domingo, 11 de setembro de 2016

O filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, com Sônia Braga e outros/as, é excelente e imperdível.



   O filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, com Sônia Braga e outros/as, é excelente e imperdível.

   Ontem, dia 10 de setembro de 2016, assisti ao filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, estrelado por Sônia Braga e outros/as grandes artistas. Excelente e imperdível o filme. Sônia Braga, no papel de dona Clara, uma aposentada de 65 anos de idade, resiste às investidas covardes de executivos da Construtora Bonfim – Bonfim para o sistema do capital, mas péssimo fim para o povo. No prédio Aquarius, no bairro de Boa Viagem, em Recife, PE, dona Clara se tornou a única proprietária que se nega vender o apartamento para a construtora Bonfim. Inúmeras chantagens, pressões, intimidações e ofertas avantajadas a Construtora fez sobre dona Clara com o único objetivo: lucrar, acumular economicamente. Mas, dona Clara, de cabeça erguida, mete o pé no barranco e resiste: “Daqui só saio morta”, adverte. Dona Clara é símbolo/metáfora do povo das Ocupações da Izidora em Belo Horizonte, da Mata do Planalto e do povo do Planalto em Belo Horizonte, dos povos indígenas, dos quilombolas, das comunidades tradicionais (geraizeiros, vazanteiros, caatingueiros, pescadores etc) e demais ocupações urbanas e do campo que resistem ao poder opressor do mercado imobiliário que resistem aguerridamente contra o rolo compressor do sistema do capital e seus vassalos/arautos. Por outro lado, a Construtora Bonfim é símbolo/metáfora da Construtora Direcional que, sem piedade, insiste em devastar a Mata do Planalto em Belo Horizonte e em demolir 5.000 casas construídas nas Ocupações da Izidora, em BH e Santa Luzia, MG; é símbolo das mineradoras (Vale, Samarco, BHP etc) que, adorando o deus capital, vão causando devastação socioambiental sem precedentes; é símbolo/metáfora do Estado violentador do povo e das comunidades camponesas. O filme revela, no papel dos integrantes da Construtora Bonfim, os artifícios que as construtoras podem utilizar para expulsar as pessoas dos territórios nobres quando decidem se instalar no local. Como mostra Dona Clara, é preciso resistir, ter coragem, desvelar a maldade e lutar. Tem muitas outras belezas o filme Aquarius. Obrigado, de coração, Kleber Mendonça Filho, Sônia Braga e todo o elenco por terem feito um filme tão humanizador e que mostra que moradia não é mercadoria e não pode ser financeirizada como vem acontecendo no Brasil. A quem ainda não assistiu, digo: Não deixe de ir assistir ao filme Aquarius. 
 Abraço terno. Frei Gilvander Moreira 
 
Belo Horizonte, MG, Brasil, 11 de setembro de 2016.

Ocupação Esperança, em BH, além de casa, trouxe saúde para os idosos e p...

TRABALHADORA QUE CUIDOU
DA LIMPEZA DO TJMG DURANTE 16 ANOS SÓ CONQUISTOU MORADIA PARA SUA FAMÍLIA E
PARA SEUS FILHOS NAS OCUPAÇÕES DA IZIDORA.
Dona Ivani trabalhou 16
anos como ajudante de limpeza no TJMG e só conseguiu libertação da cruz do
aluguel para sua família e para quatro filhos com suas famílias, na ocupação
Esperança, uma das três Ocupações-comunidades da Izidora, em Belo Horizonte e
Santa Luzia, MG.
Dona Ivani Fernandes dos
Santos, 60 anos, mãe de 8 filhos, com 22 netos e 2 bisnetos, trabalhou como
ajudante de limpeza na sede do TJMG, à rua Goiás, em Belo Horizonte, MG,
durante 16 anos. Diz ela: “Durante 16 anos, eu chegava de madrugada e
trabalhava o dia inteiro limpando os corredores, os gabinetes e os banheiros de
vários desembargadores da sede do TJMG lá na rua Goiás no centro de BH. Adoeci
e passei a tomar 20 comprimidos por dia. Só adquiri saúde na Ocupação Esperança
após me libertar da cruz do aluguel e ver quatro filhos meus com suas famílias
também livres da cruz do aluguel. Hoje tenho saúde, vivo feliz e em paz, porque
meus filhos estão conquistando moradia aqui na Ocupação Esperança. Espero que
os desembargadores não autorizem nosso despejo. Será a morte de muita gente.”
Isso, dona Ivani me falou ontem, dia 10/09/2016, à noite em uma festinha de
aniversário de um neto lá na Ocupação-comunidade Esperança, hoje com 1.500
famílias (mais de 1.400 casas de alvenaria). Assista ao que eu, frei Gilvander,
gravei com dona Ivani dia 25/08/2014, há 2 anos atrás, no link, abaixo.





quinta-feira, 8 de setembro de 2016

MST ocupa INCRA em Belo Horizonte, Minas Gerais, hoje, dia 08/09/2016.

MST ocupa INCRA em Belo Horizonte, Minas Gerais, hoje, dia 08/09/2016.

 O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras ocupou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na manhã desta quinta-feira, 8. A mobilização conta com 300 famílias e integra a Jornada de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas.
A pauta é ampla, abrange desde a regularização da documentação de famílias, implantação de estruturas básicas para o desenvolvimento da produção como água, energia, habitação, estradas, assistência técnica e agroindustrialização nos assentamento, até a liberação das cestas básicas e vistorias de novas áreas para assentar duas mil famílias acampadas no estado.
A mobilização unitária denuncia o esvaziamento da pauta da reforma agrária diante do avanço do agronegócio, como alerta Ester Hoffmann, da Direção Nacional do MST, “a jornada vem no sentido de afirmar que, mesmo diante do golpe e das investidas da direita, nosso povo continua mobilizado. A ocupação do INCRA é uma forma de fazer a denuncia do abandono da Reforma Agrária e pressionar o governo golpista”.
Ela destaca que mídia, judiciário e capital internacional atuam em consonância para ampliar a exploração dos trabalhadores e trabalhadoras. “O grande capital, apoiado pela mídia, vem fazendo todo esforço para criar um consenso na sociedade e convencê-la de que o agronegócio é capaz de abastecer os trabalhadores de alimentos, o que não e verdade. O processo de golpe, vem intensificando essa situação. Junto a isso, se soma o travamento das políticas públicas para reforma agrária pelo TCU.”
Desde abril o Tribunal de Contas da União travou os recursos do INCRA, impedindo a aplicação de todas as políticas relacionadas aos assentados e acampados. A dirigente estadual, Tatiana Gomes, explica que se trata de mais uma forma de criminalização da luta pela terra. “Com a justificativa de irregularidades, a justiça persegue assentados que conseguiram melhorar um pouco a qualidade de vida, investigam aqueles que conseguiram comprar um carro novo, construir uma casa melhor, como se fosse crime os sem terras adquirirem algum bem”. A ocupação permanecerá até o encerramento das negociações com o superintendente em Minas Gerais.