Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
quinta-feira, 31 de agosto de 2017
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
terça-feira, 29 de agosto de 2017
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
Dom José Maria Pires, aos 98 anos, partiu para a vida em plenitude.
Dom José Maria Pires, aos 98 anos,
partiu para a vida em plenitude.
Por
frei Gilvander Luís Moreira[1]
Arcebispo
emérito da Paraíba, dom José Maria Pires, faleceu aos 98 anos, na noite de
ontem, dia 27 de agosto de 2017, em Belo Horizonte, MG. Nascido em 15 de março
de 1919, no distrito de Córregos, no município de Conceição do Mato Dentro, MG,
teve trajetória marcada pela defesa dos negros, dos empobrecidos, dos
camponeses, das comunidades de periferia, enfim de todos os oprimidos. Foi
bispo de Araçuaí, MG, membro da Comissão Central da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), presidente da Comissão Episcopal Regional do Nordeste,
escritor e um dos poucos sacerdotes que participaram do Concílio Vaticano II,
de 1962 a 1965. Também se posicionou com firmeza na defesa dos Direitos Humanos
fundamentais ao lado dos que lutavam pela superação da ditadura militar-civil-empresarial,
iniciada em 31 de março de 1964, mas sem perder a destreza que tinha para buscar
o diálogo com os opressores. Dom José Maria Pires era também conhecido como dom
Zumbi, por ser um dos poucos bispos negros no Brasil.
Dom
José Maria Pires foi o quarto Arcebispo da Paraíba. Transferido para João
Pessoa, PB, em 1965, ficou mais próximo de dom Helder Câmara, um aliado intrépido
na luta pelos Direitos Humanos e contra todo tipo de opressão. Teve
participação valiosa na luta pela terra na Paraíba, ao defender camponeses na
luta pela reforma agrária, ao lado dos agentes de pastoral da Comissão Pastoral
da Terra (CPT).
Participante
ativo da luta pelos direitos dos negros, em 2013, publicou o livro “A cultura
religiosa afro-brasileira e seu impacto na cultura universitária”. Dom Zumbi
foi um grande incentivador e apoiador das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs),
das Pastorais Sociais e de Movimentos Sociais Populares. No 12º Intereclesial
das CEBs, em Porto Velho, Rondônia, em 2012, dom Zumbi fez um pronunciamento a
partir da sua experiência pastoral e profética denunciando o racismo e a
escravidão do povo negro que perdura há séculos no Brasil.
Tornou-se
arcebispo emérito e voltou a ser pároco de Córregos e Santo Antônio do Norte,
no Vale do Jequitinhonha, desde 1995, onde se dedicou também a um projeto de
geração de renda para centenas de famílias carentes dessa região. Nos últimos
anos, residia na Arquidiocese de Belo Horizonte em casa dos padres Jesuítas.
“Homem
de cabeça arrumada”, segundo dom Antônio Fragoso – outro bispo comprometido com
a opção pelos pobres -, dom José Maria Pires deixa para nós e para as próximas
gerações um legado espiritual profético imenso. Seu exemplo de testemunho
profético e de bom pastor permanecerá vivo em nós na luta pela construção de
uma sociedade justa, solidária, ecumênica e sustentável ecologicamente.
Obs.: O velório de Dom
José Maria Pires será nessa segunda-feira, dia 28/8/2017, na Paróquia Nossa
Senhora das Dores, bairro Floresta, em Belo Horizonte, por volta das
10h30, com Celebração Eucarística às 12h, presidida pelo arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo. O sepultamento
será na Paraíba.
[1] Padre
da Ordem dos carmelitas; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel
em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício
Instituto Bíblico de Roma, Itália; doutor em Educação pela FAE/UFMG; assessor
da CPT, do CEBI, de CEBs, do SAB e Movimentos Sociais Urbanos;
e-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br
- www.twitter.com/gilvanderluis
– Facebook: Gilvander Moreira III
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