segunda-feira, 11 de junho de 2018

Situação crítica no Acampamento Cigano de Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG.


Situação crítica no Acampamento Cigano de Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG.

Por Alenice Baeta[1] e Valdinalva Caldas[2]


Situação crítica no Acampamento Cigano de Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG.
Dia 10 de junho de 2018, em visita ao acampamento cigano que se situa ao redor da Lagoa de Santo Antônio, localidade também conhecida como “Cochos”, município de Pedro Leopoldo, MG, pôde-se constatar que as famílias ciganas que ali estão em suas inúmeras tendas não possuem a assistência e o respeito necessários que teriam por DIREITO, pois pertencem a importante povo tradicional milenar, cujos direitos são garantidos, inclusive, por leis e normas internacionais.
O poder público municipal não está fornecendo, como observado in loco, água potável e nem energia elétrica, tampouco condições sanitárias adequadas, como a necessária e urgente instalação de um banheiro, como almejado pela Comunidade Cigana, composta por muitas mulheres, crianças e idosos. Foram ainda curiosamente observados tubos no entorno da Lagoa de Santo Antônio, muitos sem vedação, com água fétida em seu interior, indicando que pode se tratar de esgoto. Daí pairou uma grande dúvida e temor… Estaria esgoto sendo jogado nessa lagoa? O que seria um grande absurdo!
Urgem medidas relacionadas ao comprometimento imediato por parte do poder público em garantir dignidade às famílias ciganas que ali estão, com relação à sua estadia nesse acampamento, limpeza completa das sujidades e lixo, drenagem das águas paradas, combate ao carrapato e animais peçonhentos, bem como a suspensão imediata, caso se confirme, da emissão de esgoto e dejetos na Lagoa de Santo Antônio, assentada em zona calcária. Paralelamente, deverá haver assistência social e de saúde a todas as pessoas da Comunidade Cigana ali radicada, ações estas imprescindíveis já que a comunidade cigana e vizinhança próxima se encontram expostas à localidade nada salubre. Cenário muitíssimo preocupante e alarmante! Medidas que revitalizem a lagoa, mas que, sobretudo, garantam o bem-estar, o respeito, a estabilidade e a dignidade das famílias ciganas que ali estão fazem-se imprescindíveis.
Repudiamos as injustiças praticadas pela prefeitura de Pedro Leopoldo ao deixar as comunidades ciganas do município sem o atendimento necessário de políticas públicas. Alertamos para os direitos ciganos prescritos na Constituição Federal, no Estatuto dos Povos Ciganos (em tramitação no Congresso Nacional), tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário como a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que exige respeito aos direitos dos Povos Tradicionais entre os quais estão os Povos Ciganos. Reivindicamos que a prefeitura de Pedro Leopoldo crie uma Política Pública Municipal voltada especificamente para as Comunidades Ciganas, o que é exigência da Política Nacional de Povos Tradicionais e, agora também, estadual, pois há alguns meses o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, regulamentou a Lei que trata dos Povos Tradicionais. Portanto, o poder público municipal tem o dever, pra ontem, de garantir território para assentamento de todas as famílias ciganas existentes no município e todas as políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social, etc.. Criar um Centro de Tradições Ciganas, inclusive, é também um dever do poder público e direito do povo cigano.
#RESPEITO AOS POVOS CIGANOS, SEMPRE!
#MEXEU COM OS CIGANOS, MEXEU COM MUITAS FORÇAS VIVAS!




Crianças do Acampamento Cigano de Lagoa de Santo Antônio, Pedro Leopoldo, dia 10/6/2018. Foto: A. Baeta


Integrantes do Acampamento Cigano de Lagoa de Santo Antônio, Pedro Leopoldo, dia 10/6/2018. Foto: A. Baeta.








Assinam essa Nota Pública:
Liderança da Comunidade Cigana da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, MG;
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva);
CPT-MG (Comissão Pastoral da Terra).

Pedro Leopoldo, MG, Brasil, 10 de junho de 2018.




[1] Alenice Baeta – Professora, Dra. em Arqueologia e Historiadora. Membro do CEDEFES – www.cedefes.org.br . Autora de inúmeras publicações sobre o patrimônio cultural e ambiental da APA Carste Lagoa Santa-MG (onde o município de Pedro Leopoldo se insere).

[2] Valdinalva Caldas – Líder da Comunidade Cigana do Acampamento São Pedro, em Ibirité, MG.     

Leitura Popular da Bíblia transformando a realidade via CEBI/MG (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos) - 05/5/2018.


Leitura Popular da Bíblia transformando a realidade via CEBI/MG (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos) - 05/5/2018.

Na foto, frei Carlos Mesters, um dos biblistas fundadores do CEBI.

 No dia 5 de maio de 2018, Assessoras e Assessores do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI) em Minas Gerais, reuniram-se na sede, em Belo Horizonte, para a realização de um Seminário marcado por momentos de profetismo, de rica espiritualidade, partilha, trabalhos, compromisso renovado com a vida em abundância para todas e todos, confraternização, iluminados pela Palavra do Deus da Vida que orienta a caminhada. Com alegria profética e responsabilidade, os/as cebianos e cebianas presentes fizeram o lançamento do “Livro da Sabedoria – Chave de Ouro encerrando a 1ª Aliança”, escrito pelo CEBI-MG como Texto-Base, para o Mês da Bíblia que, nesse ano (2018) tem como tema: “Para que n’Ele nossos povos tenham Vida – A Sabedoria é um espírito amigo do ser humano (Sabedoria 1,6)”.

Esse e outros livros podem ser adquiridos pelo site: www.cebimg.org.br  
E também na sede do CEBI-MG: Rua da Bahia, nº 1148, esquina com Augusto de Lima - Edifício Maletta - Sala 1215 - 12º andar. Telefone: 0 xx (31) 3274 4628 - Belo Horizonte/MG.

*Reportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Edição da Professora Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. Belo Horizonte,MG, 05/5/2018.

* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander e assista a outros vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.



CEBI-MG - Leitura Popular da Bíblia transformando a realidade. 05/5/2018

Leitura Popular da Bíblia transformando a realidade via CEBI/MG (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos) - 05/5/2018.

 No dia 5 de maio de 2018, Assessoras e Assessores do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI) em Minas Gerais, reuniram-se na sede, em Belo Horizonte, para a realização de um Seminário marcado por momentos de profetismo, de rica espiritualidade, partilha, trabalhos, compromisso renovado com a vida em abundância para todas e todos, confraternização, iluminados pela Palavra do Deus da Vida que orienta a caminhada. Com alegria profética e responsabilidade, os/as cebianos e cebianas presentes fizeram o lançamento do “Livro da Sabedoria – Chave de Ouro encerrando a 1ª Aliança”, escrito pelo CEBI-MG como Texto-Base, para o Mês da Bíblia que, nesse ano (2018) tem como tema: “Para que n’Ele nossos povos tenham Vida – A Sabedoria é um espírito amigo do ser humano (Sabedoria 1,6)”.

Esse e outros livros podem ser adquiridos pelo site: www.cebimg.org.br  
E também na sede do CEBI-MG: Rua da Bahia, nº 1148, esquina com Augusto de Lima - Edifício Maletta - Sala 1215 - 12º andar. Telefone: 0 xx (31) 3274 4628 - Belo Horizonte/MG.

*Reportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Edição da Professora Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. Belo Horizonte,MG, 05/5/2018.



* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander e assista a outros vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.


Retomada Indígena em São Joaquim de Bicas, MG, segue em frente e se fortalece!


Retomada Indígena em São Joaquim de Bicas, MG, segue em frente e se fortalece!


Reunião das lideranças indígenas Puri, Carajá e Pataxó em São Joaquim de Bicas, MG, com representantes da FUNAI, CPT e CEDEFES, dia 05/6/2018.  Foto: A. Baeta.

Foi em Novembro de 2017 que as primeiras famílias indígenas, antigas moradoras da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ocuparam parte de uma das fazendas reivindicadas pelo megaempresário da área de mineração e especulador imobiliário, Eike Batista. A localidade onde atualmente se encontra a Retomada Indígena, nome que consideram mais adequado, pois se trata de uma ocupação de povo indígena, quer dizer, autóctone, foi primeiramente ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) há mais de um ano, todavia em outra localidade da fazenda,  à beira do rio Paraopeba, na divisa com o município de Mário Campos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Os indígenas estão dentro da Mata e próximo à calha principal do rio Paraopeba, que na língua tupi, significa Rio Largo. De fato, o rio Paraopeba irriga 35 municípios ao percorrer 510 quilômetros, nascendo no município de Cristiano Otoni – onde sua nascente está secando – e desaguando no rio São Francisco, em Felixlândia, na barragem de Três Marias. O rio Paraopeba está clamando por revitalização, pois está sendo poluído de uma forma assustadora, inclusive com produtos químicos. A presença dos indígenas na bacia hidrográfica do rio Paraopeba, sem dúvida, será um fator que alimentará as forças vivas em prol da preservação do rio.
Indígenas desaldeados que moravam na RMBH e possuíam uma série de problemas ligados à moradia, risco social, carência alimentar e dificuldade de acesso às políticas públicas decidiram, então, em parceria com o MST, ocupar esta fazenda improdutiva e obsoleta, grande propriedade fundiária que não cumpria sua função social. Foi emocionante e inesquecível encontrar entre os parentes indígenas o casal Sr. Gervázio, 91 anos, e Sra. Antônia, 88 anos, ambos do Povo Pataxó com suas filhas e seus filhos na retomada indígena. Ao narrar sua história de luta e resistência, o Sr. Gervázio, emocionado, diz que foi forçado na década de 1950 a deixar o território de seus parentes pataxó na Bahia, mas nunca esquece a Mãe Terra. Está muito feliz por estar, no alto de seus 91 anos, retomando a vida no meio da mata em harmonia com a natureza.
Esse local ladeado de mata foi denominado pelas lideranças Puri, que se encontram de forma permanente na retomada desde o seu início, como Aldeia “Uxô Mehtl’om”, que, na língua Puri, significa ‘Terra Força’. Em Patxohã a Aldeia se chama Naô Xohã. Importante passo foi dado dia 05 de junho de 2018 pela Coordenação Regional da FUNAI, em MG-ES, ao realizar a etapa denominada “Qualificação”, abrindo oficialmente o processo de diagnóstico e de análise a partir da demanda perpetrada por famílias das etnias indígenas Puri, Pataxó e Carajá, que já se encontram na Retomada do território da Fazenda em São Joaquim de Bicas.   
Interessante notar que em localidade vizinha a esta área de mata há uma vasta área de mineração denominada Serra Azul, formada por uma extensa reserva de minério de ferro, que corta os municípios de Brumadinho, Igarapé, Itatiaiuçu, Itaúna, Mateus Leme e São Joaquim de Bicas. Absurdo imaginar que o terreno vizinho e com a biodiversidade ainda conservada servia como terreno de especulação e reserva desta mineração. Terreno este que é verdadeira reserva da natureza e da biodiversidade ideal para a moradia definitiva de famílias indígenas e das famílias camponesas sem terra que nela, na mãe terra, podem produzir seus alimentos, garantindo a qualidade de vida de seus filhos e filhas. Irmanados na luta junto à Comunidade da Retomada Indígena no município de São Joaquim de Bicas, o CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva), o CIMI (Conselho Indigenista o Missionário) e a CPT (Comissão Pastoral da Terra) reivindicam do Estado (TJMG e Governo de Minas com a Mesa de Negociação do Governo com as Ocupações) que empreenda processo de negociação sério e ético que contemple o reconhecimento da legitimidade da Retomada do Povo Indígena nas terras que antes eram indígenas, mas que, não se sabe como, passaram a ser propriedade de um dos megacorruptos do Brasil, o Eike Batista, em São Joaquim de Bicas, MG. Se a fazenda reivindicada por Eike Batista não cumpria sua função social e se há, segundo o censo do IBGE de 2010, mais de 7.000 indígenas em Belo Horizonte e região metropolitana, o justo e necessário é que se reconheça a legitimidade dessa Retomada Indígena, em São Joaquim de Bicas, e se efetue a Concessão de Uso da terra para a Comunidade indígena que retomou essa terra desde novembro de 2017.
Reivindicamos, ainda, o reconhecimento da legitimidade do Grande Acampamento de Sem Terra, do MST, situado na parte da fazenda que já tinha sido devastada. Que o processo de negociação seja urgente para um desfecho justo e pacífico desse grave conflito agrário e social, evitando qualquer forma de violência e repressão, reconhecendo o quanto antes o direito à terra e à dignidade dos povos indígenas da RMBH.  Os povos indígenas são, de fato, guardiães da natureza e são quem mais tem autoridade para nos mostrar o caminho a ser trilhado para construirmos uma sociedade que supere o capitalismo, essa máquina de moer vidas, e nos garanta a construção de uma sociedade justa, solidária, democrática e sustentável ecologicamente.
Assim como o povo indígena Tapirapé ressurgiu em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, povos indígenas estão ressurgindo na Região metropolitana de Belo Horizonte. Que beleza!

Assinam essa Nota Pública:
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva);
CPT/MG (Comissão Pastoral da Terra);
CIMI (Conselho Indigenista Missionário).

São Joaquim de Bicas, MG, 11 de junho de 2018.

Obs.: Nota publicada em vários sites e blogs, entre os quais, www.cedefes.org.br , www.cptmg.org.br , www.cptminas.blogspot.com.br , www.gilvander.org.br , www.freigilvander.blogspot.com.br



Acampamento do MST na mesma fazenda da Retomada Indígena em São Joaquim de Bicas, MG, à beira do rio Paraopeba, dia 05/6/2018. Foto: A. Baeta.


domingo, 10 de junho de 2018

Retomada Indígena Kamakã Grayra em Esmeraldas, MG, completa um ano e meio e cresce a luta pelos direitos indígenas


Retomada Indígena Kamakã Grayra em Esmeraldas, MG, completa um ano e meio e cresce a luta pelos direitos indígenas


Reunião das lideranças Kamakã Mongoió com representantes da FUNAI, CPT e CEDEFES, dia 06/6/2018.  
Foi na passagem do ano 2016 para 2017 que dezenas de famílias indígenas, antigas moradoras da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), apoiadas pela Associação dos Povos Indígenas de Belo Horizonte e Região Metropolitana (APIBHRM), ocuparam parte de uma das três fazendas da Fundação Educacional Caio Martins (FUCAM), denominada fazenda Santa Tereza, localizada no munícipio de Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. O município de Esmeraldas tem uma população de 66 mil habitantes. A localidade onde atualmente se encontra a “Retomada” – nome que consideram mais adequado, pois se trata de uma ocupação de povo indígena, quer dizer, autóctone. A FUCAM, no momento da retomada, se encontrava totalmente abandonada e ainda se encontra com várias de suas instalações, benfeitorias e casarios em processo de abandono ou subaproveitadas pelo Estado de Minas Gerais. Somente após a Retomada Indígena que a direção da FUCAM se preocupou em dar alguma utilidade social para o grande patrimônio ali existente. Portanto, a função social das propriedades da FUCAM não estava sendo respeitada.
Essa retomada pressiona o Estado brasileiro, que não coloca em prática o que prescreve a Constituição Federal sobre os Direitos Indígenas. Desaldeados por um Estado cúmplice do latifúndio e do agronegócio, indígenas que moravam na RMBH e possuíam uma série de problemas ligados à moradia, risco social, carência alimentar e dificuldade de acesso às políticas públicas decidiram então ocupar esta fazenda depois que ficaram sabendo na própria Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) da existência de terrenos e benfeitorias em situação de abandono e que já teria sido voltada no passado à formação agrícola de centenas de jovens e outras ações educativas. Indignados com o descaso e com a falta de diálogo junto ao poder público, os indígenas decidiram retomar essa terra do Estado, mas que em última instância era dos povos indígenas, para servir de lugar comum de convívio social, cultural e de produção coletiva. Esse território em retomada foi então denominado Aldeia Kamakã Grayra, em homenagem a Jacinta Grayra, última ancestral que falava a língua Kamacã.
Interessante ainda notar o processo de reafirmação étnica pelo qual passam estas famílias indígenas em Esmeraldas, em busca de sua história ancestral que é Kamakã Mongoió, uma das seis etnias que compõe o Povo Pataxó Hahahâe, na Bahia.       
De fato, em nova visita dia 06 de junho de 2018, representantes do CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva), CPT (Comissão Pastoral da Terra) e da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) constataram que se trata mesmo de uma localidade com sinais claros de abandono e obsoleta, onde podem ser notadas várias casas arruinadas com janelas e vidros quebrados, telhados parcialmente desmoronados, cômodos mofados, mato ao redor de casarios fechados sem qualquer sinal de uso. Uma grande lagoa situada na propriedade continua tomada por plantas aquáticas que podem estar comprometendo a vida deste aquífero e dos animais que dela necessitam. Nascentes de água encontram-se assoreadas. Os indígenas pretendem, por meio de projetos de sustentabilidade ambiental, realizar a recuperação desta área, que se encontra próxima da calha principal do rio Paraopeba, que na língua tupi, significa Rio Largo. De fato, o rio Paraopeba irriga 35 municípios ao percorrer 510 quilômetros, nascendo no município de Cristiano Otoni – onde sua nascente está secando – e desaguando no rio São Francisco, em Felixlândia, na barragem de Três Marias. O rio Paraopeba está clamando por revitalização, pois está sendo poluído de uma forma assustadora, inclusive com produtos químicos. A presença dos indígenas na bacia hidrográfica do rio Paraopeba, sem dúvida, será um fator que alimentará as forças vivas em prol da preservação do rio.
Sessenta e duas famílias indígenas Kamakã, em um total de 264 pessoas, continuam abrigadas no mesmo casarão que já estava absolutamente abandonado na ocasião da sua chegada, mas que agora nota-se em seu entorno plantio de hortas, feijão, mandioca e mudas frutíferas. A Cacica Éxina (que significa Onça Guerreira) Kamakã, Marinalva Maria de Jesus, e o grande líder Vice-Cacique Merong Kamakã Mongoió, que voltou a sua terra natal BH, após ter morado oito anos em Porto Alegre, RS, informaram que mais famílias indígenas pretendem ainda vir para o local em apoio a esta importante retomada, a primeira 100% indígena na RMBH. Importante passo foi dado esta semana pela Coordenação Regional da FUNAI, de MG-ES, ao realizar a etapa denominada “Qualificação”, abrindo oficialmente o processo de diagnóstico e de análise a partir da demanda perpetrada pela comunidade indígena Kamakã que se encontra na Fazenda Santa Tereza, em Esmeraldas.    
Irmanados na luta junto à Comunidade Indígena Kamakã Grayra, o CEDEFES, o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e a CPT reivindicam do Governo do Estado de Minas Gerais, da Direção da FUCAM e da Mesa de Negociação do Governo com as Ocupações que empreendam processo de negociação sério e ético que contemple o reconhecimento da legitimidade da Retomada do Povo Indígena Kamakã da Aldeia Kamakã Grayra, em Esmeraldas, MG. Se a FUCAM está com três fazendas em Esmeraldas sem cumprir sua função social e se há, segundo o censo do IBGE de 2010, mais de 7.000 indígenas em Belo Horizonte e região metropolitana, o justo e necessário é que se reconheça a legitimidade dessa Retomada Indígena, Aldeia Kamakã Grayra, e se efetue a Concessão de Uso da terra para a Comunidade indígena que retomou essa terra há 1 ano e meio, desde 1º de janeiro de 2017.
Reivindicamos, ainda, que o processo de negociação seja urgente para um desfecho justo e pacífico desse grave conflito agrário e social, evitando qualquer forma de violência e repressão, reconhecendo o quanto antes o direito à terra e à dignidade dos povos indígenas da RMBH.  Os povos indígenas são, de fato, guardiães da natureza e são quem mais tem autoridade para nos mostrar o caminho a ser trilhado para construirmos uma sociedade que supere o capitalismo, essa máquina de moer vidas, e nos garanta a construção de uma sociedade justa, solidária, democrática e sustentável ecologicamente.
Assim como o povo indígena Tapirapé ressurgiu em São Félix do Araguaia, MT, povos indígenas estão ressurgindo na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Que beleza!

Assinam essa Nota Pública:
Lideranças da Aldeia Kamakã Grayra, em Esmeraldas, MG;
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva);
CPT/MG (Comissão Pastoral da Terra);
CIMI (Conselho Indigenista Missionário).

Esmeraldas, MG, 10 de junho de 2018.

Obs.: Nota publicada em vários sites e blogs, entre os quais, www.cedefes.org.br , www.cptmg.org.br , www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br , www.cptminas.blogspot.com


Abertura da reunião com dança e mística típica Kamakã Mongoió, na Aldeia Kamakã Grayra, dia 06/6/2018.









Horta Comunitária na retomada da Aldeia Kamakã Guayra, dia 06/6/2018.








Exemplo de benfeitoria em estado de abandono na fazenda Santa Tereza, da FUCAM, em Esmeraldas, MG, dia 06/6/2018.

Povos Ciganos: Percursos, Resistências e Direitos de um povo milenar: o cerco está se fechando sobre os ciganos?


Povos Ciganos: Percursos, Resistências e Direitos de um povo milenar: o cerco está se fechando sobre os ciganos?

Por Alenice Baeta[1], Frei Gilvander Moreira[2] e Thales Viote[3]


Debate no Maio Cigano em Belo Horizonte/MG, na sede do CEDEFES, dia 30/5/2018, com a presença de lideranças ciganas do Acampamento São Pedro, em Ibirité, MG, e representantes de outros povos tradicionais, como Merong Kamakã Mongoió, líder indígena da “Retomada” em Esmeraldas - Minas Gerais. Foto: A. Baeta/CEDEFES.  

Este Artigo busca em linhas gerais traçar alguns momentos históricos marcantes de perseguição e resistência do povo tradicional cigano, em específico, visando subsidiar a compreensão do atual contexto que envolve a luta dessa categoria étnica, as suas relações espaciais, sócio-políticas e seus direitos constituídos.  Desafios contemporâneos que exigem o estabelecimento de políticas públicas eficazes que combatam a ciganofobia e o incrustado racismo das instituições e agentes do Estado brasileiro.
Sobre as suas origens, evidências baseadas em testes de DNA ou códigos genéticos, bem como na análise de línguas faladas pelo conjunto de etnias que constituem o que hoje são genericamente denominados Ciganos, indicam que estes seriam oriundos do noroeste da Índia, sendo que a sua diáspora forçada, ou melhor, a sua perseguição política, religiosa e étnica, teria se iniciado por volta do ano 1000 da era cristã. As perseguições se deram possivelmente a partir das invasões de muçulmanos e de mongóis em sua terra primitiva, os obrigando a se deslocar por meio de diversas levas para localidades da Europa Central, via Balcãs, Oriente Médio e África. (BAÇAN, 1999; MOONEN, 2011).
Durante o século XV, já havia represálias oficiais aos ciganos em algumas localidades da Europa Central e Reino Unido por meio de normas oficiais dos Estados que coibiam a sua fixação ou mesmo a sua passagem por seus domínios. Nos séculos seguintes, a Península Ibérica, por sua vez, bania e deportava sucessivamente famílias ciganas para as suas colônias, inclusive para o Brasil. No entanto, o marco histórico mais cruel de genocídio ocorreu na Europa, durante a Segunda Grande Guerra pelo governo nazista de Adolfo Hitler, quando o Terceiro Reich determinou a erradicação das populações ciganas: o Holocausto Cigano. Este momento trágico e deplorável ficou conhecido como Baro Porrajmos, na língua cigana, traduzida como “Grande Consumação da Vida Humana”. O historiador Sybil Milton (1992), do Instituto de Pesquisas de Memórias do Holocausto[4], dos Estados Unidos, sugere que o número de pessoas ciganas exterminadas, inclusive em câmaras de gás dentro de campos de concentração, pode ter atingido nessa ocasião aproximadamente 1.500.000 (Hum milhão e quinhentas mil) pessoas ciganas. Ciganos, judeus e comunistas foram os povos que mais sofreram as atrocidades do totalitarismo nazifascista.
Segundo o antropólogo Frans Moonen (2011), o registro mais antigo que relata a presença de ciganos no Brasil se deu na fase inicial do período colonial, como exposto, por volta de 1574, quando ciganos teriam sido degredados de Portugal, juntamente com outros europeus considerados “indesejáveis”. Os ciganos foram deportados para o Brasil com o estereótipo preconceituoso e a criminalização advinda do colonizador que os associava a hereges, feiticeiros, bárbaros e eternos peregrinos. (TEIXEIRA, 2008; SIBAR, 2012).
Segundo o historiador Rodrigo Correa Teixeira (2008), que realizou uma meticulosa pesquisa sobre o tema, o primeiro relato identificado sobre os ciganos em Minas Gerais se deu em 1718, se referindo a ciganos migrantes da Bahia, que teriam chegado lá também por terem sido deportados pela metrópole portuguesa. As autoridades mineiras, por meio de suas diligências policiais, tentavam, desde então, coibir e controlar as inúmeras comunidades ciganas que percorriam e se instalavam em seu território, mas sem muita eficácia. Todavia, o ápice do confronto entre Estado, por meio de suas forças policiais, e comunidades ciganas ocorreu no final do século XIX, ainda no período Imperial, tendo sido denominada “correria de ciganos”, que foram “movimentação destes em fuga, por estarem sendo perseguidos pela polícia” (TEIXEIRA, 2008, p. 5). Os acampamentos de ciganos nessa ocasião eram preferencialmente instalados em fazendas ou na periferia das cidades, sendo o seu nomadismo tradicional e forçado também compreendido como uma estratégia de fluidez e invisibilidade perante as normas oficiais do Estado, normas consuetudinárias e cerceamento constante da sociedade hegemônica. “Se por um lado eram forçados a ocupar as redondezas da cidade, por outro, nos terrenos que acampavam, havia mais liberdade e espaço para convivência familiar e comunitária que seria impossível na turbulência da área central da cidade” (TEIXEIRA, 2008, p. 36).
Como nômades ou sedentarizados perambulavam por caminhos inóspitos e improváveis, acampando em áreas pouco propícias. Rechaçados permanentemente, os ciganos se viam forçados a permanecer por pouco tempo nas cercanias das cidades, pois os seus abarracamentos, a forma peculiar de circulação pelas ruas e logradouros, além de seu comportamento e vestes coloridas tradicionais se situavam fora da lógica reinante nas cidades que combatia a diferença preconizando a “assimilação” e a homogeneização de sua população. Por isso, as ciganas e os ciganos deveriam ser permanentemente combatidos e controlados sendo considerados fortes entraves às intenções e lógicas da vida social mercantilista/burguesa, tendo em vista que suas tendas se situavam ainda em áreas estratégicas de ‘expansão’/invasão de fronteiras, reservas da especulação fundiária - apesar de ocuparem terras baldias em regra temporariamente, “temia-se que nela se fixassem” (TEIXEIRA, 2008, p. 36). As forças policiais usavam assim vários estratagemas, se baseando primeiramente nos Códigos de Posturas das municipalidades que previam a “branda” expulsão de clãs ciganos para alhures ou mesmo para além dos limites da província. A única “política pública” destinada aos ciganos pelo braço armado do Estado era mantê-los em permanente movimento forçado.
“Uma vez burlada a legislação, iniciava-se a segunda via, explicitamente violenta. Procedia-se as perseguições instrumentais visando provocar um pânico entre os ciganos. Assim, em um momento de grande movimentação de ciganos e de forte repressão policial, surgiram as ‘correrias’ que frequentemente resultaram em sangrentos tiroteios” (TEIXEIRA, 2008, p. 76).          
Se observarmos hoje a realidade das comunidades ciganas, não houve tantas mudanças estruturais se compararmos o contexto atual das demandas e das denúncias das comunidades ciganas com as do século XIX, sendo que as perseguições sofridas hoje, ora veladas, ora explícitas, nada mais são do que a excrecência arcaica trajada em nova roupagem de condutas repressivas e discriminatórias feitas pelo poder público em vários de seus âmbitos. “Quando chegam aos espaços urbanos costumam permanecer em terrenos na periferia em condições subumanas sem saneamento ou energia elétrica” (NIQUETTI, 2013, p. 7).
O que parece se diferenciar no cenário atual seriam, sobretudo, as conquistas das inúmeras entidades ciganas na esfera dos direitos humanos e dos povos tradicionais, em geral, em nível internacional, o que obriga os países signatários ao cumprimento interno de suas diretrizes apesar dos fortes contrastes entre o conteúdo impresso das leis e normas e a crua e violentadora prática das suas instituições.
Durante o 1º Congresso da União Cigana Internacional, realizado em Londres em 1971, foi formada uma comissão de trabalho com o dever de esclarecer e divulgar junto aos Estados- membros crimes e violações contra os povos ciganos, combatendo ainda o anticiganismo, a ciganofobia e a xenofobia – medo/preconceito de cigano e medo/preconceito de estrangeiro, respectivamente. Todavia, grupos e partidos de extrema-direita na Europa continuam cultuando e incentivando a expulsão ou exclusão de ciganos, reacendendo a fogueira de injustiças perpetradas contra este povo e suas tradições milenares (MOONEN, 2011).
Em 2001 foi elaborado pelos representantes de delegações, organizações e clãs ciganos a “Declaração dos Direitos Ciganos” durante o Conclave Continental dos Povos Ciganos das Américas em Quito, no Equador, quando foi lembrada a preexistência de comunidades ciganas em relação à conformação de muitas repúblicas atuais no continente americano, sendo que a população cigana deve ultrapassar nas Américas a cifra de três milhões de pessoas, exigindo o reconhecimento dos Estados e Governos dos seus direitos coletivos. Dentre os inúmeros itens importantes deste documento vale a pena ressaltar aqui um deles: “3 - Defender, recuperar e valorizar a história e as tradições étnicas do nosso povo, assim como proteger os direitos patrimoniais consuetudinários e o patrimônio cultural e intelectual do povo cigano”.
Apesar da inexistência de dados precisos acerca da população cigana no território brasileiro, estimativas não oficiais sugerem que existam de 500 mil a um milhão de ciganos no país, dos quais a grande maioria estaria em situação de miserabilidade, pobreza e exclusão social (Moonen, 2013). Estima-se que o estado de Minas Gerais abriga o maior número de ciganos no país.
Aqui no Brasil, o necessário e legítimo Projeto de Lei denominado “Estatuto dos Povos Ciganos”, sob patrocínio do senador Paulo Paim (PT), que está tramitando no Congresso Nacional, - já deveria ter sido aprovado -, vem se somar a uma série de iniciativas que visam buscar a dignidade e visibilidade dos povos ciganos e o entendimento de suas peculiares demandas com relação ao acesso e o usufruto de territórios, que pode ser de forma itinerante ou fixa, além de medidas adotadas, a partir de 2013, pelas Secretarias Especiais de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e dos Direitos Humanos (SEDH) por parte do governo federal. Tudo isso por luta e pressão das comunidades ciganas.
Em Belo Horizonte, durante o Maio Cigano, de 2018, realizado dia 30 de maio, organizado pelo Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES) em parceria com a Comissão Pastoral da TERRA (CPT) no último mês, que contou também com a presença do Procurador Dr. Edmundo Antônio Dias Netto, da Procuradoria da República – Ministério Público Federal (MPF) e da antropóloga Beatriz Aciolly, da Procuradoria da República em Minas Gerais (MPF), as lideranças ciganas reafirmaram as discriminações que os povos ciganos têm sofrido por parte do poder público municipal, inclusive, mencionando situações de outros acampamentos ciganos da Região Metropolitana de Belo Horizonte e do restante do estado de Minas de Minas Gerais.
Segundo a liderança cigana Valdinalva Caldas, do Acampamento Cigano de São Pedro, em Ibirité/MG: “Na cidade há lugar para deixar o lixo..., mas não arrumam um lugar para nós ciganos...” Itamar Soares, também líder cigano, reforça ainda: “Estamos, SIM, sendo encurralados... O cerco está se fechando para o povo cigano...”.
Os relatos de integrantes dos povos ciganos tradicionalmente ágrafos (sem escrita) deveriam ser muito bem considerados por todos e refletidos em busca de ações afirmativas no combate ao racismo, à pobreza e à desigualdade. De fato, parafraseando Teixeira (2008), a “SOBREVIVÊNCIA” foi, sem dúvida, a realização mais duradoura e o grande evento da história das etnias ciganas.
Entretanto, a resistência continua e os povos ciganos estão se organizando e contando com uma crescente rede de apoio: Ministério Público Federal (MPF), Defensorias Pública Estadual (DPE) e da União (DPU), CEDEFES, CPT, Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), DEUMIH (Dra. Carine Silva), professoras/res de várias faculdades, universidades e muitas outras forças vivas. A Comunidade Cigana do bairro São Gabriel, em Belo Horizonte, por exemplo, já conquistou a Concessão de Uso do Território em que está instalada a Comunidade, garantindo-se, assim, a segurança de sua posse coletiva sobre a terra onde se instalaram. Dia 08 de junho de 2018, a Comunidade Cigana de São Pedro, em Ibirité, MG, onde existem mais de 80 famílias ciganas, conquistou, por meio da Defensoria Pública de Minas Gerais da área de Direitos Humanos (defensoras públicas Cleide Nepomuceno e Ana Cláudia da Silva, e o defensor Aylton Magalhães), a suspensão da Liminar de Reintegração de Posse que exigia a expulsão de doze famílias da área que ocupam há mais de sete anos (decisão tomada em plantão pelo Desembargador Audebert Delage nos autos de agravo de instrumento número 1.0000.18.059043-2/001). A luta pelos direitos dos povos ciganos continua e se fortalece. Feliz quem reconhece as belezas milenares da cultura cigana e se compromete na luta em defesa destes povos que dignificam a plural cultura brasileira!

Bibliografia Consultada

BAETA, A. O que comemorar no Dia Nacional do Cigano? Resistência e Luta na Região Metropolitana de BH. In: Racismo Ambiental em 22 de Maio de 2018. https://racismoambiental.net.br/2018/05/22/o-que-comemorar-no-dia-nacional-do-cigano-resistencia-e-luta-na-regiao-metropolitana-de-bh/

BAÇAN, L. P. Ciganos, os filhos do Vento. São Paulo: Ed. A Casa do Mago das Letras, 1999.

MOONEN, F. Anticiganismo – os ciganos na Europa e no Brasil. Recife: 3ª Edição, 2011.

MOREIRA, G. L. Acampamento Cigano São Pedro: clamor dos ciganos por terra e direitos, em Ibirité, MG. Disponível em http://freigilvander.blogspot.com/2018/05/acampamento-cigano-sao-pedro-clamor-por.html

NIQUETTI, G. F. P. Segregação Racial e os Povos Ciganos. In: Anais do II Encontro da PIBDI Diversidade, 2013.

MILTON, Sybil. In Fitting Memory: The Art and Politics of Holocaust Memorials. Detroit: Wayne State University Press, 1992.

SIBAR, L. M. L. Alteridade e Resistência dos Ciganos no Brasil (Dissertação de Mestrado) UNESP, São Paulo, 2012.

TEIXEIRA, R. C. História dos Ciganos no Brasil. Núcleo de Estudos Ciganos-NEC. Recife, 2008.

Declaração dos Direitos Ciganos - SOS Cidadania / Equador, 2001.  http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/ciganos/declaracao.htm

Brasil Cigano- Guia de Políticas Públicas para Povos Ciganos / SEPPIR, Brasília, 2013.

Ibirité, MG, 10 de junho de 2018.

Obs.: Os vídeos, abaixo, ilustram o texto, acima.

Acampamento Cigano de São Pedro, em Ibirité/MG: A Voz da Mulher por respeito e direitos. 26/5/2018.

Acampamento Cigano São Pedro: clamor por terra e direitos, em Ibirité/MG. 25/5/2018.




[1] Doutora em Arqueologia pelo MAE/USP; Pós-Doutorado Arqueologia/Antropologia-FAFICH/UFMG; Mestre em Educação pela FAE/UFMG; Historiadora e Membro do CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva - www.cedefes.org.br - : e-mail: alenicebaeta@yahoo.com.br

[2] Doutor em Educação pela FAE/UFMG; Mestre em Ciências Bíblicas; Bacharel e Licenciado em Filosofia; Bacharel em Teologia, e Agente de Pastoral da CPT (Comissão Pastoral da Terra – www.cptmg.org.br ); e-mail: gilvanderlm@gmail.comwww.gilvander.org.br

[3] Bacharel em Direito pela Universidade FUMEC, Advogado Popular da RENAP (Rede de Advogadas e Advogados Populares – www.renap.org.bor ) e Membro da MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas - www.mlbbrasil.org) e da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG; e-mail: thalesdireitopopular@gmail.com

[4] Holocaust Memorial Research Institute.