segunda-feira, 18 de junho de 2018

Povos Indígenas da RMBH/MG: Luta por reconhecimento e por direitos/CEDEF...

Povos Indígenas da RMBH/MG: Luta por reconhecimento e por direitos. Abril Indígena no CEDEFES. 5ª Parte. 23/4/2018.

O CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – www.cedefes.org.br ), em Belo Horizonte/MG, promoveu o “Abril Indígena”,  valorizando o mês dedicado aos indígenas, legítimos guardiães das terras brasileiras, com o debate: “Direitos Indígenas e a questão ambiental: partilhando reflexões para a luta”.  Desse debate participaram várias lideranças indígenas, a Professora Dra. Alenice Baeta, historiadora e arqueóloga, e outros/as integrantes do CEDEFES, o frei Dr. Gilvander Moreira, da CPT, o Pablo Camargo, historiador e indigenista, da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), entre outros.  Nesse vídeo, kapua Lana Pori, liderança indígena do Povo Puri, biólogo que trabalha na Prefeitura de Ibirité/MG, fala  da organização e da luta do povo Puri, sobrevivente ao genocídio imposto aos povos indígenas no Brasil. De modo particular, Kapua  fala dessa luta em um Distrito de Barbacena, MG, e região, para resgatar suas origens, sua cultura e fazer valer seus direitos à retomada de terras, ao acesso às políticas públicas, entre outros. Eni Carajá Filho, do Povo Carajá, fala de sua ancestralidade e aborda também a luta constante dos Povos Indígenas por reconhecimento, por direitos e sugere ações concretas para que essa luta tenha visibilidade e, assim, mais pessoas tenham conhecimento das dificuldades enfrentadas pelos indígenas em Belo Horizonte e RMBH. Em tempo de retomada do que lhes foi tirado pela colonização, os Povos Indígenas de Belo Horizonte e Região Metropolitana de BH contam com expressiva Rede de Apoio no fortalecimento dessa luta.  Por dignidade, por respeito, por direitos, Povos Indígenas e Rede de Apoio seguem firmes na luta e na resistência!

*Reportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, Dr. em Educação pela UFMG. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 23/4/2018.

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sexta-feira, 15 de junho de 2018

Violência contra Povos Indígenas em Belo Horizonte, MG. CEDEFES. 4ª Part...

Violência contra os Povos Indígenas, em Belo Horizonte, MG: Roda de Conversa no CEDEFES. 4ª Parte. 23/4/2018.

Povos Indígenas, em Belo Horizonte, capital mineira, e na Região Metropolitana de BH (RMBH), ao longo dos anos, têm sido vítimas de violência, discriminação, preconceito e racismo por parte, principalmente, do Poder Público, que se nega a cumprir a lei na responsabilidade da assistência, do desenvolvimento de politicas públicas específicas para os Povos indígenas e ainda tenta lhes tirar seus direitos assegurados pela  Constituição Federal,  sem respeitar, sobretudo, sua legitimidade de verdadeiros donos das terras brasileiras.  Essa irresponsabilidade do Poder Público fomenta atitudes de ódio e violência, por parte da população e, sobretudo, por parte da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e da Guarda Municipal de Belo Horizonte, que se julgam com poder para intimidar, perseguir e violentar integrantes dos Povos Indígenas, tanto física como moralmente. Se nos causa indignação a violência, com tantos assassinatos de indígenas, nas matas e florestas, pela expropriação de suas terras pelos "brancos", essa mesma indignação se manifesta pela falta de respeito à dignidade dos Povos Indígenas nas cidades, especificamente, nesse caso, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Tanto nas matas como na cidade, essa violação de direitos é provocada pela ganância do capital e pela cumplicidade do Poder Público com o sistema do capital,  que se manifesta conivente dessas ações de violência. Essa alarmante e preocupante situação a que estão expostos os Povos Indígenas na cidade de Belo Horizonte e Região Metropolitana motivou a Roda de Conversa realizada no CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva - www.cedefes.org.br ), em Belo Horizonte/MG, no dia 23/4/2018, que teve como tema: “Direitos Indígenas e a questão ambiental: partilhando reflexões para a luta”. Participaram dessa Roda de Conversa várias lideranças indígenas, a Professora Dra. Alenice Baeta, historiadora e arqueóloga, e outros/as integrantes do CEDEFES, o frei Gilvander Moreira, da CPT, o Pablo, da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), entre outros.  A luta por respeito aos direitos dos Povos Indígenas na capital mineira e Região Metropolitana se intensifica e a Rede de Apoio cresce e se fortalece.  Respeitar os Povos Indígenas e seus direitos é dever de todos, o que passa por respeito aos seus saberes, à sua cultura, à sua vida.

*Filmagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 23 de abril de 2018.

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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Programa PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER, via Rádio Estúdio Brasil. 14/6/2018


Programa PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER, via Rádio Estúdio Brasil. 14/6/2018


O Programa PALAVRAS DE FÉ com frei Gilvander Moreira, 4 minutos, em áudio, de segunda a sexta-feira, de reflexão a partir da Bíblia e da Teologia Bíblica, reflexões que podem inspirar um jeito bonito de viver e conviver. Para ouvir PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER entre no site www.radioestudiobrasil.com.br  e vá até o programa PALAVRAS DE FÉ. Clique em OUÇA AQUI.

É só clicar no link http://www.radioestudiobrasil.com.br/demos/demopalavrasdefe.html  que cai direto no programa PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER.  O programa acontece de segunda a sexta-feira.

Para as rádios baixarem o programa PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER, para posteriormente veiculá-lo, é preciso se cadastrar no site www.radioestudiobrasil.com.br   Clique em qualquer programa na palavra CADASTRE-SE AQUI, preencha o cadastro e marque o programa ou os programas que vão querer baixar e retransmitir.

Se precisar contatar frei Gilvander, eis o e-mail dele: gilvanderlm@gmail.com
Que a luz e a força divina continuem irradiando em nós, a partir dos injustiçados e em toda a biodiversidade!



Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité/MG, conquista efeito suspensivo em Liminar de despejo: a luta pelos direitos ciganos cresce.

Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité/MG, conquista efeito suspensivo em Liminar de despejo: a luta pelos direitos ciganos cresce.


A prefeitura de Ibirité/MG e toda a sociedade ibiritense têm uma dívida histórica com os povos ciganos que estão resistindo também em Ibirité, desde o início da cidade, que foi por muitas décadas distrito de Sabará, Betim e Esmeraldas, antes de se tornar município em 1º de março de 1963. Hoje, com 55 anos de história, Ibirité conta com uma população de ‎171.932 habitantes, segundo o Censo de IBGE, de 2014.
Estima-se que em Ibirité estejam vivendo e resistindo atualmente mais de 80 famílias ciganas da etnia calon, em dois acampamentos: a Comunidade Cigana de São Pedro e a Comunidade Cigana do Cascata, além de dezenas de outras famílias espalhadas pela cidade. As 12 famílias da Comunidade Cigana de São Pedro ocupam, há mais de sete anos, uma área que estava completamente abandonada, sem cumprir sua função social, inclusive tendo próximo um córrego todo poluído e clamando para ser revitalizado. A Comunidade Cigana do bairro Cascata, com cerca de 40 famílias, está acampada em uma área particular, pagando R$1.500,00 (Hum mil e quinhentos reais) pelo uso da área. As famílias, que recebem bolsa família, não têm outra alternativa a não ser repassar os 100 ou 120,00 da bolsa família para garantir o espaço para manter a tenda de pé. Outras dezenas de famílias ciganas, em Ibirité, estão padecendo debaixo da pesadíssima cruz do aluguel. Aliás, o déficit habitacional em Ibirité é muito alto, o que faz subir mais ainda o preço dos aluguéis.
Como se não bastassem as agruras da falta de moradia permanente e os preconceitos sofridos pelos ciganos, a prefeitura de Ibirité, em vez de saudar a dívida histórica e social com a Comunidade Cigana, resolveu aumentar o peso da cruz sobre as costas das famílias ciganas. Dia 27 de abril de 2017, a Prefeitura do município de Ibirité, requereu judicialmente Liminar de Reintegração de Posse (Processo n. 5001634-62.2017.8.13.0114), isto é, despejo e expulsão da família do cigano Tiago Inácio Damasceno da Luz, mas pressionou durante vários meses para expulsar todas as 12 famílias ciganas do Acampamento de São Pedro. Dia 03 de julho de 2017, o Juízo da 1ª Vara Cível de Ibirité, de forma atabalhoada, apressada e sem Audiência de Conciliação, concedeu Liminar de reintegração. A Comunidade Cigana só ficou sabendo que uma espada pairava sobre a cabeça das 12 famílias quando o cigano Tiago Inácio, arrolado como réu no processo, foi convocado para Audiência de tentativa de conciliação no Fórum de Ibirité, dia 21 de maio último (2018), quando, então, foi feita audiência de tentativa de conciliação, mas a prefeitura de Ibirité não apresentou nenhuma alternativa digna para as famílias ciganas. Que covardia e que injustiça a prefeitura processar judicialmente a Comunidade Cigana de São Pedro e não comunicar às famílias ciganas durante um ano. O pedido de Liminar e a Liminar concedida pela 1ª Vara Cível da Comarca de Ibirité estão recheados de inconsistências e inconstitucionalidades, já denunciadas em Nota Pública do dia 26/5/2018, em vários sites, blogs e páginas de facebook (Nota disponível também no link http://www.cptmg.org.br/portal/comunidade-cigana-de-sao-pedro-em-ibirite-mg-na-iminencia-de-despejo-clama-por-terreno-adequado-e-por-direitos-nota-publica/ )
É um absurdo ver o Prefeito William Parreira, do PTN, ingressar com Pedido de Liminar de Reintegração de Posse, em 27/4/2017, e, pior, não fazer nada para retirar essa ação judicial que está violando os direitos do povo cigano da comunidade de São Pedro, uma vez que o mesmo foi eleito com os clamores populares de fazer uma gestão municipal diferente do antigo prefeito, Pinheirinho, membro da família Pinheiro, que em vários anos à frente da prefeitura de Ibirité, despejou várias comunidades que lutavam pelo direito humano à moradia e nada fez para combater seriamente o grande e crescente déficit habitacional da cidade. O Prefeito William Parreira entrará para a história como mais um político da burguesia servindo aos ricos, que virou as costas para a comunidade de São Pedro?
Acolhendo os clamores da Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité, uma grande Rede de Apoio se formou, formada pelo CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – www.cedefes.org.br ), pela CPT-MG (Comissão Pastoral da Terra – www.cptmg.org.br ), pela Associação Nacional das Etnias Ciganas do Brasil (ANEC), por Advogadas e Advogadas Populares da RENAP (Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares – www.renap.org.br ), pela Procuradoria Geral do Ministério Público Federal (MPF), por meio do Dr. Edmundo Antônio Dias Neto Júnior, Núcleo de Prática Jurídica (NPJURIH) do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, Professoras/res da UEMG Unidade de Ibirité, Núcleo de Estudos Ciganos  da UFMG, Defensorias pública estadual (DPE/MG) e da União (DPU);  MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas); e representação da Gabinetona da Câmara de Vereadores de BH, entre outros, mobilizando-se em defesa da Comunidade Cigana de São Pedro. 
Dia 07 de junho último (2018), realizamos reunião na Prefeitura de Ibirité com o procurador do município de Ibirité, Wagner Fernandes Miguel. Participaram da reunião Dr. Edmundo Antônio Dias Neto Júnior, procurador da Procuradoria Geral do Ministério Público Federal (MPF), o Dr. João Márcio, defensor público da DPU (Defensoria Pública da União), Dra. Cleide Nepomuceno, defensora pública da DPE/MG da área de Direitos Humanos; João Pio, presidente da Comissão de Povos Tradicionais do Governo de Minas; frei Gilvander Luís Moreira, da CPT; e lideranças da Comunidade Cigana de São Pedro: Valdinalva, Itamar e Tiago.
Repudiamos as injustiças que a prefeitura de Ibirité continua fazendo há muitas décadas contra os povos ciganos. Alertamos para os direitos ciganos prescritos na Constituição Federal, no Estatuto dos Povos Ciganos (em tramitação no Congresso Nacional), tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, como a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que exige respeito aos direitos dos Povos Tradicionais, entre os quais estão os Povos Ciganos. Reivindicamos que a prefeitura desistisse da Ação judicial e que crie uma Política Pública Municipal voltada especificamente para as Comunidades Ciganas, o que é exigência da Política Nacional de Povos Tradicionais e, agora também, estadual, pois há alguns meses o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, regulamentou a Lei que trata dos Povos Tradicionais. Portanto, o poder público municipal tem o dever, pra ontem, de garantir território para assentamento de todas as famílias ciganas existentes no município e todas as políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social etc.. Criar um Centro de Tradições Ciganas é também um dever do poder público e direito do povo cigano.
O procurador Wagner Fernandes disse que não desistiria da ação judicial, que iria apenas suspendê-la até verificar se o objeto do processo se referia sobre toda a comunidade Cigana ou se era apenas sobre a área ambiental. O procurador Wagner confirmou a intenção da Prefeitura de Ibirité de ceder a área há mais de sete anos ocupada por 12 famílias ciganas para empresas. Segundo ele “a área tem vocação empresarial”. Questionamos isso também. Muito injusto ceder área pública para empresas, sendo que há no município um enorme déficit habitacional e carência de equipamentos públicos.
Entretanto, antes do procurador da prefeitura de Ibirité, Wagner, cumprir a palavra e pedir a suspensão do processo judicial, no dia seguinte, dia 08 de junho de 2018, a Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité, MG, conquistou por meio da Defensoria Pública de Minas Gerais da área de Direitos Humanos (defensoras públicas Cleide Nepomuceno e Ana Cláudia da Silva, e o defensor Aylton Magalhães), o efeito suspensivo da Liminar de Reintegração de Posse que exigia a expulsão de doze famílias da área que ocupam há mais de sete anos (decisão tomada em plantão pelo Desembargador Audebert Delage nos autos de agravo de instrumento número 1.0000.18.059043-2/001). Até hoje, dia 13/6/2018, o procurador não ingressou no TJMG pedindo a suspensão do processo como nos prometeu na reunião dia 07/6/2018.
Dia 08 de junho último (2018), aconteceu outra visita e reunião na Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité, com a presença da Dra. Ana Cláudia Alexandre, da DPE/MG área de Conflitos Agrários e Povos Tradicionais; professora Carine Silva, do Núcleo de Prática Jurídica (NPJURIH) do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, profa. Sheylazarth e prof. Emanuel Duarte Almada, da UEMG Unidade de Ibirité; as doutorandas da UFMG, Helena e Juliana, com pesquisa sobre os Povos Ciganos; frei Gilvander, da CPT; e Thales Viote, advogado popular da RENAP, da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG e membro do MLB. A reunião foi muito boa com troca de experiências e planejamento de ações na luta pelos direitos dos Povos Ciganos.
Assim, a luta pelos direitos dos povos ciganos continua e se fortalece. Feliz quem reconhece as belezas milenares da cultura cigana e se compromete na luta em defesa destes povos que dignificam a plural cultura brasileira!
Todo apoio e solidariedade aos Povos Ciganos nessa luta por terra e por respeito aos seus direitos, à sua dignidade!

Assinam essa Nota Pública:
Lideranças da Comunidade Cigana de São Pedro, de Ibirité, MG;
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva);
CPT-MG (Comissão Pastoral da Terra);
RENAP (Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares);
MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas).

Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, 13 de junho de 2018.




terça-feira, 12 de junho de 2018

Ciganos da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo/MG: Clamores por di...

Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG: clamores por direitos. 10/6/2018.


Ausência de políticas públicas é um desrespeito aos direitos da Comunidade Cigana. Reza o Art, 5º da Constituição Brasileira de 1988 que “TODOS são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.” Este, portanto, é apenas um dos tantos direitos garantidos, por Lei, também aos povos ciganos do Brasil. Entretanto, em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, a Prefeitura parece desconhecer a Lei e nada faz para que a Comunidade Cigana do Acampamento Cigano de Lagoa de Santo Antônio tenha acesso aos serviços públicos que garantam qualidade de vida com saúde, bem-estar e, sobretudo, dignidade. No entorno da Lagoa de Santo Antônio, o que se vê é um cenário de descaso e de agressão às famílias, especificamente, e ao Meio Ambiente. Tem-se a impressão, pela tubulação aberta, e com interior fétido, que esgoto está sendo despejado na Lagoa de Santo Antônio, o que é inadmissível. As famílias vivem no Acampamento sem condições sanitárias adequadas, expostas a doenças pela falta de água potável e pela poluição da Lagoa. Ações urgentes são necessárias no local, no sentido de se criar condições dignas de permanência e também em relação à assistência às famílias, possibilitando-lhes o acesso às políticas públicas necessárias e, além disso, faz-se necessário desenvolver políticas públicas específicas às Comunidades Ciganas, assegurando-lhes seus direitos fundamentais, tais como terreno adequado para suas moradias, atendimento de saúde, educação, assistência social, ambiental, garantindo rede de água, energia e saneamento, inclusive. Há toda uma Rede de Apoio mobilizada na luta pelos direitos das Comunidades Ciganas, composta Pela Associação Nacional dos Ciganos (ANEC), CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva), CPT (Comissão Pastoral da Terra), MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas), MPF (Ministério Público Federal), Defensorias Estadual e da União, advogadas e advogados populares da RENAP (Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares), Professores e estudantes Universitários, dentre outros. Mexeu com os ciganos, mexeu com muitas forças vivas! Respeito aos povos ciganos, sempre!



*Vídeos originais, áudios e fotos da Professora Dra. Alenice Baeta, historiadora e arqueóloga, membro integrante do CEDEFES.
Apoio: Frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Pedro Leopoldo, MG, 10/6/2018.



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Sangue no campo, mas a resistência segue


Sangue no campo, mas a resistência segue. Por Gilvander Moreira[1]


No Brasil, a expropriação da terra dos camponeses pelo capitalismo e pelos capitalistas que se apossam da terra para obter renda e fortalecer a acumulação de capital tem historicamente gerado assassinatos e massacres, mas também resistência. Na contramão do discurso naturalizador do latifúndio e do agronegócio, inspirando-se também na experiência da Diocese de Goiás, de compromisso com o campesinato, desde 26 de novembro de 1967 – data em que Dom Tomás Balduíno se tornou bispo -, atuando a partir de pesquisa participante e divulgando Boletins periódicos que revelavam a situação dramática dos camponeses da região, lideranças da igreja de Goiás, sob a coordenação do bispo Dom Tomás Balduíno – de saudosa memória -, por 31 anos (de 1967 a 2014), propunham ações concretas de luta em defesa dos direitos dos camponeses. A partir de centenas de agentes de pastorais que estão espalhados em quase todo o território nacional, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) publica anualmente, desde 1985, o livro Conflitos no Campo Brasil, que é um diagnóstico refinado da violência perpetrada contra o campesinato no País.
Segundo dados da CPT, em 32 anos, de 1985 a 2017, foram assassinados na luta pela terra no Brasil 1488 pessoas, uma média de 49,6 por ano. Em 2017, foram assassinados 71 camponeses, o maior número desde 2003, quando se computaram 73 vítimas e um total de 1639 conflitos. Igual a um assassinato a cada 22 conflitos. Mas o lado mais macabro dos assassinatos em 2017 são os massacres. O ano de 2017 ficará marcado na história pelos Massacres no Campo. Cinco massacres com 31 vítimas. 44% do total de assassinatos em conflitos no campo. No primeiro semestre de 2017, em pouco mais de um mês, ocorreram três massacres com 22 mortos: o de Colniza, no Mato Grosso, dia 19 de abril, com 9 posseiros assassinados por quatro pistoleiros, contratados por um empresário madeireiro; o de Vilhena, em Rondônia, dia 29 de abril, com 3 camponeses mortos, e o de Pau D’Arco, no Pará, dia 24 de maio, com 10 Sem Terra mortos pela polícia militar do estado do Pará, alvejados a curta distância, com tiros no peito e na cabeça, o que configura execução. Houve outros dois massacres: o de Lençóis, na Bahia, dia 6 de agosto de 2017, na comunidade Quilombola de Iúna, com 6 quilombolas assassinados; e o de Canutama, no estado do Amazonas, dia 14 de dezembro de 2017, com 3 Sem Terra mortos e desaparecidos.
Airton Pereira e José Batista Afonso, ambos integrantes da CPT, afirmam que o que assusta é identificar o “grau de brutalidade e crueldade que os acompanharam. Cadáveres degolados, carbonizados, ensanguentados, desfigurados. Exemplos que deverão ficar marcados para sempre na alma de homens, de mulheres, de jovens e crianças. Uma pedagogia do terror”.  Em 2017, as tentativas de assassinato passaram de 74 para 120 – um crescimento de 63% e um número que corresponde a uma tentativa a cada três dias. As ameaças de morte aumentaram de 200 para 226. O número de pessoas torturadas passou de 1 para 6. E o de presos foi de 228 para 263. Entre os 1488 assassinados, entre 1985 e 2017, estão dois advogados populares: João Carlos Batista, assassinado dia 06 de dezembro de 1988, em Belém, no Pará[2], e Paulo Fonteles, em Ananindeua, no Pará, dia 11 de junho de 1987.
A repressão militar, sob o comando dos generais no poder, a partir de 31 de março de 1964, “abrira as portas para a ação violenta dos grandes proprietários de terra, por meio de seus capatazes e pistoleiros, em centenas de pontos no país inteiro, na certeza de que eram impunes e, além disso, aliados da repressão na manutenção da ordem” (MARTINS, 1999, p. 83). Repetindo-se como tragédia a história, a partir de 31 de agosto de 2016, com a consumação do golpe parlamentar, jurídico e midiático que derrubou a presidenta Dilma Roussef – o 7º na história brasileira -, os latifundiários e empresários do agronegócio escancararam as porteiras da violência no campo.
Enfim, no Brasil, desde 22 de abril de 1500, os camponeses vêm sendo expropriados de suas terras e assassinados, mas a resistência continua. Nunca é em vão o sangue dos mártires. Quando um membro do campesinato é assassinado, ele não é sepultado, mas semeado na terra e faz brotar e multiplicar a resistência. Do sangue de Margarida, Margaridas aos milhares seguem na luta pela terra, de cabeça erguida. Ao disseminarem o terror, a desertificação, o envenenamento da comida com uso indiscriminado de agrotóxico, a expropriação dos camponeses e mandar assassinar, o latifúndio e o agronegócio não terão a última palavra. Assim como não teve a última palavra os podres poderes que mandaram executar Jesus Cristo, Che Guevara, Martin Luther King e Gandhi. Com vida em abundância para todas e todos, uma terra sem males está sendo construída a partir das Comunidades Camponesas, com camponeses e camponesas desenvolvendo a Agricultura Familiar alicerçada em uma relação harmoniosa com o meio ambiente,  dos nossos parentes indígenas, quilombolas e povos tradicionais, verdadeiros guardiães da mãe terra, da irmã água e de toda a biodiversidade.
Um soldado que estava diante de Jesus crucificado, fitando-lhe os olhos, olho no olho, exclamou: “Verdadeiramente este homem era o filho de Deus!” (Evangelho de Marcos 15,39). É duro ver tantas vidas ceifadas e tanto sangue derramado na luta pela terra, mas somente tendo a coragem de olhar nos olhos dos/as crucificados/as no altar do ídolo mercado adquirimos a luz e a força necessária para construirmos domingos de ressurreição com terra para quem nela trabalha, terra partilhada e socializada.

Referência
MARTINS, José de Souza. O poder do atraso: ensaios de Sociologia da História Lenta. 2ª edição. São Paulo: HUCITEC, 1999.

Imagem: Chacina de Pau D’Arco – Foto: Dinho Santos

Belo Horizonte, MG, 12/6/2018.

Obs.: Os vídeos, abaixo, ilustram o texto, acima.

1)    Violência do latifúndio aumenta no norte de Minas Gerais/Audiência Pública/ALMG/Toninho do MST. 25/4/2018.

2)    O clamor das Comunidades Pesqueiras/Vazanteiras de Minas Gerais por justiça. 3ª Parte. BH/MG. 13/11/2017

3)    PM de MG despejando c/ truculência MST da Ariadnópolis, em Campo do Meio/MG: Injustiça! 20/05/16




[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. 
www.twitter.com/gilvanderluis             Facebook: Gilvander Moreira III

[2] Cf. BATISTA, Pedro César. João Batista: mártir da luta pela reforma agrária – violência e impunidade no Pará. 3ª edição. São Paulo: Expressão Popular, 2007.

Povos Indígenas em Belo Horizonte clamam por respeito e justiça. CEDEFES...

Povos Indígenas em Belo Horizonte clamam por respeito e justiça. CEDEFES. 3ª Parte. 23/4/2018.

Roda de Conversa realizada no CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva - www.cedefes.org.br ),em Belo Horizonte/MG, no dia 23/4/2018, teve como tema: “Direitos Indígenas e a questão ambiental: partilhando reflexões para a luta” e contou com a participação de várias lideranças indígenas, da Professora Dra. Alenice Baeta, Historiadora e Arqueóloga, e outros/as integrantes do CEDEFES, do frei Gilvander Moreira, da CPT-MG, do Pablo, da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), entre outros. Várias questões foram abordadas, considerando os graves problemas enfrentados pelos mais de 7.000 indígenas existentes em Belo Horizonte e região metropolitana, conforme Censo do IBGE de 2010, envolvendo preconceito, discriminação, violência e negação de direitos sociais. Nossos parentes indígenas, legítimos donos dessas terras brasileiras, não são tratados com o devido respeito, nem têm respeitados seu trabalho, sua cultura, sua história. Os indígenas enfrentam grande burocracia até mesmo para serem reconhecidos. Nesse vídeo, além de relatos dessa luta por direitos na capital mineira, a manifestação determinada, corajosa e comovente de Angohò Pataxó, clamando por respeito e justiça para com os Povos indígenas, em Belo Horizonte e região metropolitana.

*Filmagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 23 de abril de 2018.

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