Peso da opressão/violência da especulação imobiliária e do sistema do
capital na vida de milhares de famílias.
Por frei Gilvander Moreira, BH, 09/08/2016.
Nas ocupações da Izidora, em Belo
Horizonte e Santa Luzia, em três Ocupações – Rosa Leão, Esperança e Vitória –
estão há 3,3 meses cerca de 8.000 famílias vivendo e resistindo. Já construíram
na raça cerca de 5.000 casas nas três comunidades. Se cada família das
ocupações da Izidora estivesse debaixo da cruz do aluguel pagando por mês 600
reais de aluguel + 150 de energia para a CEMIG + 100 reais de água para a
COPASA, estariam pagando por mês 850,00. As 8000 famílias, em um mês, estariam
pagando 6.800.000,00; por ano 81,6 milhões de reais e em 3 anos já teriam
queimado em aluguel, energia e água um total de 244,8 milhões de reais. Dessa
violência, que é supexploração, as 8.000 famílias nas Ocupações da Izidora
estão livres há 3,3 anos.
Por outro lado, as 144.707 famílias,
que segundo pesquisa da Fundação João Pinheiro estão sem moradia, em 2013, na
Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão pagando por mês 123.000.950 reais
por mês; 1,4 bilhão de reais por ano e em 3 anos terão sido sacrificadas em 4,2
bilhões de reais. A matemática aqui revela que realmente a cruz do aluguel, da
especulação imobiliária, do sistema do capital, está insuportável, não dá para
carregar, mas apenas para ser arrastada. Feliz quem acorda e percebe essa
violência/injustiça e se une aos companheiros/as para lutar de forma coletiva
por moradia própria, digna e adequada. Enquanto morar for um privilégio, a cruz
do aluguel, a covardia da especulação imobiliária e a injustiça do sistema do
capital existir, a solução é ocupar de forma organizada e conquistar na raça da
luta coletiva moradia digna, um direito constitucional, um bem querido pelo
Deus da vida para todas as pessoas. Qual o tamanho do lucro/furto de quem
acumula com aluguéis de apartamentos, barracos, taxis, hotéis, automóveis,
máquinas etc? Quem souber os dados, favor nos informar.
Abraço na luta. Frei Gilvander
Moreira