08/03/2016
- MULHERES EM LUTA: OCUPAÇÕES OCUPAM CRAS EM BELO HORIZONTE, MG, E DENUNCIAM A
PRIVAÇÃO DE ATENDIMENTO DE SAÚDE E EDUCAÇÃO.
Mulheres das ocupações Rosa
Leão, Helena Greco, Brigadas Populares e Rede de Apoio ocupam o CRAS
Zilah-Spósito no dia internacional da mulher, 8 de Março, para denunciar a
crise da saúde das periferias e a privação do acesso ao direito universal e
integral à saúde e educação.
Nos centros urbanos a
condição de moradia das ocupações urbanas, criminalizada pelos poderes públicos
locais e pelo judiciário, têm determinado o não acesso ou o acesso precário à
políticas sociais de caráter universal. Seja em função do planejamento urbano
que prioriza a construção de equipamentos públicos nos centros em detrimento da
descentralização do atendimento nas periferias, seja por considerar um
território ocupado um espaço transitório, ilegal e à espera do direito, o
Estado tem negado o acesso a políticas públicas essenciais para garantir a vida
e os direitos humanos das mulheres.
No bairro Zilah Spósito,
ocupação da década de 80, a construção de um posto de saúde é apenas uma
promessa vaga. Mais de 15.000 famílias são obrigadas a frequentar uma pequena
sala no CRAS Zilah Spósito para terem acompanhamento básico de saúde. Para as
famílias das ocupações nem sequer isso. Sob o argumento de não possuirem CEP
fixo o posto improvisado nega à várias mulheres, crianças e idosas o
atendimento básico, acompanhamento e medicamentos. Além disso, serviços como a
saúde da família inexistem nos territórios tidos como “ilegais”. Várias
crianças estão fora das escolas porque a região não disponibilizavam vagas para
crianças de ocupação.
A realidade do bairro foi
vivida por várias ocupações urbanas em Belo Horizonte. Para serem atendidas as
famílias da ocupação Dandara, no bairro Céu Azul, tiveram que ocupar postos de
saúde e fazer importantes denúncias. Para atendê-las o estado construiu um
anexo provisório, como provisória esperava que fosse a moradia daquelas
famílias que estão há quase 7 anos com a ameaça de uma ação de reintegração de
posse.
Para as mulheres de
periferia, responsabilizadas pelas atividades de cuidado, o ônus dessa exclusão
é arrasador e incontornável.
Hoje são as mulheres das
ocupações Rosa Leão e Zilah Spósito quem dão continuidade pela dignidade de
suas famílias, pela garantia de seus direitos e por uma cidade em que caibam
todas.
- Que todos os moradores das
ocupações Rosa Leão e Zilah Spósito-Helena Greco tenham sejam cadastrados em
seus devidos endereços nas ocupações;
- Que as famílias das
ocupações sejam atendidas e respeitadas pelos servidores públicos;
- Que todas as crianças
sejam imediatamente matriculadas em escolas próximas ao seu local de moradia;
- Que o posto de saúde Zilah
Spósito seja construído em benefício a toda a comunidade. Já existe um espaço
destinado e aprovação da obra para a construção;
- Que sejam, contratados
mais profissionais da saúde para o atendimento das famílias da região;
- Que Secretaria de Saúde,
de Educação e de Direitos Humanos de Belo Horizonte do estado de Minas Gerias
estabeleça um diálogo imediato com as famílias das ocupações.
Contatos:
Charlene – 31 989808219
Cleice – 31 986014535
Isabella – 31 993832733
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