quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Dia de luta das Ocupações Urbanas em Belo Horizonte, MG: Uma significativa vitória para as famílias da Ocupação Nelson Mandela, na Serra, em Belo Horizonte, MG, e, indiretamente para todas as ocupações de BH, de MG e do Brasil.


Dia de luta das Ocupações Urbanas em Belo Horizonte, MG: Uma significativa vitória para as famílias da Ocupação Nelson Mandela, na Serra, em Belo Horizonte, MG, e, indiretamente para todas as ocupações de BH, de MG e do Brasil.

Hoje, dia 02/02/2015, segunda-feira, cerca de 600 pessoas das Ocupações da Isidora (Ocupações Rosa Leão (com 1.500 famílias), Esperança (2.500 famílias) e Vitória (4.500 famílias), da Ocupação Nelson Mandela, no Aglomerado da Serra, em BH, da Ocupação Barreirinho, em Ibirité, MG, com participação de representação de várias outras ocupações, das 08:00h às 14:00h, cerca de 600 pessoas se manifestaram diante da sede da Prefeitura de BH bloqueando a Av. Afonso Pena nos dois sentidos e depois marchando, via rua da Bahia, até a sede da URBEL, onde bloquearam o trânsito na Av. do Contorno, esquina com rua da Bahia, na Savassi. Isso enquanto acontecia das 10:00h às 13:30h, reunião na Cidade Administrativa, no Ed. Gerais, 14º andar. Reunião de Negociação com as Ocupações da Isidora e para evitar os despejos iminentes da Ocupação Nelson Mandela, marcado para amanhã, 3f., 03/02/2015, e despejos das Ocupações Barreirinho (cerca de 100 famílias), em Ibirité e Chico Xavier (cerca de 100 famílias), no bairro Xodó-Marise, em BH.

Com a luta de hoje e muitas outras lutas anteriormente, obtivemos uma grande vitória: foi publicada agora uma decisão maravilhosa do juiz Magid Láuer, juiz substituto da 3ª Vara de Fazenda Pública municipal, sobre a Ocupação Nelson Mandela, Serra, BH. Ele manteve a decisão de reintegração de posse que deverá ser feita dia 06 de março de 2015, mas com 5 condições: 1) Até o dia 13/02/2015 as famílias que construíram barracos na parte de baixo da “barragem” de amortecimento de águas da chuva devem ser mudadas para a parte superior do imóvel; 2) A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) devera incluir todas as famílias ocupantes em um dos seus programas habitacionais no prazo de 15 dias, até o dia 19/02/2015; 3) Caso a Prefeitura de Belo Horizonte não cumpra a inclusão em um dos programas, o juiz determinou a inclusão das famílias ocupantes no Programa Bolsa Moradia da PBH, com início de pagamento para o próximo 01/03/2015; 4) Que o Governo de MG oficialize junto à PBH sua contribuição, que será reassentar definitivamente as famílias; 5) A PM deverá cumprir a reintegração de posse dia 06 de março de 2015, após o cumprimento das condições postas, acima. Pátria Livre! Venceremos! Viva o poder Popular! Enquanto morar for privilégio, ocupar será direito e dever! abs. Frei Gilvander Moreira, assessor da CPT.

Eis, abaixo, transcrição da Ata da Reunião na Cidade Administrativa, reunião boa.

Ata de Reunião.
Aos 02 dias de fevereiro de 2015 na Cidade Administrativa, na sede da Companhia de Habitação de Minas Gerais, foi realizada a Primeira reunião de diálogo entre partes interessadas: Governo estadual de Minas Gerais (COHAB, SEPLAG, SEGOV e PMMP), Movimentos populares (Brigadas Populares, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)), Câmara Municipal de Belo Horizonte (vereador Adriano Ventura). Tendo como princípio “Ouvir para governar”, foi discutida e deliberada a seguinte pauta:
1.   Instalação da comissão Intersetorial de Mediação de conflitos fundiários urbanos e do campo (Mesa de Negociação Permanente entre o Governo de MG e Movimentos sociais sobre Ocupações Urbanas e do Campo).
Encaminhamento: A COHAB e a SEPLAG apresentarão uma proposta de construção da Mesa de Diálogo Permanente, que será apresentada e aprovada na próxima reunião.
Prazo: Próxima reunião será no dia 12 de fevereiro de 2015, das 14:00h às 17:00h, na Cidade Administrativa.
2.   Dilatação/ampliação do prazo da reintegração de posse da Ocupação Nelson Mandela, na Serra, BH.
Encaminhamento: A advocacia Geral do Estado apresentou ofício ao TJMG pedindo dilatação de prazo para o despejo da Ocupação Nelson Mandela, explicitando a necessidade de alternativa de moradia digna às famílias ocupantes e explicitando compromisso do Governo de Minas em reassentar definitivamente as famílias nas primeiras unidades que serão construídas pelo Estado em BH e RMBH, em área limítrofe com BH.
3.   Ameaças de despejo das Ocupações Chico Xavier, no bairro Xodó-Marise, em BH, Nelson Mandela, na Serra, BH e Barreirinho, em Ibirité;
Encaminhamento: Será aberta Negociação inclusive com essas novas ocupações.
4.   Necessidade de se fazer cadastro socioeconômico das famílias das Ocupações da região da Isidora;
Encaminhamento: A COHAB fará a articulação com a SEDESE para viabilizar a realização do cadastro socioeconômico.
5.   Continuidade de diálogo para evitar despejos sem alternativa de moradia digna.
Encaminhamento: Está aberto processo de construção e transparência do diálogo.
Observação: Foi frisado que as famílias da Ocupação Nelson Mandela e os Movimentos Sociais não aceitam o envio das famílias para abrigos públicos. O mínimo aceitável é Bolsa Moradia a ser concedida pela PBH/URBEL e/ou Governo de Minas, seguida de reassentamento definitivo pelo Governo de MG.
Belo Horizonte, MG, 02 de fevereiro de 2015.
Assinam essa Ata,
Cláudius Vinícius, presidente da COHAB  de MG.
Fernando Tadeu Daniel, pela SEGOV;
Lígia Maria Alves Pereira, pela SEPLAG;
José Antônio Mendes, Major, pela PMMG;
Flávia Mota, secretária da COHAB;
Isabela Gonçalves de Miranda, pelas Brigadas Populares;
Frei Gilvander Luís Moreira, pela Comissão Pastoral da Terra;
Cristiane Campos Ribeiro, pela Ocupação Barreirinho;
Leonardo Péricles, pelo MLB;
Edna Gonçalves Lopes, pela Ocupação Esperança;
Amanda Reis de Carvalho, pela Ocupação Vitória;
Elielma Carvalho, pela Ocupação Vitória;
Graciele Diogo, pela Ocupação Rosa Leão.



MANIFESTAÇÃO NA PORTA DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE: Ocupações unidas na luta por moradia digna e contra despejos. Nota Pública. bh, 02/02/2015


MANIFESTAÇÃO NA PORTA DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE: Ocupações unidas na luta por moradia digna e contra despejos.
Nota Pública.
Belo Horizonte, 02 de fevereiro de 2015.

As famílias das Ocupações da Isidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória), a Ocupação Nelson Mandela do Aglomerado da Serra (e outras Ocupações Urbanas em solidariedade) estão nesta manhã de segunda-feira, dia 2 de fevereiro de 2015, realizando manifestação na porta da sede da Prefeitura de Belo Horizonte (Av. Afonso Pena, 1212), para exigir do Poder Público municipal uma postura minimamente democrática, republicana e cidadã face aos processos de negociação que envolvem o futuro das ocupações.
O Executivo Municipal, comandado por Márcio Lacerda (PSB), segue transbordando intolerância, preconceito e insensibilidade face um dos mais graves problemas sociais de Belo Horizonte - o gigantesco déficit habitacional da cidade – estima-se que o déficit habitacional só em BH esteja em 150 mil moradias -, a sua inoperante política de moradias e o surgimento exponencial de ocupações urbanas - e continua a negar qualquer possibilidade de tratamento desse gravíssimo problema social que não passe pelo uso temerário e radical da violência policial para a realização dos despejos forçados.
No caso das Ocupações da Isidora – 8 mil famílias nas Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória -, a Prefeitura de BH nunca apresentou em uma mesa de negociação alguma proposta que fosse justa, conciliada e pacífica nas mais de 20 reuniões que fizemos com várias instituições públicas - Governo do Estado de Minas Gerais, Ministério Público estadual (MPE/MG), Defensoria Pública estadual (DPE/MG) e Governo Federal - e continua criminalizando as famílias moradoras das ocupações da região da Operação Urbana da Isidora em que pese o reconhecimento e legitimidade nacional e internacional que a luta das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória auferiu entorno do direito à cidade, expressa, entre outras formas, na Carta de Apoio com a assinatura de mais de 600 professores/as universitários/as e intelectuais do Brasil e do Mundo.
No caso da Ocupação Nelson Mandela do Aglomerado da Serra, a Prefeitura de BH e a URBEL (Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte), empresa pública responsável pela gestão da política habitacional da cidade) são os únicos atores que não concordaram com o adiamento do prazo da reintegração de posse para a inclusão das famílias moradoras de área de risco parcial e moderado em programas habitacionais do município.
Em audiência judicial ocorrida no dia 16 de janeiro de 2015, a DPE/MG, o MPE/MG, a Advocacia Geral do Estado e pasmem: até o Comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, Coronel Ricardo Machado, se dizendo pessoalmente atento e preocupado com a situação de vulnerabilidade das famílias, defendiam a ampliação do prazo do despejo para que fossem buscados alternativas de moradia digna para as pessoas. Mas a procuradora do município e uma Diretora da URBEL, presentes na reunião, se negaram a fazê-lo, requerendo do juiz a manutenção da ordem de remoção forçada para amanhã, terça-feira, dia 3 de fevereiro de 2014, sem nenhuma alternativa de moradia! Ou seja, o PBH e URBEL só insistem em jogar as 50 famílias da Ocupação Nelson Mandela no olho da rua, pisando agressivamente na dignidade delas. Isso é uma covardia sem tamanho. As 50 famílias da Nelson Mandela estão prestes a terem sua situação de vulnerabilidade social e econômica ainda mais agravada com a realização do despejo e a destruição de seus lares amanhã, terça-feira, 03/02/2015, sem a menor comoção da PBH e dos/as Diretores da URBEL.
A prefeitura segue de vento em poupa com seu projeto de higienização da cidade, removendo a pobreza para a periferia cada vez mais distante! A ocupação Nelson Mandela, da Serra, em BH, em que pese ter se estabelecido em área inadequada para assentamento permanente, é composta por moradores do Aglomerado da Serra em situação de extrema pobreza que, para melhorar minimamente suas condições de vida, escaparam dos preços abusivos dos aluguéis – cruz pesadíssima - do Aglomerado (média de 550 reais por barraco) ocupando área próxima ao centro da cidade.
Como já declarado, a PBH/URBEL possuiu três programas - o Bolsa Moradia (DECRETO Nº 14.850, DE 05 DE MARÇO DE 2012), o Programa Estrutural de Área de Risco - PEAR (DECRETO Nº 15.762, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2014) e o Programa de Reassentamento PROAS (Decreto N° 9.805 de 21 de dezembro de 1998) - para erradicar áreas de risco que não são efetivados por pura falta de vontade para resolver um conflito com POLÍTICA E NÃO COM POLÍCIA, uma vez que todas as famílias das ocupações se encaixam nos critérios de tais programas, quais sejam: são famílias pobres, oriundas de área de risco, não possuem outra moradia, residem no município há mais de cinco anos e se estabelecem no local há mais de 12 meses. Importante recordar que um Laudo geológico-geotécnico do geólogo Dr. Carlos van Sperling demonstrar que não há risco geológico no local conforme alegou a URBEL. Logo, não há a necessidade de escorraçar as famílias de lá como se houvesse risco geológico grave.
A manifestação ocorre nessa manhã de segunda-feira também por ocasião da realização, na Cidade Administrativa do Estado de MG, às 10h00, no 14º andar do Ed. Gerais, na Presidência da COHAB, da primeira  reunião de negociação com o novo Governo do Estado (PT), para tratar do processo de negociação em busca de uma saída justa e pacífica para o grande conflito que envolve as Ocupações da região da Isidora, envolvendo as cerca de 8 mil famílias.

Estão participando da Mesa de Negociação da parte do Governo do Estado, o chefe de gabinete do secretário de Planejamento Helvécio Magalhães, o Tadeu, da secretaria de Governo do Governador Pimentel, o presidente da COHAB Claudius Vinicius, mais a Defensoria Pública de MG, a promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público, representantes das três ocupações urbanas, dos movimentos sociais, membros da Associação dos Arquitetos Sem Fronteiras (ASF) e professores apoiadores da PUC MINAS.
As famílias das ocupações, as coordenações e os movimentos sociais esperam avançar no processo de negociação, obtendo do Governo do Estado de MG mais uma postura que ratifique o compromisso assumido durante a campanha por DESPEJO ZERO em MG, no campo e na cidade. Isto é, esperam do Governo do Estado uma postura que facilite a mediação do conflito para uma solução definitiva que, além de justa e pacífica, contemple fortemente o DIREITO À MORADIA ADEQUADA de TODAS ÀS FAMÍLIAS das Ocupações da Isidora.

Como já expressado nessa Nota, foi rechaçado, por unanimidade, por todos moradores das Ocupações da Isidora, a proposta da construtora Direcional S.A. Esta, além de contemplar somente 790 famílias das mais de 3.500 cadastradas pelo Ministério Público, viola flagrantemente os direitos à moradia adequada e à cidade conquistados pela tradição de ocupações urbanas horizontais da RMBH que constroem bairros para além dos marcos da produção capitalista do espaço e com consistência urbanistíca, ambiental e sócio-política.


Em contrapartida as ocupações da Isidora e sua rede de apoio apresentam e defendem como solução justíssima e viável a proposta construída em conjunto com arquitetos da ASF e do Escritório de Integração da PUC, apresentada na mesma Nota, no link, acima. E que basicamente significa a manutenção, sob o domínio das ocupações Esperança e Vitória, cerca de 70% de seus territórios atuais, liberando, isto é, desocupando espontaneamente, outros 30% da área ocupada para a viabilização do empreendimento planejado pela Direcional S.A que deve ser redimensionado e compatibilizado com a manutenção das famílias das Ocupações.

Por isso que as famílias das Ocupações Urbanas Nelson Mandela, Rosa Leão, Esperança e Vitória, os movimentos sociais organizados e a rede de apoio vem requerer da Prefeitura de Belo Horizonte:

1) A suspensão provisória do despejo da Nelson Mandela marcado para esta terça-feira, dia 3 de fevereiro de 2015 e a consequente inclusão da totalidade de suas famílias em um dos programas do município que garantem alternativa de moradia para que as famílias possam desocupar espontaneamente a área, solucionando o conflito sem o uso da força e violência policial! As famílias e os movimentos sociais não aceitam empurrar as famílias para abrigos públicos. O mínimo aceitável é bolsa moradia com reassentamento definitivo em seguida.

2) A participação republicana e democrática da Prefeitura de Belo Horizonte na mesa de negociação que trata do conflito das Ocupações da Isidora, no sentido de viabilizar a regularização da Ocupação Rosa Leão e de parte da área das Ocupações Esperança e Vitória, conforme Contraproposta de negociação dos moradores apresentadas à mesa.

Obs.: Para maiores informações, vejam outras Notas, fotos, vídeos e, inclusive Nota que descreve todo o conflito da perspectiva jurídica, no blog www.ocupacaonelsonmandelaserrabh.blogspot.com.br e nos Blogs das Ocupações da Isidora.

Belo Horizonte, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2015 

Assinam esta Nota Pública:
Moradores das Ocupações-comunidades Nelson Mandela do Aglomerado da Serra, e Coordenações das Ocupações da Isidora.
Comissão Pastoral da Terra (CPT),
Brigadas Populares
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Contatos para maiores informações:
 Com Rafael, cel. 31 88120110, ou com Romerito, cel.: 31 8352 8035 ou 7164 9983, com Charlene, cel. 31 9312 1718, ou Leo, cel.: 31 9133 0983 ou com frei Gilvander Moreira.

     




  





  



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