Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
domingo, 11 de outubro de 2015
sábado, 10 de outubro de 2015
A CPT também apoia as Ocupações de Timóteo, MG, e repudia os despejos anunciados para iniciar dia 13/10/2015. Nota pública.
A CPT
também apoia as Ocupações de Timóteo, MG, e repudia os despejos anunciados para
iniciar dia 13/10/2015. Nota pública.
Muitas pessoas das
Ocupações de Timóteo, MG, me telefonaram nos últimos dias implorando apoio,
pois estão entrando em desespero na iminência de despejos anunciados. “Estamos em desespero. Pelo amor de Deus nos
ajudem. As crianças, os idosos e nós não estamos mais dormindo sob o pavor dos
despejos que anunciaram. É muita injustiça nos despejar...”, clamaram
comigo. Só não se comove com o sofrimento dos oprimidos quem tem coração de
pedra.
Ao lado das Brigadas
Populares, a CPT apoia e acompanha a luta das Ocupações de Timóteo, MG. Não
aceitamos despejos sem alternativa digna PRÉVIA. Eu, frei Gilvander Moreira, e
a CPT em MG apoiamos a luta justa, legítima e necessária das centenas de famílias
das Ocupações de Timóteo, MG. Eu estive em Timóteo algumas vezes para apoiar a
luta das Ocupações do Recanto Verde, do Macuco e do Limoeiro. Gravei,
inclusive, sete vídeos e coloquei no youtube e nas redes sociais (Procure no
www.youtube.com “Ocupações de Timóteo”) para reforçar a luta das Ocupações de
Timóteo. É injusto e inadmissível despejar as centenas de famílias das Ocupações
de Timóteo sem alternativa digna PRÉVIA. A melhor alternativa e digna para as
ocupações é a regularização urbanística e projeto socioambiental de convivência
com o rio, que já foi proposta pelas Brigadas Populares e pelo povo das
Ocupações, e para isso estamos lutando. É injustiça que clama aos céus demolir
300 casas construídas com muito suor e na raça - as famílias devem a metade do
que investiram para construir as 300 casas - e jogar as famílias na rua ou sob
a pesadíssima cruz do aluguel ou empurrá-las para cima das costas de parentes
para sobreviverem de favor
Inadmissível também
um prefeito do PT, Keisson, que foi eleito graças aos votos das famílias das
ocupações, ter exigido judicialmente a reintegração de posse. Keisson, do PT,
agora pode e deve SUSPENDER os despejos e retomar o processo de negociação séria
e idônea. As Brigadas Populares e o povo das ocupações sempre estiveram abertos
a negociação, mas negociação séria, justa e ética. As Brigadas e o povo têm
propostas justas de negociação.
Inadmissível também o
TJMG mandar despejar sem alternativa digna prévia. Por que o TJMG não segue a
decisão/orientação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de Brasília, que
suspendeu os despejos das Ocupações da Izidora, em Belo Horizonte, MG, e
disseram claro que não pode haver despejo sem respeitar a dignidade humana e os
direitos fundamentais da pessoa?
Inadmissível também o
Governo de Minas Gerais, do PT, colocar a força policial para aterrorizar o
povo e fazer despejos forçados. Não foi para isso que milhares de famílias das
ocupações do campo e urbanas votaram em Pimentel, em Dilma, no PT. Exigimos
também que o Governo de MG dedique às ocupações urbanas tratamento semelhante
ao que está dispensando ao MST.
O governador de MG,
Fernando Pimentel, dia 15/01/2015 recebeu a coordenação do MST. Já desapropriou
3 fazendas para o MST, decisão justa. Helvécio Magalhães e Odair Cunha, secretários
do governador Pimentel, têm participado ativamente do encaminhamento dos
pleitos das ocupações do MST. O ex-governador Anastasia, do PSDB, recebeu as
lideranças das ocupações durante 2,5 horas e se comprometeu em encontrar uma
solução justa e equilibrada para as ocupações da Izidora e, assim, não despejou
as ocupações da Izidora. Mas Pimentel, já no 10º mês de governo, ainda não
recebeu ninguém das ocupações urbanas. Por quê? Pimentel e autoridades do
Governo de MG, não se esqueçam que nos últimos anos mais de 50 mil famílias
foram para ocupações urbanas em MG: 30 mil famílias em BH e RMBH, 10 mil em
Uberlândia e 10 mil em várias outras cidades de MG. Só em Unaí há mais de 4 mil
famílias sem-casa cadastradas no Movimento dos Sem Casa de Unaí.
O peso da cruz do
aluguel, fruto da especulação imobiliária, ou da humilhação que é sobreviver de
favor está insuportável. Com o papa Francisco afirmamos: “Toda família tem
direito a moradia digna. Todo trabalhador tem direito a emprego e direitos. E
todo sem-terra tem direito a terra.” Continuar tratando as ocupações como caso
de polícia, com repressão, é injustiça e burrice, pois só piora muito o já
gravíssimo problema social. É injustiça grave despejar as ocupações urbanas
propondo apenas auxílio-moradia e vagas promessas de reassentamento futuramente.
Isso é migalha, é empurrar o gravíssimo problema social pra frente e agravá-lo.
Conclamamos as
autoridades do PT (prefeito de Timóteo, Keisson, do PT e Governo de MG), do
TJMG e das forças policiais a se abrirem para negociação séria e idônea.
Alertamos que insistir em fazer despejos forçados pode causar massacre.
Assina,
Pela CPT, frei Gilvander Moreira.
Belo Horizonte, MG, Brasil, 10 de outubro de
2015.
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
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