AVANÇA
A LUTA PARA CONQUISTAR ENERGIA ELÉTRICA NAS OCUPAÇÕES-COMUNIDADES DA IZIDORA,
EM BELO HORIZONTE, MG.
Ontem, dia 20 de dezembro de
2017, foi realizada no auditório da URBEL reunião entre famílias e coordenações
das três ocupações-comunidades da Izidora (Vitória, Rosa Leão e Esperança),
movimentos sociais populares - Brigadas Populares (BPs), Movimento de Luta nos
Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e Comissão Pastoral da Terra (CPT), bem como o
Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular, - e representantes da CEMIG e
URBEL (companhia responsável pela política urbana da Prefeitura de Belo
Horizonte - PBH). A pauta da reunião era conseguir da parte da PBH a
solicitação junto à CEMIG de ligação de energia elétrica nas três Comunidades
da Izidora, já que de acordo com a companhia responsável pelo serviço de
energia elétrica (CEMIG), seria necessária a autorização do prefeito de BH,
Kalil, por meio do presidente da URBEL, Claudius Vinicius. Nas três
Ocupações-comunidades da Izidora estão mais de 8.000 famílias (cerca de 30.000
pessoas), com cerca de 6.000 crianças. O povo já construiu ou está construindo
na Izidora mais de 6.000 casas de alvenaria. Tudo com ruas e plano urbanístico,
sem nenhum beco.
Muitas das famílias que moram nas ocupações e foram à URBEL lutar pela ligação
de energia elétrica em suas comunidades foram barradas de entrar nas
dependências da URBEL. Durante toda a manhã, enquanto o povo das Ocupações da
Izidora se manifestava diante da URBEL, o prédio, que é público, ficou de
portas fechadas para a população que trabalha e paga os impostos que sustentam
os órgãos públicos desta cidade. Repudiamos essa postura da atual gestão Kalil.
Após várias famílias moradoras das três comunidades da Izidora relatarem os
vários problemas de sobreviver com migalhas de energia elétrica de gato ou à
luz de vela, a companheira Isabella Gonçalves, das Brigadas Populares, leu a
nota dos movimentos e destacou um resumo das reivindicações da Izidora diante
da prefeitura: 1) A instalação de energia elétrica nas ocupações da Rosa Leão,
Esperança e Vitória. 2) A tarifa social da energia elétrica, para que as
famílias paguem o justo e não tenham que arcar com taxas abusivas
progressivamente cobradas pela empresa. 3) Que a prefeitura apresente para a
votação o Plano Diretor e declare como Áreas de Especial Interesse Social (AEIS)
as ocupações da Izidora, bem como as demais ocupações da cidade. 4) Que sejam
encaminhados os demais procedimentos para a urbanização e regularização das
ocupações da Izidora, inclusive o Plano de Regularização Urbanístico para o
qual já estavam previstos recursos. Em seguida foi dada a palavra aos
representantes da CEMIG e URBEL que colocaram alguns empecilhos à ligação de
energia elétrica na Izidora, o que foi rebatido com poderosos argumentos
expostos pelos companheiros Leonardo Péricles, do MLB, e Thais Lopes, do
Coletivo Margarida Alves, que relataram, respectivamente, o sucesso do processo
em andamento de ligação de energia elétrica das ocupações urbanas do Barreiro e
a previsão legal de direito das comunidades de terem direito de acesso a
energia elétrica.
Com muita pressão dos
movimentos populares, coordenações e famílias presentes, ficou claro que se
tratava de vontade política, e a URBEL assinou a Ata da Reunião com o
compromisso de encaminhar no prazo máximo de 15 dias a solicitação para que a
CEMIG entre nos territórios das Ocupações-comunidades da Izidora para iniciar o
processo de ligação do fornecimento de energia elétrica. A “Operação Urbana do
Isidoro” não pode ser impedimento para colocar energia nas comunidades. Aliás,
a “Operação Urbana do Isidoro” precisa ser cancelada, pois não foi posta em
prática e é tremendamente injusta. Continuaremos mobilizados em luta até a
instalação de energia, água, saneamento e outros serviços públicos nas três
comunidades da Izidora, para assim se propiciar uma vida digna para as 8.000 famílias
da Izidora que ousaram lutar contra a escravidão do aluguel, humilhação de
moradia de favor e a cumplicidade do poder público com o capital imobiliário
expresso na falta de políticas públicas sérias de moradia popular. É injusta
uma cidade onde há energia demais para empresas e bairros nobres e escassez ou
ausência de energia nas Ocupações e periferia.
Está de parabéns todos que
participaram dessa luta de ontem na sede da URBEL, em BH, lotando o auditório
da URBEL após entrar na pressão ou manifestando na Av. do Contorno diante da
URBEL. Pressão dentro e fora: que beleza!
COM
LUTA E COM GARRA, A ENERGIA SAI NA MARRA!
ENERGIA ELÉTRICA É UM DIREITO HUMANO!
PÁTRIA LIVRE/ MATRIA LÍVRE! VENCEREMOS!
Assinam
essa nota pública:
Coordenação da Ocupação Esperança
Coordenação da Ocupação Rosa Leão
Coordenação da Ocupação Vitória
Brigadas Populares (BPs)
Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular (CMA)
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)