Acampamento Padre Domingos, do MST, no município de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais: Fazenda São Roque, de 1.350 hectares, só capim, improdutiva e sem cumprir a função social, mas que ainda não foi repassada para a Reforma Agrária. Dezenas de famílias Sem Terra do MST estão lutando por esse latifúndio. BH, 26/06/2014.
Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Acampamento Padre Domingos, do MST, no município de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais: Fazenda São Roque, de 1.350 hectares, só capim, improdutiva e sem cumprir a função social, mas que ainda não foi repassada para a Reforma Agrária. Dezenas de famílias Sem Terra do MST estão lutando por esse latifúndio. BH, 26/06/2014.
Povo da Ocupação Rosa Leão cobra da Prefeitura de Belo Horizonte Posto de Saúde para cuidar do povo das Ocupações do Isidoro, em BH, dia 18/06/2014.
Povo da Ocupação Rosa Leão cobra da Prefeitura de Belo Horizonte Posto de Saúde para cuidar do povo das Ocupações do Isidoro, em BH, dia 18/06/2014.
terça-feira, 24 de junho de 2014
Nova Ocupação em terreno do CEASA, em Contagem, MG, ao lado da Ocupação William Rosa, com cerca de 600 famílias sem-terra e sem-casa.
Nova Ocupação em
terreno do CEASA, em Contagem, MG, ao lado da Ocupação William Rosa, com cerca
de 600 famílias sem-terra e sem-casa.
Parabéns ao Povo da Ocupação
William Rosa e a outras 600 famílias que ocuparam hoje outro terreno "do
CEASA", em Contagem, MG, terreno abandonado há séculos, sem cumprir função
social, servindo para especulação. Só na luta coletiva a casa própria e digna,
um direito constitucional, sai do papel e se constrói. A tensão é grande no
local, pois a PM está no local. Sem decisão judicial de reintegração e sem
alternativa digna não é admissível despejo. Pátria Livre! Venceremos! Abraço na
luta. Frei Gilvander Luís Moreira
Cf. Nota no link, abaixo:
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Grandes projetos, um tormento na vida dos pobres, texto de frei Gilvander. BH, 23/06/2014.
Grandes projetos, um tormento na vida
dos pobres[1]
Gilvander
Luís Moreira[2]
Vivemos um tempo
perigoso. O capitalismo, máquina de moer vidas, está funcionando a todo vapor
triturando vidas de bilhões de pessoas e de outros seres da biodiversidade.
Estamos em tempos de fundamentalismos, de céus povoados de anjos e entidades,
de demônios por todos os lados, de gritaria de deuses, de promessas, de busca
insaciável de bênçãos, de procissões, de peregrinações, de necessidade de
expiação, de moralismos, de religiões sem Deus, de salvações sem escatologia,
de cristianismos light, de
libertações que não vão muito além da autoestima. Enfim, tempos de autoajuda,
de dar um jeitinho para ir empurrando a vida.
Clamores
ensurdecedores brotam dos porões da humanidade. A mãe Terra clama para ser
salva, pois está sendo crucificada impiedosamente pelos grandes projetos
capitalistas. Medo, insegurança e instabilidade atingem a todos. Atualmente
insiste em imperar uma mística anti-evangélica do descompromisso com os pobres.
Estes, além de empobrecidos, são marginalizados, injustiçados e acusados de
serem os responsáveis primeiros pela sua situação de miséria. Inverte-se a
realidade: os verdugos tentam parecer bons samaritanos. As vítimas são
consideradas vagabundas, irresponsáveis e bagunceiras.
A estrutura de
violência e de exclusão fragmenta multidões, deixando as pessoas em cacos. É
hora de recompor os cacos em um grande e articulado mosaico. É hora de reintegrar as nossas forças e
energias vitais.
Em
2014 no Brasil, e na maioria dos países do mundo, o povo vive sob as agruras e
o tormento dos grandes projetos. Por aqui estes são executados em nome do PAC –
Programa de Aceleração do Crescimento -, no Nordeste, apelidado de Programa de
Ameaça às Comunidades. Dentre os grandes projetos do PAC, os de maior impacto
são: as grandes barragens e usinas hidrelétricas, como as de Jirau e Santo
Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia; a barragem e hidrelétrica de Belo Monte,
no rio Xingu, em Altamira, no Pará; a Transposição das águas do rio São
Francisco; construção de vários portos e aeroportos e ampliação e modernização
de outros; fusão de grandes empresas que concentram cada vez mais o capital e
vão matando as pequenas empresas. Exemplos não faltam nas áreas de
telecomunicações, de aviação, das construtoras, dos grandes supermercados,
dentre muitos outros. Muitos pensam que esses projetos beneficiam todo o povo,
mas, na realidade, tratam-se de infraestrutura para viabilizar o crescimento do
capital, hoje primordialmente nas garras de empresas transnacionais. Quase
sempre esses grandes projetos são realizados por grandes empresas, mas por meio
de financiamento público, via BNDES[3].
A
chegada de um grande projeto é sempre envolvida por campanha publicitária
espetacular que anuncia estar chegando à região uma alavanca de desenvolvimento
social, geradora de emprego e que não irá causar grandes males à já tão sofrida
natureza, a biodiversidade e às pessoas. Chefes da política, da economia e até
da religião são cooptados e muita gente seduzida. Assim, a massa acolhe esses
projetos como se fossem benfeitores que trarão emprego e melhorias sociais,
mas, logo, descobre que se gera poucos empregos e, muitas vezes, em condições
análogas à de escravidão. Acontece o que ensina a fábula do Escorpião e o Sapo, que diz: um escorpião pede a um sapo que o leve através de um
rio. O sapo tem medo de ser picado durante a viagem, mas o escorpião argumenta
que não há motivo para o sapo temer tal traição, pois se picar o sapo, esse
afundaria e o escorpião da mesma forma iria junto afogar. O sapo concorda e começa a carregar o
escorpião, mas no meio do caminho, o escorpião, de fato, aferroa o sapo,
condenando ambos. Quando perguntado por que, o escorpião responde que esta é a
sua natureza. Isso mesmo: a natureza do capitalismo é aferroar vidas o tempo
todo e cada vez com mais veneno. O funcionamento do capitalismo exige expansão,
crescimento sem limites. Isso é impossível pois a natureza precisa de tempo
para se recuperar das agressões. A mercadoria, base da acumulação do capital,
destrói o ambiente e explora os trabalhadores. Portanto, não dá mais para
acreditar que na nossa caminhada na vida o capitalismo seja a melhor companhia.
Por
tudo isso, é um imenso desafio enfrentar o poder opressivo do capital diante
desses mega projetos. Voltando o nosso olhar atentamente para as narrativas
bíblicas, percebemos que o povo da Bíblia também experimentou na própria pele
as agruras de grandes projetos. Resgatar um pouco do que foram esses grandes
projetos e como o povo bíblico resistiu diante deles, talvez possa inspirar em
nós táticas e estratégias para o enfrentamento aos grandes projetos de hoje.
Isso é o que veremos nas próximas partes do Artigo “Grandes projetos na Bíblia
e a Resistência do Povo”.
Belo
Horizonte, 23 de junho de 2014.
[1] Eis aqui a 1ª parte
do Artigo publicado na Revista Estudos Bíblicos, Vol. 30, n. 120, out/dez 2013,
pp. 339-358.
[2] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; licenciado e bacharel em
Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese
Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; doutorando em
Educação pela FAE/UFMG; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; conselheiro
do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de Minas Gerais – CONEDH. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br
– www.freigilvander.blogspot.com.br
- http://www.twitter.com/gilvanderluis
- facebook: Gilvander Moreira
[3] Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Mas o
“social” está esquecido, desenvolve-se o econômico às custas do social.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
Dia 16/05/2014, frei Gilvander Moreira foi entrevistado por Gilson Reis, no Programa Café & Prosa, na TVC/BH, sobre Ocupações urbanas.
Dia
16/05/2014, frei Gilvander Moreira foi entrevistado por Gilson Reis, no
Programa Café & Prosa, na TVC/BH, sobre Ocupações urbanas.
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Palavra Ética, na TVC/BH, com Antônio Eduardo, do CIMI/LESTE: Direitos dos povos indígenas ameaçados pela bancada ruralista. BH, 17/06/2014.
Palavra
Ética, na TVC/BH, com Antônio Eduardo, do CIMI/LESTE: Direitos dos povos
indígenas ameaçados pela bancada ruralista. BH, 17/06/2014.
Palavra Ética, na TVC/BH, com Dr. Ailton e Renivaldo, da Ocupação Dom Tomás Balduíno, em Betim, MG: 75 famílias na luta por moradia própria e digna. BH, 17/06/2014.
Palavra
Ética, na TVC/BH, com Dr. Ailton e Renivaldo, da Ocupação Dom Tomás Balduíno,
em Betim, MG: 75 famílias na luta por moradia própria e digna. BH, 17/06/2014.
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