terça-feira, 20 de dezembro de 2016

OCUPAÇÕES DA IZIDORA MARCHAM MAIS UMA VEZ EXIGINDO ENCONTRO COM PIMENTEL AINDA EM 2016!

OCUPAÇÕES DA IZIDORA MARCHAM MAIS UMA VEZ EXIGINDO ENCONTRO COM PIMENTEL AINDA EM 2016!

Hoje, terça-feira, dia 20 de dezembro de 2016, desde as 06:30h, as comunidades Esperança, Rosa Leão e Vitória, a Ocupação Izidora (localizada entre as cidades de Belo Horizonte e Santa Luzia/MG) e os movimentos sociais Brigadas Populares (BPs), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) estão marchando rumo à Cidade Administrativa, sede do Governo mineiro, em Belo Horizonte.
Na semana passada, a Advocacia Geral do Estado (AGE), ainda que sem receber intimação para tal, apresentou petição contra nosso recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Indo contra tudo o que estava sendo negociado na Mesa Permanente de Negociação, (Decreto Estadual número 301/2015) apresentou pedido pela manutenção da injusta decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG -, que, em 28 de setembro de 2016, determinou o despejo sem nenhuma alternativa às mais de 8 mil famílias da Izidora afrontando diversas leis, a Constituição da República e Tratados Internacionais dos quais o Brasil é signatário.
Apesar de serem essas as pessoas que constroem a cidade, cada dia mais, elas são constrangidas e expulsas dela. São aproximadamente 30 mil pessoas que já construíram mais de 5 mil casas de alvenaria ao longo desses quatro anos de luta e resistência, sempre ameaçadas por decisões de juízes que nunca se deram ao trabalho de conhecer a realidade que eles tão facilmente julgam.
Contra essa ação do Estado que desconsiderava todo o processo de negociação em curso foi feita a ocupação da entrada de um dos prédios da Cidade Administrativa. Em resposta foram assumidos os seguintes compromisso do Estado de Minas Gerais:
1) Entrega das atas das negociações realizadas;
2) da Advocacia Geral do Estado apresentar ao STJ as informações coerentes com a negociação em curso;
3) realização de reunião hoje, 20/12/2016, às 9 horas, na Cidade Administrativa, onde o Estado de Minas Gerais apresentaria uma resposta sobre nossa exigência do Governador Fernando Pimentel receber uma Comissão da Izidora e dos Movimentos Sociais que a acompanham ainda em 2016; e
4) apresentar a proposta de negociação elaborada pelo Governo de Minas Gerais após conversa com o futuro prefeito de Belo Horizonte, Sr. Alexandre Kalil, segundo fora apontado pela presidente da mesa Sra. Ligia Maria Alves com vista à regularização das ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória.
A marcha saiu da ocupação-comunidade Vitória, passou na Ocupação-comunidade Esperança e na ocupação-comunidade Rosa Leão e segue até à Cidade Administrativa. O povo da Izidora não aceitará que o Governador Fernando Pimentel não receba pessoalmente uma Comissão da Izidora, pois, em primeiro lugar, foi o povo que o elegeu, em segundo lugar, até mesmo um ex-governador tucano, Antônio Anastasia, já recebeu pessoalmente as ocupações da Izidora, e, em terceiro lugar, devido aos vários atropelos, rasteiras e engodos sofridos ao longo desses árduos anos de luta por parte de servidores de segundo e terceiro escalões do Governo de Minas Gerais. Estamos cansados de ser enganados e precisamos tratar com quem decide em última instância, quem determina a realização ou não de despejo e negociação. O Governador do Estado de Minas Gerais, Fernando Pimentel.
Se o governador Pimentel recebeu tão prontamente o alto comando da Polícia Militar de Minas Gerais ontem, dia 19/12/2016, Inclusive, para tratar dos interesses econômicos dos militares, com a mesma facilidade ele também deve receber o povo humilde e trabalhador das comunidades da Izidora que constroem essa cidade e que há anos clamam por um diálogo frente a frente!
Não é possível continuar vivendo com uma permanente insegurança. Para se ter uma ideia, o despejo da ocupação Vitória na cidade de Campo Florido/MG, gerou inúmeros moradores de rua, um deles, inclusive, que foi parar no cárcere após praticar furto de míseros 15 reais, morrendo na prisão (com forte suspeita de ter sido assassinado). A Izidora nasceu da resistência do povo trabalhador excluído da cidade e não aceitaremos que seu futuro seja assassinado.
E o povo da Izidora alerta que não aceitará negociação injusta, indigna e antiética! Essas famílias estão construindo, apesar do Estado e do poder econômico, uma vida digna e não aceitam ser confinadas. Sem nenhuma ajuda de empreiteiras, ao contrário dos partidos políticos vendidos e das ditas autoridades que nos desgovernam, roubam e violentam, o povo trabalhador que habita a Izidora, ao longo de quase 4 anos de altiva luta, construiu com esforços próprios e auxílio dos movimentos sociais, arquitetos, geólogos, professores, universitários e ampla rede de apoio, mais de 5.000 casas de alvenaria, o que não se compara a nenhuma política habitacional seja do Município de Belo Horizonte, do Estado de Minas Gerais ou mesmo da União.
No último domingo no ato de expurgo realizado em frente a prefeitura de BH comemoramos que em 2017, "Lacerda Sai e Izidora Fica!". Esperamos que o próximo governo municipal não desonre as suas promessas aos mais pobres para governar para empresários. O prefeito eleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, em reunião com os movimentos e coordenações da Izidora fez duas vezes, uma antes das eleições e outra logo que eleito, o compromisso de resolução do conflito fundiário mediante a regularização fundiária e urbanização dos 3 grandes bairros populares Rosa Leão, Esperança e Vitória, sem a derrubada das casas. Portanto, para que honre a sua palavra não poderá compactuar com a construção de empreendimento da construtora milionária Direcional às custas do despejo de 8.000 famílias da Izidora.
Não aceitaremos que nossas casas sejam derrubadas! Em meio ao catastrófico momento que o Brasil vive, quebrar tudo o que foi construído e jogar milhares de famílias na rua será a prática de um grave golpe contra o povo e um ato de lesa humanidade sem precedentes! Acreditamos em construir uma solução pacífica e justa que garanta o direito à moradia digna dessas famílias. Direitos não se negociam.
Assinam essa nota:
Coordenação da Ocupação-comunidade Esperança: Rose (31 98233-3944) e Edna (31 99878-8719);
Coordenação da Ocupação-comunidade Rosa Leão: Charlene (31 98534-4911) e Maria (31 98628-2876);
Coordenação da Ocupação-comunidade Vitória: Pastor Alberto (31 98683-9264) e Lu (31 99787-9859);
Brigadas Populares: Isabella (31 99383-2733) e Luiz (31 99227-1606);
Comissão Pastoral da Terra (CPT): Frei Gilvander (31 99473-9000); e
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB): Leonardo (31 99133-0983) e Poliana (31 99323-4483).
Belo Horizonte, MG, Brasil, 20 de Dezembro de 2016.
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