Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Governador de Minas se reuniu com representantes das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória e William Rosa: MESA DE NEGOCIAÇÃO CONTINUA ABERTA.
Governador de Minas se reuniu com
representantes das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória e William Rosa:
MESA DE NEGOCIAÇÃO CONTINUA ABERTA.
Nota Pública à Imprensa e à Sociedade.
Belo Horizonte, MG, Brasil, 03 de dezembro de 2013.
Ontem, segunda-feira, dia 02 de dezembro de 2013, às 16h20, Wander Borges, secretário da Secretaria de Regularização Fundiária do Governo de Minas Gerais, telefonou para frei Gilvander dizendo que o Governador Antonio Anastasia estava voltando de Montes Claros e queria se reunir com a Comissão de representantes das Ocupações Rosa Leão (1.500 famílias), Esperança (2 mil famílias), Vitória (4.500 famílias) e William Rosa (3.900 famílias; no total, 12 mil famílias), às 18:00h, ou seja, 1 hora e 40 minutos após, na sede do Ministério Público de MG, à Rua Dias Adorno, 367, BH. Após muita correria, 10 representantes das Ocupações, acima referidas, entre os quais representante das Brigadas Populares, do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas - MLB, da Comissão Pastoral da Terra - CPT, da CSP-Conlutas/Luta Popular, que dias atrás foram chamados de forma provocadora de “terroristas” pelo prefeito de Belo Horizonte, o vereador Adriano Ventura, duas defensoras públicas, uma promotora de justiça do MP, dois Procuradores Gerais Adjuntos, o Procurador Geral do Ministério Público do Estado de Minas, o secretário Wander Borges e o Governador do estado de Minas Gerais, Antonio Anastasia, se reuniram no 3º andar de um dos prédios do Ministério Público.
O
Governador Antonio Anastasia ouviu atentamente durante 2 horas as lideranças das comunidades ameaçadas de despejo e
representantes dos movimentos sociais
populares que acompanham as ocupações. Depois Anastasia falou revelando seu
posicionamento. E ouviu algumas reações das lideranças diante do posicionamento
dele.
As
lideranças, entre muitas informações e reflexões, colocaram, por exemplo:
A Dra. Cláudia Spranger e a Defensoria Pública de MG pediram a suspensão dos despejos das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória. Há um imbróglio jurídico nas terras da Região do Isidoro, onde estão as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança. Sobre o terreno do CEASA/Governo Federal onde está a Ocupação William Rosa também.
A Dra. Cláudia Spranger e a Defensoria Pública de MG pediram a suspensão dos despejos das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória. Há um imbróglio jurídico nas terras da Região do Isidoro, onde estão as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança. Sobre o terreno do CEASA/Governo Federal onde está a Ocupação William Rosa também.
O
déficit habitacional em
BH e região metropolitana está imenso e
crescendo. Deve estar acima de 150 mil
moradias. O povo não tolera mais sobreviver debaixo da cruz do aluguel ou da humilhação que é sobreviver de favor. Há
possibilidade de se fazer Conciliação em
2ª Instância no TJMG. Empresários já sinalizaram para o Ministério Público dizendo que estão abertos à
negociação. O Governo Federal e o
prefeito de Contagem já deram sinal de que também virão para Mesa de Negociação. Despejo forçado é uma tragédia, é
inconstitucional, atenta contra a
dignidade humana, piora mil vezes o problema social. Sem reassentamento prévio ou alternativa digna despejos
são inadmissíveis. Despejo é rasgar a
CF/88 e desrespeitar prescrições da ONU e de vários tratados internacionais. Problema social grave como o causado
pela injustiça social e
pelo imenso déficit habitacional é problema político e não policial. Com
polícia e repressão jamais se resolve, de forma justa e pacífica, um
problema social grave como o que as ocupações trazem à tona. Além do risco grave de massacres ao tentar fazer despejos, as 12 mil famílias das quatro ocupações, se forem despejadas, jamais vão se dispersar e, aí, estará montado o caos social e caos de mobilidade em Belo Horizonte e Contagem, MG. Essas cidades não podem ser paralisadas. O povo das ocupações está revoltado e profundamente indignado com o prefeito de BH, Márcio Lacerda, que trancou a sede da PBH com correntes e cadeados dia 28/11/2013, quando o povo das ocupações marchou 26 quilômetros a pé. Márcio Lacerda ainda teve a insensatez, a covardia, de chamar o povo das ocupações de terrorista. Ao ouvir isso, várias pessoas foram hospitalizadas por causa da elevação de pressão etc. Agindo assim, o Márcio Lacerda está riscando palito de fósforo ao lado de um barril de combustível. O encaminhamento dado para as Ocupações Camilo Torres, Dandara, Irmã Dorothy, Dandara e Eliana Silva é um exemplo positivo que deve inspirar a forma de lidar com o povo das ocupações: com diálogo e jamais com repressão.
pelo imenso déficit habitacional é problema político e não policial. Com
polícia e repressão jamais se resolve, de forma justa e pacífica, um
problema social grave como o que as ocupações trazem à tona. Além do risco grave de massacres ao tentar fazer despejos, as 12 mil famílias das quatro ocupações, se forem despejadas, jamais vão se dispersar e, aí, estará montado o caos social e caos de mobilidade em Belo Horizonte e Contagem, MG. Essas cidades não podem ser paralisadas. O povo das ocupações está revoltado e profundamente indignado com o prefeito de BH, Márcio Lacerda, que trancou a sede da PBH com correntes e cadeados dia 28/11/2013, quando o povo das ocupações marchou 26 quilômetros a pé. Márcio Lacerda ainda teve a insensatez, a covardia, de chamar o povo das ocupações de terrorista. Ao ouvir isso, várias pessoas foram hospitalizadas por causa da elevação de pressão etc. Agindo assim, o Márcio Lacerda está riscando palito de fósforo ao lado de um barril de combustível. O encaminhamento dado para as Ocupações Camilo Torres, Dandara, Irmã Dorothy, Dandara e Eliana Silva é um exemplo positivo que deve inspirar a forma de lidar com o povo das ocupações: com diálogo e jamais com repressão.
Após
ouvir atentamente todas as lideranças, o Governador Antonio Anastasia teceu várias considerações, entre as quais destacamos:
“Ninguém em sã consciência não pode
deixar de reconhecer o direito de lutar para se conquistar moradia.” “Quem está em uma ocupação está por necessidade. O
Governador de MG não se nega e nunca se negará a
negociar.” “Vamos tentar identificar a saída
de forma madura e segura. Não podemos viver à margem das decisões judiciais, mas buscando sempre o equilíbrio,
a negociação e a superação dos conflitos
pelo diálogo. A vinda do Governo Federal para a Mesa de Negociação é positiva e um passo importante. Não
fecho as portas para encontrarmos uma
solução equilibrada, com serenidade, com calma. Não podemos andar em desacordo
com as decisões judiciais. Primeiro, devemos ter serenidade. Vamos continuar conversando. Cede um pouco aqui, cede um
pouco ali. Temos que ser criativos com espíritos desarmados. Vamos dar uma
solução equilibrada. Não podemos postergar ad eterno. O Secretário Wander
Borges vai combinar as próximas reuniões com frei Gilvander. O Ministério
Público de MG também vai ajudar no processo de negociação.”
Assim,
ficou definido pelo Governador de
Minas Gerais que a MESA DE NEGOCIAÇÃO com as Ocupações Rosa Leão, Esperança,
Vitória e William Rosa continua aberta.
Esperamos
que os prefeitos de BH e de Contagem, o Governo
Federal, os empresários e o TJMG venham todos para a MESA DE NEGOCIAÇÃO que deverá viabilizar moradia para as 12 mil famílias dessas quatro ocupações, tentar evitar os despejos e, assim, garantir a normalidade da vida, sem paralisação da cidade pelo povo das ocupações.
Federal, os empresários e o TJMG venham todos para a MESA DE NEGOCIAÇÃO que deverá viabilizar moradia para as 12 mil famílias dessas quatro ocupações, tentar evitar os despejos e, assim, garantir a normalidade da vida, sem paralisação da cidade pelo povo das ocupações.
Fica
claro, que terrorista não é o povo e sim um prefeito que considera que a
solução para as famílias das ocupações é a violência da PM, do Caveirão e do
despejo. Independentemente da arrogância de prefeitos, a luta pelo direito
humano de morar dignamente dessas famílias irá continuar e a união,
organização, a luta e apoio da rede de solidariedade devem aumentar ainda mais.
Negociação,
sim; despejo, não!
Prefeitos
Márcio e Carlin, recebam as ocupações!
Presidenta
Dilma e Ministro das Cidades, queremos Minha Casa Minha Vida via Entidades. E a
participação altaneira de vocês na Mesa de Negociação.
Enquanto
morar for um privilégio, ocupar é um direito!
Assinam
essa Nota Pública,
Brigadas
Populares, MLB, CPT, Coletivo Rosa Leão, CSPConlutas/ Luta Popular, Rede de
Apoio e Coordenações das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória e William Rosa.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Vanessa, da Ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte, responde ao prefeito Márcio Lacerda: Quem é terrorista: o prefeito de BH ou o povo pobre que luta? Oito mil famílias das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória que lutam por moradia para sair da cruz do aluguel ou da humilhação que é sobreviver de favor OU UM PREFEITO QUE NÃO SE ABRE PARA O DIÁLOGO, PARA NEGOCIAÇÃO COM OS POBRES? BH, 30/11/2013.
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