Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
terça-feira, 14 de novembro de 2017
Movimento dos Pescadores e Vazanteiros continua pelo 2º dia acampado na sede da SPU em Belo Horizonte, MG - 14/11/2017.
Movimento dos Pescadores e
Vazanteiros continua pelo 2º dia acampado na sede da SPU em Belo Horizonte, MG - 14/11/2017.
"Ai de vós, que
ajuntais casa a casa, e que acrescentais campo a campo, até que não haja mais
lugar para os pobres, e sejais os únicos proprietários da terra" (Isaías 5,8).
As sete comunidades
tradicionais vazanteiras/pesqueiras vindas das barrancas do Alto e Médio São
Francisco (Canabrava, Caraíbas, Croatá, Venda, Maria Preta, Barrinha e
Cabaceiras), no norte Minas Gerais, continuam acampadas desde a madrugada de
ontem, dia 13/11/2017 na sede da Superintendência do Patrimônio da União (SPU),
em Belo Horizonte, MG, à Av. Afonso Pena, 1316. O acampamento iniciou na
madrugada de ontem, dia 13 de novembro, e continua hoje, dia 14/11/2017, no 2º dia.
As comunidades tradicionais pesqueiras/vazanteiras reivindicam a regularização
dos seus Territórios Tradicionais, parte deles localizados nas áreas da União e,
por isso, são de responsabilidade da SPU. Ontem, durante todo o dia, as
comunidades reuniram-se com o Superintendente da SPU em Minas Gerais, Vicente
de Paulo Diniz, e em função dos poucos resultados decidiram manter por tempo
indeterminado a mobilização e o acampamento. Uma das reivindicações principais
é a TAUS (Termo de Autorização de Uso Sustentável) da Comunidade Tradicional
Cana Brava, em Buritizeiro, MG, que foi expulsa do seu território pela
brutalidade de fazendeiros na região e cumplicidade do Estado de Minas chegando
a fazer um dos despejos sem após um Liminar de reintegração de posse ter sido
derrubada por um desembargador do TJMG. As famílias estão precariamente acampadas
na Ilha da Esperança e na Ilha Manuel Redeiro, que estão sendo submersas pela
águas do São Francisco com a chegada das chuvas. Hoje está marcada nova reunião
com a SPU às 10 horas da manha.
As comunidades tradicionais denunciam
a morosidade do Estado em regularizar seus territórios, o que está acirrando
conflitos e violando direitos básicos das famílias. Alertamos às autoridades
dos poderes Executivo Federal e Estadual, ao Poder Judiciário estadual e
Federal, à SPU que caso não atenda as legítimas reivindicações das Comunidades
Tradicionais com rapidez, podemos estar nos aproximando de massacres e mais
violência. Conflito social e agrário jamais se supera de forma justa e pacífica
com repressão, mas se supera é com Política e Negociação séria. Por isso,
continuamos na luta. E afirmamos que só levantaremos o Acampamento com
resultados concretos!!!
Assinam essa Nota Pública:
Conselho de Pastoral dos
Pescadores (CPP)
Comissão Pastoral da Terra
(CPT/MG)
Movimento Nacional dos
Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil.
Comunidade tradicional pesqueira/vazanteira
de Canabrava, em Buritizeiro, MG.
Mais informações com:
Irmã Neusa (Conselho de Pastoral
dos Pescadores - CPP) - (38) 99129-6021
Alexandre Gonçalves
(Comissão Pastoral da Terra - CPT) - (38) 99736-7979
Belo Horizonte, MG, 14 de
novembro de 2017.
Obs.: Daqui a pouco soltaremos
mais informações COMO COMPREENDER O GRAVÍSSIMO CONFLITO SOCIAL E AGRÁRIO QUE
ENVOLVE A COMUNIDADE CANABRAVA E MUITAS OUTRAS COMUNIDADES NA BEIRA DO RIO SÃO
FRANCISCO EM MG.
domingo, 12 de novembro de 2017
COMUNICADO DE FREI RODRIGO PERET (da CPT), MARIA JÚLIA E JARBAS (do MAM), que foram presos no ZIMBÁBUE.
COMUNICADO DE FREI RODRIGO PERET (da CPT), MARIA JÚLIA E
JARBAS (do MAM), que foram presos no ZIMBÁBUE na África.
JARBAS (do MAM), que foram presos no ZIMBÁBUE na África.
Comunicamos aos companheiros e companheiras, que após julgamento na Corte Criminal de Pequenas em Mutare, no Zimbábue, fomos libertados no meio da tarde do dia 11 de novembro. Contudo, estamos ainda apreensivos em relação ao retorno das pessoas que foram presas (24 pessoas, de 8 países). Preocupa-nos a segurança e integridade físicas das mesmas ao retornarem para os seus países de origem. A conjuntura é delicada e exige que se mantenha a mobilização e solidariedade internacional até a finalização total da situação.
Fomos presos durante uma missão de solidariedade internacional às comunidades atingidas pela mineração no Zimbábue, convocada pela Rede Diálogo com os Povos. Enquanto participávamos de um encontro com 2.000 pessoas na região de Marange, cuja pauta era a discussão sobre os impactos da atividade mineraria de diamante na área e a criação de um fundo comunitário para a melhoria das condições de vida das comunidades atingidas. Todos os estrangeiros foram presos logo ao início do encontro, no começo da manhã do dia 10. Fomos conduzidos para o posto policial de Marange, de lá levados para a Delegacia Central de Polícia de Mutare, onde fomos fichados e encarcerados.
Para a nossa libertação foi fundamental a pressão internacional e o apoio de muitas organizações que se solidarizaram com a situação. Destacamos o trabalho dos advogados e advogadas da Zimbabwean Lawyers for Human Rights, que se mobilizaram desde o primeiro momento e acompanharam todo o grupo ao longo do processo. Ressaltamos também a atuação firme da Embaixada Brasileira no Zimbábue, que colaborou muito na mediação da resolução.
Agradecemos muito toda a articulação e apoio! E reafirmamos a necessidade de que continuemos atentos até a chegada de todos e todas aos seus países.
Abraços fraternos,
Frei Rodrigo Peret - Comissão Pastoral da
Terra (CPT) e Diálogo dos Povos
Jarbas Vieira - Movimento pela Soberania
Popular na Mineração (MAM)
Maria Júlia - Movimento pela Soberania
Popular na Mineração (MAM)
Zimbábue, tarde do dia 11/11/2017.
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