segunda-feira, 30 de abril de 2018

Despejo da Ocupação Nova Jerusalém/Nova Serrana/MG: Covardia e injustiça...

Despejo da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, em Nova Serrana, no centro-oeste de MG: Covardia e injustiça que ferem a dignidade humana, a vida. 26/27 e 28/42018.

 Quinta-feira, dia 26 de abril de 2018. Um forte aparato da Policia Militar de Minas Gerais, com mais de 250 policiais militares fortemente armados, dez caminhões, retroescavadeiras e um helicóptero, realizou o despejo covarde e injusto de 150 famílias da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, fazenda Canta Galo, em Nova Serrana/MG. O despejo aconteceu sem nenhuma alternativa prévia digna proposta. As famílias tiveram seus pertences levados, incluindo medicamentos de doentes crônicos, berço e roupinhas de crianças que estão pra nascer. Além disso, contrariando ordem judicial, suas casas foram arrombadas; e arrombada foi também sua dignidade humana, violados foram seus direitos. Toda essa violência moral, psicológica, toda essa humilhação aconteceu por decisão liminar de reintegração da juíza da Vara Agrária de MG, autorizada pelo Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), em apoio ao Prefeito Euzébio Lago (PMDB), de Nova Serrana, e a um grupo de prefeitos da região que formaram um Consórcio Intermunicipal de Aterro Sanitário e decidiram instalar na área, que é de preservação ambiental, o Aterro Sanitário (Lixão). Nessa área, as famílias cuidavam da terra, das águas, produziam alimentos saudáveis, sem agrotóxicos, e conviviam em perfeita harmonia com a natureza, cuidando do meio ambiente. Após três despejos, dois deles arbitrários, sem mandato judicial, pela Polícia Militar de Minas Gerais, em dois dias, (da fazenda Canta Galo, da frente da fazenda e da beira da BR 494), as famílias reergueram acampamento ao lado do Rio Pará, próximo à fazenda Canta Galo, na região de Girassol, município de Nova Serrana/MG. Essas famílias encontram-se em situação de extrema vulnerabilidade social, e dependem da solidariedade de todas as pessoas de boa vontade. Que seja feita justiça e as famílias sejam reintegradas à terra de onde foram despejadas. 
*Imagens em vídeos colhidas na Internet – G1. 
Fotos e áudios enviados por moradores da região. 
Apoio: Frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. 
Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. 
* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander e assista a outros vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.






Ocupação Nova Jerusalém/Nova Serrana/MG: Luta por terra e pela Mãe Terra...

Ocupação Nova Jerusalém/Nova Serrana/MG: Luta por direitos e pela Mãe Natureza. Dr. Paulo César na ALMG. 25/4/2018

No dia 25 de abril de 2018, véspera da data marcada para o despejo da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, em Serrana, no centro-oeste de MG, foi realizada, pela Comissão de Direitos Humanos da ALMG, Audiência Pública para tratar de conflitos fundiários no norte de Minas Gerais com a formação de milícias armadas do latifúndio. O despejo em Nova Serrana foi discutido. Um despejo inadmissível,  inconstitucional e covarde que, além de tirar mais de 150 famílias de camponeses e camponesas da terra onde trabalhavam, também é justificado pelo Poder Público como necessário para que na  área, que é de preservação ambiental, seja instalado um Aterro Sanitário. Ao lado do rio Pará, em área ambiental com muitas nascentes construir Aterro Sanitário é injustiça socioambiental gritante.

Nesse vídeo, a intervenção do Dr. Paulo César da Costa, Advogado da Associação de Moradores da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém.

*Vídeo original: TV Assembleia – ALMG. Apoio: Frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. Belo Horizonte/MG, 25/4/2018.

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O clamor do povo da Ocupação Comunidade Nova Jerusalém/Nova Serrana/MG. ...

O clamor do povo da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG, na Audiência Pública na ALMG, dia 25/4/2018.

Em Audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no dia 25/4/2018, moradores e apoiadores manifestaram-se indignados contra mandato judicial de despejo da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, em Nova Serrana/MG. Há mais de seis anos na área pública, por muitos anos totalmente abandonada, as mais de 150 famílias que lá ocupavam, cuidavam com consciência ecológica da área que é de preservação ambiental, cultivando a terra e produzindo alimentos de forma agroecológica.

Nesse vídeo, o clamor dos moradores da Ocupação, Rosângela Martins e Joaquim Guilherme, e de Clélia, da Direção da FNL (Frente Nacional de Luta).
Vídeo original: TV Assembleia – ALMG. Apoio: Frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. Belo Horizonte/MG, 25/4/2018. * Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander e assista a outros vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.






sábado, 28 de abril de 2018

Despejo da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém/MG: Vidas são trocadas por...

Despejo da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, em Nova Serrana/MG: Vidas de pessoas, vida das águas e da terra são trocadas por lixo. 26/4/2018.

 O despejo injusto e covarde da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, de uma área pública, abandonada durante anos, mostra bem o perfil de governantes que não estão a serviço do bem comum: suas ações priorizam o capital em detrimento do ser humano, em detrimento da vida. O argumento usado para despejar as famílias da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém é a instalação, na área, de um aterro sanitário.(Outro nome que dão a “LIXÃO”.) E, que absurdo! É uma área de preservação ambiental, rica em vegetação, em águas, com muitas nascentes, muitos animais. Uma área onde as mais de 100 famílias produziam de forma agroecológica, sobrevivendo da terra e das águas, e delas cuidando com total zelo e responsabilidade. Despejaram as famílias, mas deixaram o gado de fazendeiros que se apropriam indevidamente dessa terra. Injustiça! Inversão de valores, própria do sistema capitalista. Nesse vídeo, o clamor do advogado Dr. Paulo César, de Nova Serrana, que abraça esta luta em defesa das famílias da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém e em defesa do Meio Ambiente, e o registro da operação do duplo despejo praticado contra as famílias da Ocupação.

* Vídeos e fotos enviados por moradores da região. Apoio de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da Pastoral da Terra/MG. Belo Horizonte/MG, 27/4/2018.

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sexta-feira, 27 de abril de 2018

PM de MG, sem decisão judicial, despeja pela 2ª vez, em 2 dias, 120 famílias da Ocupação Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG.


PM de MG, sem decisão judicial, despeja pela 2ª vez, em 2 dias, 120 famílias da Ocupação Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG.


Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sozinhos no meio da terra!” (Isaías 5,8).

““Boi pode ficar na fazenda Canta Galo, mas nós Sem Terra e Sem moradia, não podemos”, dizem eles. Quem vale mais a vida humana ou os bois?”(Dona Maria Vilma, da ocupação Nova Jerusalém).

As 120 famílias da Ocupação-comunidade Nova Jerusalém, em Nova Serrana, no centro-oeste de Minas Gerais, despejada ontem, 26/4/2018 da fazenda Canta Galo, fazenda do Governo de MG, após ocuparem a fazenda por 5 anos. As famílias foram ontem jogadas na rua sem nenhuma alternativa digna. Como se não bastasse essa violência de ontem, as famílias sofreram hoje, na parte da manhã, dia 27/4/2018, um segundo despejo. A Polícia Militar de MG, sem decisão judicial, chegou hoje abruptamente e deu apenas alguns minutos para as famílias juntarem alguns pertences pessoais e foram enxotados pela 2ª vez, em 2 dias. A PM está ameaçando prender lideranças por esbulho.
Por que a PM não respeita a jurisprudência do Superior Tribuna de Justiça (STJ), no Processo HC 5574 SP 1997/0010236-0, SEXTA TURMA, da lavra do ministro WILLIAM PATTERSON que diz: “MOVIMENTO POPULAR VISANDO A IMPLANTAR A REFORMA AGRARIA NÃO CARACTERIZA CRIME CONTRA O PATRIMONIO. CONFIGURA DIREITO COLETIVO, EXPRESSÃO DA CIDADANIA, VISANDO A IMPLANTAR PROGRAMA CONSTANTE DA CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA. A PRESSÃO POPULAR E PROPRIA DO ESTADO DE DIREITO DEMOCRATICO”. Portanto, policiais aprendam isso: ocupação de terra coletiva de propriedade que não cumpre a função social não é esbulho, é um direito constitucional. Logo, quando vocês, policiais, despejam uma ocupação/acampamento sem decisão judicial e e sem alternativa digna prévia, vocês estão agindo fora da lei, estão cometendo ilegalidade e inconstitucionalidade grave. E serão responsabilizados por isso.
Exaustas pelo despejo de ontem, após marchar 5 quilômetros a pé, tendo passado a noite no frio, sem comer nada hoje - nem café da manhã e nem almoço -, as famílias acamparam pela 3ª vez na beira da BR 494, entre Nova Serrana e Conceição do Pará, no centro-oeste de Minas Gerais. A PM continua fustigando e aterrorizando as famílias. TJMG, reveja a injusta decisão que mandou reintegrar na posse de uma propriedade que não estava cumprindo sua função social. Aliás, a decisão judicial prescrevia que não era para demolir as casas, mas várias casas tiveram a porta arrombada por policiais e/ou trabalhadores a mando de oficiais de (in)justiça. Exigimos a responsabilização pelo arrombamento das portas das casas. As famílias sem-terra e sem-moradia foram enxotadas, mas o gado de fazendeiros/as que usam a fazenda indevidamente puderam ficar. Injustiça! Governo de MG, pare de enviar PM para violentar o povo. Libere terra para o Povo viver em paz.

Assina essa Nota:
Coordenação da Ocupação-comunidade Nova Jerusalém, que despejada, se reerguerá.
Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG).

Nova Serrana, MG, 27 de abril de 2018.

Milícia armada desafia a lei no campo no Norte de Minas


Milícia armada desafia a lei no campo no Norte de Minas


Denúncia de cerco a acampamento de sem-terra em Montes Claros é feita em audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas.

Reportagem da TV Assembleia da ALMG, dia 25/4/2018.

Sob o pretexto de defender a paz no campo, expressão que dá nome ao movimento nacional organizado ao qual supostamente pertencem, milícias armadas que atuariam sob a liderança de latifundiários ameaçam transformar a zona rural do Norte de Minas em uma zona de guerra. Esta foi a denúncia feita na tarde desta quarta-feira (25/4/18) por lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra, apoiadas pelo representante do Ministério Público, em audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O último lance dessa escalada de violência teria acontecido na última quarta-feira (18), em um acampamento do MST na Fazenda Bom Jesus, na saída de Montes Claros para Capitão Enéas, às margens da Estrada da Produção (LMG-657).
Segundo relato dos participantes da audiência, um grupo armado teria cercado o assentamento com aproximadamente 100 famílias, com muitas crianças, e o isolamento, que impediu a entrada até de água e alimentos, somente teria sido rompido com a intervenção da Polícia Militar (PM). Tratores teriam sido usados para bloquear inclusive a estrada. 

Ameaça - Segundo Antônio de Almeida Rodrigues, um dos coordenadores do MST em Minas Gerais, durante todo o tempo os milicianos ameaçavam invadir o acampamento, que, curiosamente, foi montado em uma área abandonada há muitos anos e pertencente à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG).
“Estava voltando para lá e fiquei preso na confusão. Não me identifiquei e vários deles me disseram que estavam armados e iam atacar o acampamento. Presenciei inclusive a chegada de um micro-ônibus que trouxe mais gente contratada por eles. Então acionei a PM”, contou.
“Mesmo na conversa com a PM, quando dissemos que aquelas famílias não tinham para onde ir, eles insistiam que não estavam lá para negociar, mas para nos tirar dali de qualquer jeito”, acrescentou o líder do MST.

Desocupação seguida de humilhação nas redes sociais

Após várias horas de impasse, a situação se acalmou com a saída das famílias, comemorada pelos milicianos com a queima da bandeira do MST, tudo devidamente registrado em vídeos divulgados nas redes sociais, conforme foi relatado na audiência. Os acampados foram recebidos em outro assentamento do MST em Montes Claros.
"Eles desocuparam a área para evitar um massacre”, reforçou o coordenador da Comissão Pastoral da Terra, Frei Gilvander Luís Moreira. “Quem pensa em criar milícia armada para reprimir essa luta justa e necessária está errado. O fazendeiro que com as suas terras cumpre a função social pode dormir tranqüilo, que não tem risco de ocupação”.
Segundo ele, a Constituição Federal diz que as terras devolutas precisam ser resgatadas e destinadas à reforma agrária. Ele é autor de uma tese de doutorado que aponta que 30% de todas as terras brasileiras são devolutas, ou seja, pertencem ao Estado, que ainda não lhes deu uma destinação. Esse percentual é de 23% em Minas Gerais. “Se a reforma agrária não acontecer, conflitos assim nunca terão solução”, lamentou.

Crimes - Diante disso, a ação dos milicianos foi grave, na avaliação do advogado Élcio Pacheco, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG.
Os milicianos teriam incorrido nos crimes de grave ameaça e incitação à violência, além de cercearem o direito de ir e vir, previsto na Constituição Federal, conforme o advogado.
“Uma área abandonada sem cumprir função social foi ocupada de forma pacífica, e uma milícia rural não tem legitimidade para execução da reintegração de posse. Ela tomou para si as funções de Estado para supostamente coibir crime de esbulho possessório (usurpação de terra), mas a propriedade não teve nenhum dono retirado do local com emprego de violência”, defendeu Élcio Pacheco.

Deputado Rogério Correia compara milicianos a fascistas

O deputado Rogério Correia (PT) comparou a ação dos milicianos aos camisas negras que espalhavam o terror nos estados fascistas. Segundo ele, trata-se de um reflexo do retrocesso na promoção da reforma agrária pelo Estado.
Rogério Correia defendeu a aprovação do Projeto de Lei (PL) 3.562/16, de sua autoria, que estabelece protocolos para mediação de conflitos fundiários rurais e urbanos no Estado. Além dele, a audiência desta quarta (25) também foi solicitada pelos deputados petistas Cristiano Silveira, presidente da comissão, Doutor Jean Freire e Paulo Guedes.
“Os trabalhadores têm poucos instrumentos para luta, que não é compreendida e respeitada, enquanto a estrutura estatal é feita para funcionar para quem sempre dominou o País”, acrescentou Cristiano Silveira. “A única certeza é de que é importante continuar lutando”, emendou.

MP - O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Conflitos Agrários do Ministério Público de Minas Gerais, o procurador de Justiça Afonso Henrique de Miranda Teixeira, ressaltou ser necessário ao poder público deixar claro que a ação de milícias armadas será tratada como uma violação da lei, não apenas como manifestação para satisfazer a interesses ideológicos. Para isso, segundo ele, é necessária uma ação mais efetiva da Vara de Conflitos Agrários, sediada na Capital, que precisa estar mais presente nos locais de conflito.

Fonte: Site da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, dia 26/4/2018.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Ocupação Nova Jerusalém em Nova Serrana/MG: Despejo, não! Respeito à leg...

Ocupação Nova Jerusalém em Nova Serrana, MG: Despejo, não! Respeito à legislação, sim. 25/4/2018.

 Mais de 100 famílias que ocupam área próxima à antiga Fazendo do Canta Galo, na Ocupação Nova Jerusalém, no município de Nova Serrana/MG, vivem momentos de tensão, sob a iminência de despejo pra se cumprir um mandato de reintegração de posse. Nesse vídeo, a intervenção de Dr. Élcio Pacheco, Advogado Popular da RENAP (Rede Nacional de Advogadas Advogados Populares), da CPT, da Via Campesina e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), na Audiência Pública realizada n Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nessa quarta-feira, 25/4/2018, manifestando-se de acordo com as famílias que decidiram pela resistência ao despejo. Dr. Élcio afirma que o despejo é inconstitucional, porque não foram ainda esgotadas todas as vias pacíficas de solução do conflito e porque fere a legislação ambiental, considerando a localização da Ocupação, entre outras irregularidades do processo.

Vídeo original: TV Assembleia, da ALMG. Apoio: Frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. Belo Horizonte/MG, 25/4/2018.

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Ocupação Nova Jerusalém/Nova Serrana/MG: direito à REURB: regularização...

Ocupação
Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG: cadê o direito à REURB – Regularização
Fundiária Urbana? Despejo covarde. 25/4/2018.

A Ocupação Nova Jerusalém,
em Nova Serrana/MG, com mais de 100 famílias há mais de 5 anos, está com reintegração
de posse prevista pra essa quinta-feira, 26/4/2018. Um despejo injusto,
inconstitucional, covarde, imoral. Nesse vídeo, o pronunciamento da Defensora
Pública, em atuação na Defensoria Especializada de Direitos Humanos, Coletivos
e Socioambientais (DPDH), Dra. Ana Cláudia Alexandre, na Audiência Pública
realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais nessa quarta-feira, 25 de
abril de 2018, alertando para a ilegalidade dessa ação, que desrespeita o
direito à moradia das famílias e ignora também o direito que têm à REURB –
Regularização Fundiária Urbana.

Vídeo original: TV
Assembleia da ALMG. Apoio: Frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. Belo
Horizonte/MG, 25/4/2018.

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Despejo da Ocupação Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG: Injustiça que clama aos céus. 25/4/2018.


Despejo da Ocupação Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG: Injustiça que clama aos céus. 25/4/2018.


Há mais de cinco anos, mais de 100 famílias Sem Terra e Sem Moradia, em extrema vulnerabilidade social, ocupam terreno próximo à antiga fazenda Canta Galo, no município de Nova Serrana, centro-oeste de Minas Gerais. Após decisão judicial, extremamente injusta e inconstitucional, o Governo de Minas Gerais marcou o despejo das mais de 100 famílias para essa quinta-feira, dia 26/4/2018.

Nesse vídeo, a denúncia e o clamor de Dona Maria Vilma, Presidenta da Associação dos Moradores da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém. 


Vídeo original: TV Assembleia – ALMG. Apoio: Frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. Belo Horizonte/MG, 25/4/2018.

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“Suplicamos: Interrompam o despejo de mais de 100 famílias em Nova Serrana, hoje, 26/4/2018”.


“Suplicamos: Interrompam o despejo de mais de 100 famílias em Nova Serrana, hoje, 26/4/2018”.


No vídeo abaixo:

Ocupação Nova Jerusalém, em Nova Serrana/MG - O clamor de Frei Gilvander: Despejo, não, pelo amor de Deus! 25/4/2018
A Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, no município de Nova Serrana/MG, há mais de cinco anos em terreno próximo à antiga fazenda Canta Galo, com a maioria das casas de alvenaria, cultivando a terra de forma agroecológica, cuidando das águas do rio Pará, vivenciando a solidariedade no acolhimento a irmãos e irmãs deficientes, moradores de rua, em situação de pobreza, de abandono e descaso pelo poder público, veem-se diante da iminência de despejo covarde, injusto, inconstitucional e imoral, nessa quinta-feira, dia 26/4/2018. Nesse vídeo, a intervenção de frei Gilvander Moreira, na Audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nessa quinta-feira, 25/4/2018, com comovente apelo às autoridades e a à Polícia Militar de Minas Gerais; um verdadeiro clamor pela suspensão desse despejo e pela busca de alternativas prévias dignas para as famílias. 


Vídeo original: TV Assembleia – ALMG. Apoio: Frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. Belo Horizonte/MG, 25/4/2018.

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terça-feira, 24 de abril de 2018

Mortandade de peixes e mobilização contra o avanço da mineração na Zona...

Mortandade
de peixes e avanço da mineração na Zona da Mata, MG.  04/3/2018.

Agentes de Pastoral da
CPT-MG (Comissão Pastoral da Terra) na Zona da Mata/MG denunciam mortandade de
peixes no rio Santa Bárbara, município de Miradouro/MG,  falam do avanço da mineração na região e da
mobilização e resistência de comunidades contra mais esse atentado do capital  às terras e às aguas, contra a vida.

* Reportagem de frei
Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da
Equipe de Comunicação do CPT/MG. Sabará/MG, 04/3/2018.

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Final do I Encontro das Mulheres da CPT-MG . 04/3/2018.

Final do I Encontro das Mulheres da CPT-MG, em Belo Horizonte, 04/3/2018.

Aconteceu, nos dias 3 e 4 de março de 2018, um momento histórico na Comissão Pastoral da Terra, em Minas Gerais (CPT-MG). Foi realizado o I Encontro de Mulheres da Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais. Em 30 anos de história, foi a primeira vez que as mulheres da CPT-MG se reuniram para debater uma pauta elaborada por e para as mulheres que estão na luta pela terra, água, justiça e dignidade no campo.

*Reportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT/MG. Sabará/MG, 04/3/2018.

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Atriz Cristina Pereira, do MHuD(Movimento Humanos Direitos), em defesa d...

Atriz
Cristina Pereira, do MHuD (Movimento Humanos Direitos), denuncia injusta prisão
do Padre Amaro

A atriz Cristina Pereira, do
MHuD - Movimento Humanos Direitos,também denuncia o processo de criminalização
da luta por direitos dos povos do campo, que encarcerou, injustamente, Padre
Amaro, Agente de Pastoral da CPT e companheiro de luta de irmã Dorothy Stang.

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23/4/2018, três vídeos: Pimentel, Kalil e a PM de MG fazem “sexta-feira da paixão” no centro de Belo Horizonte. PM reprimindo professoras/res! Que covardia!!!


23/4/2018, três vídeos: Pimentel, Kalil e a PM de MG fazem “sexta-feira da paixão” no centro de Belo Horizonte. PM reprimindo professoras/res! Que covardia!!!


Professoras/es da Educação Infantil da Rede Municipal de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte, MG, na manhã de hoje, dia 23/4/2018, em greve, foram atacados covardemente e cruelmente, enquanto se manifestavam pacificamente na porta da Prefeitura de Belo Horizonte (prefeito Alexandre Kalil, do PHS), por forte aparato militar da tropa de choque da Polícia Militar de Minas Gerais do Governo de MG, Fernando Pimentel (PT). Com caveirão, bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta, a polícia Militar de MG reprimiu professoras/es, vários foram presos, após serem arrastados e quase asfixiados. Polícia reprimir professoras/es que educam crianças é repugnante, nojento, execrável, sem nenhuma justificativa. “Eu fico com a pureza da resposta das crianças” e com a luta justa e legítima das professoras!
Após conquistarem seus direitos, ao voltarem à sala de aula, as crianças perguntarão: “Professoras, por que a polícia militar bateu em vocês daquele jeito tão covarde, dia 23/4/2018?” As professoras dirão o motivo: “Nós, professoras/es da Educação Infantil da Rede Municipal de Belo Horizonte, estávamos simplesmente reivindicando de forma pacífica a equiparação salarial com as/os professoras/es do Ensino Fundamental”. Isso é legítimo.
Aliás, as/os professoras/es da educação infantil deveriam receber mais do que os deputados e secretários de prefeitos, assim como os garis deveriam receber mais do que os médicos, pois os garis, ao cuidarem do ambiente, cuidam da saúde de todos. Governos e policiais que batem em professoras/es não têm moral nenhuma e cometem atos de covardia.
Alegar que tinha que liberar a Avenida Afonso Pena é desculpa esfarrapada. Por que não desviam o trânsito? É pura truculência. Assim como se deram mal os podres poderes da política, da economia e da religião ao fazerem a sexta-feira da paixão, porque Jesus de Nazaré ressuscitou ao terceiro dia, na luta e na raça, as professoras/es do SIND-REDE escreveram hoje: haverá, sim, um domingo de ressurreição que as/os professoras/es da Educação Infantil estão construindo, com equiparação salarial com as/os professoras/es do Ensino Fundamental. Lutar não é crime!
Nossa admiração e apoio às/aos Professoras/es da Educação Infantil da Rede Municipal de Belo Horizonte e ao SIND-REDE. E nosso veemente repúdio a mais essa repressão nojenta. E mais, quem cumpre ordens injustas também comete injustiça.

Assina essa Nota Pública:
Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Belo Horizonte, MG, 23/4/2018 às 21h51.

Obs.: Assista, abaixo, três vídeos SEM EDIÇÃO que mostrarão por muitas décadas uma imensa injustiça acontecida em Belo Horizonte, MG, na manhã de hoje, dia 23/4/2018: Tropa de choque da PM de MG reprimindo professoras/es da educação infantil. 






Não basta comunhão espiritual. Exige-se fraternidade econômica.


Não basta comunhão espiritual. Exige-se fraternidade econômica.
Gilvander Moreira[1]



Diante da avalanche de desencarnação da fé cristã e de tantos movimentos religiosos espiritualizando e volatilizando o Ensinamento e o Evangelho de Jesus Cristo, gerando com isso descompromisso com os explorados diante das injustiças sociais faz-se necessário resgatarmos a atuação das Primeiras Comunidades Cristãs para as quais ser ecumênico implicava enfrentar barreiras doutrinárias e superá-las.
Na Bíblia, no livro de Atos dos Apóstolos, barreiras doutrinárias são rompidas, uma a uma, até o capítulo 15, onde se vence a maior de todas: a necessidade de circuncisão. A partir de At 15,36, barreiras vencidas, as portas para uma evangelização inculturada e ecumênica são escancaradas. Eis, abaixo, algumas das muitas barreiras que foram superadas, em parte ou totalmente, pelas Primeiras Comunidades Cristãs, segundo o livro de Atos dos Apóstolos:
A mesa comum. Antes um judeu não podia entrar na casa de um pagão e, muito menos, comer com ele. Após sair de Jerusalém, da igreja-mãe, em missão, o apóstolo Pedro percorre todos os lugares e convive com os estranhos. Pela convivência e solidariedade, ao encontrar paralíticos, os cura. Pedro permanece vários dias na cidade de Jope, hospedado na casa de um curtidor de couro chamado Simão (cf. At 9,32-35.43). Entra na casa de um oficial militar romano, na cidade de Cesareia (At 11,12). Assim, ao conviver com os outros discriminados, a impossibilidade de mesa comum entre judeus e pagãos cai por terra.
A herança de Israel (Lei Mosaica) passa a ser de todos e não somente dos judeus. As primeiras comunidades fazem a experiência segundo a qual Deus não faz discriminação de nenhuma ordem (cf. At 10,15).
Templos e sinagogas não são mais os centros sagrados e orientadores da vida das comunidades, mas a missão acontece a partir das Casas (oikia, em grego). A casa de Simão, o curtidor de couro (At 9,43), a casa de Cornélio (At 10,1), a casa da Maria, mãe de João Marcos (At 12,12), a casa do procônsul Sérgio Paulo (At 13,7), a casa de Filipe, o Evangelista (At 21,8) etc.. De casa em casa, o projeto do movimento popular-religioso de Jesus de Nazaré irradia da Galileia, passando por Jerusalém, até os confins da terra: Roma, que era a capital do império Romano e considerada o centro do mundo. Entretanto, para as primeiras comunidades cristãs, segundo Atos dos Apóstolos, Roma passa a ser “fim do mundo”, lugar desprezível. O centro irradiador passa a ser Jerusalém, onde Jesus, inocente e justo, foi condenado covardemente, mas ressuscitou.
Os pagãos são aceitos nas comunidades cristãs, sem serem circuncidados. O Concílio de Jerusalém (cf. At 15,1-35) atesta um salto de qualidade na caminhada das primeiras igrejas cristãs ao concordar com os clamores da igreja periférica de Antioquia. que advogava a superação da barreira da circuncisão como condição para ser cristão.
A lógica e a ideologia do Império Romano vão sendo minadas e corroídas pela vida organizada em comunidades, e não mais sob a primazia do individualismo, da concorrência e nem da propriedade privada. As comunidades cristãs percebem que, diante de um império muito poderoso, a melhor estratégia é a infiltração e não o confronto. Como cupim debaixo da ponte, as comunidades cristãs vão solapando os falsos valores defendidos pela ideologia dominante do império. Viver em comunidade, lutar de forma coletiva e organizada passa a ser o facho de luz que ilumina o caminho rumo à construção de uma sociedade justa, solidária, ecumênica e sustentável ecologicamente, dizemos hoje.
O abismo entre Ricos e Pobres é revelado e se constrói pontes. Atos dos Apóstolos mostra pessoas legadas à institucionalidade aderindo ao projeto do Evangelho de Jesus Cristo. Assim sendo, começa a se tentar comunicação entre os opressores e oprimidos. Com a convivência com o outro marginalizado, com comunicação afetiva e efetiva muitos preconceitos, tabus e distanciamentos vão dissolvendo-se como o castelo de areia.
Patriarcalismo e o machismo são questionados pela presença e protagonismo das mulheres nas Primeiras Comunidades Cristãs, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da primeira hora[2].
A partir do encontro do apóstolo Pedro com o oficial militar Cornélio, desmorona a barreira cultural-religiosa e doutrinária entre judeus e não-judeus. Nos Atos do apóstolo Pedro (Atos 10,1-11,18), temos a narrativa de duas conversões entrelaçadas e interdependentes: a conversão de oficial militar Cornélio e de toda a sua casa-comunidade e a conversão de Pedro e de parte da igreja judeu-cristã hebraica de Jerusalém. À primeira vista, o Espírito atuou em Cornélio, mas observando nas entrelinhas, vemos que o Espírito agiu também e principalmente no apóstolo Pedro. Atualmente, o Espírito profético do Deus da vida atua do mesmo modo nas pessoas evangelizadoras e nas pessoas evangelizadas, independente das igrejas. Pedro evangelizava as comunidades judeu-cristãs das cidades de Lida e Jope. Sob o influxo do Espírito profético de Jesus ressuscitado, Pedro mudou seu programa e o levou onde ele jamais pensava ir. O rompimento/superação de barreiras doutrinárias e preconceitos convida para a comunhão total de vida. Eis outra característica do ecumenismo segundo o livro de Atos dos Apóstolos: comunhão total de vida.
O ecumenismo nos leva a um sentimento de pertença a todos e a tudo. Ser pessoa ecumênica implica sentir-se elo vivo da grande comunidade de vida, em uma comunhão real e total. Para o apóstolo Paulo e também para o evangelista Lucas, o que caracteriza as comunidades cristãs é uma comunhão total: material, espiritual com participação na mesma mesa. Não basta fraternidade espiritual ou de amizade, mas exige-se fraternidade econômica, política e cultural. O arcebispo emérito de Porto Velho, dom Moacyr Grechi, ao investigar denúncias de torturas de trabalhadores rurais boias-frias, disse: "Quero uma reunião somente com os trabalhadores, pois junto com os patrões eles não estarão livres para dizer a verdade." Não agradam ao Espírito profético do Deus da vida pessoas que se encontram para a eucaristia aos domingos, mas que durante a semana oprimem e exploram a dignidade humana das/os trabalhadoras/es e/ou da mãe terra, da irmã água e outros seres vivos da natureza. O autor da Obra Lucana (Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos) quer romper as contradições entre grupos e as pessoas. Se ricos e pobres,  judeus e não-judeus, homens e mulheres, trabalhadores e patrões comem em lugares diferentes, moram em casas de condições muito diferentes, o cristianismo terá um conteúdo diferente para cada grupo e não haverá realmente comunhão verdadeira. É ilusória a fraternidade social e a democracia na qual: a) uns poucos se banqueteiam e outros passam fome; b) uns têm casas próprias, às vezes luxuosas, e milhões de famílias sobrevivem debaixo de pesadíssima cruz do aluguel – vítimas da falta de reformas agrária e urbana; c) uns acumulam demais, como os banqueiros e as empresas transnacionais, e outros têm sua força de trabalho roubada; d) uns vivem no luxo e outros sobrevivem do/no lixo; e) uns detêm os poderes econômico, político e midiático e outros são superexplorados. Enfim, uma igreja que se apega e casa com os poderes podres trocou o Evangelho de Jesus Cristo por uma aliança com forças capitalistas, diabólicas e opressoras.
A comunhão eclesial requerida pelo Evangelho de Jesus Cristo é, antes de tudo, uma comunhão material, corporal: as pessoas devem estar lado a lado, comerem da mesma comida, partilhando alegrias e angústias. Uma missão direcionada aos não-cristãos implica uma aproximação das relações sociais com gente considerada impura e fora da moralidade hegemônica. Olhando a partir dos/as excluídos/as das nossas igrejas, constatamos com pesar que a Lei do puro e do impuro, de modo disfarçado, continua em plena vigência.

Belo Horizonte, MG, 24/4/2018.

Obs.: Os vídeos, abaixo, ilustram o texto, acima.
1)   Via Sacra do Povo da Ocupação-Comunidade Dandara, em Belo Horizonte, MG. 30/3/2018.

2)   Luta une o povo das Ocupações Vila Esperança, no Betânia e Carolina Maria de Jesus, do MLB, em Belo Horizonte, MG. 12/1/2018.




[1]Frei e padre da Ordem dos carmelitas; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; doutor em Educação pela FAE/UFMG; assessor da CPT, CEBI, SAB, Ocupações Urbanas e Movimentos Populares Urbanos; Professor na pós-graduação de Direitos Humanos e Movimentos Populares no IDH, em Belo Horizonte, MG; e-mail: gilvanderlm@gmail.comwww.freigilvander.blogspot.com.br - www.gilvander.org.brwww.twitter.com/gilvanderluis - Facebook: Gilvander Moreira III


[2] Cf. At 16,1.11-18.40; 17,4.12.34; 18,1; 21,5.9; 22,4; 23,16; 24,24; 25,13.23; 26,30.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Empresas de eucalipto e PM de MG tentam despejar famílias geraizeiras em Grão Mogol, MG.


Empresas de eucalipto e PM de MG tentam despejar famílias geraizeiras em Grão Mogol, MG.



Na manhã de quinta-feira, dia 19 de abril de 2018, um oficial de Justiça, acompanhado por policiais militares da PM de MG, tratores e caçambas, tentou cumprir uma reintegração de posse de forma arbitrária e sem procedência jurídica contra famílias geraizeiras do Acampamento Alvimar Ribeiro dos Santos, organizados pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
A área, denominada Fazenda Buriti Pequeno, está localizada próxima à cabeceira do Córrego São Lourenço, às margens da estrada municipal que liga o distrito de Vale das Cancelas à cidade de Grão Mogol, no norte de Minas Geais, no entroncamento que dá acesso à barragem da Usina Hidrelétrica de Irapé. As famílias camponesas geraizeiras do Acampamento Alvimar Ribeiro reivindicam a demarcação do seu território e repudia a criminalização das lideranças e posseiros que vivem nessa área.
Diante da situação, foram acionados o Ministério Público de Minas Gerais e o Governo de Minas para impedir despejos arbitrários e ilegais como estes contra as/os trabalhadores/as. Sendo assim, será realizada reunião com a Mesa de Diálogo e Negociação do Governo de Minas Gerais e Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social (CIMOS), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em caráter de urgência, nos próximos dias, no Acampamento Alvimar Ribeiro para serem tomadas as necessárias providências no sentido de impedir o despejo e conquistar a definição de que ali deve ser reconhecido como território geraizeiro da Comunidade de Vale das Cancelas. O MAB e a CPT denunciam a prática criminosa de grilagem de terras devolutas e exigimos o imediato cancelamento da reintegração de posse contra as famílias geraizeiras do Acampamento Alvimar. O judiciário precisa com urgência cancelar a decisão de reintegração de posse, pois despejar a comunidade do Acampamento Alvimar Ribeiro será inconstitucional, ilegal e injusto, será premiar empresas grileiras de terra. Segundo a Constituição do Estado de Minas Gerais as terras públicas devolutas devem ser identificadas, resgatadas e destinadas para a reforma agrária, reconhecendo primordialmente as famílias camponesas das comunidades tradicionais como os geraizeiros.



Entenda o conflito agrário do Vale das Cancelas em Grão Mogol, no norte de Minas Gerais.
Desde os anos 1970, durante a ditadura militar-civil-empresarial, as empresas Foscalma e Floresta Empreendimentos vêm encurralando, expulsando e violando os direitos à cultura e ao modo de vida tradicional das comunidades camponesas geraizeiras. Além disso, estas comunidades sofrem ameaças, criminalização, processos judiciais e a grilagem de suas terras por parte dessas empresas.
Em 2009, iniciou o processo de grilagem das terras públicas devolutas, pertencentes ao Estado de Minas Gerais em território das comunidades geraizeiras, resultando em 2010, na prisão dos grupos criminosos da empresa Floresta Empreendimentos e demais empresas de monocultura de eucalipto da região, através da Operação Grilo realizada pela Polícia Federal e Ministério Público.
A empresa monocultora de eucalipto Foscalma S/A Comercial Exportadora (CNPJ: 17.464.421.0001-76), que em 2005 deveria entregar esta área anteriormente arrendada do Estado de Minas, vendeu terras devolutas para a empresa Floresta Empreendimentos, de forma ilegal e criminosa. Como uma empresa pode vender terras sem ser a legítima proprietária? Diante disso, a Floresta Empreendimentos entrou com processo de Usucapião na Justiça de Grão Mogol, e foi então contestada pelo Estado de Minas com Ação Discriminatória (número 0278-05-000.361-7) pela prática de grilagem de terras devolutas e aguarda decisão judicial há pelo menos 12 anos. Justiça tardia é injustiça. Por que o poder judiciário fica 12 anos sem julgar uma ação Discriminatória sendo cúmplice de conflitos agrários que já deveriam ter sido solucionados de forma justa a favor das comunidades camponesas geraizeiras? Justiça que fica do lado de empresas grileiras comete grave injustiça.
Neste processo, a empresa Foscalma alega ter 12,64 hectares e quer ter a posse de 4.958,00 hectares, área onde vivem mais de 120 famílias geraizeiras há mais de 7 gerações. No processo de reintegração de posse e no pedido de usucapião, as empresas omitem que as terras são do Estado.
Desta forma, desde novembro de 2016, as comunidades tradicionais geraizeiras de Buriti, Tingui, Córrego do Engenho, São Lourenço e Bonfim Estreito vêm construindo a retomada de seu território ancestral na chapada de Buriti/São Lourenço, no município de Grão Mogol, MG, por meio do Acampamento Alvimar Ribeiro dos Santos, organizados e acompanhados pelo MAB e CPT. Estas comunidades são atingidas e golpeadas pelo modelo de desenvolvimento pautado na monocultura de eucalipto e pela barragem da Usina Hidrelétrica de Irapé. Monoculturas e grandes barragens são projetos capitalistas que devastam socioambientalmente, geram acumulação de riqueza para a classe dominante e infernalizam a vida do povo trabalhador e camponês e a vida da mãe natureza.
Esta área se encontra em processo de negociação com o Estado de Minas Gerais, através da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário (SEDA), da Mesa de Diálogo e Negociação Permanente com Ocupações Urbanas e Rurais e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), para garantir a regularização do Território Geraizeiro de Vale das Cancelas. Portanto, é inadmissível o cumprimento da liminar de reintegração de posse.
Além disso, em Junho de 2017 foi realizada visita oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e CIMOS, do Ministério Público de MG (MPMG) e, posteriormente, uma Audiência Pública em Belo Horizonte para conhecimento e resolução de forma justa dos conflitos fundiários existentes entre as empresas de monocultura do eucalipto e as comunidades tradicionais geraizeiras da região. Eucalipto é pau que cresce reto, mas entorta a vida do povo e da mãe terra.
Enfim, exigimos o reconhecimento urgente do território do Acampamento Alvimar Ribeiro como território camponês das Comunidades Geraizeiros e repudiamos tentativa de despejo. Se a PM de MG for despejar, haverá resistência e poderá ocorrer massacre, pois o povo geraizeiros está ciente dos seus direitos e bem acompanhado pela CPT e pelo MAB.

Território, Água e Energia não são Mercadorias!

Assinam essa Nota Pública:
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB/MG)
Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)

Montes Claros, MG, 20 de abril de 2018.






Obs. 1: Assista ao vídeo da luta das Comunidades Geraizeiras, no Vale das Cancelas, em Grão Mogol, norte de MG, abaixo:

1)   Urgente! Iminência de massacre no Território do Vale da Cancelas, em Grão Mogol, norte de MG, 03/10/2017.


Obs. 2: O Acampamento recebeu o nome de Alvimar Ribeiro, que foi durante 40 anos agente de pastoral da CPT em Minas Gerais, principalmente no norte de MG. Alvimar partiu para a eternidade, mas deixou-nos um legado profético e de muita luta pela terra ao lado dos camponeses de MG, principalmente no norte e noroeste de MG. Assista no link, abaixo, um pouco do que foi e continuará sendo para nós Alvimar Ribeiro.

1)   Alvimar da CPT: camponeses/Vale das Cancelas, Norte/MG: "concessão não é p/ explorar o povo." 10/01/2016.


2)   Alvimar da CPT e a luta pela terra no Norte de MG segundo Paulo Faccion e Rosely Augusto. 20/08/2016.