sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Das nascentes do São Francisco às terras da justiça: Hino da XXI Romaria...




Das nascentes do São Francisco às terras da justiça: hino da XXI Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais. 05/8/2018.

Rumo à XXI Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais, um bonito canto sobe aos céus... Um clamor dos filhos e filhas do Deus da Vida que em romaria fazem ecoar sua voz próximo à principal nascente do Rio São Francisco, na Cachoeira Casca D’Anta, em São Roque de Minas, na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Clamor de romeiras e romeiras que caminham, lutam, insistem, resistem e persistem em defesa das águas e da terra, em defesa da vida em toda sua biodiversidade. Fez-se desse canto o Hino Oficial da XXI Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais, a ser realizada no dia 16 de setembro de 2018, em Lagoa da Prata, na centenária Diocese de Luz. Letra e música de João Bento. São Roque de Minas, MG, 05/8/2018.

Das nascentes do São Francisco, nosso grito em romaria, Clamando pela justiça em favor da natureza. Nossa água e nossa terra viraram mercadoria. Com fé estamos lutando pra fazer sua defesa. São Francisco, o rio e o santo, rogai a Deus por nós. São Francisco, o rio e o santo, rogai a Deus por nós.

Grupo canastreiro que tocou e cantou na 2a pré-Romaria da 
XXI Romaria das Águas e da Terra de MG, na Serra da
Canastra, 
MG, dia 05/8/2018. Foto: M. R. O. Carneiro. 
* Fotos Zenaido, da Equipe de Coordenação da 2ª pré-Romaria da XXI Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais, Apoio de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. São Roque de Minas, MG, 05/8/2018.
* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.


quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Ameaçado por lutar contra o latifúndio, DIM CABRAL, da Cooerco.SD, Ube...




Ameaçado por lutar contra o latifúndio, DIM CABRAL, da Cooerco.SD, Uberlândia/MG. 24/5/2018.

Dim Cabral, da Cooerco.SD (Cooperativa Agropecuária Mista de Empreendimento Rural Comunitária, da fazenda São Domingos), de Uberlândia, Triângulo Mineiro, ameaçado de morte por lutar contra o latifúndio, participou do 2º Seminário Estadual do Programa de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos, realizado em Belo Horizonte, de 22 a 25 de maio/2018. Nesse Seminário, que teve como tema “Pelo direito de ter direitos”, Dim Cabral fez uma análise da atual conjuntura da luta pela terra no Triângulo Mineiro com o avanço das forças opressoras dos latifundiários, amparados pelo poder do sistema capitalista dominante. Dim falou ainda da importância da organização e mobilização popular para o fortalecimento da luta e resistência pelo direito à terra e destacou também a necessidade da efetiva proteção aos defensores e defensoras de Direitos Humanos.

Charge de Latuff, 2009.

* Filmagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 24/5/2018.
* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander e assista a outros vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos. 

Pelo Rio Pará, por terra e contra Aterro sanitário - Ocupação Nova Jerus...




Pela vida do Rio Pará, pelo direito à terra e contra Aterro Sanitário a Ocupação Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG, segue em luta. 29/7/2018.

As mais de 100 famílias – trabalhadoras e trabalhadores do campo - da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, acompanhada pela FNL (Frente Nacional de Luta) e pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), na Fazenda Canta Galo, município de Nova Serrana, MG, reocupada em 24/5/2018, seguem firmes na luta e resistência pelo direito à terra e à moradia e em defesa do rio Pará. De forma injusta, inconstitucional e covarde, essas famílias foram despejadas da Fazenda Canta Galo no dia 26/4/2018, após lá morarem e trabalharem por 6 anos, terem construído mais de 80 casas de alvenaria e estarem cultivando mais de 60 hectares de plantações de hortas, legumes, mandioca etc., com consciência ecológica e responsabilidade social e ambiental, produzindo alimentos saudáveis, sem uso de agrotóxicos. Alimentos estes, que além de servir ao consumo das famílias também eram vendidos nas feiras, gerando renda às famílias da Ocupação. O motivo alegado para o despejo foi de que ali seria instalado um Aterro Sanitário pelo Consórcio Intermunicipal de prefeituras da região, tendo como presidente o prefeito de Pitangui, Marcílio Valadares, o que é também um absurdo, já que o local está ao lado do rio Pará, um dos afluentes do rio São Francisco, cheio de nascentes, área de preservação ambiental, até então muito bem cuidada pelos camponeses e camponesas da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém. Vale lembrar que a área da fazenda é de propriedade do Estado de Minas Gerais e foi cedida ao município de Nova Serrana para a instalação desse aterro. A injustiça desse despejo ficou ainda mais gritante e cruel quando se constatou que as famílias foram despejadas, mas lá permaneceu o gado de colaboradores do prefeito de Pitangui, com toda a fazenda à disposição do rebanho, que inclusive, destruiu toda a plantação deixada pelos camponeses e camponesas. Em defesa das águas, da vida do Rio Pará, pelo direito à terra e à moradia, camponeses e camponesas da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém seguem em luta e resistência construindo dignidade. Exigimos o Assentamento definitivo das 100 famílias na fazenda Canta Galo e que se arrume outro local para se fazer aterro sanitário.


* Filmagem e fotos de Luciana, moradora da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, na Fazenda Canto Galo/Nova Serrana, MG. Apoio de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Nova Serrana/MG, 29/7/2018.
* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a outros vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.






quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Povos Tradicionais do Baixo Rio das Velhas – Direitos, Relações Identitárias e Socioambientais


Povos Tradicionais do Baixo Rio das Velhas – Direitos, Relações Identitárias e Socioambientais                  
Por Alenice Baeta[1]


Imagem 1 - Família de Apanhadores da Flor Sempre-Viva que mora periodicamente na Lapa Santa Apolônia no interior de uma UC, para facilitar a temporada de coleta. Detalhes de fogões, jiraus, camas de taquara e vestígios de fuligens, entre outros sinais de uso. Município: Diamantina, MG. Foto: A. Baeta. 
A região do Baixo Rio das Velhas[2] possui inúmeras comunidades tradicionais, fruto da riqueza histórica e da complexidade cultural excepcional de seus moradores. Entende-se hoje como comunidades tradicionais grupos sociais culturalmente diferenciados, com formas próprias de organização socioeconômica e de produção, bem como de transmissão de conhecimentos, possuindo dimensão territorial específica, com fortes laços de pertencimento e identificação com o lugar que vivem ou transitam (DIEGUES, 2004; COSTA FILHO et al. 2015). Logo, reproduzem historicamente o seu modo de vida, de forma isolada ou diferenciada, com base na sua campesinidade, no seu modo de vida familiar e na sua organização social, estabelecendo relações espaciais e intrínsecas com a natureza e com o seu manejo (DIEGUES & ARRUDA, 2001; ALMEIDA, 2004).

Dando luz aos principais grupos culturais da região do Baixo Rio das Velhas, onde também atua o Projeto Manuelzão, a definição acima revela uma gama de comunidades étnicas e/ou tradicionais, tais como: Indígenas[3], Apanhadores de Flores Sempre-Vivas[4], Faiscadores[5], Quilombolas[6], Povos de Terreiros[7], Vazanteiros[8], Geraizeiros[9], Pescadores Artesanais[10], Ciganos[11], dentre outras. Estas categorias identitárias vêm se revelando nos últimos decênios nessa região, outrora veladas em função de conflitos fundiários e preconceitos por parte da sociedade abrangente. Mas com o aumento da tensão fundiária e territorial, ampliação do agronegócio e da mineração, da monocultura do eucalipto ou do “deserto verde”, da construção de barragens e hidrelétricas, empreendimentos imobiliários, aberturas de estradas e expansão urbana, esses grupos em sua longa história de resistência vêm se apresentando e se organizando por meio do instituto do autorreconhecimento, enquanto povos tribais e/ou tradicionais por meio, ainda, de suas associações comunitárias (COSTA FILHO et al., 2015).  
A partir da luta dos povos tribais e/ou tradicionais de todo o planeta, foi construído paulatinamente um arcabouço jurídico internacional enredado que deu sustentação à elaboração de políticas públicas voltadas para os direitos humanos e para a alteridade cultural em vários países da América Latina.  O Brasil, em 2004, ratifica, ainda que tardiamente, a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1989, que reconhece como critério fundamental os elementos de auto-identificação dos povos e das comunidades tradicionais, bem como, o conceito de terras tradicionalmente ocupadas, aliado à noção de territorialidades específicas e etnicamente construídas. Importante lembrar um documento anterior, elaborado na Convenção sobre a Diversidade Biológica ou da Biodiversidade (CDB), de 1992, durante a reunião das Organizações das Nações Unidas (ONU),  que foi o primeiro tratado mundial sobre a utilização sustentável, conservação e soberania sobre os recursos genéticos existentes, estabelecendo ações relacionadas à transmissão dos benefícios das comunidades locais e indígenas com o assentimento e envolvimento dos detentores desses conhecimentos, reconhecendo, assim, os verdadeiros guardiões dos saberes medicinais tradicionais, combatendo a biopirataria[12].
A Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial adotada em Paris em evento promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), reitera, por sua vez, o respeito ao patrimônio cultural imaterial das comunidades tradicionais, grupos e indivíduos envolvidos, tendo sido em 2006, adotada pelo Brasil por meio do Decreto n. 5.753 de 12 de abril de 2006.
Seguindo as instruções internacionais de referência, mas, sobretudo, a partir das cobranças de algumas entidades associadas aos povos tradicionais e seus direitos, foi então implementada em 2007 a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). No art. 3º  para os fins deste Decreto e do seu Anexo compreende-se por:
                        “I - Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição; II - Territórios Tradicionais: os espaços necessários à reprodução cultural, social e econômica dos povos e comunidades tradicionais, sejam eles utilizados de forma permanente ou temporária, observado, no que diz respeito aos povos indígenas e quilombolas, respectivamente, o que dispõem os arts. 231 da Constituição e 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e demais regulamentações; e III - Desenvolvimento Sustentável: o uso equilibrado dos recursos naturais, voltado para a melhoria da qualidade de vida da presente geração, garantindo as mesmas possibilidades para as gerações futuras.”
Em âmbito estadual foi então promulgada em janeiro de 2014 a Lei no 21.147, que cria a Política Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais.  De acordo com essa lei, deverá ser realizado um mapeamento dos povos e comunidades tradicionais, além de uma caracterização demográfica e socioeconômica, visando planejar e  executar políticas públicas que resguardem os seus direitos territoriais, sociais, culturais, ancestrais e econômicos.  A partir de informações atualizadas, considerando a legislação vigente, pretende-se ainda promover a segurança alimentar e nutricional, garantindo-lhes acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, de forma compatível com outras necessidades essenciais, segundo o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - direito universal constituído de todos os povos. Esta é uma grande expectativa da sociedade organizada no âmbito dos direitos humanos, ambientalistas e povos tradicionais ou tribais, pois o índice de pobreza da população brasileira vem aumentando, o que é extremamente preocupante. Todavia, também na contramão da história, retumba a situação alarmante no Brasil com relação ao uso de agrotóxicos. Os pesticidas usados na agricultura do agronegócio para conter pragas nas plantações, muitos deles proibidos na Europa e nos Estados Unidos por estarem relacionados ao câncer e doenças genéticas, vêm sendo aqui utilizados indiscriminadamente, de forma permissiva e irresponsável, sendo ainda patrocinados pela bancada ruralista no congresso nacional.   
Buscando agora exemplificar as relações socioambientais das comunidades tradicionais que habitam a bacia do Baixo Rio das Velhas, seus eixos de luta e suas imbricações históricas, apresenta-se um panorama geral sobre três delas: Apanhadores de Flores de Sempre-Vivas, Quilombolas e Indígenas.     
Muito comum estar no alto das serras onde há os biomas Cerrado e Campos Rupestres munidos de inúmeras cachoeiras e cavernas na região de Diamantina e se deparar com famílias de Apanhadores de Flores de Sempre-Vivas. No entanto, de acordo com pesquisadores[13] e apanhadores, esse sistema extrativista encontra-se ameaçado em função da criminalização da prática dos apanhadores, impedimento de acesso a alguns terrenos por parte de seus proprietários ou ainda em unidades de conservação. Trata-se de um manejo que envolve um trabalho coletivo e periódico, atento ao ciclo das espécies, sendo que a coleta faz-se necessária, pois se não for retirada, a espécie corre o risco de não sobreviver. Algumas cavernas das serras (umas ainda com vestígios arqueológicos pré-coloniais) são utilizadas como pontos de parada ou moradia que podem durar de três a seis meses por parte de famílias ou grupos compostos por apanhadoras e apanhadores das plantas. Estes percorrem ou transitam por seus territórios etnohistóricos de coleta. Os abrigos naturais ficam assim com as marcas e vestígios de tecnologias vernaculares oriundos do uso sazonal deste povo tradicional, se tornando ainda sítios de grande valor etnográfico, socioambiental e imaterial (BAETA & PILÓ, 2013). Muitos dos indivíduos e famílias pertencem, por sua vez, às comunidades quilombolas, estabelecidas na região há séculos.   A comunidade quilombola Raiz[14], por exemplo, é muito conhecida pelos artesanatos produzidos com as Sempre-Vivas coletadas por eles, também denominadas “Capim Dourado” ou “Sedinha”. Em 2017, houve uma oficina nessa comunidade para discutir junto com entidades afins e outras comunidades quilombolas, dentre elas, Vargem do Inhaí e Mata dos Crioulos de Diamantina, a “Agrobiodiversidade, Soberania Alimentar e Resiliência”.  Nesta oportunidade, foi discutido o imenso repertório cultural dessas comunidades associadas às praticas agrícolas, alimentares e extrativistas, quando também foi apresentada a biodiversidade regional cultivada, conservada e promovida pelos agricultores e agricultoras em diversos ambientes - terreiro, horta, roça e demais territórios culturais.               
Marco inicial da história dos Tuxá em Minas Gerais, o Sr. Roque Moisés da Silva teria vindo trabalhar, após muitos conflitos territoriais em Rodelas[15], no início dos anos 50 do século XX na Companhia de Navegação Mineira do São Francisco, com o apoio do antigo Serviço de Proteção do Índio (SPI) e do político Juscelino Kubitschek. Teria chegado ainda solteiro quando conheceu em Pirapora a quilombola Maria de Lourdes (filha de um índio Tupinambá), tendo se casado com ela em seguida, quando tiveram seis filhas e dois filhos. O Sr. Roque, que transitava pelo vapor ao longo do Rio São Francisco durante vários decênios, acabou por trazer parte de uma rama de sua família indígena de Rodelas para Pirapora nos anos seguintes, fazendo desta terra mineira banhada pelo Rio São Francisco um novo lar para a comunidade Tuxá.  Anália Tuxá, uma de suas filhas, atualmente cacica de seu povo, relata que os terraços do rio das Velhas eram visitados por sua família em período de seca, para realização de inúmeros rituais, entre eles, o Toré. Há três anos, parte da comunidade “Tuxá Setsor Bragagá” se encontra em uma Retomada ou Ocupação na fazenda Santo Antônio, no distrito da Cachoeira da Manteiga, município de Buritizeiro, próximo à confluência do rio Paracatu com o rio São Francisco. Os Tuxá reivindicam esse território, bem como acesso às políticas públicas a que têm direito. Eles querem produzir nesta terra, plantar e colher - alimentando as inúmeras famílias indígenas, mantendo as suas tradições culturais e a língua materna.  Em uma Nota Oficial da comunidade datada de 23 de novembro de 2015, os Tuxá denunciam o clima de tensão junto aos latifundiários locais e o uso indevido da fazenda ocupada ou retomada por eles:  “Apesar de pertencer ao Estado de Minas Gerais, estava sendo explorada por particulares, através de criação de gado. Além da exploração ilegal, no interior da fazenda, nos deparamos com gravíssimos danos e crimes ambientais: coro de animais silvestres abatidos por caçadores; grandes áreas de desmatamento sem o devido licenciamento ambiental, elevada compactação e uso indevido do solo, vestígios de atividade madeireira e de carvoaria, dentre outras degradações ambientais.”
Como pode ser constatado, a diversidade e a complexidade das comunidades tradicionais no Baixo Rio das Velhas são enormes, tanto quanto a sua resistência cultural, secular, frente a todas as adversidades e ameaças que têm sofrido. Ainda está a passos muito lentos a conquista e o acesso aos direitos constituídos na prática – sobretudo, o usufruto coletivo de uma TERRA - ponto comum de luta das comunidades tradicionais - da biodiversidade e a segurança alimentar. A invisibilidade das comunidades tradicionais e o não reconhecimento da sua legitimidade por muitos, ainda promove um distanciamento abismal entre as pessoas, impedindo a construção de um mundo melhor, justo e solidário; que respeite as diferenças, as demandas específicas, as distintas histórias e as visões particulares de mundo.

Referências Bibliográficas:
ALMEIDA, A. W. B. Terras Tradicionalmente ocupadas: processos de territorialização e movimentos sociais. R. B. Estudos Urbanos e Regionais, 6 ( 1) : 9-32, Maio, São Paulo, 2004.
BAETA, A. & PILÓ, H. Arqueologia em Unidades de Conservação na Região de Diamantina - MG. As sucessivas ocupações de suas paisagens e cavidades. Revista Espinhaço, 2 (2): 200-212,  Diamantina, 2013.
BAETA, A. M.; MOREIRA, G. L. & VIOTE, T. Percursos, Resistências e Direitos de um Povo Milenar- o cerco estaria se fechando para os ciganos? Junho, 2018. http://www.cedefes.org.br/percursos-resistencias-e-direitos-de-um-povo-milenar-o-cerco-estaria-se-fechando-para-os-ciganos/
COSTA FILHO, A. et. al. Mapeamento dos povos e comunidades tradicionais de Minas Gerais: visibilização e inclusão sociopolítica. In: Interfaces - Revista de Extensão, 3 (1) : 69-88, jul/dez, Belo Horizonte, 2015. 
DIEGUES, A. C. & ARRUDA, R. S. V. (Orgs.) Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; São Paulo: USP, 2001.
DIEGUES, A. C. As populações tradicionais: conceitos e ambiguidades. In: O Mito Moderno da natureza intocada. São Paulo: Hucitec, 2004.
RAMIRES, et al. A Pesca e os Pescadores Artesanais de Ilhabela-SP, Brasil.  Boletim  Inst. Pesca, São Paulo, 38(3): 231- 246, 2012.
VEIGA, C. K. & LEIVAS, P. G. C. Comunidades tradicionais negras e a proteção da Convenção 169 da OIT.  In: Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, 08 (04):2599-2628, 2017.

Sites Consultados:       

Ibirité, MG, 07 de agosto de 2018.



[1] Arqueóloga e Historiadora- Doutora em Arqueologia-MAE/USP e Pós-Doutorado em Arqueologia-Dep. Antropologia e Arqueologia-FAFICH/UFMG. Membro do Instituto Guaicuy/Projeto Manuelzão-SOS Rio das Velhas. 
[2]  Composto pelos municípios: Pirapora, Várzea da Palma, Lassance, Joaquim Felício, Buenópolis, Augusto de Lima, Diamantina, Monjolos, Santo Hipólito, Corinto, Gouveia, Datas e Presidente Kubistchek.
[3] A comunidade indígena Tuxá habita os municípios de Pirapora e de Buritizeiro.
[4] São os indivíduos ou famílias que coletam flores no bioma cerrado, conhecidas como Sempre-Vivas respeitando o ciclo das espécies. 
[5] Os que exercem o garimpo artesanal.
[6] São grupos com trajetória histórica própria, cuja origem se refere a diferentes situações, a exemplo de doações de terras; compra de terras pelos próprios sujeitos, com o fim do sistema escravista; terras obtidas em troca da prestação de serviços; ou áreas ocupadas no processo de resistência ao sistema escravista. O  território é a base da reprodução física, social, econômica e cultural da coletividade.
[7] Povos de terreiro são pessoas, em sua maioria de origem afro-brasileira, ligadas às comunidades religiosas de matrizes africanas por vínculos de parentescos ou iniciáticos. Pertencem a esse conjunto de práticas: o candomblé, o batuque, o tambor de mina, a pajelança, a macumba, a umbanda, dentre outras. (VEIGA, 2016)

[8] Moradores tradicionais das vazantes, que consorciam usos de terras altas e baixas.
[9] Que exercem ocupação tradicional nos gerais ou no cerrado.
[10] Tipo de pesca caracterizada principalmente pela mão de obra familiar, com embarcações de porte pequeno. Esta categoria apresenta um  acúmulo de conhecimentos sobre vento, maré, cheias e vazantes, posição e movimento dos cardumes, entre outros, sempre aliado a técnicas tradicionais de pesca e navegação, sendo a água uma entidade sagrada.
[11] Sobre as suas origens, indicam que estes seriam do noroeste da Índia, sendo que a sua diáspora forçada, ou melhor, a sua perseguição política, religiosa e étnica apresenta-se de forma secular, tendo percorrido vários lugares da Europa e Oriente Médio. As primeiras famílias chegaram ao Brasil no século XVII advindas, sobretudo, de Portugal. Trata-se de povos tradicionais itinerantes e sedentários, considerados os mais vulneráveis por entidades internacionais de direitos humanos. (BAETA;MOREIRA & VIOTE, 2018)
[12] Exploração, manipulação, exportação e/ou comercialização internacional de recursos biológicos que contrariam as normas da CDB, de 1992.
[13] Dentre eles, representantes da Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas da Serra do Espinhaço em Minas Gerais- CODECEX.
[14] Certificada como comunidade quilombola pela Fundação Cultural Palmares (FCP). Situada no município Presidente Kubistchek. 
[15] Os Tuxá ocupavam diversas ilhas, dentre elas a ilha Viúva, que constituía um exíguo território agrícola dos familiares de Roque. Esta ilha e outras foram posteriormente submersas com a inauguração da Usina Hidrelétrica de Itaparica no final da década de 1980. 

ADAIR SANTOS, Diretor da EFA/Itinga/MG: Vítima de atentado na luta pela...




ADAIR SILVA SANTOS, Diretor da EFA de Itinga - Vale do Jequitinhonha, MG: Vítima de atentado na luta pela Educação do Campo. 24/5/2018.

 De 22 a 25 de maio/2018, aconteceu em Belo Horizonte, MG, o 2º Seminário Estadual de Programa de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos, com a realização de várias atividades. Participaram desse Seminário representantes de diversos segmentos da sociedade, entre eles, integrantes de movimentos sociais, pastorais sociais, de instituições públicas e privadas, pesquisadores, representantes e organizações da sociedade civil. Com o tema “Pelo direito de ter direitos”, foram discutidas as ameaças e violências sofridas pelos defensores e defensoras dos direitos humanos; mulheres e homens que, com coragem, lutam contra as injustiças, contra o poder do capital que oprime, explora e destrói vidas. Foram discutidas também estratégias de proteção. Nesse vídeo, frei Gilvander conversa com ADAIR SILVA SANTOS, Diretor da Escola Família Agrícola (EFA) da Comunidade do Jacaré, município de Itinga, Vale do Jequitinhonha/MG, vítima de atentado na luta pela Educação do Campo. Adair fala da importância da EFA e do seu compromisso com a transformação libertadora das famílias camponesas por meio da Educação que, sendo emancipadora, possibilita a construção e o fortalecimento de um espaço onde se possa fixar e viver com sustentabilidade e dignidade.
*Reportagem em vídeo de frei Gilvander Moreira, Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 24/5/2018.
* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander e assista a outros vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos. 

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Pesquisa solidária, sim; solitária, jamais.


Pesquisa solidária, sim; solitária, jamais.
Por Gilvander Moreira[1]

Foto: G. L. Moreira, dia 02/6/2018, em Ponte Nova, MG,
na 3a Romaria das Águas e da Terra de MG.
 Lutar coletivamente compreendendo a concepção concreta da dialética é imprescindível para não se azedarem as relações humanas entre os sujeitos que batalham na luta pela terra e por todos os direitos humanos fundamentais. Quando, por exemplo, em uma reunião de um movimento social popular, posições diferentes são postas a partir de um determinado assunto levantado, o diferente, que muitas vezes soa como contraditório, não deve ser eliminado, mas incorporado, pois contribuirá, sem sombra de dúvida, para se chegar a um ponto melhor e fértil. Assim, divergir quando se está avaliando a luta por direitos ou planejando-a é algo mais do que benéfico, é necessário, para a superação dos limites e impasses que precisam ser superados. A busca deve ser coletiva, o que implica passar por lógica dialética e concreta. Regras prontas também podem sustentar lógicas formais abstratas que em se mudando o contexto, tempos e espaços diferentes, podem mais ofuscar o que é o real do que manifestá-lo.
Ao escolhermos uma determinada linha metodológica, implicitamente escolhemos, consciente ou inconscientemente, voluntária ou involuntariamente, determinados pressupostos filosóficos, valorativos, morais e/ou políticos. Certas regras do mundo universitário que regem vários tipos de pesquisa acadêmica têm pouca incidência nos grupos pesquisados, são úteis principalmente para uma minoria privilegiada obter títulos. Por outro lado, segundo um dos maiores expoentes teóricos e praticantes da pesquisa-ação na América Latina, Michel Thiollent, “a pesquisa-ação e também certas formas de pesquisa participante seriam um meio de melhor adequar a pesquisa aos temas e problemas encontráveis no seio do povo” (THIOLLENT, 1987, p. 87). Há diferentes jeitos de participação na construção do conhecimento. “Os diferentes estilos participativos na construção do conhecimento social envolvem tipos de investigações e pesquisas que, ora mais próximos, ora mais distanciados, transitam entre a academia e os movimentos sociais” (BRANDÃO; STRECK, 2006, p. 11).
Ninguém é uma ilha. Pesquisar solitariamente é enveredar-se por um deserto estéril. Na pesquisa, exige-se caminhar ao lado de muitos que são indispensáveis para o êxito do trabalho. “O andar coletivo de quem descobre que todo o saber que não se abre a ser uma vivência de partilha é um saber não confiável, porque suas motivações podem ser pouco verdadeiras em um sentido humano, mesmo que suas descobertas sejam corretas e inovadoras, desde um ponto de vista científico” (BRANDÃO; STRECK, 2006, p. 12).
Apoiando-nos em Carlos Rodrigues Brandão, afirmamos que não há um único jeito de fazer pesquisa participante, mas há inúmeras modalidades de pesquisa participante que se refazem no movimento da história e da sociedade. Nas metodologias tradicionais de pesquisa científica para se afirmar o caráter científico se recai no cientificismo ao apregoar uma pretensa neutralidade do/da pesquisador/a, escamoteando sua opção política. Para não se recair em subjetivismo cai-se em outro extremo que é afirmar a pretensa neutralidade dos métodos científicos. Assim, parte significativa de uma metodologia científica adequada “serve para proteger o sujeito de si próprio, de sua própria pessoa, ou seja: de sua subjetividade. Que entre quem pesquisa e quem é pesquisado não exista senão uma proximidade policiada entre o método (o sujeito dissolvido em ciência) e o objeto (o outro sujeito dissolvido em dado)” (BRANDÃO, 1987, p. 7).
Nessa concepção de pesquisa científica se oculta cuidadosamente o nome da comunidade pesquisada, sob a desculpa não confessada de se garantir o anonimato para não colocar em “maus lençóis” o “objeto” investigado dependendo do que for revelado[2] e muitas vezes se faz a análise do resultado com base nos questionários que induzem a pensar que quem pesquisa “possui todas as perguntas e, o outro, todas as respostas” (BRANDÃO, 1987, p. 10).
A Escola de Chicago não questiona fundamentalmente a tese da neutralidade científica, mas insiste, de maneira incisiva, na necessidade de levar em conta o ponto de vista dos sujeitos sociais que se pesquisa. Arriscamos a dizer que não basta levar em conta, mas também é benéfico priorizar os pontos de vistas dos injustiçados, pois são eles os sujeitos protagonistas da luta por direitos sociais. De pouco adianta garimpar e refinar referências teóricas se não há sujeitos capazes de, através da práxis – a atividade humana que interpreta e transforma o real -, mover a realidade para potencializar a transformação.
A experiência de muitos cientistas sociais comprometidos com a luta por justiça social, contribuindo com pesquisas que despertam o poder da classe injustiçada em luta, indica que “só se conhece em profundidade alguma coisa da vida da sociedade ou da cultura, quando através de um envolvimento – em alguns casos, um comprometimento – pessoal entre o pesquisador e aquilo, ou aquele, que ele investiga” (BRANDÃO, 1987, p. 8). O outro a ser pesquisado, considerado objeto, não pode ser reduzido a um eu como eu, um eu subalterno, mas precisa ser compreendido como outro eu, na sua alteridade. A existência do diferente precisa ser respeitada.
Como tudo que é histórico, evolui ou encolhe, se transforma, os métodos de pesquisa científica também mudaram a partir de quando o pesquisador polonês Malinowski saiu da Inglaterra para pesquisar nas ilhas Trobriand[3]. “Quando Malinowski desembarcou sozinho nas ilhas de Trobriand, não era apenas um método que ia ser reinventado ali: era uma atitude. Não mais reconstruir a explicação da sociedade e da cultura do “outro” através de fragmentos de relatos de viajantes e missionários. Ir conviver com o outro no seu mundo; aprender a sua língua; viver sua vida; pensar através de sua lógica; sentir com ele” (BRANDÃO, 1987, p. 11).
Com essa mudança de postura com relação à pesquisa, nasceu a técnica de observação participante como um meio para se apreender a lógica interna da vida social, ancorada no princípio segundo o qual “em todos os mundos sociais todas as instituições da vida estão interligadas de tal sorte e de tal maneira se explicam através da posição que ocupam e da função que exercem no interior da vida social total, que somente uma apreensão pessoal e demorada de tudo possibilita a explicação científica daquela sociedade” (BRANDÃO, 1987, p. 12).
Brandão recorda que Marx, pesquisando na Inglaterra, descobriu a participação da pesquisa: “Não é necessário que o pesquisador se faça operário ou como ele, para conhecê-lo. É necessário que o cientista e sua ciência sejam, primeiro, um momento de compromisso e participação com o trabalho histórico e os projetos de luta do outro, a quem, mais do que conhecer para explicar, a pesquisa pretende compreender para servir” (BRANDÃO, 1987, p. 12). Pelo exposto acima, concluímos que pesquisa emancipatória exige ser feita de forma solidária e jamais solitária.

Referências.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues; STRECK, Danilo R. (Org.). Pesquisa participante: o saber da partilha. 2ª edição. Aparecida/SP: Ideias & Letras, 2006.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org.). Repensando a pesquisa participante. 3ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1987.
THIOLLENT, Michel. Notas para o debate sobre pesquisa-ação. In: Carlos Rodrigues Brandão (Org.). Repensando a pesquisa participante. 3ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1987.

Belo Horizonte, MG, 07/8/2018.

Obs.: Os vídeos, abaixo, ilustram o texto, acima.
1 - Daiane, Comunidade Quilombola Baú/MG - Ameaças e violência por lutar pelo território/24/5/2018.



2 - Cristiano, do MTL, Santa Vitória/MG – Ameaçado de morte por lutar pelo direito à terra. 24/5/2018.



3 - Aparecida Damasceno, de Uberlândia/MG: Repressão e ameaças na luta por moradia. 24/5/2018.






[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. 
www.twitter.com/gilvanderluis             Facebook: Gilvander Moreira III

[2] Como exemplo, citamos uma pesquisa de uma médica em Belo Horizonte que demonstrou que os pacientes de três hospitais da capital mineira, ao receberem alta médica, estavam mais desnutridos do que ao darem entrada nos hospitais por causa das péssimas condições da alimentação hospitalar. Quando lhe perguntei qual eram os três hospitais, ela me respondeu: “São os hospitais A, B e C. Não podemos revelar a identidade dos hospitais por uma exigência do código de ética do COEP”.
[3] Ilhas que compõe um arquipélago na costa oriental da Nova Guiné, no Pacífico Ocidental.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Vem aí a XXI Romaria das Águas e da Terra/MG/8ª Reunião de Preparação/La...

Vem
aí a XXI Romaria das Águas e da Terra/MG, dia 16/9/2018, em Lagoa da Prata, MG.
8ª Reunião de Preparação, em Lagoa da Prata/Diocese de Luz/MG – 28/7/2018.

Na alegria da celebração do
centenário da Diocese de Luz, aconteceu, em Lagoa da Prata/MG, a 8ª reunião de
preparação à XXI Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais, que
acontecerá no dia 16/9/2018, em Lagoa da Prata. Nessa reunião, o cantor e
agente de pastoral das CEBs e da CPT-MG, João Bento, apresentou com alegria o
“Cancioneiro”, com as músicas que animarão as atividades preparatórias e as
ações e a celebração do dia da XXI Romaria das Águas e da Terra/MG. Dom José
Aristeu Vieira, bispo da Diocese de Luz, falou da importância dessa Romaria na
Diocese, considerando que ali estão as nascentes do rio São Francisco, que
clama por revitalização, por vida, e apresentou a Cartilha da XXI Romaria das
Águas e da Terra de Minas Gerais, com sete encontros – Roteiros de Reflexão -,
que serão realizados em preparação a essa Romaria. Foi lembrada também com
renovado ardor profético, por Rosarinha, a Semana Missionária que acontecerá de
08 a 15 de setembro de 2018, na Diocese de Luz. Com o tema “Das Nascentes do
São Francisco às Terras da Justiça” e o lema: “Cuidando da Mãe Terra e da Irmã
Água”, a XXI Romaria das Água e da Terra do Estado de Minas Gerais é um alerta
à destruição ambiental que vem acontecendo para atender a interesses
capitalistas, que, pela ambição do lucro, pela ganância de acumular cada vez
mais, poluem, desmatam, secam, matam... E é também e, sobretudo, um chamado ao
compromisso, à coragem de ações concretas em defesa da vida em toda sua
biodiversidade. * Participe você também da XXI Romaria das Águas e da Terra do
Estado de Minas Gerais. A presença deverá ser confirmada até dia 31/08/2018 pelo
telefone 0xx(37) 3421 9001 ou pelo e-mail pastoral@diocesedeluz.org.br
* Reportagem com Filmagem de
frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Edição de Nádia Oliveira, da
Equipe de Comunicação da CPT-MG.


* Inscreva-se no You Tube,
no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander
e assista a outros vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar,
compartilhe. Sugerimos.