sexta-feira, 14 de agosto de 2015

PM de MG reprime de forma cruel manifestação pacífica contra o aumento injusto e abusivo das passagens de ônibus em Belo Horizonte.

PM de MG reprime de forma cruel manifestação pacífica contra o aumento injusto e abusivo das passagens de ônibus em Belo Horizonte.
Frei Gilvander Moreira[1]

Não bastasse o ocorrido no dia 19 de junho de 2015, na Linha Verde (MG 010), perto da Cidade administrativa, quando a tropa de choque da Polícia Militar de Minas Gerais (PM de MG) reprimiu de forma violenta uma Marcha pacífica de umas 3 mil pessoas das Ocupações da Izidora – Rosa Leão, Esperança e Vitória -, de Belo Horizonte e Santa Luzia, MG. Feriram umas 90 pessoas, prenderam umas 40. Muitas crianças, idosas, gestantes, cadeirantes, pessoas com deficiência, junto com todo o povo, receberam rajadas e mais rajadas de tiros de balas de borracha de policiais e quase ficaram sufocados por tanto gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Uma bomba de gás jogada, não sabemos se do helicóptero da PM ou dos policias em terra, caiu no colo de Alice, uma criança de 8 meses de idade, que estava em um carrinho de bebê. A mãe, Cleiciane, subitamente retirou a criança do carrinho, o que fez a bomba cair no chão. Cleiciane ainda conseguiu correr com a criança que chorava quase sufocada com a nuvem de gás lacrimogêneo. Por milagre, a PM de MG não assassinou uma criança de 8 meses, que junto com sua mãe, seu pai e sua irmãzinha, outra criança, lutavam por moradia digna. A PM de MG cometeu mais uma barbaridade.
No ocorrido no recente dia 19 de junho de 2015, como dito acima, não senti no meu corpo diretamente essa truculência da PM de MG, porque a mamãe, Leontina, tinha falecido naquela madrugada. Por isso tive que viajar às pressas para Brasília de avião. Mas dia 12 de agosto de 2015, eu experimentei no meu próprio corpo a crueldade da PM de MG, durante uma Manifestação pacífica dos Movimentos Sociais Tarifa Zero e Pelo Passe Livre, no centro de Belo Horizonte e não posso me calar diante do que vi, ouvi e senti.
A concentração se deu na Praça Sete, coração de Belo Horizonte (BH), às 17:00h. Por volta das 18:00h, saímos em marcha, cerca de 2 mil pessoas, jovens indignados com o 2º aumento, ilegal e abusivo, em seis meses, dos preços dos ônibus em BH. Em Marcha pela Av. Afonso Pena, após rodearmos o pirulito da Praça Sete, uns 100 metros à frente, a tropa de choque já estava a posto para atacar e impedia a Marcha. Eu me aproximei do tenente coronel Jean Carlo, comandante da tropa de choque, e, junto com duas jovens, tentamos dialogar com o comandante que alegava que pelo menos uma faixa deveria ser liberada. Mas a Marcha era sem carro de som e sem megafone. Ponderei com o comandante: “Sem carro de som aqui, será difícil dialogar com todos para liberar pelo menos uma faixa da avenida. Sugiro que você, comandante, deixe a Marcha seguir pelo menos até à prefeitura de BH. Assim chegaremos lá mais rápido e incomodará menos o trânsito.” Após refletir, o ten. Cel. concordou. A tropa de choque recuou e se postou mais adiante.
Vendo que a tropa de choque tinha montado bloqueio mais à frente, o povo da Marcha resolveu subir a Rua da Bahia. Próximo à entrada da prefeitura pela Rua Goiás, o povo vaiou o prefeito de BH e repudiou o novo aumento absurdo da tarifa dos ônibus. A tropa de choque montou bloqueio na Rua da Bahia antes do cruzamento com a Av. Augusto de Lima e não deixava ninguém ultrapassar. Tentamos mais uma vez dialogar com o ten. Cel., mas, de longe, o comandante reagiu: “Não tem mais conversa.” Um major falou: “Dois minutos para vocês liberarem a rua.” Um minuto após, iniciou-se rajadas de tiros de balas de borracha e de bombas de gás lacrimogêneo. Correria geral para tentar se salvar. Enquanto eu corria evitando pisotear a multidão que estava na minha frente, tiros e mais tiros, bombas explodindo, e uma nuvem de gás lacrimogêneo nos envolvia. Um jovem que corria ao meu lado gritou: “Me balearam. Ai, ai, ai...” Puxando-o pela mão, conseguimos entrar em um vão livre, que depois ficamos sabendo ser a entrada de um hotel. Rajadas de tiros e bombas explodindo continuavam na Rua da Bahia. Após poucos minutos, uma nuvem de gás lacrimogêneo invadiu a entrada do hotel, onde nós, uns 200 jovens, buscávamos refúgio. Começamos todos a ficar sufocados. Tosse e olhos lacrimejando e ardendo. Senti como se estivéssemos dentro da casa de show em Santa Maria, RS, aquela onde 243 jovens morreram sufocados por gás carbônico (fumaça). Quase não conseguindo mais respirar, gritei: “Vamos todos tentar sair para a rua, se não vamos morrer aqui sem poder respirar.” Conseguimos abrir uma porta e fugimos para a rua onde a PM ainda dava tiros. Soube depois que a PM tinha encurralado e detido um grupo na entrada desse hotel. Corri tossindo, enxergando mal, pois os olhos ardiam muito. Somente na segunda quadra encontrei jovens que se amparavam uns aos outros. Um jovem borrifou leite de magnésio no meu rosto, o que me causou um grande alívio.
No meio do sufoco, vi companheiros feridos por tiros de bala de borracha e ensanguentados. Uma pessoa, assustada, me disse que por questões cardiológicas, tomava AS todos os dias, o que a mantém com o sangue ralo. Isso impede obstrução de artérias, mas dificulta a coagulação. Percebi que se o tiro que acertou as nádegas de um jovem ao meu lado, tivesse acertado essa pessoa, ela poderia morrer por hemorragia antes de chegar ao Pronto Socorro.
Fiquei sabendo depois que um ciclista tinha sido pisoteado e, mesmo caído, continuava recebendo bombas da PM. Um motoqueiro que passava nas proximidades bateu a moto e levou uma grande queda, por causa da correria da multidão. Uma jovem que passava pelo local, se deitou no chão temendo levar tiros da polícia, mas, deitada no chão, sentia várias bombas de gás explodindo ao seu lado. Outro jovem a levantou e saíram correndo temendo o pior. Cerca de 60 jovens foram detidos e dezenas de jovens ficaram feridos. 
A PM alegava estar ali para garantir o direito de ir e vir das pessoas em automóveis, mas agindo assim, além de ferir dezenas de manifestantes, de prender dezenas, pisar no direito constitucional de manifestação, a PM bloqueou o trânsito na Rua da Bahia e no entorno durante cerca de 6 horas, até à meia noite.
Isso demonstra que infelizmente não estamos em um Estado democrático de Direito, mais debaixo de uma ditadura do capital. Direito de ir e vir? Sim, mas para todos e não apenas para quem tem carro, pois se o preço da tarifa de ônibus sobe abusivamente, milhares de pessoas terão o seu direito de ir e vir negado porque, não podendo pagar, serão impedidas de viajar nos ônibus.
O direito de ir e vir, direito individual da modernidade, não pode estar acima dos direitos sociais, entre os quais está o direito ao transporte público de qualidade e econômico. A ação da PM foi contra a Constituição. Não há escolha entre liberdade de expressão e integridade física e moral. Isso não é crime de responsabilidade? O ataque da PM não foi análogo à repressão aos professores em Curitiba no Paraná?
Se a PM de MG continuar com essa truculência, legado covarde da COPA de 2014, em breve, teremos que velar e sepultar os que serão mortos pela PM de MG em manifestações. Feliz quem lê os sinais dos tempos e dos lugares. Essa postura beligerante da PM só aumentará a violência social que, infelizmente, está crescendo muito.
Com dom Oscar Romero, martirizado em 24 de março de 1980, digo: "Se denuncio e condeno a injustiça é porque é minha obrigação como pastor de um povo oprimido e humilhado... O Evangelho me impulsiona a defender meu povo e em seu nome estou disposto a ir aos tribunais, ao cárcere e à morte... Nenhum soldado está obrigado a obedecer uma ordem contrária à lei de Deus  que diz: “Não Matar.” Uma lei imoral não deve ser cumprida por ninguém. Soldados, Governador Pimentel, em nome de Deus e no nome deste povo sofrido, cujos clamores sobem até ao céu cada dia mais tumultuosos, lhes suplico, lhes rogo, lhes ordeno em nome de Deus: cessem a repressão.”
Belo Horizonte, MG, Brasil, 14 de agosto de 2015.



[1] Padre da Ordem dos Carmelitas, bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia, mestre em Exegese Bíblica/Ciências Bíblicas, doutorando em Educação na FAE/UFMG, assessor de CEBs, CPT, CEBI e SAB; e-mail: gilvanderlm@gmail.comwww.freigilvander.blogspot.com.br - www.gilvander.org.br – no face: Gilvander Moreira


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

De forma ilegal, PM de MG anuncia despejos das Ocupações da Izidora, em Belo Horizonte, MG. Governo de MG atropela negociação mesmo as Ocupações entregando mais uma Contraproposta de negociação. Massacre anunciado! Clamamos por justiça, paz e sensatez!

De forma ilegal, PM de MG anuncia despejos das Ocupações da Izidora, em Belo Horizonte, MG. Governo de MG atropela negociação mesmo as Ocupações entregando mais uma Contraproposta de negociação. Massacre anunciado! Clamamos por justiça, paz e sensatez!
Nota Pública. 
Belo Horizonte, MG, 13 de agosto de 2015.

Ontem à tarde, dia 12/08/2015, coordenadoras das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória – Ocupações da Izidora -, em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG, receberam de policiais um Ofício assinado pelo Ten. Cel Queiroz convidando para reunião no 13º Batalhão de Polícia Militar, no Planalto, em BH, amanhã, sexta-feira, dia 14/08/2015, às 16:00h, onde será anunciado que os despejos das Ocupações da Izidora poderão acontecer a partir de segunda-feira, dia 17/08/2015. Isso é gravíssimo, por vários motivos: a) Já afirmamos e reafiramos que despejos forçados podem causar massacre de proporções inimagináveis; b) Está em curso um processo de negociação que precisa ser levado a acordo para que de forma justa, ética e pacífica possamos resolver um dos maiores conflitos agrários e sociais do Brasil.
Dia 29/07/2015 coordenadoras das Ocupações das Izidora leram em reunião da Mesa de Negociação na Cidade Administrativa uma série de Princípios que demonstram de forma inequívoca que e as coordenações, as Brigadas Populares, o MLB e a Comissão Pastoral da Terra estão se esforçando ao máximo para negociar e há, sim, espaço para celebrarmos um acordo que impeça um derramamento de sangue e caos. Os Princípios são as condições mínimas para a aceitação da proposta de negociação do Governo do Estado, Prefeitura e Direcional garantindo minimamente a dignidade e o direito à moradia das famílias que vivem na Izidora e que efetivamente precisam. Os seguintes princípios mostram de forma inequívoca a abertura para negociação:
Princípio 1: Todas as famílias que efetivamente precisam e vivem nas Ocupações-comunidades da Izidora, em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG, serão incluídas na proposta negociada. Fundamentos legais: Art. 6º, CRFB/88; Artigo XXV, Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948; Art. 11 do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966 - PIDESC (Ratificado pelo Brasil, Decreto nº 591/92); Comentário Geral nº 04 e nº 7 ao PIDESC do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o direito à moradia; Portaria nº 317/2013 Ministério das Cidades; e Art. 2º, I, Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001).
Princípio 2: Todo reassentamento será em condições iguais ou superiores às anteriores. O morador deverá poder escolher entre uma solução de moradia vertical ou horizontal. Fundamentos legais: Portaria 317 do Ministério das Cidades; Comentário Geral nº 7 ao PIDESC.
Princípio 3: Regularização e urbanização de todo o território das Ocupações-comunidades da Izidora que está fora do Projeto MCMV (Minha Casa Minha Vida). Fundamentos legais: Art. 2º, XIV, Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001); e Lei 11.977/2009, artigo 48.
Princípio 4: As famílias só sairão de suas casas com a certeza do local e das condições exatas de reassentamento definitivo. Fundamento legal: Comentário Geral nº 7 ao PIDESC.
Princípio 5: Participação dos movimentos e moradores e transparência em todo o processo. Para isso deve-se construir um Comitê Gestor Popular e Plural de construção e implementação dos acordos, com participação das coordenações das comunidades, dos movimentos sociais, das universidades, Ministério Público, Defensoria Pública de MG (DPE/MG), poder público Municipal e Estadual. Além disso, todos os acordos estabelecidos devem ser homologados em juízo e vinculados aos processos de reintegração de posse. Fundamentos legais: Art. 2º, II e arts. 42 e 43 do Estatuto da Cidade (Lei 10257/2001) e Portaria nº 317 do Ministério das Cidades.
Princípio 6: Intervenção no empreendimento habitacional: rediscussão de modelo condominial, das áreas comerciais e dos equipamentos públicos.
Princípio 7: Todo acordo depende da realização de um cadastramento idôneo e prévio de todos os moradores da Izidora pelo poder público, universidades, movimentos e coordenações. Os critérios de cadastro e de reassentamento deverão considerar a diversidade e as especificidades das famílias. Todo processo de cadastro deve ser discutido detalhadamente com todos os atores envolvidos e deve ser agendado com antecedência. Deverá ficar claro antes do cadastro os critérios de seleção das famílias nas diferentes soluções de reassentamento a serem construídas pela mesa.
Esses Princípios demonstram que as Coordenações e os Movimentos estão dispostos a liberar os terrenos onde, segundo a PBH, será construído o Programa MCMV, mas exigem garantias de que todas as famílias que estão morando nas ocupações e que de fato precisem sejam reassentadas e que os terrenos que estão fora do Projeto do Minha Casa Minha Vida – Toda a Ocupação Rosa Leão, e uma pequena parte de as Ocupações Esperança e da Vitória – permaneçam e que seja regularizadas.
Por causa do sufoco pela pressão do Estado e do capital ainda não tivemos tempo de dialogar com as famílias sobre essa nova Contraproposta, mas se tivermos a anuência do Governo de MG, da Construtora Direcional e da PBH, faremos uma mutirão de diálogo com todas as famílias para encaminharmos uma solução justa, ética e pacífica sem precisar de uso de força pela PM e nem de derramamento de sangue.
Os/as advogadas/os do Coletivo Margarida Alves, em Nota, afirmam que é acintoso desrespeito à Liminar do STJ, do Ministro Og Fernandes que proíbe os despejos enquanto não for julgado o mérito da liminar. O contrato da caixa é ilegal e está suspenso. Não há ainda dinheiro para iniciar o MCMV.
O despejo das três ocupações-comunidade da Izidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória) consolidadas há mais de dois anos, se permitido, será o maior massacre contra o povo pobre de Belo Horizonte. A PM-MG já revelou o seu despreparo na repressão da manifestação do povo da Izidora durante a manifestação de 19/07, quando mais de 40 pessoas foram presas e mais de 100 ficaram feridas entre as quais crianças, idosos e mulheres grávidas que marchavam pela MG-10. E ontem, com o ataque violento que a PM de MG perpetrou contra milhares de pessoas que se manifestavam ontem à tardezinha e início de noite no centro de BH pela redução do preço da tarifa de transporte. Uma chuva de tiros de balas de borracha e de bombas de gás lacrimogêneo deixou dezenas de pessoas feridas e cerca de 50 presos.
Clamamos para que o Governo do Estado e o Governo Federal reestabeleça a negociação com as ocupações urbanas e cumpra a sua palavra diante de milhares de famílias pobres que tinham muita esperança de que um novo ciclo de relações com o Estado se estabeleceria.
Imploramos por socorro a todas as pessoas da grande Rede de Apoio do RESISTE IZIDORA e clamamos por apoio de todas as pessoas de boa vontade e autoridades do judiciário, do legislativo e executivo em níveis municipais, estaduais e federais.
Pedimos uma posição firme do arcebispo dom Walmor e dos bispos da arquidiocese de BH.
Em nome do Deus da vida, dos milhares de crianças, de idosos, de pessoas com deficiência e em nome da dignidade de todas as pessoas das milhares de famílias das Ocupações da Izidora imploramos por justiça, ética e abertura da continuidade do processo de negociação.

Não pode acontecer um grande massacre em terras mineiras na Izidora.
Assinam essa Nota,
Brigadas Populares - Minas Gerais;
Comissão Pastoral da Terra (CPT);
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB);
Coordenação das ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória;
Rede de Apoio.




terça-feira, 11 de agosto de 2015

Betim, MG, com déficit habitacional de 65 mil moradias. As Ocupações de Betim não aceitam despejos sem alternativa digna prévia. Nota de esclarecimento.

Betim, MG, com déficit habitacional de 65 mil moradias.
As Ocupações de Betim não aceitam despejos sem alternativa digna prévia. Nota de esclarecimento.

1     - Qual é a situação hoje dos integrantes das duas ocupações (Dom Tomás Balduíno e Nova Canaã)? Onde eles estão alojados? Quantas famílias e quantas pessoas estão em cada uma delas?
As famílias da Ocupação-comunidade Dom Tomás Balduíno, de Betim, MG, estão atualmente tentando dar andamento no acordo feito com o município de Betim, tal seja, de que o município doaria o terreno a uma entidade cadastrada no MCMV Entidades de indicação das famílias, o que já foi feito. As famílias Indicaram o Movimento de Lutas nos bairros, Vilas e Favelas (MLB) entregando toda documentação ao município no prazo acordado. Em razão de tal acordo o processo judicial encontra-se suspenso ate abril de 2016 ou até que o acordo seja cumprindo. Hoje vive na ocupação cerca de 120 famílias em casas de alvenaria.
Com Relação à Ocupação-comunidade Nova Canaã a ordem de despejo pode ser cumprida a qualquer momento pela PMMG, embora tenha uma Mesa de Negociação no Governo Estado de MG através da COHAB. As negociações pouco avançaram ao passo que a proposta do Município não atende as famílias. A prefeitura oferece apenas Aluguel social de R$350,00 e inclusão na fila do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e a promessa de que as famílias irão receber tal beneficio até o empreendimento ser entregue. Porém, tal proposta não atende as famílias, pois tal: valor não é suficiente para pagamento de aluguel na cidade; não há qualquer previsão de empreendimento do MCMV para cidade; o cadastro realizado pela prefeitura serviu apenas para desqualificar as famílias que atualmente moram na ocupação, pois segundo a prefeitura apenas 15 famílias se enquadram nos critérios do aluguel social e este seria fornecido apenas a estas famílias. Hoje se encontram na ocupação-comunidade Nova Canaã cerca de 90 famílias em casas de alvenaria. Diante isso e da situação econômica do município que seria onerado em cerca de 30 mil reais mensais com tais pagamentos de aluguel social e ainda a não comprovação da destinação do terreno (desocupar p terreno, demolir 90 casas, para deixar novamente vazio?) as famílias apresentaram a seguinte proposta: Aceitam entrar no cadastro no MCMV, mas até que o empreendimento seja entregue propõe permanecer no local não causando nenhum prejuízo financeiro ao município ou ao estado.

2     - Ao pedir a reintegração de posse, o que alegou a prefeitura e qual solução para o impasse (para onde a prefeitura de Betim direcionou essas famílias?) foi sugerida pelo governo municipal?
A prefeitura alegou apenas que é proprietária do terreno. Porém na mesa de negociação tem falado que o terreno será destinado para uma Unidade Básica de Saúde (UBS), mas não apresentou projeto, nem de onde vem recursos para construção da mesma. Vale ressaltar que no início a alegação era a construção de uma creche e nas últimas mesas passou a ser UBS. É nítida a falácia da construção de UBS, sendo essa uma manobra midiática para colocar a sociedade contra os moradores da ocupação, tendo em vista o péssimo quadro da saúde em Betim a construção de uma UBS justificaria o despejo das famílias e não causaria o desgaste político de um despejo forçado.

3 - A prefeitura deu prazo para realizar o cadastro das famílias, cujo objetivo é verificar se elas se enquadram nos critérios estabelecidos para receberem benefícios sociais ofertados pelo município?
Foi realizado um cadastro pela prefeitura apenas na Ocupação-comunidade Nova Canaã, porém de forma muito questionável e apenas com o intuito de desqualificar o maior número possível de famílias, alegou que apenas 15 famílias se enquadraram nos critérios do aluguel social, mas em nenhum momento deixou a lideranças ter acesso a tais cadastros.
4 - Você sabe me dizer quantas ocupações a cidade tem hoje?
A cidade de Betim tem cerca de 35 Ocupações de pequeno e médio porte. O déficit habitacional no município de Betim, MG, hoje (segundo a própria Superintendência de Habitação) é de 40.000 unidades (número este da fila no MCMV), segundo os movimentos sociais este numero pode chegar a 65.000 unidades, pois muitas famílias não acreditam mais no programa e sequer fazem o cadastro.
5 - Como as duas ocupações avaliam os programas habitacionais existentes na cidade? Eles contemplam as famílias que, de fato, precisam desse benefício?
Não existem programas habitacionais na cidade que atenda a população empobrecida. O atual governo ainda está entregando empreendimentos do MCMV que foram conquistas do governo passado. Ademais a atual gestão municipal não busca outras alternativas para política habitacional, apoiando-se apenas na muleta do programa do governo federal MCMV, que é paliativo, injusto em seus critérios e um ótimo negócio para os empresários da construção civil.
Lado outro, o Governo federal suspendeu por tempo indeterminado o MCMV faixa 1, que é justamente o que atente as famílias de baixa renda (Renda familiar de até R$1.600,00 apenas), e a quase um ano vem adiando o lançamento do MCMV 3, sendo que este, se for lançado, será minguado, e pode não contemplar a modalidade Entidades, que é a única que atende as camadas mais pobres da população com efetiva dignidade
Há uma grande contradição colocada no espaço urbano brasileiro: muita casa sem gente, muita gente sem casa! São 5,9 milhões de domicílios vagos enquanto o déficit habitacional é estimado em 5,7 milhões. Logo, não basta construir novas moradias. É preciso reforma urbana pra valer. Durante o MCMV 1 o déficit habitacional aumentou em 1,7 milhão de moradias. Uma política urbana efetiva deve atentar-se para isso e não apenas para a construção de novas moradias.
Nos últimos dois meses, tivemos cerca de um despejo por semana na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O Governo do Estado claramente escolheu um lado: cumprir seus compromissos com o capital imobiliário e rasgar o acordo que o Governador Pimentel estabeleceu com as ocupações de Minas Gerais onde estava previsto que o novo governo não faria despejos no campo ou na cidade sem alternativa de moradia digna prévia.
Em Betim é nítida a opção que o governo municipal faz em governar para os ricos em detrimentos dos empobrecidos. O desrespeito ao direito humano fundamental da moradia é apenas mais um exemplo disso. Para os empresários, tudo o que permite um tratamento VIP, para os que mais precisam o último lugar na fila das prioridades.
Em Betim, estão sendo construídos mais três hospitais particulares luxuosos enquanto o povo amarga na fila do SUS cada vez mais raquítico.
Assinam essa Nota:
Fórum das Ocupações de Betim
Brigadas Populares
Comissão Pastoral da Terra
MLB - Movimento de Lutas nos bairros, Vilas e Favelas
Os contatos para as entrevistas são:
Renivaldo Baiano 31 7156-6815
Dalila 31 9121-1762

Betim, MG, Brasil, 11 de agosto de 2015.

Deus violeiro está na Cozinha da viola, nos violeiros ... Por frei Gilvander Moreira.

Deus violeiro está na Cozinha da viola, nos violeiros ...
Gilvander Luís Moreira[1]

Dia e noite de 08 de agosto de 2015 foi um momento histórico para as centenas de pessoas que participaram da 12ª edição da Reza do Retiro Velho, projeto Cozinha da Viola, na Comunidade Rural dos Pintos, no município de Resende Costa, cidade do artesanato, de milhares de tecelãs. Doze violeiros, vários deles com filhos e filhas cantores/ras, encantaram a todos nós que tivemos a graça de existir e estar ali de coração aberto saboreando a beleza da arte dos violeiros e desfrutando de uma convivência humanizadora.
Imagine o que vivenciamos. Viagem de Belo Horizonte ao Retiro Velho, contemplando a beleza dos ipês floridos, o ar gostoso da natureza, a natureza se recompondo na beira do asfalto, chegando a formar uma floresta secundária. Mas também contemplando as contradições de uma sociedade capitalista: excesso de monocultura do capim e do eucalipto, e a devastação perpetrada pelas mineradoras que não movem montanhas, mas as removem literalmente deixando crateras obscenas, após esfaquear as entranhas da mãe terra e dizimar as nascentes e os lençóis freáticos.
Em Lagoa Dourada, terra do rocambole, encher o tanque de gasolina a 3,70 reais o litro, pagando 190 reais, o maior preço que já paguei na minha vida para encher o tanque de um gol. Ouvir o comentário do dia em Lagoa Dourada: “Explodiram o Banco do Brasil daqui nessa madrugada.” Cruzar toda a cidade de Resende Costa devagarinho observando a infinidade de lojas de artesanato, feitos em teares, reaproveitando retalhos, em uma profunda sintonia de cores: redes, tapetes etc. E doze quilômetros de estrada de terra com muita poeira, curvas, subindo e descendo morros. Filhos da mãe terra, sempre presente, os ipês floridos exuberantes até chegarmos a uma Igreja que, no alto de um morro, anunciava que estávamos aproximando da Comunidade dos Pintos, onde, na Venda do Roberto, encontramos dezenas de pessoas, violeiros, familiares e amigos/as.
Na Venda do Roberto, daquelas antigas da roça, os litros de cachaça na parede ao lado de pacotes de arroz, de açúcar, trança de alho, uma balança antiga em cima do balcão daqueles também antigos etc. Ambiente propício para rolar uma boa prosa, causos e muita alegria. Depois, na Escola ao lado, um almoço comunitário delicioso: feijão tropeiro, couve e mais um ipê amarelo florido, no terreiro, que com sua grande copa nos acarinhava e dava as boas vindas.
Mais três quilômetros na companhia do cantor e compositor Carlos Farias que, tão inebriado de poesia, nos apresentava as belezas do projeto Cozinha da Viola, a criação das músicas Retiro Velho e Riozinho (esta em parceria com o seu filho Samir Cauã), acabou não percebendo a entrada para o Sítio Retiro Velho. “Foi bom errar o caminho, pois, assim, posso mostrar esses morros e vales aqui”, ponderou Carlos Farias. Voltamos e chegamos ao Retiro Velho, onde Guilherme e Ana, casal anfitrião da festa há 12 anos, ao lado de Ana Paula, Mateus e Lucas – filhos - acolheram a todos com um sorriso estampado no rosto e um abraço afetuoso. “Bem-vindo/a! O Retiro Velho é sua casa. Sinta-se à vontade!”
A fachada da casa, melhor dizendo, do Retiro Velho, parece uma casa da cidade de Tiradentes, com aquelas janelinhas encantadas e encantadoras. Na sala de entrada, um banner anunciava como foram a origem e a evolução do projeto Cozinha da Viola. Nascida de forma espontânea,  fruto de inspiração de um encontro descontraído de violeiros na grande cozinha da casa, enquanto tomavam café, dedilhavam as cordas de violas e cantavam. Uma parede da cozinha virou mural onde muitas pessoas escrevem uma mensagem. Fogão a lenha e, ao lado, uma bica d’água jogando água 24 horas por dia e noite direto da fonte, em queda livre. Água que alimenta a chaleira para se fazer o café. É só alguém descobrir que o café está acabando que alguém espontaneamente faz um novo café, pois a água da mina corre ao lado do fogão de lenha que também se mantém aceso. Biscoitos caseiros não faltam. Causos, música de viola, criação de novas músicas como Retiro Velho e Riozinho, fotos, vídeos etc.
Na hora da Ave Maria, na Capelinha de São Sebastião, ao lado da sede do Retiro Velho, iniciamos a Missa dos violeiros, com uma das folias da região, Folia de São Sebastião, com foliões e foliãs. Com um raminho e um pouquinho de água na cuia, reconhecemos a bênção humanizadora que é a capelinha, a Cozinha da Viola, o Retiro Velho, todos, todas e tudo ... Em procissão, guiados pela Folia, dirigimo-nos para frente do Retiro Velho, onde um palco tinha sido preparado com muito carinho.
Conclamamos a todos: Sejam bem-vindos/as! Sintam-se em casa aqui na Cozinha da Viola, no Retiro Velho. Respirem fundo. Observemos a beleza do ambiente que nos envolve: o Retiro Velho, as fitas que ornamentam o ambiente, a capelinha de São Sebastião, a grande fogueira. Ouçamos a sinfonia da orquestra dos sapos, dos grilos e de tantos artistas da natureza! Ouçamos a eloquência do silêncio que nos traz a irmã noite ...!
Há diversos tipos de missas: missa tradicional que, por muitas vezes, apenas repetir roteiros, não agrada mais a muita gente. Missa sertaneja, missa dos vaqueiros, missa da juventude, missa das crianças. Oxalá as missas fossem todas celebrações da vida e da realidade vivida pelas pessoas e suas comunidades. Hoje, celebraremos aqui uma Missa dos Violeiros, contando com o protagonismo dos violeiros, embaixadores do Deus que também é violeiro. Para invocarmos a santíssima Trindade, mistério de infinito amor, convidamos o violeiro Pereira da Viola, que cantou – e todos acompanharam – a música Louvação, do violeiro Levi Ramiro.
Em um momento de exercício de perdão, recordamos a todos: somos uma beleza extraordinária. Somos imagem e semelhança da trindade santa. O divino está em nós. Temos um infinito potencial de humanização, mas somos humanos e, por isso, ambíguos, limitados, contraditórios. Faz bem sermos humildes, não humilhados. Ser humilde é ser húmus, terra fértil. Peçamos perdão saboreando a música "Deus esteja", com o violeiro Gustavo Guimarães.
Que perdoados pelo Deus, que, além de violeiro, é mistério de infinito amor, sejamos instrumentos de perdão e de reconciliação onde vivemos e convivemos.
João, um irmão de rua, catador de material reciclável, que participava intensamente da celebração, leu como 1ª leitura bíblica, Isaías 65,17-24: “Eis um novo céu e uma nova terra ...” Após a Missa, João dançou o tempo todo diante do palco, durante a apresentação dos violeiros. De vez em quando, com um grande saco, girava no meio do povo recolhendo as latinhas de cerveja e refrigerante, sua fonte de renda.
Recordamos que evangelho é boa/ótima notícia, mas não boa notícia para opressores e oprimidos. Evangelho é boa notícia, sim, para todos, mas a partir dos oprimidos e injustiçados. E para aclamar ao Evangelho, Carlos Farias cantou a música Retiro Velho, “meu recanto predileto, espaço aberto onde a luz se manifesta/ guarda em teu seio o calor da amizade/ quando o chega o fim de tarde/ cada encontro é uma festa/ Retiro Velho, cada amanhecer é lindo/no cantar da seriema gargalhada de menino/ Teu fogo aceso alimenta a cantoria/ muita prosa e poesia/ Salve o dia que vem vindo”,  composição dele com Wilson Dias e Tau Brasil.
Como evangelho, anunciamos a mensagem de Mateus 5,13-16: “Sejam luz, sal e fermento no mundo ...” E na homilia, que quer dizer diálogo, pontuamos: com os violeiros aqui no Retiro Velho, na Cozinha da Viola, em uma festa beneficente em benefício da APAE de Resende Costa, um novo céu e uma nova terra estão sendo construídos. O profeta, em Isaías 65,17-15, canta o que está em gestação: uma sociedade justa e solidária, onde as/os trabalhadoras/res gozem dos frutos do seu trabalho. Onde quem constrói casas nelas possam morar. “Tá vendo aquele edifício, moço. Ajudei a levantar ...”. Estamos no meio de muitas crises, entre as quais a crise ecológica. Oxalá essa nossa celebração aqui, esse encontro fraterno e humanizador, nos inspire a sermos a cada dia luz, sal e fermento na sociedade, cientes de que a luz incomoda pra caramba as trevas, o sal incomoda a comida e o fermento incomoda a massa. Não dá para fazermos a diferença seguindo a política da boa vizinhança e nem sendo omissos, cúmplices ou coniventes diante de tantas injustiças que campeiam por aí. Ser luz, sal e fermento no mundo exige andarmos na contramão atrapalhando o sistema capitalista, máquina de moer vidas.
O momento de ofertório foi animado pelos violeiros Quincas da Viola e Dito Rodrigues com a música Cio da terra. Que beleza! Após a consagração do pão e do vinho, recordamos que Jesus, profundamente ameaçado de morte pelos poderosos da política, da economia e da religião, com seus companheiros/ras mais próximos, em um jantar numa Cozinha, pegou o pão e o vinho em suas mãos e disse: “Comam e bebam todos, todas ...” Logo, ninguém tem o direito de excluir ninguém da mesa eucarística. Eucaristia não é prêmio para os puros, mas alimento espiritual para todos e todas. Ai de quem, por moralismos, excluir mães solteiras, desquitados, divorciadas, homossexuais, qualquer pessoa da eucaristia. Todos, quem quiser, podem e devem se sentir convidados de honra para partilhar o pão e o vinho eucarístico. O Evangelho recorda-nos “Façam isto em memória de mim!” Isto, o quê? Fazer o que Jesus de Nazaré fez: viver se doando, consolando os aflitos e incomodando os acomodados, os opressores. Os violeiros são luz, fermento e sal na sociedade. Sigamos com os violeiros conspirando um mundo onde o sentido do nosso viver esteja em ser ético, solidário, justo e amoroso.
Enquanto socializávamos o pão eucarístico, o violeiro Tau Brasil cantava a música "João e o grão", de Wilson Dias, cuja letra diz: "Como Jesus multiplicou o pão, João planta seu grão/Que deixa de ser grão, pra ver nascer seu filho, fruto do milagre, da multiplicação/ Louvado seja João, bendito grão... / De onde vens, João? Venho do chão/ Sei que sou pai mas também sou filho do grão."
Como bênção final, o violeiro Wilson Dias cantou Deus é violeiro (letra de João Evangelista Rodrigues): “um romeiro/cancioneiro/meu parceiro/canoeiro diz: Deus é violeiro.”
Ao final, uma bonita procissão com velas acesas seguiu a Folia, saudou a capelinha de São Sebastião, levantou o mastro e acendeu a fogueira de uns 6 metros de altura. Foguetório fez brilhar ainda mais o céu daquela noite com temperatura de uns cinco graus. A palavra foi passada ao Emerson Bastos, que foi o apresentador da festa, regada com música dos violeiros, cerveja, churrasco, caldo de feijão, tropeiro, canjica etc. Toda a renda em benefício da APAE de Resende Costa. Para apresentar os violeiros, Emerson contava um causo e convidava ao palco, um a um, os violeiros. Três músicas para cada um para que todos pudessem nos encantar.
Alguém resolveu, “ao final”, convidar todos os violeiros ao palco. Wilson Dias, ao ser citado como um dos promotores do Projeto Cozinha da Viola, logo pediu o microfone e disse: “Não podemos exaltar ninguém aqui. O que acontece aqui na Reza do Retiro Velho é tudo coletivo e comunitário. Não é obra só de um ou outro, é de todos nós e de muitos que não puderam estar aqui hoje conosco.” Mas não resisto à vontade de mencionar pelo menos alguns nomes de violeiros: Quincas da viola, Pereira da Viola, Wilson Dias, Carlos Farias, Joaci Ornelas, Levi Ramiro, Tau Brasil, Gustavo Guimarães, Ramon e Rosado. Participações especiais de Bartira (filha de Pereira da Viola e Patrícia), a pequena Taila (filha de Dito Rodrigues e Marizete), o percussionista Gladson Braga, o sanfoneiro Lucas Viotti, Augusto Cordeiro (filho de Tau Brasil) Pedro Gomes, Wallace Gomes e Ana Teresa (filhos de Wilson Dias e Nilce) etc.
Que beleza humanizadora! Assim, a festa reinou até a madrugada, na certeza de que Deus é violeiro e está ali na Cozinha da Viola, no Retiro Velho e nos Violeiros e, óbvio, em quem segue os violeiros.
Em 2016, teremos a 13ª edição da Reza do Retiro Velho, com o seu belo projeto "Cozinha da Viola".

Belo Horizonte, MG, Brasil, 11 de agosto de 2015.

Obs.: Sugiro a quem não pode estar lá que veja e ouça o que está nos links, abaixo, no You Tube:
1) Retiro Velho – Cozinha da Viola:

2)   Música Retiro Velho (Cozinha da Viola): https://www.youtube.com/watch?v=Yazj7WN-B_0



[1] Frei e padre da Ordem dos Carmelitas, bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia, mestre em Exegese Bíblica, doutorando em Educação na FAE/UFMG, assessor de CEBs, CPT, CEBI e SAB; e-mail: gilvanderlm@gmail.comwww.freigilvander.blogspot.com.br - www.gilvander.org.br