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Nota: Padres em defesa da Democracia
Nós, padres, convivendo com o povo, atentos às justas preocupações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com as Eleições-2018, ao parecer de estudiosos e aos sinais da conjuntura, julgamos ser nosso dever nos posicionar em defesa da Democracia. Nossa principal motivação é o Evangelho.
A CNBB, percebendo a peculiaridade das eleições deste ano, reafirma sua atitude profética, sintetizada em cinco palavras:
1) defesa incondicional da VIDA, que é um dom de Deus e se manifesta de múltiplas formas;
2) a construção da PAZ, que passa, necessariamente, pela garantia do Bem Comum e pela melhora da qualidade de vida do povo;
3) o fortalecimento das instituições de combate à CORRUPÇÃO e a todo tipo de exploração;
4) a defesa do MEIO AMBIENTE e seu uso social, com prioridade para a demarcação e respeito às terras indígenas e quilombolas;
5) e a defesa da DEMOCRACIA.
Steven Levitsky, professor da Universidade de Harvard e autor do livro COMO AS DEMOCRACIAS MORREM, afirma: “se um candidato, em sua vida, carreira política ou durante a campanha defende ideias antidemocráticas, devemos levá-lo a sério e resistir à tentação de apoiá-lo, ainda que, diante de circunstâncias momentâneas, parece ser uma opção aceitável”.
Steven propõe, ainda, um teste infalível, com apenas quatro perguntas, para identificar se um candidato a cargo público tem tendências autoritárias. São elas:
1 – Rejeita, em palavras ou atos, regras fundamentais da democracia?
2 – Põe em dúvida a legitimidade de seus oponentes?
3 – Tolera ou incentiva a violência política?
4 – Admite ou propõe restringir liberdades civis?
“A maioria dos autocratas não passa nesse simples teste”, conclui Steven.
Estamos convictos de que a DEMOCRACIA é fundamental em todo processo político, bem como a centralidade da pessoa humana, a liberdade, a tolerância, o respeito, a valorização da vida em todas as suas manifestações e formas. Seguidores de Jesus Cristo, vitimado pela violência, mas modelo e defensor da não violência, assumimos nosso compromisso com o povo, sobretudo com os mais pobres, sofredores e excluídos.
Assinam essa Nota Pública:
Padre Antônio Claret Fernandes
Padre Ernesto de Freitas Barcelos (dioc. Itabira/Fabriciano)
Padre Geraldo Barbosa
Padre Geraldo Martins Dias
Padre João Batista Barbosa (Tista)
Padre João Paulo Silva
Padre José Afonso Lemos
Padre José Antônio de Oliveira
Padre José Raimundo Alves
Côn. Lauro Sérgio V. Barbosa
Padre Marcelo Moreira Santiago
Padre Paulo Barbosa
Padre Wander Torres Costa
Padre Oscar de Oliveira Germano
Padre Márcio Vieira Viana
Frei Gilvander Luís Gilvander Moreira
Padre Nelito Dornelas
Padre Manoel Guto Godoy
Padre Henrique Farias
(Obs.: não tivemos tempo de recolher a assinatura de milhares de outros padres, mas padres que quiserem assinar essa Nota, adicione seu nome e compartilhe/publique essa Nota Pública em Defesa da Democracia, sugerimos.)
Não há dúvida que no segundo turno da eleição para presidente, dia 28/10/2018, votar em Fernando Haddad n. 13 é a melhor opção para continuarmos sob um regime democrático e na luta por direitos sociais. Se Bolsonaro for eleito, o povo terá dado a autorização para reingressar o Brasil em outra ditadura, com tortura, mais violência, mortes e aumento da desigualdade social e econômica, além de uma imensa devastação ambiental que ocorrerá com a anunciada extinção do Ministério do Meio Ambiente, proibição da já pequena fiscalização dos crimes ambientais pelos fiscais do IBAMA e do ICMBIO e com a redução das reservas indígenas. Isso já anunciado por Bolsonaro para agradar aos interesses dos grandes empresários do agronegócio, das monoculturas e da mineração. Isso não pode acontecer, pois será a desertificação do Brasil.