Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
"Vale matou 155 ex-alunos meus". "Vale, pare
de nos enrolar!". Bloqueio em Brumadinho, MG. Vídeo 4 – 10/01/2020.
Na manhã do dia 10/01/2020, por várias horas o trânsito
foi bloqueado em Brumadinho, MG, pelo povo golpeado pela Vale e Estado. Foi
luta contra a os crimes da mineradora Vale que estão se reproduzindo e se
multiplicando. Foi luta por justiça socioambiental. “Vale, não nos enrole!” é o
grito geral.
A COMISSÃO DOS ATINGIDOS da barragem da Vale em Brumadinho realizou dia 10 de
janeiro de 2020 uma manifestação no marco da entrada da cidade de Brumadinho,
MG. "Conforme já é de conhecimento de todos os moradores de Brumadinho, a
Comissão dos Atingidos, escolhida e reconhecida pelo Ministério Público durante
a manifestação do dia 2/12/2019, reuniu-se na Sede do MP-MG, no dia 4/12/2019,
com representantes das instituições de Justiça, advogados da Vale e Prefeitura
de Brumadinho, quando foi entregue uma série de reivindicações dos atingidos,
dentre as quais destacam-se: a continuidade das buscas de todas as pessoas não
encontradas, a manutenção integral do auxílio emergencial para todos, o fechamento
da mina da Jangada, a paralisação das violações de direitos na Comunidade de Ponte
das Almorreimas, a contratação imediata das assessorias técnicas independentes,
as necessidades dos agricultores afetados, a prestação de contas sobre os
repasses de recursos feitos pela VALE para a Prefeitura etc. Nessa reunião
ficou acertado junto às instituições de justiça que, no dia 19 de dezembro de
2019, a Vale e a Prefeitura dariam o retorno sobre as demandas da população.
Mas, lamentavelmente, praticamente nenhuma das demandas foi atendida. A Vale
sequer deu a resposta no dia combinado. Depois de matar cruelmente, em pouco
minutos, 272 pessoas, além do rio Paraopeba, a biodiversidade e a paz de
milhares de famílias, a Vale segue desrespeitando os direitos humanos da
população. O que essa empresa fez é imperdoável e o que ela está fazendo é
inaceitável. Reiteramos também que todos os acordos fechados até o momento,
inclusive o QUE REDUZ O PAGAMENTO EMERGENCIAL, não tiveram a participação dos
atingidos. Somos todos atingidos e atingidas. *O rompimento da barragem foi um
crime/tragédia e exigimos REPARAÇÃO INTEGRAL: social, ambiental e econômica.
Exigimos também JUSTIÇA: que todos os culpados sejam exemplarmente punidos;
VERDADE: que a história seja contada realmente como ela ocorreu; e GARANTIAS DE
NÃO REPETIÇÃO: para que os crimes cometidos nesse caso nunca mais se repitam
nem aqui nem em qualquer outro lugar."
Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, "bispo de Brumadinho" e da Comissão de Ecologia Integral e Mineração da CNBB, presente no bloqueio do trânsito em Brumadinho, MG, dia 10/01/2020: luta pela superação das violências socioambientais que a mineradora Vale vem causando e luta por Justiça Socioambiental. Foto: A. Baeta.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das
CEBs e do CEBI. Filmagem, narração e edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG,
10/01/2020.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta
pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander,
acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a
diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar,
compartilhe. Sugerimos.
Vale massacrou Agricultura Familiar em Brumadinho, MG, e violenta Ponte das Almorreimas. Vídeo 3 – 10/01/2020.
Na manhã do dia 10/01/2020, por várias horas o trânsito foi bloqueado em Brumadinho, MG, pelo povo golpeado pela Vale e Estado. Foi luta contra a os crimes da mineradora Vale que estão se reproduzindo e se multiplicando. Foi luta por justiça socioambiental. “Vale, não nos enrole!” é o grito geral. A COMISSÃO DOS ATINGIDOS da barragem da Vale em Brumadinho realizou dia 10 de janeiro de 2020 uma manifestação no marco da entrada da cidade de Brumadinho, MG. "Conforme já é de conhecimento de todos os moradores de Brumadinho, a Comissão dos Atingidos, escolhida e reconhecida pelo Ministério Público durante a manifestação do dia 2/12/2019, reuniu-se na Sede do MP-MG, no dia 4/12/2019, com representantes das instituições de Justiça, advogados da Vale e Prefeitura de Brumadinho, quando foi entregue uma série de reivindicações dos atingidos, dentre as quais destacam-se: a continuidade das buscas de todas as pessoas não encontradas, a manutenção integral do auxílio emergencial para todos, o fechamento da mina da Jangada, a paralisação das violações de direitos na Comunidade de Ponte das Almorreimas, a contratação imediata das assessorias técnicas independentes, as necessidades dos agricultores afetados, a prestação de contas sobre os repasses de recursos feitos pela VALE para a Prefeitura etc. Nessa reunião ficou acertado junto às instituições de justiça que, no dia 19 de dezembro de 2019, a Vale e a Prefeitura dariam o retorno sobre as demandas da população. Mas, lamentavelmente, praticamente nenhuma das demandas foi atendida. A Vale sequer deu a resposta no dia combinado. Depois de matar cruelmente, em pouco minutos, 272 pessoas, além do rio Paraopeba, a biodiversidade e a paz de milhares de famílias, a Vale segue desrespeitando os direitos humanos da população. O que essa empresa fez é imperdoável e o que ela está fazendo é inaceitável. Reiteramos também que todos os acordos fechados até o momento, inclusive o QUE REDUZ O PAGAMENTO EMERGENCIAL, não tiveram a participação dos atingidos. Somos todos atingidos e atingidas. *O rompimento da barragem foi um crime/tragédia e exigimos REPARAÇÃO INTEGRAL: social, ambiental e econômica. Exigimos também JUSTIÇA: que todos os culpados sejam exemplarmente punidos; VERDADE: que a história seja contada realmente como ela ocorreu; e GARANTIAS DE NÃO REPETIÇÃO: para que os crimes cometidos nesse caso nunca mais se repitam nem aqui nem em qualquer outro lugar."
Bloqueio do trânsito em Brumadinho, MG, dia 10/01/2020: luta contra a mineradora Vale que continua crescendo os crimes socioambientais na região. A Comunidade de Ponte das Almorreimas está sendo "nova zona de sacrifício da Vale" com: a) Fazenda para cuidar dos animais feridos resgatados na lama tóxica; b) A Vale está transportando para Ponte das Almorreimas lama tóxica do córrego do Carvão; c) A Vale está fazendo nova captação de água no rio Paraopeba, acima de Córrego do Feijão, lá; d) Lá também será feito linha de transmissão. Bloquear o trânsito também por Luta por Justiça Socioambiental. Foto: A. Baeta.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Filmagem, narração e edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 10/01/2020.
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"Vale, pare de enrolar!" Bloqueio do trânsito em
Brumadinho, MG. "Justiça!" Vídeo 2 - 10/01/2020.
Na manhã do dia 10/01/2020, por várias horas o trânsito
foi bloqueado em Brumadinho, MG, pelo povo golpeado pela Vale e Estado. Foi
luta contra a os crimes da mineradora Vale que estão se reproduzindo e se
multiplicando. Foi luta por justiça socioambiental. “Vale, não nos enrole!” é o
grito geral.
A COMISSÃO DOS ATINGIDOS da barragem da Vale em Brumadinho realizou dia 10 de
janeiro de 2020 uma manifestação no marco da entrada da cidade de Brumadinho,
MG. "Conforme já é de conhecimento de todos os moradores de Brumadinho, a
Comissão dos Atingidos, escolhida e reconhecida pelo Ministério Público durante
a manifestação do dia 2/12/2019, reuniu-se na Sede do MP-MG, no dia 4/12/2019,
com representantes das instituições de Justiça, advogados da Vale e Prefeitura
de Brumadinho, quando foi entregue uma série de reivindicações dos atingidos,
dentre as quais destacam-se: a continuidade das buscas de todas as pessoas não
encontradas, a manutenção integral do auxílio emergencial para todos, o
fechamento da mina da Jangada, a paralisação das violações de direitos na Comunidade
de Ponte das Almorreimas, a contratação imediata das assessorias técnicas
independentes, as necessidades dos agricultores afetados, a prestação de contas
sobre os repasses de recursos feitos pela VALE para a Prefeitura etc. Nessa
reunião ficou acertado junto às instituições de justiça que, no dia 19 de
dezembro de 2019, a Vale e a Prefeitura dariam o retorno sobre as demandas da
população. Mas, lamentavelmente, praticamente nenhuma das demandas foi
atendida. A Vale sequer deu a resposta no dia combinado. Depois de matar
cruelmente, em pouco minutos, 272 pessoas, além do rio Paraopeba, a
biodiversidade e a paz de milhares de famílias, a Vale segue desrespeitando os
direitos humanos da população. O que essa empresa fez é imperdoável e o que ela
está fazendo é inaceitável. Reiteramos também que todos os acordos fechados até
o momento, inclusive o QUE REDUZ O PAGAMENTO EMERGENCIAL, não tiveram a
participação dos atingidos. Somos todos atingidos e atingidas. *O rompimento da
barragem foi um crime/tragédia e exigimos REPARAÇÃO INTEGRAL: social, ambiental
e econômica. Exigimos também JUSTIÇA: que todos os culpados sejam exemplarmente
punidos; VERDADE: que a história seja contada realmente como ela ocorreu; e
GARANTIAS DE NÃO REPETIÇÃO: para que os crimes cometidos nesse caso nunca mais
se repitam nem aqui nem em qualquer outro lugar.
Dom Vicente de Paula Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG, "bispo de Brumadinho", e bispo da Comissão de Ecologia Integral e Mineração da CNBB, presente no bloqueio do trânsito em Brumadinho, MG, dia 10/01/2020, em luta pela superação das violências e crimes que a mineradora Vale continua causando, luta também por Justiça socioambiental. Foto: A. Baeta.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das
CEBs e do CEBI. Filmagem, narração e edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG,
10/01/2020.
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pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander,
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Bloqueio do trânsito em Brumadinho, MG: luta contra Vale e por Justiça socioambiental. Vídeo 1 - 10/01/2020.
Na manhã do dia 10/01/2020, por várias horas o trânsito foi bloqueado em Brumadinho, MG, pelo povo golpeado pela Vale e Estado. Foi luta contra a os crimes da mineradora Vale que estão se reproduzindo e se multiplicando. Foi luta por justiça socioambiental. “Vale, não nos enrole!” é o grito geral.
A COMISSÃO DOS ATINGIDOS da barragem da Vale em Brumadinho realizou dia 10 de janeiro de 2020 uma manifestação no marco da entrada da cidade de Brumadinho, MG. "Conforme já é de conhecimento de todos os moradores de Brumadinho, a Comissão dos Atingidos, escolhida e reconhecida pelo Ministério Público durante a manifestação do dia 2/12/2019, reuniu-se na Sede do MP-MG, no dia 4/12/2019, com representantes das instituições de Justiça, advogados da Vale e Prefeitura de Brumadinho, quando foi entregue uma série de reivindicações dos atingidos, dentre as quais destacam-se: a continuidade das buscas de todas as pessoas não encontradas, a manutenção integral do auxílio emergencial para todos, o fechamento da mina da Jangada, a paralisação das violações de direitos na Comunidade de Ponte das Almorreimas, a contratação imediata das assessorias técnicas independentes, as necessidades dos agricultores afetados, a prestação de contas sobre os repasses de recursos feitos pela VALE para a Prefeitura etc. Nessa reunião ficou acertado junto às instituições de justiça que, no dia 19 de dezembro de 2019, a Vale e a Prefeitura dariam o retorno sobre as demandas da população. Mas, lamentavelmente, praticamente nenhuma das demandas foi atendida. A Vale sequer deu a resposta no dia combinado. Depois de matar cruelmente, em pouco minutos, 272 pessoas, além do rio Paraopeba, a biodiversidade e a paz de milhares de famílias, a Vale segue desrespeitando os direitos humanos da população. O que essa empresa fez é imperdoável e o que ela está fazendo é inaceitável. Reiteramos também que todos os acordos fechados até o momento, inclusive o QUE REDUZ O PAGAMENTO EMERGENCIAL, não tiveram a participação dos atingidos. Somos todos atingidos e atingidas. *O rompimento da barragem foi um crime/tragédia e exigimos REPARAÇÃO INTEGRAL: social, ambiental e econômica. Exigimos também JUSTIÇA: que todos os culpados sejam exemplarmente punidos; VERDADE: que a história seja contada realmente como ela ocorreu; e GARANTIAS DE NÃO REPETIÇÃO: para que os crimes cometidos nesse caso nunca mais se repitam nem aqui nem em qualquer outro lugar.
Povo atingido pelos crimes da Vale e do Estado bloqueando o trânsito em Brumadinho, MG, dia 10/01/2020. Foto: A. Baeta.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Filmagem, narração e edição: frei Gilvander. Brumadinho, MG, 10/01/2020.
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No
colo do Prefeito de Ibirité, MG, a luta por Ibirité como Território Livre de
Mineração. 08/01/2020.
Dia 08/01/2020, nos reunimos
na Prefeitura de Ibirité, MG, com o prefeito William Parreira e nove
vereadores, entre os quais a vereadora Marclene. Apresentamos e justificamos e
entregamos ao prefeito William Parreira um DOCUMENTO com várias reivindicações
de medidas jurídicas e legais que precisam ser tomadas pelo chefe do executivo
e também pela Câmara de Vereadores. O prefeito assumiu que cancelará o decreto
que autorizava a construção de uma estrada que viabilizaria escoamento de
minério caso a Mineradora consiga se reinstalar no município. Reivindicamos do
prefeito apoio a vários Projetos de Lei que deverão ser aprovados na Câmara
Municipal para que em breve possamos declarar o município de Ibirité, MG, como
Território Livre de Mineração. Água, sim; Mineração, NÃO! Fora mineradora Santa
Paulina!
Na primeira conferência de
Segurança Alimentar de Ibirité, em setembro de 2019, o prof. Divino, da UFMG,
apresentou dados que Ibirité hoje só têm 7% de suas terras agricultáveis. Se a
mineração entrar, destruirá o restante.
A mineradora Santa Paulina
não pode se instalar na Serra do Rola Moça, na zona de amortecimento do Parque Estadual
da Serra do Rola Moça, que é o terceiro maior parque em área urbana do país e
não pode ser destruído.
Frei Gilvander, da CPT, e militantes do Movimento Serra Sempre Viva e da Frente Brasil Popular em reunião com o prefeito e vereadores de Ibirité, MG: luta para declararmos o município de Ibirité, MG, como território livre de mineração. Foto: Marcos. 08/01/2020.
Videorreportagem de frei
Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Filmagem: Marcos. Edição: frei
Gilvander. Ibirité, MG, 08/01/2020.
*Inscreva-se no You Tube, no
Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link:
https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as
notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por
direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
Aula Magna sobre Fruta de Leite, Cerrado e Geraizeiros e luta contra monocultura do eucalipto no norte de MG. 07/01/2020.
Dias 05 e 0701/2020, Adair Pereira de Almeida, o “Nenzão”, e Marlente Ribeiro, representantes das Comunidades Tradicionais Geraizeiras, no Território Geraizeiro do Vale das Cancelas, no norte de Minas Gerais, no município de Grão Mogol, denunciam que a Empresa Rio Rancho Agropecuária S/A está derrubando o Cerrado em território tradicional Geraizeiro de Vale das Cancelas no Município de Grão Mogol. Isso é uma tremenda injustiça agrária e socioambiental, pois o território é do povo Geraizeiro há muitos séculos pelo direito de posse. O cerrado, além de ser mães das águas, é riquíssimo em árvores frutíferas e medicinais. O Estado também tem sido cúmplice de crimes socioambientais contra os povos geraizeiros. Nesse vídeo aqui, a professora Marlene e Adair nos dão uma verdadeira aula magna sobre a fruta de leite, o cerrado e a luta dos Povos e Comunidades Tradicionais Geraizeiras, no Vale das Cancelas, nos município de Grão Mogol, Padre Carvalho e Josenópolis, no norte de Minas Gerais.
O geraizeiro Valdir Gouveia, do Território Geraizeiro de Vale das Cancelas, em Grão Mogol, Padre Carvalho e Josenópolis, todo feliz apreciando Fruta de Leite, umas das frutas saborosas do Cerrado, que não pode continuar sendo devastado pela monocultura da Empresa Rio Rancho Agropecuária S.A, do Newton Cardoso Júnior e do velho Newton Cardoso. Foto: Adair Pereira.
Videorreportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Filmagem: Marlene Ribeiro. Edição: frei Gilvander. Grão Mogol, norte de MG, 07/01/2020.
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No
Brasil, misturado com todos os golpes e desmontes de direitos sociais
conquistados com muita luta social por direitos durante várias décadas, em
tempos de superexploração do sistema do capital, vivemos tempos de
fundamentalismos, de céus povoados de anjos e entidades, de demônios por todos
os lados, de gritaria de deuses, de promessas, de busca insaciável de bênçãos,
de procissões, de peregrinações, de necessidade de expiação, de moralismos, de
religiões sem Deus, de salvações sem escatologia, de cristianismos light,
de libertações que não vão muito além de uma “espiritualidade” de autoajuda.
Nesse contexto de cruéis violências, uma pergunta interpelante está sendo
levantada pelos injustiçados da sociedade e por quem está lutando ao lado deles
por seus direitos: Cadê a Opção da Igreja pelos Pobres?
Recordar
é preciso. Se lida a partir dos injustiçados, a História nos inspira.Na
Bíblia, no livro do Deuteronômio, repete-se um refrão mais de 100 vezes: “Não
esqueçam que vocês foram escravizados no Egito” (por exemplo: Dt 5,15; 15,15;
16,12; 24,18.22). Recordar as opressões do passado e as lutas de resistência é
imprescindível para seguirmos com as lutas libertárias. Atualmente, se
teoricamente quem está conectado com os/as injustiçados/as do Brasil e da
América Afrolatíndia cultiva e dinamiza, de alguma forma, as epistemologias
decoloniais e carrega o germe subversivo e libertador inoculado pelos profetas
e profetisas da Bíblia – as parteiras Séfora e Fua, Jesus de Nazaré, Maria
Madalena, o apóstolo Paulo, Estêvão etc – e pelos/asrevolucionários/as políticos/as sociais -
Karl Marx e Engels, por meio do materialismo histórico dialético, Gandhi,
Simone de Beauvoir, Martin Luther King, Carolina Maria de Jesus, Che Guevara,
Dandaraetc -, na prática o que segue
sendo dominante no Brasil e na América Afrolatíndia é a ideologia dominante do
capitalismo e, pior, a superexploração que o sistema do capital continua perpetrando
sobre as classes trabalhadora e camponesa ao subjugar a força de trabalho e a
propriedade fundiária da terra em forma capitalista e acumular mais-valia
reproduzindo o sistema do capital. Não apenas o “espírito” econômico e político
do capital e da classe dominante segue dominando e superexplorando a dignidade
humana e todos os ecossistemas e biomas, mas o “espírito” religioso também foi sequestrado
pela teologia da prosperidade e pela privatização da fé cristã dentro de
propostas religiosas burguesas, patriarcais e eurocêntricas, o que na prática
nega e, pior, rechaça os ventos emancipatórios do Concílio Vaticano II.
Nesse contexto
sócio-político-econômico-cultural e religioso, é imprescindível recordar a
Igreja do Concílio Vaticano II, que aconteceu de 1962 a 1965. Instigado por
vários movimentos populares religiosos de base: movimento litúrgico, movimento
bíblico, movimento ecumênico, movimento de diálogo com as ciências humanas e
sociais e com o que há de saudável no chamado mundo moderno e interpelado pelos
clamores dos subjugados pela exploração que o capitalismo impiedosamente
despejava, principalmente sobre os povos dos continentes periféricos – Ásia,
África e América Afrolatíndia-, o papa
João XXIII – pontificado de 20 de outubro de 1958 a 03 de junho de 1963 -,
ouvindo os sinais dos tempos e dos lugares, convocou o Concílio Vaticano II e
abriu as portas da igreja para a inculturação, para o ecumenismo, para o
movimento bíblico libertador, para o protagonismo dos leigos/as na Igreja e
para o diálogo crítico, mas humilde, com vários tipos de ciência moderna. E,
acima de tudo, proclamou que Igreja é Povo de Deus.
Escolhido durante o Vaticano II, o papa
Paulo VI – pontificado de 21 de junho de 1963 a 06 de agosto de 1978 - segurou
as pontas e animou a igreja segundo os ventos libertadores do Vaticano II. As
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) se espalharam por todo o Brasil, nas
comunidades camponesas e nas periferias das cidades. Oriundo da Teologia
Política, Ver, Julgar e Agir foi o método que marcava a metodologia a ser
seguida. Primeiro, Ver a realidade a partir da opção pelos pobres. Segundo,
Julgar não de forma moralista e nem legalista, mas sob as luzes das ciências
sociais críticas, com um olho nos textos bíblicos e outro nos clamores dos
empobrecidos. Em terceiro lugar, mas bem entrosado com o Ver e o Julgar, o Agir
era eminentemente comunitário e social buscando sempre superar as injustiças
sociais pela raiz e não apenas com paliativos caritativos. Era a Fé e a
Política de mãos dadas, o Evangelho de Jesus Cristo e a dimensão social da fé.
Assim, a Igreja popular fez nascer e desenvolver as Pastorais Sociais (CPT,
CIMI, Pastoral Operária, Pastoral Carcerária, Pastoral da Criança, Pastoral do
Migrante, Pastoral dos Pescadores Artesanais etc.) que contribuíram para
inscrever os direitos sociais na Constituição de 1988, precedida por muitos
seminários, discussões e debates, como por exemplo, motivados pela Campanha da
Fraternidade que anualmente coloca um dos clamores dos porões da sociedade em
baila. Em 1986, o tema da Campanha da Fraternidade foi “Terra de Deus, Terra de
Irmãos”, que foi vital para inscrever na Constituição Federal a função social
da propriedade e a prescrição de se desapropriar para fins de reforma agrária
os latifúndios que não cumprem a função social. Também a prescrição de se
demarcar os territórios indígenas e quilombolas. Entretanto, após a morte do
papa Paulo VI, iniciou o eclipse dos ventos proféticos do Vaticano II, com os
pontificados de João Paulo II, de 16/10/1978 a 02/4/2005, e Bento XVI, de
19/4/2005 a 28/02/2013. Durante quase 34 anos, o que tivemos de forma
predominante foi espiritualismo, desencarnação da fé cristã, propostas
religiosas de autoajuda, divórcio entre a Fé e a Política e amputação da
dimensão social do Evangelho de Jesus Cristo. Novo pentecostes que gera
profecia na Igreja reiniciou-se com a eleição do papa Francisco desde o dia 19
de março de 2013. Resgatar essa história é imprescindível para compreendermos
porque chegamos à esquizofrenia gravíssima que é termos a maioria das pessoas religiosas
apoiando projetos políticos fascistas e autoritários que reforçam a idolatria
do mercado e do capital, que aumenta a desigualdade social, corta direitos
sociais e violenta de forma impiedosa a mãe terra, a irmã água, os biomas e
toda a biodiversidade, algo totalmente antagônico com o projeto do Evangelho de
Jesus Cristo. Enfim, se as igrejas e grande parte das pessoas religiosas não
resgatarem a Opção pelos Pobres, não retomaremos o caminho de reconstrução de
uma sociedade justa economicamente, solidária socialmente, democrática
politicamente, (macro)ecumênica religiosamente e sustentável ecologicamente.
BH, MG,
07/01/2020.
Obs.: Os filmes e
vídeos nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado acima.
2
- Tributo a Epaminondas Alves Ribeiro, da Pastoral Rural, CPT, CEBs, STR -
09/4/1950 a 14/10/2019.
3
- História dos 14 Encontros de CEBs de Taiobeiras, MG, no XIV Encontro de CEBs.
Vídeo 11 - 28/7/2019
4
- Espiritualidade das CEBs (Parte I): Sônia no XIV Encontrão de CEBs de
Taiobeiras/MG. Vídeo 6
5
- Espiritualidade das CEBs (Parte II): Sônia no XIV Encontro de CEBs de
Taiobeiras/MG. Vídeo 7 - 28/7/2019.
[1]Frei e padre da Ordem
dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em
Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências
Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos
Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG.
E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br
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