FRENTE AMPLA CONTRA O PL 2.946/2015 na ALMG.
Manifestação
das Entidades Socioambientais, Sindicais e Acadêmicas.
“É notório no referido projeto o
caráter centralizador no poder executivo e a redução do poder do Conselho
Estadual de Política Ambiental (COPAM) enquanto instância colegiada decisória,
sendo assim inconstitucional e incompatível com a plataforma democrática que
veio sendo defendida pelo Governador de Minas Gerais.”
Assunto: Projeto de Lei nº 2.946/2015
As
entidades e movimentos ambientais e sociais, reunidos para analisar o Projeto
de Lei nº 2.946/2015, de autoria do Governador Fernando Pimentel, encaminhado à
Assembleia Legislativa em regime de urgência e publicado no Diário do
Legislativo no dia 8/10/2015, decidiram se manifestar sobre o seu teor e a sua
tramitação na Casa do Povo e Parlamento da Democracia.
Este Projeto de Lei
apresenta profundas alterações no
Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA) e no âmbito da
política ambiental de Minas Gerais, alterando consideravelmente a sua base
conceitual, alicerçada até hoje no dever constitucional do Poder Público e da coletividade defender o meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida. É notório no referido projeto o caráter centralizador
no poder executivo e a redução do poder do Conselho Estadual de Política
Ambiental (COPAM) enquanto instância colegiada decisória, sendo assim inconstitucional
e incompatível com a plataforma democrática que veio sendo defendida pelo
Governador de Minas Gerais.
E estas alterações
não foram compartilhadas com o COPAM, como a legislação vigente e o Decreto nº 46733/2015
de 30/3/2015 (que criou uma força-tarefa para avaliar e propor medidas para o
aprimoramento do SISEMA) preconizam, apesar de ter sigo garantido pelo Secretário
de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Luiz Sávio de Souza
Cruz, na 163ª reunião do Plenário do COPAM, realizada em 22/4/2015, e na
reunião seguinte do plenário do COPAM, realizada em 15/7/2015, quando o
Secretário disse que “quanto ao projeto de reestruturação do SISEMA, foi criado
um grupo para redigir uma proposta, que seria apresentada ao COPAM logo que
estivesse formatada”.
Além
disso, existe ainda o risco de, a pretexto de agilizar os licenciamentos e
priorizar empreendimentos considerados estratégicos pelo Governo, ampliar a
insegurança jurídica, os danos ambientais e os conflitos sociais associados a
grandes projetos, enquanto que a raiz do problema é mais uma vez ignorada, como
o caos e sucateamento dos órgãos ambientais (revelados no início do atual
Governo), a falta de condições operacionais, humanas e financeiras para a boa
prestação do serviço público na área de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável do Estado, o excesso de intervenção política na gestão ambiental e
os projetos inconsistentes e mal fundamentados.
Não queremos retrocessos na defesa e
promoção do meio ambiente equilibrado, direito de todos nós brasileiros, e
tampouco admitimos que se venha desmontar, de forma imperial e sem participação
da sociedade, um processo histórico no qual se construiu, arduamente, a
possibilidade de participação social na gestão ambiental, que é um dos direitos
constituintes da nação brasileira e do povo mineiro, inscritos nas respectivas cartas
magnas.
Assim, as entidades que assinam o
presente documento requerem que este Projeto de Lei seja retirada do regime de
urgência e que seja analisado criteriosamente quanto à constitucionalidade e
legalidade antes de tramitar normalmente na ALMG, para que seu resultado seja
duradouro e realmente aprimore o atual SISEMA e respectivas instâncias e fluxos
de tomadas de decisão.
Contamos
que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais saberá dar o tratamento legal,
processual e democrático, escutando a sociedade de Minas Gerais, de forma a
garantir a seriedade e isenção desta construção legal. O avanço da política e
dos meios de preservação e promoção ambiental e das águas de Minas Gerais é,
com certeza, uma expectativa forte da maior parte da população, haja vista a
grave situação que vem se revelando dia a dia, ano a ano, nas diferentes
regiões que nos constituem – fatos amplamente divulgados pelos meios de
comunicação e redes sociais.
Assinam esse Manifesto:
ACAL - Associação Comunitária Água Limpa (Rio Acima)
Associação de Conservação Ambiental Orgânica (Acaó)
Ação
Franciscana de Ecologia e Solidariedade – AFES
ADAO –
Associação Desenvolvimento, Artes e Ofícios
ADDAF-
Associação de Defesa e Desenvolvimento Ambiental de Ferros
AMDA
Arca
Amaserra
Articulação
da Bacia do Rio Santo Antônio
Associação dos Condomínios Horizontais - ACH
Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado-BH/MG
Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de
Belo Vale (APHAA-BV)
Associação
para Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro (ANGÁ)
Associação
PRÓ Vida de Rio Acima
Boi
Rosado Ambiental
Brigadas Populares
Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous
CIMI - Conselho Indigenista Missionário
CIMI - Conselho Indigenista Missionário
Coletivo Margarida Alves
Comitê Mineiro em Defesa dos Territórios Frente à Mineração
Comitê Povos Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos
da Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
Condomínio
Cachoeiras do Tangará – Rio Acima
CPT-MG (Comissão Pastoral da Terra)
CSP-Conlutas
Ecos do Gorutuba
FETAEMG
Fica Ficus
Fórum
Mineiro de Comitês de Bacia Hidrográfica
Fórum
Nacional da Sociedade Civil em Comitês de Bacia – FONASC
GESTA-UFMG
Grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade
(PoEMAS/UFJF-UFRJ-UERJ)
Grupo
Rede Congonhas
Indisciplinar UFMG
Instituto
Guaicuy SOS Rio das Velhas
Juventude
Franciscana do Brasil-JUFRA
Labcen - Laboratório de Cenários Socioambientais da PUC Minas
Movimento Águas e Serras de Casa Branca –
Brumadinho
Movimento Artístico, Cultural e Ambiental de Caeté
- MACACA
Movimento
das Associações de Moradores de Belo Horizonte – MAMBH
Movimento Fechos, eu cuido!
Movimento Mineiro pelos Direitos Animais
Movimento
Mudança
Movimento Parque Jardim América
Movimento
pela Preservação da Serra do Gandarela
Movimento pela Soberania Popular na Mineração - MAM
Movimento
pelas Serras e Águas de Minas (MovSAM)
Movimento
Salve a Mata do Planalto
Núcleo de Investigações em Justiça Ambiental (NINJA) da
Universidade Federal de São João del-Rei
Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental -
NIISA / UNIMONTES
Ong Abrace a Serra da Moeda
Ong
Lagoa Viva
Piseagrama
Pro-Civitas
(Associação Pro-Civitas dos Bairros São Luís e São José)
Projeto
Manuelzão/UFMG
REAJA -
Rede de Articulação e Justiça Ambiental dos Atingidos Projeto Minas Rio
Rede
Congonhas – UNACCON
Rede
Verde
SINFRAJUPE-
Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia
SOS
Serra da Piedade
UNACCON
- União das Associações Comunitárias de Congonhas
UNICON - Unidos por Conceição do Mato Dentro
UNICON - Unidos por Conceição do Mato Dentro
União
Nacional Estudantil (UNE)