quinta-feira, 16 de março de 2017

Acirramento do Conflito Agrário na Ocupação da Fazenda Marilândia, em Manga, no Norte de Minas. Grande tensão!

Acirramento do Conflito Agrário na Ocupação da Fazenda Marilândia, em Manga, no Norte de Minas. Grande tensão!

Nota da CPT/MG.

As mais de 100 famílias da reocupação da fazenda Marilândia, no município de Manga, no Norte de Minas Gerais, vem por meio da Associação Nossa Senhora de Fátima e Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG) alertar, informar e denunciar os últimos acontecimentos e  solicitar da Mesa de Diálogo e Negociação do Governo de MG respostas dos encaminhamentos da última reunião da Mesa realizada em Novembro de 2016. Foi constituída uma comissão que daria início ao processo de levantamento e discriminatória do imóvel, o proprietário se comprometeu apresentar a comissão os documentos da área no prazo de 05 dias. Até o momento não recebemos nenhuma comunicação e nem mesmo a Ata da reunião. A Fazenda Marilândia tem sérios indícios de que se trata de terra devoluta. E a Fundação Palmares já declarou que a quase totalidade da fazenda Marilândia é território quilombola.

Estamos muito preocupados e apreensivos com o Acirramento do conflito agrário e fundiário na área. Passaram quatro meses da última tentativa de um acordo. As famílias reocuparam a fazenda em 02 de abril de 2016 após o 12° despejo, estão reerguendo os barracos, preparando as terras para o plantio, retornando com os animais e construindo cercas para proteção das roças.  Estamos vivendo momentos de terror e de muita tensão, ameaça de um novo despejo, intimidações, humilhação e muita insegurança. 

Vejam alguns fatos:

Conforme relato dos trabalhadores, por várias vezes, a Polícia Militar do destacamento de Manga adentrou na área juntamente com um suposto gerente da fazenda, o Givanildo, fazendo pressões e tentando intimidar as famílias. Entretanto, os camponeses não são bobos, sabem muito bem quais são seus direitos. Tanto é que já sofreram 12 despejos e reocupam a fazenda que não cumpria função social, além dos indícios de ser terra devoluta e agora já declarada como território quilombola. Repudiamos as ameaças e as intimidações.

Nos últimos dias o suposto gerente Givanildo vem ameaçando  as famílias dizendo que por esses dias haverá um novo despejo, que desta vez será derrubadas todos os barracos e destruídas as plantações. 

No dia 07 de fevereiro de 2017, fomos intimados na Delegacia da Polícia Civil, de Manga, para depor sobre investigação de um crime ambiental  (incêndio ) que ocorreu há muito  tempo atrás na fazenda Marilândia.
Além do suposto gerente Givanildo, surge um senhor de nome Danilo investigador da Polícia Civil de Januária, no momento encontra-se afastado de suas funções, o mesmo vem ameaçando colocar gado na área onde estão as famílias e também pressionando a aceitar a proposta do proprietário. 

Exigimos que a Mesa de Negociação do Governo cumpra com urgência os compromissos assumidos em reunião em novembro de 2016, antes que exploda a violência na fazenda ocupada em Manga.
“Nenhum camponês sem terra”, exige o papa Francisco e nós da CPT e da Associação.

Manga, Norte de MG, 16 de março de 2017.


Um comentário:

  1. Repudiamos qualquer tipo de ameaça e violência contra aos trabalhadores e trabalhadoras quilombolas de Marilândia.

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