Mata do Planalto, em
Belo Horizonte, MG, ameaçada de devastação, mas defendida pelo biólogo Iury
Valente, em Audiência Pública dia 19/03/2015, na FAJE.
Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
segunda-feira, 23 de março de 2015
domingo, 22 de março de 2015
Ocupações unidas bloqueiam o trânsito na luta por Moradia no Dia Nacional de Luta das Ocupações Urbanas, 18/03/2015.
Ocupações unidas
bloqueiam o trânsito na luta por Moradia no Dia Nacional de Luta das Ocupações
Urbanas, 18/03/2015.
Passeata em Defesa da Mata do Planalto, em Belo Horizonte, ameaçada de devastação pela PBH/COMAM + Construtoras Rossi, Direcional e Petiolare. 19/03/2015.
Passeata em Defesa
da Mata do Planalto, em Belo Horizonte, ameaçada de devastação pela PBH/COMAM +
Construtoras Rossi, Direcional e Petiolare. 19/03/2015.
Mata do Planalto, em Belo Horizonte, MG, ameaçada de devastação, mas defendida pelo vereador Adriano Ventura, PT/BH, em Audiência Pública dia 19/03/2015.
Mata do Planalto, em
Belo Horizonte, MG, ameaçada de devastação, mas defendida pelo vereador Adriano
Ventura, PT/BH, em Audiência Pública dia 19/03/2015.
quarta-feira, 18 de março de 2015
Ocupações urbanas de BH, RMBH e de Uberlândia, em MG, fazem luta histórica. BH, 18/03/2015
Ocupações
urbanas de BH, RMBH e de Uberlândia, em MG, fazem luta histórica.
Hoje, dia 18/03/2015,
as Ocupações urbanas de Belo Horizonte, Região Metropolitana de BH e de
Uberlândia, irmanadas com ocupações urbanas de outros 12 estados, fizeram um
Dia Nacional de Lutas das Ocupações Urbanas. A periferia ocupou dezenas de
cidades na luta por Reforma Urbana de verdade. O trânsito foi bloqueado na
parte da manhã em 03 pontos em Uberlândia e em 09 pontos de BH e RMBH:
1)
MG
10 (Linha Verde), a que dá acesso ao aeroporto de Confins, foi bloqueada em 3
pontos: a) diante da Cidade Administrativa; b) em Vespasiano, próximo à Cidade
Administrativa; c) Ao lado da Carbel, logo após o Hospital Risoleta Neves,
bloqueando a Av. Cristiano Machado e a Av. Dom Pedro I;
2)
Anel
Rodoviário, em 2 pontos: a) Ao lado do Viaduto São Francisco; b) Ao lado da
Ocupação Novo Paraíso, no Palmeiras, em BH;
3)
Av.
Antônio Carlos, na entrada da UFMG;
4)
BR
040, em Contagem, MG, ao lado do CEASA;
5)
No
Barreiro, em BH, 2 pontos: a) Via do Minério; b) Av. Senador Levindo Coelho;
Na parte da tarde, povo
das Ocupações se reuniu na Cidade Administrativa, em BH, onde acompanhou
reunião de uma Comissão dos Movimentos Sociais (Brigadas Populares, MLB e Luta
Popular), da Comissão Pastoral da Terra e representantes das Ocupações Vitória,
Esperança, Rosa Leão, Nelson Mandela, Novo Paraíso, Eliana Silva e Olaria (em
BH), Santa Maria (em Vespasiano), Guarani Kaiowá e William Rosa (em Contagem) e
Barreirinho (em Ibirité).
Pelo Governo de MG
participou da reunião o Secretário de Governo Odair Cunha, Fernando Tadeu,
Claudius e Cel. Hebert, além de outros funcionários.
Ficou acordado,
segundo Ata de Reunião, que:
1)
Reafirmado
que o Governo de MG não fará despejo sem apresentar alternativa digna de
moradia;
2)
O
Comandante Geral da PM de MG deverá receber em reunião na próxima semana uma
Comissão dos Movimentos sociais e Ocupações;
3)
O
secretário de Governo Odair Cunha assegurou que o Governador Pimentel receberá
em Audiência uma Comissão dos Movimentos sociais e Ocupações urbanas, após
alinharmos Decreto que instituirá oficialmente a Mesa de Negociação com as ocupações
e após apresentarmos proposta de lei para aprimorar a Lei 13.604/2000, buscando
assegurar legalmente em MG que não poderá haver despejo forçado sem alternativa
digna e prévia;
4)
A
Secretaria de Governo analisará buscando a suspensão/abolição do TAC firmado entre
Ministério Público de MG, prefeitura de BH, COPASA e CEMIG, TAC que proíbe a COPASA
E A CEMIG colocar água e energia nas ocupações, pois água e energia são bens
comuns e não podem continuar sendo negados ao milhares de famílias que estão vivendo
em Ocupações consolidadas, tais como as Ocupações Dandara, Camilo Torres, Irmã
Dorothy, Eliana Silva, Rosa Leão, Esperança, Vitória e muitas outras em BH. Teremos
uma resposta em 15 dias.
Assim, por volta das
17:00h, o resultado da Reunião com o Governo de MG foi apresentado em
Assembleia ao povo das Ocupações que estava acampado na Cidade Administrativa
esperando o fim da reunião. Animado e feliz com as várias vitórias das lutas de
hoje, o povo voltou para as ocupações-comunidades, certos de que só será
respeitado ao demonstrar a força do Poder Popular em lutas coletivas, com
organização e cumplicidade na luta que é de todos por uma cidade e sociedade
que caiba todos/as.
Pela CPT,
frei Gilvander
Moreira. www.freigilvander.blogspot.com.br
Ato Nacional Periferia ocupa a cidade! Reforma Urbana de Verdade! Release e Nota à Imprensa e à sociedade. BH, 18/03/2015
Ato
Nacional
Periferia
ocupa a cidade! Reforma Urbana de Verdade!
De 13
estados do Brasil, 18 de março de 2015.
As cidades, espaços de vida da
maioria do povo brasileiro, são historicamente produzidas e reproduzidas pelo
manto do capital imobiliário, segundo interesses das elites políticas e
econômicas, fortalecendo a segregação urbana e a desigualdade social. Milhões
de pessoas, trabalhadores e trabalhadoras, constroem coletivamente as cidades,
mas são privadas de exercitarem os direitos mais elementares no espaço urbano e
sofrem violências diversas do Estado.
No Brasil há uma crise urbana
aguda em função do enorme déficit habitacional que ultrapassa 7 (sete) milhões
de moradias. Além disso, milhões de brasileiros vivem em áreas urbanas sem
acesso à água, sem serviços de coleta de lixo, sem sistema de saneamento
básico, com graves restrições no que toca à mobilidade urbana, sofrendo com a
militarização das cidades e com a violência policial.
O modelo de política urbana
adotado pelo governo federal nos últimos anos privilegia abertamente o setor
imobiliário - as construtoras, incorporadoras e os proprietários de terra
urbana - que lucraram e lucram bilhões de reais. Não há uma política urbana que
contenha os avanços do capital imobiliário e que seja capaz de fortalecer as
políticas públicas de habitação de interesse social e de urbanização no país.
Prova dessa postura foi a indicação de Gilberto Kassab para o Ministério das
Cidades como representante do setor imobiliário em detrimento de políticas que
produzam justiça urbana.
O projeto de reforma urbana
baseado em um modelo de desenvolvimento que entende a cidade como uma
mercadoria, o povo enquanto consumidor e privilegia as grandes construtoras e
empresas é incapaz de sanar a crise urbana e resolver os problemas de falta de
moradia digna, transporte e serviços públicos de qualidade. O maior programa de
moradia do país - Minha Casa, Minha Vida - lançado para dar resposta à crise
internacional de 2008 - foi incapaz de reduzir o déficit habitacional no país,
pois ao mesmo tempo que construiu moradias, alimentou a concentração fundiária
e a especulação imobiliária: cerca de 70% dos contratos do Minha Casa, Minha
Vida estão concentrados nas dez maiores construtoras e incorporadoras do país.
Não será fortalecendo a lógica do capital imobiliário que resolveremos a crise
urbana.
A reforma urbana de verdade é
construída a partir da iniciativa do povo de periferia organizado que ocupa
terras improdutivas, constrói o espaço urbano e luta pelo direito à cidade e
pela efetividade dos mecanismos de controle urbano do capital.
A periferia que ocupa a cidade
faz o Brasil parar, hoje, dia 18 de Março de 2015 para colocar para todo o País
a necessidade de uma reforma urbana popular e de massas nos seguintes termos:
1.
O Governo Federal
deve
lançar imediatamente a terceira etapa do
Programa Minha Casa Minha Vida - barrado até o momento pelo ajuste fiscal
antipopular - e modificando profundamente a configuração em relação às
primeiras duas etapas. O programa deve priorizar a gestão direta pelos
movimentos em detrimento das empreiteiras; a localização central e maior
qualidade das moradias; e a garantia de ao menos 70% das moradias para famílias
com renda inferior a 3 salários mínimos, mantendo o subsídio.
2.
As comunidades e os movimentos sociais devem ser tratados como
caso de política e não de polícia pelos governos e pelo judiciário. É
necessário que se suspenda todos os
despejos e urbanize as áreas ocupadas, garantindo o pleno acesso aos bens e
serviços públicos essenciais para o exercício do direito à cidade.
2.
Os
municípios devem efetivar os mecanismos de regulação urbana e controle da
especulação imobiliária previstos no Estatuto das Cidades, como o
IPTU progressivo, a desapropriação sansão e as áreas de especial interesse
social. Sem a contenção da especulação, construir mais moradias para sanar o déficit
habitacional é como enxugar gelo!
3.
É necessário promover o controle
social dos alugueis mediante a mudança na lei federal nº 8.245/1991. O
aumento no valor dos aluguéis, impulsionado pela especulação imobiliária, tem
despejado de maneira silenciosa milhões de pessoas no Brasil.
4.
Tarifa
zero nas cidades brasileiras como forma de garantir o
direito de ir e vir de toda a população. Efetivação
do transporte público como direito social, financiado por tributação
progressiva, caracterizado como serviço público fundamental que assegura o
acesso a outros direitos tais como o direito ao lazer, trabalho, saúde e
educação.
5.
Combate à
Violência Policial, uma das principais materializações da Violência do Estado. A
violência policial em vilas, favelas, aglomerados, ocupações e bairros de
periferia é sistemática e estrutural, ceifando centenas de milhares de vidas,
principalmente voltada para jovens negros e pobres. A lógica da Polícia Militar
é a lógica do inimigo interno materializado no povo pobre das periferias. Como
resposta faz-se urgente a desmilitarização
da Polícia Militar!
PERIFERIA
OCUPA A CIDADE! REFORMA URBANA DE VERDADE!
Assinam o
manifesto:
RESISTÊNCIA
URBANA - Frente Nacional de Movimentos:
MUST (Movimento Urbano Sem Teto de SJC/Pinheirinho)
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)
Brigadas Populares
Movimento Luta Socialista (MLS)
Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB)
Nós da Sul
Comitê Popular da Copa/RS
Movimento Luta
Popular (MLP)
Comissão Pastoral da
Terra – CPT/MG
Movimento de Luta nos
Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Frente Terra e Autonomia (FTA)
Contatos para maiores informações com:
Rafael,
cel. 31 8812 0110; Bela, cel.: 31 8629 0189; Leo, cel.: 31 9133 0983; Lacerda,
cel.: 31 9708 4830; Deise, cel.: 31 86005895; Charlene, cel.: 31 9338 1718;
cel.: Elielma, cel.: 31 9343 9696; Edna, cel.: 31 8816 1672; Romerito, cel.: 31
9609 8281.
segunda-feira, 9 de março de 2015
Guarda Municipal de Belo Horizonte fazer reintegração de posse? Frei Gilvander Moreira, da CPT. BH, 09/03/2015
Guarda Municipal de Belo Horizonte fazer reintegração de
posse?
Frei
Gilvander Moreira, da CPT.
O
prefeito de Belo Horizonte, MG, Márcio Lacerda (PSB), anunciou no dia 07 de
março de 2015, a intenção de montar uma equipe da Guarda Municipal para evitar
ocupações de terrenos públicos e até agir no cumprimento de ordens de
reintegração de posse. O vereador Adriano Ventura (PT), comprometido com os
movimentos sociais de luta por moradia, criticou a medida. “Isso demonstra uma
total falta de tato do prefeito para negociar com os movimentos sociais,
querendo resolver tudo na marra”, afirmou. Segundo Adriano, o prefeito revelou
que a equipe especial da Guarda Municipal contará com 200 homens. Inaceitável
isso, pois é mais um passo na militarização dos problemas sociais. Estupidez, isso
é aumentar a violência contra quem já
vem sendo violentado há muito tempo, centenas de milhares de famílias sem-terra
e sem-casa.
Estima-se
que o déficit habitacional em Belo Horizonte (BH) esteja em 150 mil moradias. Em
2010, segundo a Fundação João Pinheiro, faltavam em BH 78 mil moradias. A
prefeitura de BH (PBH) não entregou até agora nenhuma casa pelo Minha Casa
Minha Vida, apenas poucos apartamentos, que na verdade são apertamentos. Milhares
de famílias estão em Bolsa Moradia. A PBH parou de pagar Bolsa Moradia para
muitas famílias sem reassentá-las. O Programa Vila Viva, melhor dizendo, Vila
Morta, reassenta só 50% das famílias que são atingidas pelas inúmeras e
constantes intervenções das obras na cidade para atender o interesse dos que
podem andar em carros particulares ou residir nas melhores áreas urbanas. Nos
últimos seis anos milhares de casas foram demolidas em BH para arrumar “casas”
para automóveis, alargamentos de avenidas, viadutos e estacionamentos,
inclusive subterrâneos. Em BH, nos últimos anos a PBH mais destrói casas do que
constrói.
“Uma
pessoa sem casa é como um pássaro sem ninho: voa, voa, mas não tem onde se
assentar”, diz muita gente que está debaixo da pesadíssima cruz do aluguel.
“Uma pessoa sem casa é como um pássaro sem asa: não voa”, dizem outros que
amargam a humilhação que é sobreviver de favor nas costas de parentes. O povo
sem-casa, após esperar demais, perdeu a paciência e descobriu que se ficar
resignado esperando, vai morrer aos poucos sem moradia própria, digna e
adequada. Por isso, com o apoio de Movimentos Sociais, tais como as Brigadas
Populares, o MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas), de Pastorais
Sociais, tal como a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e com uma grande Rede de
Apoio, tais como os arquitetos da Associação dos Arquitetos Sem Fronteira, os advogados
do Coletivo Margarida Alves, geólogos, artistas, professores, estudantes de
diversas Universidades e colégios, o povo, por meio de/nas ocupações, já construiu, nos últimos
sete anos, mais de 10 mil casas de alvenaria, se libertando das cruzes do
aluguel e da sobrevivência de favor, em áreas de risco ou nas ruas.
A
história demonstra que problema social só se supera de forma justa e pacífica
com a efetivação de políticas públicas, com diálogo e negociação com o povo
organizado e com os movimentos sociais. A injustiça social que leva um enorme e
crescente déficit habitacional é um gravíssimo problema social que jamais pode
ser tratado com repressão pela polícia e muito menos pela Guarda Municipal. É inadequado,
além de covarde, reprimir famílias que desesperadamente buscam um lugar para
sobreviver. A lei da gravidade não foi abolida. Logo, não dá para as pessoas
construírem suas casas no ar tendo ressarcidas somente as benfeitorias como é
feito nas indenizações. Quanto mais repressão mais ocupações ocorrerão. O
melhor remédio é frear a especulação imobiliária e acelerar os projetos de
habitação popular dialogando com o povo organizado Sem Casa e com os movimentos
sociais.
Enfim,
é inconstitucional, injusto e imoral colocar a Guarda Municipal, e até mesmo a
polícia militar para tratar de problemas sociais como os das ocupações. Segundo
a atual Constituição brasileira de 1988 e os vários tratados internacionais dos
quais o Brasil é signatário, reintegração de posse apenas como último recurso
que deve ser precedido de processo autêntico de negociação que leve a
alternativa digna de moradia prévia. Ou seja, chave a chave. Decisões judiciais
em alguns estados têm sido nesta linha. Por isso lutamos em respeito à
dignidade humana e para que o direito constitucional à moradia se concretize.
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