231.
Em 2018, 482 mulheres sofreram violência nos conflitos no campo: a) 36 foram ameaçadas de morte; b) 6 sofreram tentativas de assassinato; c) 15 foram presas (10 mulheres sem-terra foram presas em julho de 2018 durante ocupação da Fazenda Verde Vale, no município de Alvorada do Oeste, em Rondônia); d) 2 torturadas; e) 6 sofreram ferimentos; f) 2 morreram em consequência dos conflitos. g) 1 sofreu aborto; h) 400 foram detidas (na ação em que denunciavam a privatização das águas em Minas Gerais, elas ocuparam a Nestlé, em São Lourenço, sul de MG. A polícia as manteve detidas por horas dentro dos ônibus que as conduziam e todas passaram por revista). A grande maioria das mulheres que sofreram violência em 2018 são sem-terra. Mas também sofreram violência: 13 indígenas, 2 advogadas populares, 2 agentes de pastoral, 8 quilombolas. Entre as mulheres que sofreram violência 20 eram lideranças. Números da Violência contra mulheres de 2009 a 2018: a) 38 foram assassinadas; b) 80 sofreram tentativas de assassinato; c) 409 receberam ameaças de morte; d) 22 morreram em consequência de conflitos; e) 111 foram presas; f) 410 foram detidas; g) 37 foram estupradas; h) Outras sofreram agressão (75), ameaça de prisão (16), contaminação por agrotóxicos (19), ferimento (52), humilhação (67) e intimidação (94).
A 34ª edição de Conflitos no Campo Brasil, referente ao ano de 2018, dedicou a publicação, entre outras, a duas mulheres: Marielle Franco e Irmã Alberta Girardi. O livro traz, ainda, apenas fotografias de autoria de mulheres, como uma forma de visibilizar a atuação delas nas mais distintas esferas no que tange à realidade do meio rural.
Em 2018, conflitos pela água quebraram novo recorde com maior número desde 2002. Em 2018 foram registrados pela CPT 276 conflitos pela água, envolvendo 73.693 famílias. 2018, portanto, quebrou o recorde de 2017, como o ano com o maior número de conflitos pela água, desde 2002, quando a CPT começou a registrar em separado esse tipo de conflito. Entre as vítimas, 85% delas são comunidades tradicionais. O número de conflitos foi 40% maior e o de famílias envolvidas, 108% maior. Bahia e Minas Gerais foram os estados com mais conflitos pela água em 2018. Cada um com 65 casos (23,55%). Ressalte-se que a maioria dos conflitos resulta em violência.
Em 2018, as mineradoras foram as responsáveis por 50,36% dos conflitos pela água (139 conflitos). 111 deles foram protagonizados por mineradoras internacionais e 28 por mineradoras nacionais. Três conflitos emblemáticos: 1) 58 ações envolvendo a tragédia de Mariana da Samarco/Vale/BHP Billiton, em Minas Gerais; 2) 55 comunidades do Baixo São Francisco Sergipano, na luta pela manutenção dos seus modos de vida, contra os interesses especulativos imobiliários; 3) 30 ações da empresa Hydro Alunorte contra as comunidades paraenses do município de Barcarena. Conflitos envolvendo mineração foram os mais altos em 2018. A mineração, a cada dia, torna-se responsável por boa parte dos conflitos e das violências que as comunidades do campo sofrem. Ela não se restringe à mina explorada. Exige toda uma infraestrutura de sedes, acampamentos, galpões, rodovias, ferrovias, minerodutos, condomínios ou company-town, que “pressupõem diferentes formas de domínio sobre o espaço geográfico”. São novos territórios usados, causando sobreposições e conflitos com os povos e comunidades que vivem e atuam nestes mesmos espaços. Os conflitos envolvendo a mineração atingiram diferentes povos e comunidades do campo de diversas categorias de trabalhadores e trabalhadoras, no campo e na cidade. São pessoas que dependem das águas, das florestas e da terra para reproduzir socialmente sua própria existência com dignidade. Os registros da CPT mostram que de 2004 a 2018 houve 1.123 conflitos em torno à mineração. A partir de 2010 houve uma explosão de conflitos causados pela mineração, o que demonstra que a mineração está causando colapso das condições objetivas de vida do povo e dos ecossistemas.
Em 2018, os conflitos trabalhistas deixaram milhares de trabalhadores reféns do silêncio. Em 2018 houve 89 ocorrências de conflitos trabalhistas – 35% a mais que em 2017, e com 1.477 pessoas envolvidas - 178,8% a mais que em 2017. De 2000 a 2018, a CPT registrou 363 vítimas em conflitos envolvendo agrotóxicos, pessoas que morreram ou tiveram sua vida ameaçada devido ao contato com os venenos jogados na agricultura do agronegócio. Na realidade, os números são muito maiores, pois a imensa maioria dos trabalhadores não denuncia ou não são caracterizados como casos de intoxicação por exposição ao agrotóxico.
Importante lembrar que para os agentes pastorais da CPT contar a cada dia os números dos conflitos e da violência no campo não é fazer um registro frio. É o serviço de alguém que está ao lado dos/as camponeses/as, sofrendo com eles/elas, mas conspirando lutas de resistência e de enfrentamento ao sistema do capital na convicção de que a mãe terra, a irmã água, a biodiversidade e toda a cultura popular jamais podem ser privatizadas como insistem o sistema do capital e seus vassalos. Enfim, enquanto perdurar a iníqua estrutura fundiária, pautada no latifúndio e no agronegócio com monoculturas, a injustiça agrária e socioambiental se reproduzirá e se ampliará e não será possível superar as gravíssimas injustiças sociais que se abatem sobre a maioria do povo brasileiro. Conscientes disso, centenas de agentes da CPT seguem acompanhando pastoralmente o campesinato, em sua imensa pluralidade, e conspirando a democratização e a socialização da terra. Com o profeta Isaías, da Bíblia, seguimos denunciando: Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sozinhos no meio da terra!” (Isaías 5,8). Segundo o Evangelho de Marcos, uma pessoa que estava diante de Jesus crucificado, viu-o expirar e exclamou: “De fato, esse homem é Filho de Deus” (Marcos 15,39). Dói ver e constatar tanta violência acontecendo no Campo Brasileiro, mas somente quem tem a sensibilidade e a coragem de contemplar olho no olho os crucificados da história pode construir dias de ressurreição, de vida e liberdade para todos os seres humanos e para todos os seres vivos.

Obs.: Para acessar a íntegra dos livros-relatórios Conflitos no Campo Brasil, da CPT, acesse www.cptnacional.org.br

Obs.: As tabelas com os dados apresentados acima estão no seguinte link: https://www.cptnacional.org.br/component/jdownloads/category/67-espaco-para-imprensa?Itemid=-1

Belo Horizonte, MG, 07 de maio de 2019.



[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.comwww.gilvander.org.br - www.freigilvander.blogspot.com.br             www.twitter.com/gilvanderluis             Facebook: Gilvander Moreira III

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Seguimos rumo à XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais dia 10 de novembro de 2019 na cidade de Romaria.


Seguimos rumo à XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais dia 10 de novembro de 2019 na cidade de Romaria.

Por Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG) e Equipe de Comunicação da XXII Romaria

3a Romaria das Águas e da Terra da Bacia do ex-Rio Doce, em Ponte Nova, dia 03/6/2018, na Arquidiocese de Mariana. Foto: Divulgação / Comissão de Meio Ambiente das Dioceses da Bacia do Rio Doce.

Neste ano de 2019, que teve seu início marcado pelo hediondo crime/tragédia da mineradora Vale, com licença do Estado, a partir de Brumadinho, MG, que matou mais de 300 pessoas, matou o rio Paraopeba, apunhalou mais ainda o já sofrido rio São Francisco, somos convidadas/os pelo Deus da Vida a caminhar com Maria, Nossa Senhora da Abadia da Água Suja, com São Francisco de Assis, patrono da Romaria das Águas e da Terra em Minas Gerais, e voltar também o olhar para as águas e a terra do Triângulo Mineiro e refletir sobre as ações devastadoras que estão ferindo e matando a vida em toda a sua biodiversidade e desrespeitando a dignidade humana de tantos trabalhadores e trabalhadoras e de tantas comunidades na região.
Inspiradas/os pelo tema “Com a Mãe Abadia, as filhas e filhos e toda a natureza clamam em dores de parto!” e pelo lema: “Das águas sujas, em Romaria, na luta pela terra e pelas águas, fontes de vida!”, seguimos, como filhas e filhos do Deus da Vida, construindo, em mutirão, a XXII Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais, a ser realizada no Triângulo Mineiro, na Arquidiocese de Uberaba, na cidade de Romaria, dia 10 de novembro/2019 (celebração final, das 6 às 16 horas).
No dia 30 de abril último, tivemos a alegria de realizar a 4ª reunião de preparação da XXII Romaria, no Santuário Nossa Senhora da Abadia da Água Suja, na cidade de Romaria.  A equipe que para lá se dirigiu foi muito bem acolhida pelo reitor do Santuário, Padre Márcio Ruback, por Padre Hélder e por dezenas de lideranças da comunidade e foi com grande entusiasmo e ardor missionário que acolheram também a XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais.
A cidade de Romaria se revelou para quem não a conhecia uma verdadeira Nazaré brasileira: uma pequena e acolhedora cidade, com 4 mil habitantes. A Igreja conta, no município, com sete comunidades rurais e seis setores na cidade. Um povo devoto, trabalhador, com 82% dos habitantes, católicos. Povo que caminha firme, realizando círculos bíblicos, deixando-se guiar pelos ensinamentos da Bíblia. Nesse tempo em que as grandes mineradoras e o agronegócio em conluio com o Estado estão causando a exaustão e o colapso das condições objetivas de vida em Minas Gerais (e em todo o Brasil), a cidade e o município de Romaria enfrenta também grandes desafios: ao lado da cidade, a atividade minerária vem causando grande devastação ambiental, contaminando águas, causando doenças, prejudicando a vida! O uso exagerado de agrotóxicos também vem causando muitas doenças, prejudicando a vida!  E como se não bastasse, a cidade de Romaria não tem água tratada. Mais doenças atingindo o povo, prejudicando a vida!
Eis que a XXII Romaria das Águas e da Terra caminha para esta região de nossas Minas Gerais levando um sopro de esperança, conclamando a todas e todos a ser sal da ética e luz no meio de tantas trevas (opressão, superexploração e corrupção), como agentes de transformação, de libertação da irmã água e da mãe terra, dons do Deus da Vida para que haja vida com qualidade, em abundância para toda a criação! Todas as pessoas de boa vontade são convidadas a fazer parte do mutirão da XXII Romaria em defesa da Mãe Terra, da Irmã Água e toda a Natureza que clama por respeito, por preservação! E que companhia melhor poderíamos ter nessa caminhada que a Mãe Abadia? Nossa Senhora da Abadia da Água Suja caminha conosco, nos inspira e nos motiva nessa ação de espiritualidade libertadora e profética e a tornar límpidas as águas dessa região de terra fértil, rica de águas, para que o Espírito de Deus seja respeitado na vida que ali pulsa para saciar a sede e a fome de suas filhas e filhos e todas suas criaturas. Como gente de oração e ação, de profecia e esperança, filhas e filhos, devotos de Nossa Senhora da Abadia, participarão também dia 14/8/2019, véspera da grande Festa da Mãe Abadia, com devoção filial e confiantes em sua companhia nessa romaria, de celebração no Santuário, que será dedicada à XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais. Seja este também um forte momento de espiritualidade libertadora e profética da XXII Romaria, como um verdadeiro envio para atuarmos como fermento na massa alienada, assim como nos pede Jesus de Nazaré, capazes de defender a vida na defesa da Mãe Terra e da Irmã Água!
No dia primeiro de maio último, nossa parada foi em Uberlândia, onde realizamos nossa 5ª reunião de preparação da XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais. Mais um encontro muito feliz e produtivo. Com o padre Wladimir e nossas irmãs e irmãos da CPT (Comissão Pastoral da Terra), do CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos), das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), de Pastorais Sociais, de Movimentos Sociais Populares e lideranças da Paróquia, caminhamos um pouco mais na construção da XXII Romaria. A mística e a espiritualidade da XXII Romaria ali se fortaleceram com a consciência do povo de que é preciso assumir verdadeiramente o projeto de Jesus, o Cristo, assumindo-nos como cristãos autênticos, comprometidos com Evangelho do Galileu, capazes de nos indignarmos contra as injustiças e assumirmos atitudes corajosas, proféticas, de denunciar a opressão e anunciar que o Reino é possível aqui e agora. E, segundo as/os participantes, a XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais pode e deve ser esse terreno favorável para essa semeadura, para fazer ecoar a voz de Deus por meio da voz de suas filhas e filhos, romeiras e romeiros da Mãe Terra e da Irmã Água. É tempo favorável de fazermos acontecer um novo Pentecostes, fruto de um mutirão que se une em defesa da vida, com fé, com ousadia, coragem e alegria missionárias; uma Igreja verdadeiramente em saída, como nos pede o querido Papa Francisco.  É tempo favorável de atendermos os apelos do nosso Papa e darmos a nossa contribuição na luta por políticas públicas que busquem cuidar melhor da nossa Casa Comum, do uso correto da irmã água, da mãe terra, como fontes de vida e vida digna para todas e todos.
Sob as bênçãos de Nossa Senhora da Abadia e de São Francisco de Assis, patrono da Romaria das Águas e da Terra, em Minas Gerais, convidamos todas as pessoas de boa vontade, as forças vivas da sociedade a se somarem conosco nesse mutirão de organização e realização da XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais. Venham todas/os que são filhas e filhos da Mãe Terra, irmãos e irmãs da Irmã Água. A terra é mãe, é sagrada, é fonte de vida e não pode ser considerada mercadoria. “O Espírito de Deus está nas águas, permeia e perpassa as águas” (Gn 1,2). A água é sagrada, é fonte de vida. Logo, quem mata ou contamina as águas está cometendo pecado contra o Espírito Santo. A terra é o corpo que tem como sangue a água. Não é possível salvar as águas sem partilha, socialização e democratização da Mãe Terra.

Bem-vindas/os à XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais.

Uberaba, MG, 06 de maio de 2019.

Obs.: Abaixo, vídeo da 4a reunião, dia 30/4/2019, de preparação da XXII Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais, em Romaria.



domingo, 5 de maio de 2019

Rumo à XXII Romaria das Águas e da Terra/MG - 4ª Reunião - Cidade de Rom...




Rumo à XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais - 4ª Reunião - Cidade de Romaria, Triângulo Mineiro - Arquidiocese de Uberaba - MG. 30/4/2019.

*Filmagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Realização: Equipe de Comunicação da XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais.

4a Reunião de preparação da XXII Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais, na cidade de Romaria, Arquidiocese de Uberaba, no Triângulo Mineiro, dia 30/4/2019. Foto: padre Márcio Ruback 

*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.