segunda-feira, 10 de abril de 2017

Fazendeiro e jagunços ferem cinco Trabalhadores e Trabalhadoras do MST a bala no Norte de Minas, em emboscada.

Fazendeiro e jagunços ferem cinco Trabalhadores e Trabalhadoras do MST a bala no Norte de Minas, em emboscada.


       Neste domingo, dia 09/04/2017, cerca de 300 trabalhadores rurais Sem Terra foram covardemente atacados pelo fazendeiro Léo Andrade e seus capangas. Léo se diz dono da Fazenda Norte América e no passado, acusado de desvio de recursos públicos na gestão do prefeito Ruy Muniz, foi preso em Montes Claros, no norte de Minas. Os trabalhadores camponeses saíram em marcha nas proximidades do Acampamento Alvimar Ribeiro para protestar e denunciar a paralisação da reforma agrária, do descaso do Governo Federal e do Governo do Estado de Minas Gerais. Segundo os relatos, no caminho foram alvejados por tiros efetuados por Léo Andrade e seus capangas que estavam na carroceria de uma Hilux dirigida pelo próprio fazendeiro. O resultado deste ataque repulsivo, criminoso e hediondo foi cinco camponeses e camponesas feridos covardemente.
O MST ocupou a fazenda Norte América no início do ano de 2017 e até então centenas de camponeses resistem pressionando o Estado para realizar a reforma agrária naquele latifúndio que tem mais 3.000 hectares e está localizado em Capitão Enéas, Norte de Minas Gerais. O título da terra está no nome de Antônio Ildeu Figueiredo e a fazenda está hipotecada, Léo Andrade alega que tem a posse da área. Segundo os trabalhadores Sem Terra no momento do ataque eram mais de 6 pistoleiros. A polícia militar prendeu apenas 2 deles, armas e munição. O clima está muito tenso na região. Os demais pistoleiros estão na região e os trabalhadores, homens, mulheres, idosos e crianças estão resistindo no acampamento Alvimar Ribeiro. Alvimar foi gente de pastoral da Comissão Pastoral da Terra (CPT) durante 40 anos em Minas e especialmente no norte e noroeste do estado.
Como uma das mães do MST, a CPT e todos seus agentes de pastoral hipotecam irrestrito apoio à luta do MST pela terra e pela reforma agrária tão necessária no nosso país cada vez mais latifundiário. Repudiamos com veemência todos os tipos de violência do latifúndio, dos latifundiários, do agronegócio, do Estado cúmplice da super-exploração e expropriação que se abatem sobre o campesinato brasileiro. Nosso abraço solidário às centenas de camponeses do Acampamento Alvimar Ribeiro. Contem sempre conosco, pois a luta pela terra e pela reforma agrária é nossa também.
Cobramos ação do Governo de Minas para prender os pistoleiros e o mandante que tentaram assassinar os trabalhadores Sem Terra. Que o poder judiciário julgue e puna exemplarmente os jagunços e mandante de mais esse hediondo crime do latifúndio, dos latifundiários, do agronegócio, do Estado e do sistema do capital. E que se faça reforma agrária na fazenda Norte América também.
Tentaram fazer uma sexta-feira da paixão em Capitão Eneias, mas estamos construindo um domingo de ressurreição a partir do Acampamento Alvimar Ribeiro. Coragem, companheiros do MST! Os opressores parecem gigantes, mas têm pés de barro! Venceremos! O Deus da vida está na nossa luta pela terra e pela reforma agrária.

Assina essa Nota pública.
Comissão Pastora da Terra – CPT.


 Montes Claros, MG, Brasil, 10 de abril de 2017.

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