quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Queremos Ibirité, MG, território livre de mineração! Vídeo 2 - 31/10/2019



Queremos Ibirité, MG, território livre de mineração! Vídeo 2 - 31/10/2019.

Esse vídeo aqui, vídeo n. 2, foi gravado dia 31/10/2019, durante a visita de uma Comissão integrada pelo Dom Vicente Ferreira, inclusive, conforme expresso na Nota, abaixo.
“Queremos o município de Ibirité, MG, território livre da mineração. Dia 31/10/2019, junto com dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, o padre Jean, coordenador dos padres de 69 paróquias da Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida (RENSA) e um grupo de lideranças do Movimento socioambiental Serra Sempre Viva, visitamos, na parte da manhã, o manancial de Taboões, manancial de abastecimento público de Ibirité e de parte de Belo Horizonte. No manancial Taboões pudemos contemplar a maravilha que é toda a criação, obra do Deus da vida que cria e age nas ondas da história. O manancial de Taboões é um santuário natural e sagrado, mas está ameaçado de extinção pela mineradora Santa Paulina – que de santa só tem o nome - que insiste em retomar projeto de mineração ao lado do manancial, onde já existem enormes crateras deixadas por essa mesma mineradora. Visitamos também com dor no coração essas crateras que a mineradora Santa Paulina deixou ao lado do manancial Taboões em Ibirité. Na parte da tarde do mesmo dia, 31/10/2019, fizemos uma longa reunião com os vereadores e uma vereadora de Ibirité, MG. Reivindicamos o apoio firme de todos os vereadores e da vereadora de Ibirité na luta para impedirmos a reabertura de mineração no município de Ibirité. Exigimos que o prefeito de Ibirité, Wiliam Parreira, volte atrás e cancele a Carta de Anuência e concordância com a reabertura de mineração no município. Apresentamos propostas de vários projetos de lei que precisam ser aprovados na Câmara municipal de Ibirité, MG, para que em breve possamos declarar o município de Ibirité território livre da mineração. Como vice-presidente da Comissão Episcopal de Mineração e Ecologia Integral da CNBB, o bispo dom Vicente Ferreira está firme na luta pela superação da mineração devastadora em MG e no Brasil.
Não podemos admitir a retomada de mineração em Ibirité pela mineradora Santa Paulina, na Serra do Rola Moça, dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça. A mineradora Santa Paulina já causou um enorme estrago socioambiental dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça, no município de Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, ao lado do manancial de Taboões, manancial de abastecimento público de Ibirité e de parte de Belo Horizonte. Além de ser área do Parque e manancial de abastecimento público, a área é APP (Área de Preservação Permanente). Pior, agora a mineradora Santa Paulina já construiu, de forma ilegal e imoral, uma estrada que servirá para escoar o minério que pretende voltar a explorar ao lado das crateras já deixadas em Ibirité, dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça. No manancial de Taboões encontram muitas espécies vegetais e animais raros. As crateras enormes já deixadas pela mineradora Santa Paulina são chagas e feridas da mãe Terra que geme em dores de parto ou de estertor de morte. As poucas flores que insistem em irradiar beleza ao redor das crateras da mineradora Santa Paulina profetizam que não podemos em nenhuma hipótese aceitar a reabertura de mineração na área já sangrada e declarada como zona de sacrifício ao ídolo mercado.
Diante da crise hídrica, do colapso hídrico chegando e dos crimes/tragédias das mineradoras em conluio com o Estado, é postura irresponsável e suicida aprovar reabertura de mineração. Por isso, exigimos Ibirité como território livre de mineração.

Visita de Dom Vicente Ferreira, padre Jean, frei Elionaldo, frei Gilvander e representantes do Movimento Socioambiental SERRA SEMPRE VIVA ao manancial Taboões, em Ibirité, MG, dia 31/10/2019, com o objetivo de fortalecer a luta pela preservação dos mananciais e impedir a reabertura de mineração no município de Ibirité, MG. Foto: CPT/MG.

*Filmagem: Alenice Baeta, 31/10/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
#FreiGilvander

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Povo de Deus se organizando por meio da XXII Romaria das Águas e da Terra de MG: 1º Encontro da Cartilha.


Povo de Deus se organizando por meio da XXII Romaria das Águas e da Terra de MG: 1º Encontro da Cartilha.

Missão em uma Escola na Cidade de Romaria, MG, dia 05/11/2019. Fotos: CPT/MG.
 A fé em Jesus Cristo e no seu Evangelho nos dá coragem, anima nosso espírito para a construção do Reino de Deus entre nós. Durante uma Semana de Missão da XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais, de 02 a 8 de novembro de 2019, tendo como subsídio uma Cartilha com três Encontros (Roteiros Bíblicos) e uma Celebração, estamos refletindo sobre a irmã água e a mãe terra, dons de Deus que motivam e inspiram. A celebração final da XXII Romaria acontecerá na cidade de Romaria, no dia 10 de novembro desse ano de 2019, um domingo, das 8h30 às 16 horas. Eis, abaixo, um pouco do que consta o 1º Encontro da Cartilha das Missões.
A Mãe Terra e a Irmã Água são dons de Deus, que não podem ser tratados como mercadorias por um grupo de pessoas e empresas. Todos nós temos o direito de ter acesso a estes dons. Sem água não podemos viver! Sem terra sadia não podemos viver! Temos consciência de que sem o verdadeiro cuidado com a mãe terra e com a irmã água, em vão será nossa luta. Temos que estar unidos, pois a luta será grande e a mudança só acontecerá com engajamento coletivo e verdadeiras atitudes proféticas. Se permanecermos unidos, nada poderá nos desanimar. Nosso desejo é lutar pela defesa do interesse de todos e todas. Sabemos que o sistema capitalista, presente em nossa região e no Brasil inteiro, é uma máquina de moer vidas. Existem pessoas que, sintonizadas com o sistema capitalista, visam uma produção cada vez mais mecanizada, matando as nascentes, secando as grotas, os córregos, as lagoas e nossos rios, envenenando a terra, acumulando latifúndios. A mãe terra está clamando para ser partilhada, livre de venenos. Irmã água está clamando para ser preservada! 
Na Bíblia, no livro do Êxodo, especialmente no capítulo 18, Moisés estava enfrentando muitas dificuldades na condução do povo Rumo à Terra Prometida. Moisés estava levando toda a responsabilidade em suas costas. Ninguém pode achar que os problemas sociais são gerados por uma só pessoa, muito menos, pensar que a solução também virá de uma única pessoa. Não precisamos de heróis, mas sim de fazermos aliança em nossa luta e sermos organizados. O sogro de Moisés, chamado Jetro, entrou com a voz da experiência e dos longos anos vividos orientando-o a descentralizar a autoridade. Jetro propõe organizar o povo em grupos, formando assim uma grande Assembleia. Moisés ouviu o conselho de seu sogro! Seja na atitude de Jetro, sogro de Moisés, seja nas atitudes de Josué, ou mais ainda na forma como Jesus de Nazaré conduzia o povo, em todos, o que há de comum é a organização do povo como forma de fortalecimento.
O Deus da vida nos fala a partir da Bíblia e também a partir da realidade. A região da Arquidiocese de Uberaba e das Dioceses de Uberlândia, Patos de Minas e Ituiutaba – Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro - está sendo violentada pela multiplicação inconsequente dos agentes da agroindústria, de mineração, agronegócio com monoculturas da cana, do café e do capim, tudo com irrigação na base do hidronegócio. Apesar das boas práticas e uso sustentável da terra, da água e outros recursos naturais realizadas de maneira consciente por algumas entidades e pessoas nesses municípios, predominam graves problemas visíveis e muito mais ainda invisíveis que afetam a vida de todos na nossa região. Antigamente, esperava-se que a chuva chegasse para plantar. Tinha um tempo e uma duração previsível naturalmente. Tínhamos menos pessoas para alimentar e muitas áreas a serem incorporadas ao sistema produtivo. Praticava-se uma agricultura e pecuária extensiva. Ou seja, para aumentar a produção, aumentavam-se as áreas produtivas. O cerrado era ignorado como região boa para produção agrícola e pecuária. A preferência era pela Mata Atlântica. Depois, com os avanços das pesquisas descobriram a riqueza e possibilidades de produção no cerrado. Com isso, houve acentuada devastação do cerrado de forma que os empresários do agronegócio, além de utilizar essas e outras áreas de mata atlântica para produzir, passaram a plantar várias vezes por ano suas lavouras e também fazer uso desordenado da água, com as práticas da irrigação, captando água das lagoas, dos córregos, dos rios e do lençol freático via poços artesianos. Só que a captação desordenada além de baixar o nível da água subterrânea em função da redução das chuvas, beneficia apenas alguns proprietários, empresários, deixando consequentemente milhares de famílias camponesas em dificuldades. Assim, a miséria está se alastrando no campo e na cidade no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Existem pessoas sérias, órgãos, entidades e lideranças comprometidas que atuam para preservar e reverter a realidade das áreas degradadas. Mas, há muita fala, muito papel, pouca ação. Até mesmo no poder público estatal e alguns órgãos ambientais existem protagonistas dessa devastação socioambiental. Não fiscalizam e concedem licenças ambientais que na prática são usadas para se captar muito mais água do que o permitido legalmente. Somos testemunhas dos maus tratos impostos à mãe terra pela fome de lucro que destrói nascentes, seca córregos e polui ribeirões, deixando com sede os dois grandes rios do Triângulo Mineiro: o Rio Grande e o Rio Paranaíba, e seus afluentes. Além disso, em geral, as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba são conhecidas como prósperas e ricas; no entanto, há uma gritante concentração de riquezas que produz uma relação de exploração e pobreza da maioria de sua população no campo e na cidade. Como sinal disso, mais de 20 mil famílias foram para ocupações em Uberlândia nos últimos anos. Nesse sentido, acolhendo o grito profético do Papa Francisco, na Encíclica Laudato Si, para cuidarmos de nossa Casa comum; celebrando a Campanha da Fraternidade sobre os Biomas Brasileiros e a Defesa da Vida, em 2017 e a Campanha da Fraternidade sobre Políticas Públicas em 2019, vivenciamos e celebramos a XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais, uma caminhada que desperta a consciência dos e das agentes para a dimensão socioambiental da fé cristã. São promotores desta caminhada o trabalho da Cáritas Arquidiocesana de Uberaba, a atuação histórica do povo trabalhador da região, das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e de Pastorais Sociais, junto com os Movimentos Sociais Populares no campo e na cidade, buscando a construção da Sociedade do Bem Viver e Conviver.


Momento de oração e celebração da Equipe missionária durante a XXII Romaria das Águas e da Terra de MG.

Santuário de Nossa Senhora da Abadia da Água Suja, em Romaria, onde acontecerá a XXII Romaria das Águas e da Terra de MG, dia 10/11/2019.


Entre os/as missionários/as estão pessoal das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), de Pastorais Sociais e indígenas Pataxó, inclusive.


Paixão na bacia do rio ex-Doce: crime e impunidade crescem

Paixão na bacia do rio ex-Doce: crime e impunidade crescem
Por Gilvander Moreira[1]

Foto: Divulgação / MAM -Movimento pela Soberania Popular na Mineração
O dia 05 de novembro de 2015 entrou para a história como o dia do maior crime/tragédia socioambiental da história do Brasil e um dos maiores do mundo: o crime das mineradoras VALE/Samarco/BHP e do Estado acontecido a partir de Bento Rodrigues, no município de Mariana, MG, com o rompimento da barragem de Fundão, que despejou abruptamente 55 milhões de toneladas de lama tóxica – rejeito de mineração – na calha do rio ex-Doce, matando instantaneamente 19 pessoas, milhões de peixes etc. Dia 05 de novembro de 2015, a sexta-feira da paixão da Bacia do rio ex-Doce no altar do mercado idolatrado que mata rio, mata peixe, mata gente e tudo o que encontra pela frente. Ao celebrarmos com ‘luto e luta’ os quatro anos desse crime/tragédia de proporções inimagináveis, precisamos prestar atenção sobre o tamanho da devastação socioambiental que esse crime/tragédia vem causando de forma continuada. O crime continua se reproduzindo e, pior, aumentando. A impunidade também só cresce. Há um silenciamento que insiste no esquecimento. Fala-se do crime/tragédia da Vale e do Estado a partir de Córrego de Feijão, em Brumadinho, dia 25 de janeiro de 2019, mas não podemos deixar cair no esquecimento o crime/tragédia que se abateu sobre toda a Bacia do rio ex-Doce. Eis alguns dados imprescindíveis para as análises e para subsidiar a luta pela superação desse imenso rastro de devastação.
Do tamanho de Portugal, a Bacia do rio ex-Doce está localizada na região leste de Minas Gerais e deságua no norte do estado do Espírito Santo; é a 5ª maior bacia hidrográfica do Brasil com 850 quilômetros de extensão; nela vivem 3,5 milhões de habitantes e bilhões de outros seres vivos da biodiversidade. Na bacia, acima de 350 mil pessoas estão em grave insegurança hídrica e alimentar sem poder usar a ‘água vermelha’ do rio ex-Doce que está com lama tóxica. Existem 377 mil nascentes em toda a bacia e estão todas sendo matadas pela monocultura do eucalipto, pecuária extensiva e por projetos de mineração. Os 55 milhões de metros cúbicos - equivalentes a 20 mil piscinas olímpicas - de lama tóxica jogados no rio ex-Doce destruíram as 120 mil nascentes que existiam nas margens do rio ex-Doce e nos mangues na foz, no Espírito Santo. Mais de 11 toneladas de peixes foram mortos e a reprodução de peixe foi extinguida. O crime acabou com a possibilidade de se usar a areia do rio ex-Doce para a construção civil e amputou a as condições de vida das comunidades ribeirinhas, de pescadores e de assentamentos da reforma agrária. Além das 19 pessoas assassinadas instantaneamente, nos últimos quatro anos morreram muito mais pessoas por depressão, por ataque cardíaco ou por briga por migalhas de água.
Em conluio com as mineradoras, por um dos seus braços que é o Poder Judiciário, o Estado permitiu que as mineradoras criminosas continuassem cuidando da cena do crime, fazendo paliativos e postergando infinitamente o pagamento das necessárias indenizações e o atendimento às justas reivindicações dos milhares de famílias que não foram apenas atingidas, mas golpeadas. Por meio do poder judiciário, o Estado se colocou de joelhos diante das mineradoras ao conceder autorização judicial para se criar a Fundação Renova, que é a mineradora Samarco travestida de fundação. O justo seria confiscar os bilhões de reais necessários das mineradoras VALE/Samarco/BHP e repassar diretamente para as entidades da Sociedade Civil organizada para, com acompanhamento do Ministério Público e da Defensoria Pública, empreender assistência técnica autônoma, encaminhar o pagamento com urgência de todas as indenizações devidas e implementar os melhores projetos de resgate e revitalização de toda a Bacia do rio ex-Doce que foi sacrificada por uma máquina de moer vidas.
Não podemos esquecer a infame flexibilização das leis de licenciamento ambiental promovida em regime de urgência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, sob liderança do ex-governador Fernando Pimentel (PT), logo após o início do crime/tragédia a partir de Bento Rodrigues. Alertamos também que após muita luta dos movimentos socioambientais e sob a comoção do crime/tragédia que ocorreu a partir de Brumadinho, o projeto de lei “mar de lama” aprovado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais ainda faculta às mineradoras o autocontrole e a autofiscalização, o que deixa a porta aberta para a produção de outros crimes.
Repudiamos também a autorização que o Governo de Minas Gerais, de Romeu Zema (Partido Novo), por meio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMAD), concedeu para a Samarco voltar a explorar minério em Bento Rodrigues, pois significa apunhalar novamente os povos e a bacia do rio ex-Doce. Não esqueçamos: a) há mais de 700 barragens de rejeitos de minério em Minas Gerais e a maioria com risco de rompimento; b) a cidade de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana estão em aguda crise hídrica e com os dias contados para entrar em colapso hídrico, devido também ao assassinato do rio Paraopeba pelo crime/tragédia da Vale e do Estado, a partir de 25 de janeiro de 2019.

No Evangelho de Jesus Cristo e em documentos do Concílio Vaticano II há um alerta elementar: prestem atenção nos sinas dos tempos. Acrescento: Ouçamos os sinais dos lugares e dos territórios sacrificados pela mineração: os povos de Minas Gerais e os seres vivos da biodiversidade só terão futuro se a mineração e as monoculturas forem reduzidas a um mínimo necessário. Honremos os mortos vítimas das mineradoras e do Estado, na luta para vencermos a guerra que as mineradoras estão fazendo contra a mãe terra, a irmã água, os povos e todos os seres vivos.  

Belo Horizonte, MG, 05/11/2019.

Obs.: Abaixo, vídeos que versam sobre o assunto apresentado, acima.

1 - Denúncia comovente/Marino/crime/SAMARCO/VALE/BHP/ESTADO/Audiência Pública da ALMG. Parte I/Vídeo 2



2 - "Crimes da VALE pioram com o passar do tempo" (Marino)/Audiência Pública/ALMG/MG. II parte/Vídeo 3



3 - Depoimento de Marino - 1a Parte -  Seminário Ecoteologia e Mineração - Mariana/MG - 06/11/2017



4 - Depoimento de Marino (2a Parte): Ecoteologia e Mineração - Crime da Vale, Mariana/MG - 06/11/2017



5 - Depoimento de Marino - 3a Parte- Seminário de Ecoteologia e Mineração - Mariana/MG - 06/11/2017





[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; mestre em Ciências Bíblicas; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; assessor da CPT, CEBI, SAB, CEBs e Movimentos Sociais Populares; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br - www.freigilvander.blogspot.com.br      –       www.twitter.com/gilvanderluis        –     Facebook: Gilvander Moreira III

Visita ao manancial Taboões, em Ibirité, MG. Preservar, SIM! Minerar em ...




Visita ao manancial Taboões, em Ibirité, MG. Preservar, SIM! Minerar em Ibirité, NÃO! Vídeo 1 - 31/10/2019.

Esse vídeo aqui, vídeo n. 1, foi gravado dia 31/10/2019, durante a visita de uma Comissão integrada pelo Dom Vicente Ferreira, inclusive, conforme expresso na Nota, abaixo.
“Queremos o município de Ibirité, MG, território livre da mineração. Dia 31/10/2019, junto com dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, o padre Jean, coordenador dos padres de 69 paróquias da Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida (RENSA) e um grupo de lideranças do Movimento socioambiental Serra Sempre Viva, visitamos, na parte da manhã, o manancial de Taboões, manancial de abastecimento público de Ibirité e de parte de Belo Horizonte. No manancial Taboões pudemos contemplar a maravilha que é toda a criação, obra do Deus da vida que cria e age nas ondas da história. O manancial de Taboões é um santuário natural e sagrado, mas está ameaçado de extinção pela mineradora Santa Paulina – que de santa só tem o nome - que insiste em retomar projeto de mineração ao lado do manancial, onde já existem enormes crateras deixadas por essa mesma mineradora. Visitamos também com dor no coração essas crateras que a mineradora Santa Paulina deixou ao lado do manancial Taboões em Ibirité. Na parte da tarde do mesmo dia, 31/10/2019, fizemos uma longa reunião com os vereadores e uma vereadora de Ibirité, MG. Reivindicamos o apoio firme de todos os vereadores e da vereadora de Ibirité na luta para impedirmos a reabertura de mineração no município de Ibirité. Exigimos que o prefeito de Ibirité, Wiliam Parreira, volte atrás e cancele a Carta de Anuência e concordância com a reabertura de mineração no município. Apresentamos propostas de vários projetos de lei que precisam ser aprovados na Câmara municipal de Ibirité, MG, para que em breve possamos declarar o município de Ibirité território livre da mineração. Como vice-presidente da Comissão Episcopal de Mineração e Ecologia Integral da CNBB, o bispo dom Vicente Ferreira está firme na luta pela superação da mineração devastadora em MG e no Brasil. Não podemos admitir a retomada de mineração em Ibirité pela mineradora Santa Paulina, na Serra do Rola Moça, dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça. A mineradora Santa Paulina já causou um enorme estrago socioambiental dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça, no município de Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, ao lado do manancial de Taboões, manancial de abastecimento público de Ibirité e de parte de Belo Horizonte. Além de ser área do Parque e manancial de abastecimento público, a área é APP (Área de Preservação Permanente). Pior, agora a mineradora Santa Paulina já construiu, de forma ilegal e imoral, uma estrada que servirá para escoar o minério que pretende voltar a explorar ao lado das crateras já deixadas em Ibirité, dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça. No manancial de Taboões encontram muitas espécies vegetais e animais raros. As crateras enormes já deixadas pela mineradora Santa Paulina são chagas e feridas da mãe Terra que geme em dores de parto ou de estertor de morte. As poucas flores que insistem em irradiar beleza ao redor das crateras da mineradora Santa Paulina profetizam que não podemos em nenhuma hipótese aceitar a reabertura de mineração na área já sangrada e declarada como zona de sacrifício ao ídolo mercado. Diante da crise hídrica, do colapso hídrico chegando e dos crimes/tragédias das mineradoras em conluio com o Estado, é postura irresponsável e suicida aprovar reabertura de mineração. Por isso, exigimos Ibirité como território livre de mineração.

Visita ao manancial Taboões, em Ibirité, MG, dia 31/10/2019: luta pela preservação dos mananciais e contra o retorno de mineração para o município de Ibirité. Foto: Arquivo CPT/MG.

*Filmagem: Alenice Baeta, 31/10/2019.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Boletim n.º 1 das Missões da XXII Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais


Boletim n.º 1 das Missões da XXII Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais



O quê? XXII Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais.
Onde? Na cidade de Romaria, no Alto Paranaíba, na Arquidiocese de Uberaba, MG.
Quando? Dia 10 de Novembro/2019.
TemaCom a Mãe Abadia, os filhos e filhas e toda a natureza clamam em dores de parto.
LemaDas águas sujas, em Romaria, na luta pela terra e pelas águas, fontes de vida.

Dias 2 e 3/11/2019, no Salão da Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Uberlândia, realizamos um Encontro de Preparação de quase 40 Missionários/as para uma Semana de Missões da XXII Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais, que acontecerá no próximo dia 10 de novembro de 2019, na cidade de Romaria, na região do Alto Paranaíba, na Arquidiocese de Uberaba, MG. Após a acolhida e apresentação de todos/as, houve Oração Inicial do Encontro e seguiu-se, com frei Rodrigo Peret, apresentação da realidade histórica e atual do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Foram apresentados o Cancioneiro (Livro de Cantos) da XXII Romaria e a Cartilha das Missões da XXII Romaria com quatro Encontros para reflexão e celebração nas Comunidades durante a Semana Missionária. Fizemos retrospectiva dos passos dados até aqui no processo de preparação para a XXII Romaria. Refletimos sobre a mística e a espiritualidade da Romaria das Águas e da Terra. Após a Constituição das Equipes Missionárias, fizemos uma Celebração de Envio para a Missão em várias Comunidades rurais e urbanas nas cidades de Uberlândia, Monte Carmelo, Indianópolis e Romaria. Haverá missão também nos Assentamentos Carinhosa e Taperão, no município de Uberlândia.
     Com a presença espiritual do nosso querido padre Ernesto e com as bênçãos de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora da Abadia da Água Suja, na parte da tarde do dia 03/11, os/as missionários/as partiram para a missão que acontecerá até o dia 08/11. Na manhã do dia 09/11, faremos, na cidade de Romaria, a avaliação das missões. Na parte da tarde do dia 09/11, realizaremos a organização dos últimos preparativos para a XXII Romaria. Na noite de 09/11, acontecerá uma Noite Cultural na Cidade de Romaria. E dia 10 de novembro, das 8h30 às 16 horas acontecerá a XXII Romaria das Águas e da Terra de MG, que terá início em uma das entradas da cidade de Romaria. Gratidão a todos/as os/as missionários/as que vieram de longe, com muito amor, esperança e fé no Deus da Vida e no Evangelho de Jesus Cristo. Gratidão a todos/as que têm contribuído na realização da XXII Romaria.

Obs.: Acompanhe notícias, textos e vídeos nos sites:

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Queremos o município de Ibirité, MG, território livre da mineração.

Queremos o município de Ibirité, MG, território livre da mineração.

Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e vice-presidente da Comissão Episcopal de Mineração e Ecologia Integral da CNBB, em visita ao Manancial Taboões, em Ibirité, MG, dia 31/10/2019: luta contra o retorno de mineração ao município de Ibirité, MG, e luta pela preservação dos mananciais do Parque Estadual Serra do Rola Moça, na região metropolitana de Belo Horizonte, MG.
Dia 31/10/2019, junto com dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, o padre Jean, coordenador dos padres de 69 paróquias da Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida (RENSA) e um grupo de lideranças do Movimento socioambiental Serra Sempre Viva, visitamos, na parte da manhã, o manancial de Taboões, manancial de abastecimento público de Ibirité e de parte de Belo Horizonte. No manancial Taboões pudemos contemplar a maravilha que é toda a criação, obra do Deus da vida que cria e age nas ondas da história. O manancial de Taboões é um santuário natural e sagrado, mas está ameaçado de extinção pela mineradora Santa Paulina – que de santa só tem o nome - que insiste em retomar projeto de mineração ao lado do manancial, onde já existem enormes crateras deixadas por essa mesma mineradora. Visitamos também com dor no coração essas crateras que a mineradora Santa Paulina deixou ao lado do manancial Taboões em Ibirité. Na parte da tarde do mesmo dia, 31/10/2019, fizemos uma longa reunião com os vereadores e uma vereadora de Ibirité, MG. Reivindicamos o apoio firme de todos os vereadores e da vereadora de Ibirité na luta para impedirmos a reabertura de mineração no município de Ibirité. Exigimos que o prefeito de Ibirité, Wiliam Parreira, volte atrás e cancele a Carta de Anuência e concordância com a reabertura de mineração no município. Apresentamos propostas de vários projetos de lei que precisam ser aprovados na Câmara municipal de Ibirité, MG, para que em breve possamos declarar o município de Ibirité território livre da mineração. Como vice-presidente da Comissão Episcopal de Mineração e Ecologia Integral da CNBB, o bispo dom Vicente Ferreira está firme na luta pela superação da mineração devastadora em MG e no Brasil.
Não podemos admitir a retomada de mineração em Ibirité pela mineradora Santa Paulina, na Serra do Rola Moça, dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça. A mineradora Santa Paulina já causou um enorme estrago socioambiental dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça, no município de Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, ao lado do manancial de Taboões, manancial de abastecimento público de Ibirité e de parte de Belo Horizonte. Além de ser área do Parque e manancial de abastecimento público, a área é APP (Área de Preservação Permanente). Pior, agora a mineradora Santa Paulina já construiu, de forma ilegal e imoral, uma estrada que servirá para escoar o minério que pretende voltar a explorar ao lado das crateras já deixadas em Ibirité, dentro do Parque Estadual Serra do Rola Moça. No manancial de Taboões encontram muitas espécies vegetais e animais raros. As crateras enormes já deixadas pela mineradora Santa Paulina são chagas e feridas da mãe Terra que geme em dores de parto ou de estertor de morte. As poucas flores que insistem em irradiar beleza ao redor das crateras da mineradora Santa Paulina profetizam que não podemos em nenhuma hipótese aceitar a reabertura de mineração na área já sangrada e declarada como zona de sacrifício ao ídolo mercado. Uma placa empoeirada da Mineradora Santa Paulinha está colocada distante apenas alguns metros de placa da COPASA anunciando que a área é manancial de abastecimento público. Aliás, a cerca de arame do manancial Taboões está literalmente ao lado das crateras causadas pela mineradora Santa Paulina. Uma placa da COPASA no local diz que a vazão do manancial Taboões é de 50 litros por segundo, o que equivale a 3.000 litros por minuto, 180.000 litros por hora, 4.320.000 litros por dia. Isso é muita água: mais de 20 caminhões por hora ou 480 caminhões de água por dia. Ou 14.400 caminhões por mês. Ou 172.800 caminhões de água por ano. Enfim, o Manancial Taboões garante o abastecimento de milhares de pessoas em Ibirité e Região metropolitana de Belo Horizonte, além de dessedentar milhões de seres vivos na área. Logo, é uma insanidade o projeto da Mineradora Santa Paulina que visa reabrir mineração na área já muito agredida. Basta de mineração em Ibirité! Exigimos o município de Ibirité, MG, como Território Livre de Mineração.
Ibirité só sobreviverá sem mineração. Com mineração, Ibirité não sobreviverá! Mineradoras não geram empregam, geram, sim, muito desemprego. E os poucos empregos que geram são à custa de muito sangue e devastação ambiental.
Diante da crise hídrica, do colapso hídrico chegando e dos crimes/tragédias das mineradoras em conluio com o Estado, é postura irresponsável e suicida aprovar reabertura de mineração. Por isso, exigimos Ibirité como território livre de mineração.

Assinam essa Nota:
Movimento SERRA SEMPRE VIVA
Comissão Episcopal da Mineração e Ecologia Integral da CNBB
Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira).

Ibirité, MG, 01/11/2019.


terça-feira, 29 de outubro de 2019

O sonho de conquistar terra: “Minha ideia está é na roça”.

O sonho de conquistar terra: “Minha ideia está é na roça”.
Por Gilvander Moreira[1]

Dia da conquista da fazenda Monte Cristo, em Salto da Divisa, MG, que se tornou o Assentamento Dom Luciano Mendes. Foto: Arquivo da CPT/MG.
As famílias do Acampamento Dom Luciano, no município de Salto da divisa, região do Baixo Jequitinhonha, MG, precisamente as 43 – com total de pessoas flutuante - que perseveram na luta há mais de dez anos, têm demonstrado convicção de que estão no rumo certo e não vacilaram em momento algum. Sabiam muito bem que não há ventos favoráveis para quem não sabe aonde quer chegar. Carregavam sempre consigo o sonho construído em mutirão, com as próprias mãos e acordado: o da conquista da terra. Esse sonho coletivo que foi sendo sonhado acordado, na luta coletiva, se tornou um dos trunfos que fez a luta pela terra seguir rumo a emancipação. Após dezenas de anos sendo sem-terra, na luta pela terra, em luta coletiva, se tornaram Sem Terra. É óbvio que as palavras não são unívocas, mas sempre análogas, podem ter significados diversos e, inclusive, mudar de sentido ao longo do tempo conforme novas interpretações. Na luta pela terra, sob a liderança do MST, se convencionou que sem-terra é a pessoa realmente sem-terra e que continua isolado sendo expropriado e explorado pelos latifundiários, pelo latifúndio e pelo sistema do capital. E, Sem Terra é o sem-terra que se torna militante ao abraçar a luta coletiva pela terra. A experiência e a história de luta pela terra indicam que quem se torna Sem Terra conquistará a terra mais cedo ou mais tarde caso não desista da luta, mas continuará tendo a identidade de Sem Terra e não se tornará um Com Terra, pois enquanto tiver uma pessoa sem-terra a luta pela terra deve estar de pé.
Eis uma amostra da realidade social e da luta histórica dos Sem Terra que, após ficarem acampados no Acampamento Dom Luciano durante muitos anos, conquistaram a fazenda Monte Cristo que se tornou Assentamento Dom Luciano. Antes de abraçarem a luta pela terra, esses camponeses derramaram muito suor na terra trabalhando para fazendeiros, conforme o relato do camponês Sem Terra Getúlio Lopes do Nascimento, que era da coordenação do Acampamento Dom Luciano: “Eu nasci em Vitória da Conquista, BA, mas fui criado aqui em Gabiarra, cidadezinha aqui perto, onde cheguei com dois meses de idade. Já lutei demais por aqui na região. Tomei conta de fazendas muito tempo por aqui. Eu fui vaqueiro e eu conhecia o Salto da Divisa porque era linha para a gente passar tocando gado. Quem não tem um sustento pra viver, em qualquer canto é o certo pra viver. A gente não tinha um lugar pra sobreviver e então a gente achou por bem enfrentar a luta com os companheiros aqui para ver se a gente arruma um pedacinho de terra para a gente viver com dignidade. A gente precisava de uma ariazinha para a gente sobreviver, pois a gente não tem. Na cidade do Salto da Divisa quem tem, tem demais, e quem não tem, não tem nada. Aqui só tem a empresa Mineradora Nacional de Grafite e a prefeitura para o povo trabalhar. Em Salto da Divisa quando se arruma um emprego se recebe no máximo meio salário. Fui a Belo Horizonte duas vezes. Na primeira vez, estive lá dez dias e voltei para trás. Depois, voltei lá em Belo Horizonte e fiquei mais 20 dias e voltei pra trás. Achei bonito lá, mas para trabalhar lá na cidade não gostei. Nunca passou pela minha cabeça mudar para uma cidade grande. Estudei só a primeira série, só mesmo para assinar o nome. Minha ideia está é na roça. Na cidade quem quer dar emprego para um idoso? Já sofri muito trabalhando de fazenda em fazenda como empregado. Há muito que procuro um lugarzinho para a gente ficar sossegado, sem ser empurrado ou pisado, até Deus mandar chamar. Não vamos desistir da luta pela terra junto com os companheiros. Queremos a terra. A melhor alternativa é o caminho que nós estamos seguindo, primeiro, com Deus; depois, com o MST, com irmã Geraldinha, com frei Gilvander e com todos que nos apoiam”.
No Acampamento Dom Luciano Mendes havia um significativo número de pessoas acima de 50 anos de idade. Tinha mais de dez pessoas aposentadas. As normas de seleção do Plano Nacional de Reforma Agrária não excluem os aposentados por idade como trabalhador rural. Exclui, sim, os aposentados por invalidez e muitos obstáculos legais são colocados para dificultar o acesso à terra.[2] No passado, quando assentado, o normal era colocar o lote em nome do homem, chefe de família, mas ultimamente a prioridade passou a ser colocar o lote em nome da mulher, por vários motivos: a) porque a bolsa família é em nome da mulher; b) há pesquisas que asseguram que há um índice de êxito maior nos empréstimos realizados por mulheres; c) também para frear o machismo; e d) também porque há casos de mulheres viúvas, divorciadas ou mães solteiras.
De fato, quem nasce e é criado no campo, mesmo que seja forçado a migrar para a cidade, sempre trará o campo dentro de si e o sonho de retornar ao campo estará sempre vivo dentro de si. O MST, dezenas de outros movimentos sociais camponeses e os Povos e Comunidades Tradicionais, na luta coletiva, têm tornado esse sonho realidade. Com a exaustão das condições de vida nas grandes cidades a solução será cada vez mais voltar para o campo, reconquistar a terra que expropriada e construir um modo de vida simples e sóbrio no estilo do Bem Viver e Conviver dos povos originários.

Belo Horizonte, MG, 29/10/2019.

Obs.: Abaixo, vídeos que versam sobre o assunto apresentado, acima.

1 - Palavra Ética, na TVC/BH: frei Gilvander-Acampamento Dom Luciano/MST, Salto da Divisa/MG. 22/09/14



2 - De Acampamento Dom Luciano Mendes, CPT/MST, MG, a Assentamento. IV congresso da CPT. 13/07/15



3 - Povo do Acampamento Dom Luciano, do MST, em Salto da Divisa, MG, não arreda o pé da luta. 22/09/14




[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; mestre em Ciências Bíblicas; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; assessor da CPT, CEBI, SAB, CEBs e Movimentos Sociais Populares; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br - www.freigilvander.blogspot.com.br      –       www.twitter.com/gilvanderluis        –     Facebook: Gilvander Moreira III
[2] Segundo a NORMA DE EXECUÇÃO Nº 45, DE 25 DE AGOSTO DE 2005. DOU 166, de 29/8/2005, seção 1, p. 122, que dispõe sobre procedimentos para seleção de candidatos ao Programa Nacional de Reforma Agrária, podem ser beneficiários (as) do Programa Nacional Reforma Agrária: Art. 5º. O assentamento de famílias contemplará as seguintes categorias de trabalhadores e trabalhadoras: 2 I - Agricultor e agricultora sem terra; I - Posseiro, assalariado, parceiro ou arrendatário; II - Agricultor e agricultora cuja propriedade não ultrapasse a um módulo rural do município. Art. 6º. Não poderá ser beneficiário(a) do Programa de Reforma Agrária, a que se refere esta norma, seguindo os seguintes Critérios Eliminatórios: I - Funcionário(a) público e autárquico, civil e militar da administração federal, estadual ou municipal, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a); II - O agricultor e agricultora quando o conjunto familiar auferir renda proveniente de atividade não agrícola superior a três salários mínimos mensais; III - Proprietário(a), quotista, acionista ou coparticipante de estabelecimento comercial ou industrial, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a); IV - Ex-beneficiário(a) ou beneficiários(a) de regularização fundiária executada direta ou indiretamente pelo INCRA, ou de projetos de assentamento oficiais ou outros assentamentos rurais de responsabilidade de órgãos públicos, de acordo com a Lei nº 8.629/93, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a), salvo por separação judicial do casal ou outros motivos justificados, a critério do INCRA; V - Proprietário(a) de imóvel rural com área superior a um módulo rural, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a); VI - Portador(a) de deficiência física ou mental, cuja incapacidade o impossibilite totalmente para o trabalho agrícola ressalvados os casos em que laudo médico garanta que a deficiência apresentada não prejudique o exercício da atividade agrícola; VII - Estrangeiro(a) não naturalizado, enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a); VIII - Aposentado(a) por invalidez, não enquadrando o cônjuge e/ou companheiro(a) se estes não forem aposentados por invalidez; IX - Condenado (a) por sentença final definitiva transitado em julgado com pena pendente de cumprimento ou não prescrita, salvo quando o candidato faça parte de programa governamental de recuperação e reeducação social, cujo objeto seja o aproveitamento de presidiários ou ex-presidiários, mediante critérios definidos em acordos, convênios e parcerias firmados com órgãos ou entidades federais ou estaduais.