quarta-feira, 20 de junho de 2018

Povos indígenas na RMBH: vital o apoio dos/das parceiros/as. CEDEFES/BH...

Povos indígenas na RMBH: é vital o apoio dos/das parceiros/as. Abril Indígena – CEDEFES - Belo Horizonte/MG. 7a parte. 23/4/2018.

 A realidade dos Povos Indígenas na cidade de Belo Horizonte e Região Metropolitana (RMBH) é preocupante e causa indignação nas pessoas que defendem o respeito e a justiça como direitos fundamentais de todos e todas, sem distinção. A violência crescente, o preconceito, a discriminação, a ausência de políticas publicas específicas para a população indígena da Região Metropolitana de Belo Horizonte, além das ameaças de despejo de territórios onde aldeias estão acampadas, motivaram integrantes do CEDEFES ((Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – www.cedefes.org.br ), a promoverem oportuno e importante debate, inserido nas atividades do “Abril Indígena”, com o tema: “Direitos Indígenas e a questão ambiental: partilhando reflexões para a luta”. Além de várias lideranças indígenas, participaram desse debate a Professora Dra. Alenice Baeta, historiadora e arqueóloga, e outros/as integrantes do CEDEFES, o frei Dr. Gilvander Moreira, da CPT, o Pablo Camargo, historiador e indigenista, da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), entre outros. Uma das ações concretas resultantes desse debate foi o compromisso da diretoria do CEDEFES de solicitar uma Audiência Pública à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para que seja realizado o debate desses graves problemas (principalmente a violência), enfrentados pelos Povos Indígenas na RMBH) e sejam, consequentemente, definidas diretrizes eficientes que garantam aos Povos Indígenas seus direitos de ir e vir com segurança, de manifestar sua cultura e, sobretudo, garantam o respeito à sua dignidade humana. Nesse vídeo, Kapua Lana, liderança indígena do Povo Puri, que trabalha como biólogo na Prefeitura de Ibirité/MG, fala da necessidade de apoio para que seja estruturada a Aldeia Indígena em São Joaquim de Bicas, MG, de forma a assegurar às famílias indígenas da aldeia condições digna de vida.

*Reportagem do frei Dr. Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 23/4/2018.

* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander e assista a outros vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.





terça-feira, 19 de junho de 2018

Povos Indígenas da RMBH (Belo Horizonte): luta necessária. 6a parte. CED...

Povos
Indígenas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH): consciência da luta
necessária. Roda de Conversa no CEDEFES. 6a parte. 23/4/2018.

Um rico e necessário debate
foi realizado no CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – www.cedefes.org.br
), dia 23/4/2018, em Belo Horizonte/MG, 
inserido no “Abril Indígena”, com o tema: “Direitos Indígenas e a
questão ambiental: partilhando reflexões para a luta”.  O debate se deu em uma Roda de Conversa da
qual  participaram várias lideranças
indígenas, a Professora Dra. Alenice Baeta, historiadora e arqueóloga, e
outros/as integrantes do CEDEFES, o frei Dr. Gilvander Moreira, da CPT, o Pablo
Camargo, historiador e indigenista, da FUNAI (Fundação Nacional do Índio),
entre outros.  Nesse vídeo, a professora
Izabel Missagia, membro integrante do CEDEFES, Doutora em Ciências Sociais
(Área: Sociedades Indígenas), professora na Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro, fala da importância de se ampliar e fortalecer a Rede de
Articulação na luta com e pelos Povos Indígenas, lembrando que as dificuldades
e os problemas enfrentados pelos indígenas na capital mineira e Região
Metropolitana de Belo Horizonte são comuns a todos os Povos Indígenas do
Brasil. Kapua Lana Puri, liderança indígena do Povo Puri, biólogo trabalhando
na Prefeitura de Ibirité, MG, relata ações da Comunidade Indígena no Distrito
de Padre Brito, município de Barbacena/MG, como o 2º Festival da Cultura do
Povo Puri de Padre Brito, da organização e luta da Comunidade pelo resgate e
reconhecimento de sua cultura, e por direitos. 
Pablo Camargo, historiador e indigenista da FUNAI (Fundação Nacional do
Índio), apresenta uma visão geral dos indígenas em Minas Gerais e no Brasil, o
enfrentamento constante com empresas, grileiros, latifundiários que avançam
sobre suas terras, destroem o meio ambiente, e destaca também a importância da
luta para a retomada de terras e garantia de direitos dos Povos Indígenas.

*Reportagem do frei Dr.
Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da
Equipe de Comunicação da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 23/4/2018.

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segunda-feira, 18 de junho de 2018

Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG: luta por território e pelo direito de ser cigano/a. 18/6/2018.


Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG: luta por território e pelo direito de ser cigano/a. 18/6/2018.


O Acampamento Cigano localizado ao lado da Lagoa de Santo Antônio, no município de Pedro Leopoldo, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), luta e resiste em defesa de seus direitos. Diversas forças vivas da sociedade organizada têm apoiado esta luta. No dia 14 de junho último (2018), mais uma visita foi realizada à comunidade. Lideranças da Comunidade Cigana de São Pedro (em Ibirité, MG), da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e representante do Kaipora (Laboratório de Estudos Bioculturais (UEMG – Unidade Ibirité) foram muito bem acolhidos pela comunidade, que relatou seus principais desafios. Visitamos as tendas das 14 famílias da Comunidade. Percorremos toda a área. Reunimo-nos com a Comunidade e fizemos uma longa reportagem, em vídeo e fotos, que será divulgada em breve. Isso para fortalecer a luta pelos sagrados direitos da Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo. E, também, para fortalecermos a luta pela revitalização da Lagoa de Santo Antônio.
A cidade de Pedro Leopoldo foi fundada em 27 de janeiro de 1924, todavia, uma das ocupações humanas mais antigas em Minas Gerais foi identificada exatamente neste município, na caverna Lapa Vermelha, que data de 11.500 anos atrás. Trata-se, assim, de uma cidade com uma história milenar onde homens, mulheres e crianças de grupos culturais e étnicos distintos em passado remoto percorreram e utilizaram as grutas e lagoas calcárias da região como ponto de apoio em busca da sua subsistência, deixando impressas as marcas e vestígios da sua produção cultural e passagem. Hoje uma grande relíquia e herança patrimonial de todos!  Segundo o IBGE – dados de 2017 -, Pedro Leopoldo abriga uma população de 63.837 habitantes, entre os quais estima-se a existência de mais de 200 famílias ciganas. A presença cigana em Pedro Leopoldo é, assim, histórica, e marcadamente tradicional. Da mesma maneira que os munícipes e o poder público têm demonstrado tanto orgulho das terras de Pedro Leopoldo terem servido de abrigo para a comunidade da mulher “Luzia”- fóssil humano que reacendeu questionamentos acerca da teoria da origem do homem americano - deveriam também ter muito orgulho em acolher as tradicionais comunidades ciganas. Mas o quadro tem sido outro, lamentavelmente. Via poder judiciário e pressão da Polícia Militar, a prefeitura de Pedro Leopoldo já expulsou 31 famílias de ciganos de outro Acampamento na cidade, onde outras quatro famílias resistem em casas de alvenaria, mas respondendo processo judicial movido pela prefeitura para expulsá-las.
A beleza da Comunidade Cigana contrasta com a grande precariedade de condições reais de vida. Estão sobrevivendo com migalhas e improvisos de água e de energia, e sem nenhuma estrutura de saneamento básico.
A Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio vem sendo alvo do descaso e da discriminação do poder público desde quando se instalou no local, há 10 anos. Não há nenhum tipo de atendimento de serviços públicos como saneamento e fornecimento regular de energia e água – direito garantido deste vulnerável povo tradicional! Há vários casos de ciganos/as com necessidades graves e urgentes de tratamentos de saúde que não estão sendo atendidos no sistema SUS. Assim como as demais comunidades ciganas espalhadas pelo país, as ciganas e os ciganos do Acampamento da Lagoa de Santo Antônio enfrentam o preconceito e a discriminação racial. Não bastasse a situação de violação de direitos humanos básicos em que sobrevivem, no início de 2018, a comunidade foi notificada pela Polícia Militar e Prefeitura de Pedro Leopoldo para que saíssem do local. Desde então, a comunidade relata que há constante vigilância e perseguição, tornando o seu cotidiano ainda mais angustiante e incerto. Grupos de defesa do meio ambiente também têm acusado a comunidade de impactar negativamente o ecossistema da Lagoa de Santo Antônio. Todavia, o que se percebe na região é que os principais impactos ambientais facilmente identificados na Lagoa de Santo Antônio, e que são muitos, são puramente resultados da ausência de políticas públicas efetivas de saneamento, expansão urbana desordenada e de preservação ambiental na mesma e seu entorno, além da degradação de áreas de nascentes, possivelmente decorrentes também de atividades de mineração. O Acampamento Cigano, portanto, é vítima e não a causa da degradação da Lagoa de Santo Antônio. É importante lembrar ainda que esta localidade encontra-se no coração da Área de Preservação Ambiental - APA Carste Lagoa Santa[1], unidade de conservação federal que visa garantir a conservação do patrimônio paisagístico do seu sistema hídrico e cultural, visando o uso racional dos recursos naturais da região. Vi e ouvimos os clamores da Lagoa de Santo Antônio gritando por revitalização. Fomos informados que a Lagoa era “mil vezes maior” e está sendo secada, vítima de injustiça socioambiental. É urgente revitalizar toda a bacia da Lagoa de Santo Antônio.
Diante disso, denunciamos a ausência de políticas públicas que garantam o direito ao território e outros direitos humanos fundamentais para a comunidade cigana da Lagoa de Santo Antônio. Reivindicamos que o Poder Público arrume terreno adequado, em tamanho e qualidade, para que todas as Comunidades Ciganas possam viver com dignidade e cultivando sua linda tradição cultural. Ao mesmo tempo, anunciamos a vida, a força, a beleza e a coragem da Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio: mulheres, homens e crianças que lutam, junto com uma Rede de Apoio, pelo direito à vida e de viver a partir de sua própria cultura!
Acolhendo os clamores também da Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG, uma Rede de Apoio se formou, constituída pelo CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – www.cedefes.org.br ), pela CPT-MG (Comissão Pastoral da Terra – www.cptmg.org.br ), pela Associação Nacional das Etnias Ciganas do Brasil (ANEC), por Advogadas e Advogadas Populares da RENAP (Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares – www.renap.org.br ), pela Procuradoria Geral do Ministério Público Federal (MPF), por meio do Dr. Edmundo Antônio Dias Neto Júnior, Núcleo de Prática Jurídica (NPJURIH) do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, Professoras/res da UEMG Unidade de Ibirité, Núcleo de Estudos Ciganos  da UFMG, Defensorias pública estadual (DPE/MG) e da União (DPU);  e MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas), entre outros, mobilizando-se em defesa da Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio. 
Alertamos para os direitos ciganos prescritos na Constituição Federal, no Estatuto dos Povos Ciganos (em tramitação no Congresso Nacional), tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, como a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que exige respeito aos direitos dos Povos Tradicionais, entre os quais estão os Povos Ciganos. Reivindicamos que a prefeitura crie uma Política Pública Municipal voltada especificamente para as Comunidades Ciganas, o que é exigência da Política Nacional de Povos Tradicionais e, agora também, estadual, pois há alguns meses o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, regulamentou a Lei que trata dos Povos Tradicionais. Portanto, o poder público municipal tem o dever, pra ontem, de garantir território para assentamento de todas as famílias ciganas existentes no município e todas as políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social etc. Criar um Centro de Tradições Ciganas é também um dever do poder público e direito do povo cigano.
Feliz quem reconhece as belezas milenares da cultura cigana e se compromete na luta em defesa destes povos que dignificam a plural cultura brasileira!
Todo apoio e solidariedade aos Povos Ciganos nessa luta por terra e por respeito aos seus direitos, à sua dignidade!

Assinam essa Nota Pública:
Liderança da Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG;
Lideranças da Comunidade Cigana de São Pedro (em Ibirité, MG);
CPT (Comissão Pastoral da Terra);
Kaipora (Laboratório de Estudos Bioculturais (UEMG – Unidade Ibirité);
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva).

Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, 18 de junho de 2018.















 Fotos feitas pelo prof. Emanuel Almada, dia 14/6/2018, na Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG.



[1] A APA foi criada pelo Decreto Federal n. 98.881 de 25 de Janeiro de 1990, em função da relevância que as associações cársticas têm em âmbito nacional, em termos paisagísticos, de fauna e flora, de riquezas subterrâneas cênicas, minerais e fossilíferas, em aspectos históricos, pré-históricos, culturais e nas particularidades de seu sistema hídrico. O objetivo da APA é garantir a conservação do conjunto paisagístico e da cultura regional, proteger as cavernas e demais formações cársticas, sítios arqueológicos e paleontológicos, a vegetação e a fauna, conciliando o patrimônio natural e científico às condições de intenso desenvolvimento urbano e industrial próprias à região. Confira o link, a seguir:



Povos Indígenas da RMBH/MG: Luta por reconhecimento e por direitos/CEDEF...

Povos Indígenas da RMBH/MG: Luta por reconhecimento e por direitos. Abril Indígena no CEDEFES. 5ª Parte. 23/4/2018.

O CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – www.cedefes.org.br ), em Belo Horizonte/MG, promoveu o “Abril Indígena”,  valorizando o mês dedicado aos indígenas, legítimos guardiães das terras brasileiras, com o debate: “Direitos Indígenas e a questão ambiental: partilhando reflexões para a luta”.  Desse debate participaram várias lideranças indígenas, a Professora Dra. Alenice Baeta, historiadora e arqueóloga, e outros/as integrantes do CEDEFES, o frei Dr. Gilvander Moreira, da CPT, o Pablo Camargo, historiador e indigenista, da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), entre outros.  Nesse vídeo, kapua Lana Pori, liderança indígena do Povo Puri, biólogo que trabalha na Prefeitura de Ibirité/MG, fala  da organização e da luta do povo Puri, sobrevivente ao genocídio imposto aos povos indígenas no Brasil. De modo particular, Kapua  fala dessa luta em um Distrito de Barbacena, MG, e região, para resgatar suas origens, sua cultura e fazer valer seus direitos à retomada de terras, ao acesso às políticas públicas, entre outros. Eni Carajá Filho, do Povo Carajá, fala de sua ancestralidade e aborda também a luta constante dos Povos Indígenas por reconhecimento, por direitos e sugere ações concretas para que essa luta tenha visibilidade e, assim, mais pessoas tenham conhecimento das dificuldades enfrentadas pelos indígenas em Belo Horizonte e RMBH. Em tempo de retomada do que lhes foi tirado pela colonização, os Povos Indígenas de Belo Horizonte e Região Metropolitana de BH contam com expressiva Rede de Apoio no fortalecimento dessa luta.  Por dignidade, por respeito, por direitos, Povos Indígenas e Rede de Apoio seguem firmes na luta e na resistência!

*Reportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, Dr. em Educação pela UFMG. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 23/4/2018.

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sexta-feira, 15 de junho de 2018

Violência contra Povos Indígenas em Belo Horizonte, MG. CEDEFES. 4ª Part...

Violência contra os Povos Indígenas, em Belo Horizonte, MG: Roda de Conversa no CEDEFES. 4ª Parte. 23/4/2018.

Povos Indígenas, em Belo Horizonte, capital mineira, e na Região Metropolitana de BH (RMBH), ao longo dos anos, têm sido vítimas de violência, discriminação, preconceito e racismo por parte, principalmente, do Poder Público, que se nega a cumprir a lei na responsabilidade da assistência, do desenvolvimento de politicas públicas específicas para os Povos indígenas e ainda tenta lhes tirar seus direitos assegurados pela  Constituição Federal,  sem respeitar, sobretudo, sua legitimidade de verdadeiros donos das terras brasileiras.  Essa irresponsabilidade do Poder Público fomenta atitudes de ódio e violência, por parte da população e, sobretudo, por parte da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e da Guarda Municipal de Belo Horizonte, que se julgam com poder para intimidar, perseguir e violentar integrantes dos Povos Indígenas, tanto física como moralmente. Se nos causa indignação a violência, com tantos assassinatos de indígenas, nas matas e florestas, pela expropriação de suas terras pelos "brancos", essa mesma indignação se manifesta pela falta de respeito à dignidade dos Povos Indígenas nas cidades, especificamente, nesse caso, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Tanto nas matas como na cidade, essa violação de direitos é provocada pela ganância do capital e pela cumplicidade do Poder Público com o sistema do capital,  que se manifesta conivente dessas ações de violência. Essa alarmante e preocupante situação a que estão expostos os Povos Indígenas na cidade de Belo Horizonte e Região Metropolitana motivou a Roda de Conversa realizada no CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva - www.cedefes.org.br ), em Belo Horizonte/MG, no dia 23/4/2018, que teve como tema: “Direitos Indígenas e a questão ambiental: partilhando reflexões para a luta”. Participaram dessa Roda de Conversa várias lideranças indígenas, a Professora Dra. Alenice Baeta, historiadora e arqueóloga, e outros/as integrantes do CEDEFES, o frei Gilvander Moreira, da CPT, o Pablo, da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), entre outros.  A luta por respeito aos direitos dos Povos Indígenas na capital mineira e Região Metropolitana se intensifica e a Rede de Apoio cresce e se fortalece.  Respeitar os Povos Indígenas e seus direitos é dever de todos, o que passa por respeito aos seus saberes, à sua cultura, à sua vida.

*Filmagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 23 de abril de 2018.

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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Programa PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER, via Rádio Estúdio Brasil. 14/6/2018


Programa PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER, via Rádio Estúdio Brasil. 14/6/2018


O Programa PALAVRAS DE FÉ com frei Gilvander Moreira, 4 minutos, em áudio, de segunda a sexta-feira, de reflexão a partir da Bíblia e da Teologia Bíblica, reflexões que podem inspirar um jeito bonito de viver e conviver. Para ouvir PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER entre no site www.radioestudiobrasil.com.br  e vá até o programa PALAVRAS DE FÉ. Clique em OUÇA AQUI.

É só clicar no link http://www.radioestudiobrasil.com.br/demos/demopalavrasdefe.html  que cai direto no programa PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER.  O programa acontece de segunda a sexta-feira.

Para as rádios baixarem o programa PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER, para posteriormente veiculá-lo, é preciso se cadastrar no site www.radioestudiobrasil.com.br   Clique em qualquer programa na palavra CADASTRE-SE AQUI, preencha o cadastro e marque o programa ou os programas que vão querer baixar e retransmitir.

Se precisar contatar frei Gilvander, eis o e-mail dele: gilvanderlm@gmail.com
Que a luz e a força divina continuem irradiando em nós, a partir dos injustiçados e em toda a biodiversidade!



Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité/MG, conquista efeito suspensivo em Liminar de despejo: a luta pelos direitos ciganos cresce.

Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité/MG, conquista efeito suspensivo em Liminar de despejo: a luta pelos direitos ciganos cresce.


A prefeitura de Ibirité/MG e toda a sociedade ibiritense têm uma dívida histórica com os povos ciganos que estão resistindo também em Ibirité, desde o início da cidade, que foi por muitas décadas distrito de Sabará, Betim e Esmeraldas, antes de se tornar município em 1º de março de 1963. Hoje, com 55 anos de história, Ibirité conta com uma população de ‎171.932 habitantes, segundo o Censo de IBGE, de 2014.
Estima-se que em Ibirité estejam vivendo e resistindo atualmente mais de 80 famílias ciganas da etnia calon, em dois acampamentos: a Comunidade Cigana de São Pedro e a Comunidade Cigana do Cascata, além de dezenas de outras famílias espalhadas pela cidade. As 12 famílias da Comunidade Cigana de São Pedro ocupam, há mais de sete anos, uma área que estava completamente abandonada, sem cumprir sua função social, inclusive tendo próximo um córrego todo poluído e clamando para ser revitalizado. A Comunidade Cigana do bairro Cascata, com cerca de 40 famílias, está acampada em uma área particular, pagando R$1.500,00 (Hum mil e quinhentos reais) pelo uso da área. As famílias, que recebem bolsa família, não têm outra alternativa a não ser repassar os 100 ou 120,00 da bolsa família para garantir o espaço para manter a tenda de pé. Outras dezenas de famílias ciganas, em Ibirité, estão padecendo debaixo da pesadíssima cruz do aluguel. Aliás, o déficit habitacional em Ibirité é muito alto, o que faz subir mais ainda o preço dos aluguéis.
Como se não bastassem as agruras da falta de moradia permanente e os preconceitos sofridos pelos ciganos, a prefeitura de Ibirité, em vez de saudar a dívida histórica e social com a Comunidade Cigana, resolveu aumentar o peso da cruz sobre as costas das famílias ciganas. Dia 27 de abril de 2017, a Prefeitura do município de Ibirité, requereu judicialmente Liminar de Reintegração de Posse (Processo n. 5001634-62.2017.8.13.0114), isto é, despejo e expulsão da família do cigano Tiago Inácio Damasceno da Luz, mas pressionou durante vários meses para expulsar todas as 12 famílias ciganas do Acampamento de São Pedro. Dia 03 de julho de 2017, o Juízo da 1ª Vara Cível de Ibirité, de forma atabalhoada, apressada e sem Audiência de Conciliação, concedeu Liminar de reintegração. A Comunidade Cigana só ficou sabendo que uma espada pairava sobre a cabeça das 12 famílias quando o cigano Tiago Inácio, arrolado como réu no processo, foi convocado para Audiência de tentativa de conciliação no Fórum de Ibirité, dia 21 de maio último (2018), quando, então, foi feita audiência de tentativa de conciliação, mas a prefeitura de Ibirité não apresentou nenhuma alternativa digna para as famílias ciganas. Que covardia e que injustiça a prefeitura processar judicialmente a Comunidade Cigana de São Pedro e não comunicar às famílias ciganas durante um ano. O pedido de Liminar e a Liminar concedida pela 1ª Vara Cível da Comarca de Ibirité estão recheados de inconsistências e inconstitucionalidades, já denunciadas em Nota Pública do dia 26/5/2018, em vários sites, blogs e páginas de facebook (Nota disponível também no link http://www.cptmg.org.br/portal/comunidade-cigana-de-sao-pedro-em-ibirite-mg-na-iminencia-de-despejo-clama-por-terreno-adequado-e-por-direitos-nota-publica/ )
É um absurdo ver o Prefeito William Parreira, do PTN, ingressar com Pedido de Liminar de Reintegração de Posse, em 27/4/2017, e, pior, não fazer nada para retirar essa ação judicial que está violando os direitos do povo cigano da comunidade de São Pedro, uma vez que o mesmo foi eleito com os clamores populares de fazer uma gestão municipal diferente do antigo prefeito, Pinheirinho, membro da família Pinheiro, que em vários anos à frente da prefeitura de Ibirité, despejou várias comunidades que lutavam pelo direito humano à moradia e nada fez para combater seriamente o grande e crescente déficit habitacional da cidade. O Prefeito William Parreira entrará para a história como mais um político da burguesia servindo aos ricos, que virou as costas para a comunidade de São Pedro?
Acolhendo os clamores da Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité, uma grande Rede de Apoio se formou, formada pelo CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – www.cedefes.org.br ), pela CPT-MG (Comissão Pastoral da Terra – www.cptmg.org.br ), pela Associação Nacional das Etnias Ciganas do Brasil (ANEC), por Advogadas e Advogadas Populares da RENAP (Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares – www.renap.org.br ), pela Procuradoria Geral do Ministério Público Federal (MPF), por meio do Dr. Edmundo Antônio Dias Neto Júnior, Núcleo de Prática Jurídica (NPJURIH) do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, Professoras/res da UEMG Unidade de Ibirité, Núcleo de Estudos Ciganos  da UFMG, Defensorias pública estadual (DPE/MG) e da União (DPU);  MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas); e representação da Gabinetona da Câmara de Vereadores de BH, entre outros, mobilizando-se em defesa da Comunidade Cigana de São Pedro. 
Dia 07 de junho último (2018), realizamos reunião na Prefeitura de Ibirité com o procurador do município de Ibirité, Wagner Fernandes Miguel. Participaram da reunião Dr. Edmundo Antônio Dias Neto Júnior, procurador da Procuradoria Geral do Ministério Público Federal (MPF), o Dr. João Márcio, defensor público da DPU (Defensoria Pública da União), Dra. Cleide Nepomuceno, defensora pública da DPE/MG da área de Direitos Humanos; João Pio, presidente da Comissão de Povos Tradicionais do Governo de Minas; frei Gilvander Luís Moreira, da CPT; e lideranças da Comunidade Cigana de São Pedro: Valdinalva, Itamar e Tiago.
Repudiamos as injustiças que a prefeitura de Ibirité continua fazendo há muitas décadas contra os povos ciganos. Alertamos para os direitos ciganos prescritos na Constituição Federal, no Estatuto dos Povos Ciganos (em tramitação no Congresso Nacional), tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, como a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que exige respeito aos direitos dos Povos Tradicionais, entre os quais estão os Povos Ciganos. Reivindicamos que a prefeitura desistisse da Ação judicial e que crie uma Política Pública Municipal voltada especificamente para as Comunidades Ciganas, o que é exigência da Política Nacional de Povos Tradicionais e, agora também, estadual, pois há alguns meses o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, regulamentou a Lei que trata dos Povos Tradicionais. Portanto, o poder público municipal tem o dever, pra ontem, de garantir território para assentamento de todas as famílias ciganas existentes no município e todas as políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social etc.. Criar um Centro de Tradições Ciganas é também um dever do poder público e direito do povo cigano.
O procurador Wagner Fernandes disse que não desistiria da ação judicial, que iria apenas suspendê-la até verificar se o objeto do processo se referia sobre toda a comunidade Cigana ou se era apenas sobre a área ambiental. O procurador Wagner confirmou a intenção da Prefeitura de Ibirité de ceder a área há mais de sete anos ocupada por 12 famílias ciganas para empresas. Segundo ele “a área tem vocação empresarial”. Questionamos isso também. Muito injusto ceder área pública para empresas, sendo que há no município um enorme déficit habitacional e carência de equipamentos públicos.
Entretanto, antes do procurador da prefeitura de Ibirité, Wagner, cumprir a palavra e pedir a suspensão do processo judicial, no dia seguinte, dia 08 de junho de 2018, a Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité, MG, conquistou por meio da Defensoria Pública de Minas Gerais da área de Direitos Humanos (defensoras públicas Cleide Nepomuceno e Ana Cláudia da Silva, e o defensor Aylton Magalhães), o efeito suspensivo da Liminar de Reintegração de Posse que exigia a expulsão de doze famílias da área que ocupam há mais de sete anos (decisão tomada em plantão pelo Desembargador Audebert Delage nos autos de agravo de instrumento número 1.0000.18.059043-2/001). Até hoje, dia 13/6/2018, o procurador não ingressou no TJMG pedindo a suspensão do processo como nos prometeu na reunião dia 07/6/2018.
Dia 08 de junho último (2018), aconteceu outra visita e reunião na Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité, com a presença da Dra. Ana Cláudia Alexandre, da DPE/MG área de Conflitos Agrários e Povos Tradicionais; professora Carine Silva, do Núcleo de Prática Jurídica (NPJURIH) do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, profa. Sheylazarth e prof. Emanuel Duarte Almada, da UEMG Unidade de Ibirité; as doutorandas da UFMG, Helena e Juliana, com pesquisa sobre os Povos Ciganos; frei Gilvander, da CPT; e Thales Viote, advogado popular da RENAP, da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG e membro do MLB. A reunião foi muito boa com troca de experiências e planejamento de ações na luta pelos direitos dos Povos Ciganos.
Assim, a luta pelos direitos dos povos ciganos continua e se fortalece. Feliz quem reconhece as belezas milenares da cultura cigana e se compromete na luta em defesa destes povos que dignificam a plural cultura brasileira!
Todo apoio e solidariedade aos Povos Ciganos nessa luta por terra e por respeito aos seus direitos, à sua dignidade!

Assinam essa Nota Pública:
Lideranças da Comunidade Cigana de São Pedro, de Ibirité, MG;
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva);
CPT-MG (Comissão Pastoral da Terra);
RENAP (Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares);
MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas).

Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, 13 de junho de 2018.