Povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória na porta da Prefeitura de Belo Horizonte. Quem receberá o povo? BH, 04/02/2014.
Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
ACAMPAMENTO DAS OCUPAÇÕES ROSA LEÃO, ESPERANÇA E VITÓRIA NA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE, à Av. Afonso Pena. BH, 04/02/2014.
ACAMPAMENTO DAS OCUPAÇÕES ROSA LEÃO, ESPERANÇA E VITÓRIA
NA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE, à Av. Afonso Pena.
Por
tempo indeterminado, a partir das 10:00h de hoje, dia 04 de fevereiro de 2014, centenas
de pessoas das Ocupações Rosa Leão (1.500 famílias), Esperança (2 mil famílias)
e Vitória (4.500 famílias) sem-casa da Região do Isidoro, em Belo Horizonte,
estarão ACAMPADAS NA FRENTE DA
PREFEITURA DE BH, no centro de BH. Não aceitamos despejos! Exigimos que o
prefeito de BH, Márcio Lacerda, se abra à negociação conosco! MOTIVO:
Dia 05 de fevereiro, quarta-feira, às 10:00 horas da manhã, teremos reunião com
o Governo de MG, com participação de representantes do Governo Federal. É
Processo de negociação já em curso com o Governo de MG. Se o prefeito de BH não
for participar dessa reunião e não se abrir para negociação com as Ocupações
Rosa Leão, Esperança e Vitória (8.000 famílias no total), o Governador de MG
poderá autorizar a Polícia (tropa de choque) a despejar as três ocupações. A PM
já tem mandados judiciais em mãos. Está em jogo o futuro de 8.000 famílias sem-casa
ameaçadas de despejo. O povo dessas três ocupações está determinado a não
aceitar despejos. Lutarão até depois da vitória para conquistar moradia digna
própria. O déficit habitacional, em BH, já está acima de 120 mil moradias e só
cresce. A PBH mais destrói casas do que constrói.
Conclamamos
a todas as pessoas de boa vontade a ir participar do Acampamento das Ocupações
diante da PBH no centro de Belo Horizonte. Solidarize-se com essa luta justa,
legítima e sagrada, que é a luta para se livrar da cruz do aluguel, que é
veneno que come diariamente no prato dos pobres. Lutamos por uma sociedade com
cidades justas. Basta de especulação imobiliária à custa do sangue dos pobres.
Moradia digna é direito sagrado e constitucional e, por isso, lutamos. Enquanto
morar for um privilégio, ocupar é um direito e um dever. Despejo não é solução, exigimos negociação!
A quem puder doar,
pedimos: alimentação, água, colchonetes, material de construção, remédios. Doações
podem ser entregues lá no Acampamento às lideranças das Ocupações.
Para maiores
informações, consulte os blogs:
Contatos no
Acampamento das Ocupações na Prefeitura de BH:
Com
Edna, cel.: 31 9946 2317, ou com Charlene, cel.: 31 8500 3489 ou Elielma, cel.
31 9343 9696. Ou com Bruno Cardoso, cel.: 31 9250 1832.
Abraço
terno na luta. Frei Gilvander Moreira – gilvanderlm@gmail.com
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Trabalhadores braçais são revistados no condomínio Alfaville, em Nova Lima, MG: É justo? BH, 03/02/2014.
Trabalhadores braçais são revistados no condomínio Alfaville, em Nova Lima, MG: É justo? BH, 03/02/2014.
Ocupação Esperança, em Belo Horizonte, MG: 2.000 famílias na luta por moradia. Dona Maria Imaculada luta e resiste. BH, 02/02/2014.
Ocupação Esperança, em Belo Horizonte, MG: 2.000 famílias na luta por moradia. Dona Maria Imaculada luta e resiste. BH, 02/02/2014.
Ocupação Esperança, em Belo Horizonte, MG: "É melhor sobreviver debaixo da lona preta do que debaixo do aluguel." BH, 02/02/2014.
Ocupação Esperança, em Belo Horizonte, MG: "É melhor sobreviver debaixo da lona preta do que debaixo do aluguel." BH, 02/02/2014.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte, MG: 1.500 famílias na luta por moradia. Fé libertadora, solidariedade, poesia, cantoria na luta por moradia. Que beleza! BH, 01/02/2014.
Ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte, MG: 1.500 famílias na luta por moradia. Fé libertadora, solidariedade, poesia, cantoria na luta por moradia. Que beleza! BH, 01/02/2014.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
A arapuca da COPA, artigo de Mauro Santayana, no Jornal HOJE EM DIA, 29/01/2014, p. 17.
A arapuca
da COPA.
Mauro Santayana – santayana.mauro@gmail.com
Pudesse voltar atrás,
e talvez o presidente Lula não tivesse apresentado a candidatura do país à COPA
do Mundo de 2014. Os problemas que o Brasil tem enfrentado são tantos – e a
resistência a tudo que cheire a Panem et Circenses tão grande, nos dia de hoje,
que até a capital da Suécia, uma das nações mais ricas e civilizadas do mundo,
acaba de recusar, com certeza alertada pelo que está ocorrendo em nosso país, o
polêmico privilégio de sediar as Olimpíadas de Inverno de 2022, com a
justificativa de economizar recursos públicos.
Com sua ingenuidade,
lassidão e “salto alto” – pura arrogância e soberba, segundo seus inimigos -, o
PT não percebeu, em 2007, que, em política, toda vitória aparente pode ser
usada contra o vitorioso, até prova em contrário. Que o mel que se oferece hoje
ao povo, pode se transmutar rapidamente em fel, quando não se presta atenção
aos detalhes. E que – como no caminho da Chapeuzinho para a casa de sua avó –
existem mais percalços que se possa imaginar entre o sonho e a realidade.
Considerando-se os
recursos que envolvia, e sua importância estratégica para o governo e a nação,
a Copa deveria ter sido tratada – sem licitação ou terceirização – do planejamento
à execução, como uma operação de Estado.
Se o governo tivesse
constituído uma estatal binacional com a China, aproveitando a experiência de
Pequim na organização das Olimpíadas, os estádios, por exemplo, estariam
prontos em poucos meses e seu custo não seria de um centavo a mais que o
previsto. Na comunicação, a Copa continua sendo tratada como festa e não como
um projeto nacional com investimento, retorno, criação de empregos e renda
definida, e os altos e baixos na relação com a Fifa beiram o improviso.
Enquanto isso, cidadãos
voltam às ruas, e com eles, episódios absurdos e constrangedores, como o protagonizado
por soldados da PM contra um manifestante em São Paulo.
Os soldados
envolvidos poderiam alegar que estavam sendo ameaçados, se estivessem correndo
do rapaz – como foi o caso do coronel agredido por manifestantes em junho – e não
o contrário.
Cercado por homens
fardados, armados e perigosos, que o perseguiam, com a evidente intenção de agredi-lo,
e – como se viu pelo vídeo – provavelmente, matá-lo, era o rapaz – mesmo que
estivesse portando um estilete – que estava em situação de legítima defesa, e
não os soldados. Nunca é demais repetir, enganam-se aqueles que pensam que os
protestos conta a Copa irão beneficiar, de alguma forma, a oposição.
Primeiro, porque nos
estados que comanda e que sediarão jogos, a oposição – a exemplo do próprio
governo – virou vidraça para as pedras – que não possuem rumo certo ou filiação
partidária – da ala mais radical dos manifestantes.
E, também, porque a
oposição não pode fingir apoiar os “anti-Copa”, enquanto sua polícia persegue e
acua, agride, ataca e atira em quem protesta contra o evento, como vimos em São
Paulo.
Obs.: Texto publicado no Jornal HOJE EM DIA,
29/01/2014, Opinião, p. 17.
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