terça-feira, 8 de março de 2016

RELATO DE UMA BREVE ESTADIA NAS MASMORRAS DE NOVA LIMA, MG. Por Jobert Fernando

RELATO DE UMA BREVE ESTADIA NAS MASMORRAS DE NOVA LIMA, MG.
Por Jobert Fernando de Paula

Meu nome é Jobert Fernando de Paula. Sou empregado público da CEMIG[1] há 15 anos, dirigente sindical do SINDIELETRO-MG, formando em psicologia pela PUCMinas e militante do MLB na luta pelo direito à moradia do povo sem-moradia. Fui preso no ano de 2015 por duas vezes na região de Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, ambas as prisões por perseguição à nossa luta pela moradia própria, digna e adequada. Na segunda vez fui associado a uma série de crimes que não cometi e terei a oportunidade de provar em juízo, mas a forma arbitrária como fui preso (com um flagrante forjado e sem direito a fiança) me levou a conhecer e experimentar um dos piores horrores que já passei na vida, que foi o cárcere do Presídio Regional de Nova Lima.
Ao descer para o presídio, que fica no subsolo da delegacia da cidade, já senti o clima de barbárie: um corredor repleto de celas e muita sujeira, principalmente restos de comida. Os presos jogam as marmitas, garrafas e saquinhos de leite usados em alguns tambores que ficam próximos às grades das celas, mas grande parte cai no chão. Como não há uma limpeza criteriosa desse piso, uma crosta de sujeira se forma no chão e, com o tempo, o cheiro de comida azeda fica impregnado.
Antes de ser empurrado para dentro da cela, fui alertado pelo agente penitenciário que a cadeia estava "cheia" e que na cela à qual eu estava destinado havia uns 10 "vagabundos", por isso, como já eram quase meia noite, eles me deixariam dormir no pátio pra evitar que eu acordasse os outros presos. Passei a noite ali, num colchão, em um pequeno pátio a céu aberto.
Ao entrar na cela às 6 da manhã, percebi que por mais breve que fosse aquela estadia, ela seria longa. Havia apenas 6 camas no "barraco 5" (cela é barraco), mas já estavam lá 10 presos, 11 comigo. Ao entrar, sem saber onde ia ficar e nem onde colocar minhas coisas, passei  alguns segundos atônito e depois fui ajudado por um dos presos que já estava dormindo no chão. Ele me cedeu um pedaço de espuma de 50 centímetros de largura e 1 metro de comprimento, no qual eu pude me deitar com as pernas encolhidas. Durante o dia pude conhecer melhor os presos e me encontrei com um colega de infância preso por algo relacionado a tráfico (o artigo era diferente). Ele e eu éramos músicos da corporação Sagrado Coração de Jesus, em Nova Lima. Eu tocava trombone e ele, trompete. Ele me apresentou para os demais presos e durante o dia fomos conversando. Quase todos eram trabalhadores e como eu falava em coisas do mundo do trabalho (por ser sindicalista), eles me perguntavam muito sobre questões relacionadas à previdência social. Como eu estava afiado no debate sobre o fator 85/95, fiz quase que uma análise caso a caso e daí os presos me olharam com respeito. Um deles me ofereceu a cama para dormir de "valete", algo comum na prisão, mas que depende da autorização do dono da jega (cama é jega, um treliche). Não dormi mais no chão.
A cela tinha aproximadamente 10 metros quadrados, 3,3 X 3,3 metros. Era o suficiente para as 6 camas organizadas em 2 "treliches" em formato de "L", e um banheiro pequeno. A água que bebemos é a mesma que fazemos todas as outras coisas. Há uma torneira que abrimos para tomar banho e encher as garrafas de água para beber. Há racionamento de água, que é liberada de 3 a 4 vezes ao dia, durante cerca de 1 hora por vez. Nesse intervalo os presos se revezavam para se refrescarem, pois durante o dia o calor é infernal, certamente mais de 40 graus. À noite, o frio era terrível e as mudanças bruscas de temperatura me adoeceram de imediato. Além disso, não há circulação de ar nas celas. Trata-se de um subsolo, onde as celas são cercadas por paredes e por trás das paredes, terra. A única entrada de ar é o corredor central, de onde venta um pouco, vento com cheiro de comida azeda. Além disso, os presos fumam muito. E fumam até resto de fumo. Durante o dia, a cadeia é um lugar quente, úmido, mofado, com cheiro de comida azeda e cheia de fumaça. E as "tretas" entre os presos são constantes e deixa a atmosfera ainda mais tensa.
Na cela 5 não se tem direito a visita. Eles dizem que é uma cela de transição e que ali o preso fica os primeiros 10 dias. Depois ele é transferido para outra cela maior, para o convívio com os outros presos. O atendimento médico é precário. Havia um preso na cela 5 pedindo atendimento desde o primeiro dia que chegou. Ele cortou o pé no "boi" (vaso sanitário que fica no chão do banheiro, onde o preso faz sua necessidade agachado) e o corte estava inflamado há mais de 1 semana. Os agentes ofereciam no máximo uma dipirona, o que aliviava a dor física do corte e também a pressão da cadeia. Essa é uma parte importante que eu gostaria de chamar a atenção, pois está no meu campo de atuação na saúde mental: grande parte dos presos se dopa na cadeia com psicotrópicos que são liberados em larga escala pelo corpo médico da penitenciária. É muito fácil conseguir lá dentro um comprimido pra "dormir".
O atendimento jurídico, creio eu, não deve existir. Grande parte dos presos que está lá há meses são réus primários e/ou sem condenação. Como o sistema judiciário brasileiro pode permitir isso? Será possível que algum juiz ainda pensa que o sujeito ficando ali uns tempos ele irá se regenerar pagando seus pecados? Ele vai sair de lá pior, pois, castigado lá dentro, vai aprender como funciona o crime organizado. Não vou entrar em detalhes de como as coisas funcionam, pois estaria me expondo a retaliações de algum grupo criminoso que atua nas cadeias e que por ventura possa ter acesso a esse relato, mas afirmo que ao colocar os presos na vala comum do sistema carcerário, estamos simplesmente nivelando a todos para o pior tipo de ser humano. Vou dar um único exemplo.No segundo dia que eu estava preso, chegaram mais 3 presos na cela, totalizando 14 detentos. O último deles um senhor de aproximadamente 50 anos, réu primário, que trabalhava como porteiro de um prédio em Belo Horizonte e morava no Jardim Canadá. Ele foi preso por ter ameaçado a mulher por telefone e ela o denunciou. O crime foi enquadrado na lei Maria da Penha. Essa lei foi uma grande conquista das mulheres brasileiras na luta contra a violência doméstica e contra todo tipo de violência e assédio contra as mulheres. Mas alguma coisa há de ser feita para se evitar que um senhor de 50 anos, trabalhador, réu primário, que havia sido denunciado por ela há várias semanas e teve seu mandato de prisão expedido, não seja preso juntamente com homicidas, traficantes, assaltantes, ladrões de carga e outros tipos de criminosos, que nada têm a acrescentar à formação desse senhor senão torná-lo mais violento, revoltado com a sociedade e com a própria ex-mulher. Algo tem de ser feito para que o réu primário não seja nunca um reincidente e o que o sistema penitenciário brasileiro faz (e que não é novidade para ninguém) é tornar o criminoso um sujeito mais arisco às garras da lei. Relativo ao caso que exponho, o preso terá tempo integral para aprender isso no cárcere, uma vez que, condenado ou não, ele passará até 6 meses lá, como tem sido o costume do regime da penitenciária e do judiciário de Nova Lima.
Por fim, algumas considerações rápidas.
Quando estive preso, a cadeia estava com 173 presos para 95 vagas. Atualmente há mais de 200 e um início de rebelião já eclodiu no final do ano passado. Falta pouco para a "cadeia cair" e termos que contar histórias como a do Carandiru. Em Ponte Nova, MG, dia 23 de agosto de 2007, superlotação e péssimas condições levou a incêndio que carbonizou 25 presos. Os presos têm sido jogados e esquecidos no Presídio Regional de Nova Lima por meses, sem sequer serem ouvidos pelos juízes. Como a grande maioria são negros e quase a totalidade dos presos são pobres, não possuem assistência jurídica privada. Cabe aos familiares implorarem o serviço dos defensores públicos em Nova Lima, que não têm estrutura alguma para suportarem tantas demandas. A defensoria pública presente na cidade nem absorve mais demandas cíveis, pois as penais já lotam as agendas dos defensores. A constituição de Minas Gerais prescreve que em Minas deve haver 1200 defensores públicos, mas atualmente tem menos de 600. A área de Direitos Humanos, da Defensoria Pública de Minas, tem poucas/os defensores.
Finalmente, peço aos órgãos competentes que tiverem acesso a esse relato que levem em consideração a proposta de interdição ou até fechamento do Presídio Regional de Nova Lima. A menos que o caminho tomado pela (in)justiça brasileira continue sendo a trilha da humilhação, da tortura e da barbárie como formas de “recuperação”, situações como as que existem nesses calabouços só corroboram a perspectiva de que estamos investindo muito dinheiro público, fruto dos impostos da classe trabalhadora, para criarmos monstros que voltarão ao convívio social. Há formas de recuperação de infratores mundialmente reconhecidas que estão à nossa disposição, como o método da APAC (Associação de Proteção e Acompanhamento dos Condenados), que inclusive possui uma unidade em Nova Lima. Há somente 20 APACs em Minas, mas deveria ser a regra para o cumprimento das penas de cerceamento do direito de ir e vir. É estúpido pensar que vamos fazer alguém se tornar melhor torturando-o 24 horas por dia durante meses e até anos. E há maneiras de se evitar esse índice alarmante de explosão demográfica carcerária, que perpassa pela disputa dos nossos jovens, das crianças pobres das periferias, como se fossem nossos filhos e não futuros condenados. Mas esse já é outro debate.
PS: hesitei muito em escrever esse relato. Mesmo fazendo uma análise científica da minha estadia e tendo clareza da questão política que envolvia minha prisão, acho que esse é o tipo de situação que as pessoas não querem reviver nem por memória.
Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, Brasil, 08 de março de 2016.
Jobert Fernando – jobaobao@hotmail.com




[1] Centrais Elétricas de Minas Gerais - 

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quinta-feira, 3 de março de 2016

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Libertai os presos do Presídio Regional de Nova Lima, prisão subterrânea, no porão de uma casa. por frei Gilvander. BH, 03/03/2016.

Libertai os presos do Presídio Regional de Nova Lima, prisão subterrânea, no porão de uma casa.
Frei Gilvander Moreira[1]

Na Campanha da Fraternidade de 2009, ouvimos o brado de Jesus de Nazaré: “Libertai os presos!” “Eu vim para libertar os presos” (Lucas 4,18), proclamou Jesus de Nazaré ao apresentar seu projeto de ação pública na pequena sinagoga de Nazaré.
 Como conselheiro do CONEDH (Conselho Estadual dos Direitos Humanos) e como assessor da CPT (Comissão Pastoral da terra), fiquei estarrecido ao saber que o Presídio Regional de Nova Lima está “torturando” 207 presos, tendo como capacidade máxima 97 presos, mas com capacidade excedida em mais de 113%. Fiquei feliz ao saber que a Defensoria Pública de Minas Gerais, área de Direitos Humanos, ingressou ação coletiva - Ação Civil Pública (ACP) - exigindo o fechamento do presídio. O juiz da 2ª vara cível da Comarca de Nova Lima ainda não julgou a ACP com pedido de liminar com antecipação de tutela para fechar o presídio. Eis, abaixo, um pouco da realidade violentadora dos direitos humanos dos 207 presos que estão lá sendo violentados segundo a segundo, fatos que constam da ACP.
O próprio Diretor do presídio Dr. Willer Cruz Brum de Oliveira, inscrito no Masp sob o n°.1.095.795-9, em 17.01.2016, atesta a situação insuportável gerada pela superlotação, aliada à falta de estrutura do presídio, que conta com apenas quatro agentes penitenciários para a vigia do local, bem como a interdição pela Defesa Civil do Estado de um cômodo do presídio, que era destinado ao setor administrativo do mesmo, são situações de flagrante violação das garantias e dos direitos dos custodiados, trazendo riscos não só aos presos, mas também aos funcionários do presídio e ao povo de Nova Lima, tendo em vista tratar-se de Unidade Prisional localizada no centro da cidade, meio subterrânea, diante das reiteradas e justificadas retaliações à superlotação, como greve de fome e frequentes ameaças de rebeliões e ou motins por parte dos presos.
A Defensoria Pública esteve no Presídio Regional de Nova Lima em várias visitas após o noticiado, relatando a demanda dos presos, funcionários, agentes e do próprio Diretor Geral, sendo certo que na visita conjunta com a Defensoria Pública de Direitos Humanos e o Conselho Penitenciário do Estado, com a presença de vários Conselheiros, dentre eles do Presidente Dr. Bruno César Gonçalves da Silva e do Defensor Público da Comarca Dr. Rafael Pedro Magagnin, realizada no dia 20/01/2016, foi constatado o flagrante desrespeito às garantias e aos direitos humanos dos presos custodiados na Unidade Prisional, que não tem nenhuma condição de abrigar sequer o número de presos dito como comportados pelo local, quanto mais o número excedente que contém.
O Presídio Regional de Nova Lima está sendo uma masmorra, um campo de concentração sem rótulo, é de absoluta ilegalidade a manutenção dos presos em uma Unidade Prisional que, por exemplo, tem o seguinte:
1- a falta de leitos, com casos de três presos dormindo no mesmo leito ou fazendo rodízio para dormir, quando dormem;
2- a falta de ventilação, havendo celas sem qualquer tipo de janelas ou ventanas, sendo que as que “possuem ventilação”, trata-se apenas de basculantes voltados para as áreas internas do próprio presídio, ou seja voltados para dentro do recinto fechado, sendo que os presos ficam pendurados nas paredes agarrados às grades destas aberturas, lá nas alturas, correndo o risco de cair e morrer;
3- a falta de local adequado para pátio de sol, posto que o que existe é uma área sem ventilação adequada, dentro da área interna do presídio, com telhado translucido para a passagem da luz solar;
4- a falta d’água diariamente enfrentadas pela comunidade da Unidade Prisional, posto que a caixa d’água não comporta a vazão diária, sendo necessário fechá-la para ligar bomba d’água para enchê-la, o que leva horas até que seja novamente aberto o registro para consumo d’água, cabendo dizer aqui que tal bomba d’água é extremamente barulhenta prejudicando a saúde de todos que estão dentro e até fora do presídio neste momento;
5- a falta de enxoval, roupa de cama, cobertores, lençóis, bem como uniformes e chinelos para todos os presos;
6- doenças respiratórias e de pele dentre outras, como sarna, sem falar dos presos doentes que não recebem medicação por não haver farmácia e médico que atenda o local;
7- a interdição de uma área pela Defesa Civil do Estado, que está em risco iminente de desabamento;
8- o fato de haver presos condenados não residentes na comarca, que deveriam estar cumprindo a sua pena em penitenciárias;
9- a existência de presos por tentativa de furto e ou crimes com penas semelhantes que aguardam mais de seis meses presos, por audiências marcadas para março e por fim a falta de higiene do local e da alimentação oferecida aos presos.
O Presídio Regional fica no Centro de Nova Lima-MG, sem estrutura alguma para ser sequer carceragem provisória, à época em que foi instalado, como carceragem da Polícia Civil do Estado, quanto mais hoje, como Unidade Prisional da SUAP, posto tratar-se de um porão de uma casa, que tem como frente à Delegacia da Polícia Civil e em seu porão abriga a Unidade Prisional.
A superlotação e a falta de cama obrigam os presos a fazerem rodízio para dormirem ou ainda, dormirem dois ou três presos na mesma cama, o que de fato é um absurdo.
Segundo os detentos o regime a que estão submetidos é insuportável, vivendo acautelados de forma claustrofóbica em celas pequenas, amontoados, dormindo vários em uma cama, não há colchões, nem roupa de cama suficiente para todos.Ainda no que tange ao enxoval, não há uniformes para troca, quando lavam as roupas ficam nus até que seque a roupa lavada, não há calçados para todos e tem preso sem chilenos, descalço no chão úmido.
Quanto à alimentação eles disseram que ela chega sempre fria e até teve casos dela estar com aspecto de estragada porque passou muito da hora de servir, com mau cheiro e aspecto estranho, não sendo ingerida pelos mesmos.
Há reclamação sobre a falta de atendimento médico. A Defensoria Pública presenciou vários casos de doenças causadas pela falta de ar dentro das celas, inclusive essa defensora, bem como todos que foram visitar o presídio não conseguiram ficar dentro sequer do hall de entrada para acesso às celas, quanto mais dentro das celas, sendo que na inspeção foi esvaziada uma delas, a primeira, a fim de que fossem feitas as averiguações necessárias, no entanto as autoridades não puderam permanecer por mais de dois minutos dentro das celas por absoluta incapacidade de respirar o ar dentro delas.
O art. 66, VIII, da Lei de Execução Penal concede ao Juiz da execução a prerrogativa de interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos daquela Lei. O juiz Dr. Livingsthon Machado libertou 26 presos em presídio de Contagem, MG, que estavam em situação semelhante aos 207 presos em Nova Lima.
Tudo escrito, acima, consta da ACP que exige o fechamento do presídio.
Entre os 600 mil presos no Brasil, cerca de 40% aguardam julgamento, enquanto os fazendeiros e empresários como Adriano Chafic (condenado a 115 anos como mandante do Massacre de 5 Sem Terra em Felisburgo, MG) e os 4 mandantes da Chacina dos fiscais em Unaí (Antero Mânica, Norberto Mânica, Hugo Pimenta e José Alberto, condenados a quase 100 anos de prisão) continuam livres sob a proteção de recursos intermináveis. Que injustiça! Milhares de presos sendo castigados, enquanto uns poucos privilegiados criminosos gozam de liberdade.
Vale a pena apostar na construção de uma sociedade com verdadeira segurança social, com paz como fruto da justiça (Is 32,17) e SEM PRISÕES. Ouçamos o clamor dos nossos irmãos e irmãs que estão detrás das grades! Libertai os presos, pelo menos do castigo permanente a que estão submetidos!
Peço a quem puder que ecoe o clamor dos 207 presos de Nova Lima, a cidade onde tem prisão que castiga 24 horas por dia seus presos?
Belo Horizonte, MG, Brasil, 03/03/2016.



[1]  Padre da Ordem dos carmelitas, doutorando em Educação pela FAE/UFMG, assessor da CPT, de CEBs e do SAB. www.freigilvander.blogspot.com.brgilvanderufmg@gmail.com