Gilvander é frei e padre da Ordem dos carmelitas, Doutor em Educação pela FAE/UFMG; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP, mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas, em Minas Gerais.
domingo, 22 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Natal com Jesus a partir dos magos. Texto de frei Gilvander. BH, 20/12/2013.
Natal com Jesus a
partir dos magos.
Gilvander Luís
Moreira[1]
No Evangelho de
Mateus, em Mt 2,1-12, está a narrativa da visita de magos a Jesus, passagem
exclusiva das comunidades de Mateus. Para Mateus foram os magos os que por
primeiro experimentaram a chegada do divino no humano. O Evangelho de Lucas, ao
invés de falar de magos, fala de pastores (Lc 2,1-20). Quem são esses magos? O
texto só diz que eles vêm do Oriente, de onde o dia nasce e a vida recomeça. Os
magos são pessoas sábias, porque viram a estrela que indicava o nascimento do
“rei dos judeus”. Os magos têm intenções contrárias às do rei Herodes, que
ficou alarmado e junto com ele toda a cidade de Jerusalém. Nem pela consulta às
Escrituras Herodes, os sumos sacerdotes e os escribas se dispõem a reconhecer o
divino no humano que acaba de nascer. Acontece então uma oposição muito
significativa: aqueles que detêm o conhecimento e o poder da religião oficial
ignoram a presença do divino em Jesus, criança pobre, sem-terra e sem-casa, enquanto
pessoas de outras culturas e práticas, que inclusive seriam condenadas pela lei
judaica, como a consulta aos astros, reconhecem o nascimento daquele que iria
testemunhar um caminho de libertação-salvação e, por isso, vêm ao seu encontro.
Os magos identificam
a estrela que indica Deus se humanizando em/a partir de Jesus. É interessante
que depois que os magos saem de Jerusalém a estrela reaparece e os conduz até o
lugar em que estava o menino. Curioso é que a estrela desaparece quando os magos chegam a Jerusalém, a capital, o
centro político, econômico e religioso! Mas não adianta buscar esta estrela
no céu. O texto faz uma ligação entre as atividades dos magos e a estrela que,
segundo a tradição judaica, deveria indicar o surgimento do messias. Assim se
lia naquela época o texto de Números 24,17: “um astro se levantará de Jacó e um
homem surgirá de Israel”.
Depois
de reconhecerem e admirarem o menino e de lhe oferecerem presentes, os magos
retornam por outro caminho a sua terra. Diz o texto que eles foram
avisados “em sonho” para que não voltassem a falar com Herodes. A missão de
Jesus é testemunhar um caminho de libertação-salvação para/com todos, inclusive
os pagãos, representados pelos magos. Mt 2,1-12 tem duas partes: Mt 2,1-5 e Mt
2,7-12. O v. 6 é o elo de ligação.
Em Mt 2,1-12 temos
Herodes contra Jesus, Jerusalém contra Belém. Para os magos, estrangeiros do
oriente, Jesus é "rei dos judeus" (Mt 2,2). Os magos reconhecem o
poder alternativo nascido em Belém (etimologicamente Betlehem, em hebraico, significa Casa do Pão), cidade do pastor Davi, que organizou os injustiçados
da sociedade para lutar por um governo justo. O verdadeiro rei dos judeus não é
violento como Herodes, é um recém-nascido, nascido sem-terra e sem-casa.
Segundo o 4º Evangelho, o de João, o nascido na “Casa do Pão”, se tornou Pão da
Vida para todos. Os magos intuem com sabedoria que o poder alternativo,
democrático, participativo e popular vem da periferia, dos excluídos, dos
pequenos. A estrela que guia os magos representa as intuições mais puras e os
anseios mais profundos da humanidade sedenta de justiça, paz e fraternidade.
Os magos vêem o
"menino com sua mãe". O
gesto de reconhecimento é acompanhado da oferta do que há de melhor em seus
países: ouro, incenso e mirra. Para os cristãos da época da Patrística, os
presentes oferecidos simbolizam a realeza (ouro), a divindade (incenso) e a
paixão de Jesus (mirra). Primeira atitude dos magos foi doar-se a serviço do
Salvador (= prostram-se) e, em seguida, põem à disposição de Jesus o melhor do
que eles possuem, seus dons.
Mais importante do
que discutir se os magos eram astrólogos ou se eram astrônomos, é perceber que
eram estrangeiros, sábios, perspicazes e muito sensíveis para captar a
divindade de Deus se revelando na humanidade mais frágil.
Herodes, o rei
sanguinário e opressor, tremendo de medo de perder o seu poder, tentou cooptar
os magos secretamente, tentou obter informações que o ajudasse a liquidar a
vida frágil. Herodes mentiu, fez propaganda enganosa, para tentar descobrir
onde estavam as forças de subversão ao seu poder tirânico. Mas as forças de
vida - o divino no humano - foram mais espertas fazendo os magos voltarem por
outro caminho e assim driblaram a armadilha de Herodes.
Os magos voltam por
outro caminho, com sabedoria. Atualizando uma profecia, isto é, fazendo midrash, Mt 2,12 recorda o profeta
anônimo de 1Rs 13,9-10: "Porque assim me ordenou o SENHOR pela sua
palavra, dizendo: Não comerás pão, nem beberás água e não voltarás pelo caminho por onde foste. E foi-se por outro caminho e não voltou pelo caminho por onde viera a
Betel".
Os magos romperam de
uma vez por todas com Herodes, rei opressor, e com Jerusalém, cidade tratada
como se fosse uma empresa. O sonho dos magos é a inspiração de que do poder
opressor nada nasce de bom para a sociedade. Os magos souberam mudar suas
perspectivas e sonhar um mundo novo. Experimentaram que um mundo diferente é necessário
e possível e, por isso, deve ser construído.
Celebrada dia 06 de
janeiro, a festa da Epifania, dos santos reis, nos ensina a olharmos o mundo atentamente
com benevolência, a sentir com o coração aberto e, com mãos solidárias,
percebermos que Deus está fazendo brilhar sua beleza no meio dos pobres e dos
desprezados. Aliás, o que acontece não é propriamente uma Epifania, mas uma Diafania. Em
grego, epifania significa manifestação
de Deus sobre, enquanto em grego, diafania
significa o brilho de Deus que perpassa e permeia tudo. Ou seja, tudo é
sagrado. A luz e a força divina permeia e perpassa tudo.
Em uma perspectiva
feminista, devemos perguntar: Já imaginou se os Magos fossem mulheres magas? O
que teria acontecido? Elas não teriam pedido informações a Herodes, mas às
crianças, prediletas de Jesus. Teriam chegado a tempo. Ajudariam no parto,
cuidariam do menino, limpariam o estábulo, fariam o jantar. Além disso, teriam
trazido presentes práticos e o mundo viveria em paz.
Mas ainda está em
tempo de construirmos um mundo de justiça e paz para/com todos e tudo que
integra a sinfonia da vida. Que nesse Natal e na virada do ano possamos
revigorar em nós o desejo e o compromisso de viver e conviver de um jeito
parecido com os magos do oriente ou como os pastores de Belém (Lc 2,1-20), que
eram os impuros e injustiçados da sociedade, mas foram eles que por primeiro,
segundo o Evangelho de Lucas, perceberam que o divino está nos visitando. Que
não sejamos cúmplices dos Herodes de plantão!
Belo Horizonte, MG,
Brasil, 20 de dezembro de 2013.
[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas;
licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo
ITESP/SP; mestre em
Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma; Doutorando
em Educação pela FAE/UFMG; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina;
conselheiro do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de Minas Gerais – CONEDH;
e-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br - www.twitter.com/gilvanderluis - facebook: Gilvander Moreira
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
domingo, 8 de dezembro de 2013
Ocupações de Sem-terra não aceitam despejos em Manga, Norte de Minas Gerais, pois é grande injustiça. Manga, MG, Brasil, 08/12/2013.
Ocupações de
Sem-terra não aceitam despejos em Manga, Norte de Minas Gerais.
Nota Pública à Imprensa, às
autoridades e à sociedade.
Manga,
Norte de Minas Gerais, Brasil, 08 de dezembro de 2013.
Dizemos
Não à 9ª tentativa de Reintegração de Posse Fazenda Baixa Funda, na Fazenda Marilândia,
em Manga, MG.
Na madrugada de hoje, domingo, dia 08 de
dezembro de 2013, por volta das 3 horas da manhã, 106 famílias do ACAMPAMENTO BAIXA FUNDA, na Fazenda Marilândia,
município de Manga, Norte de Minas Gerais, ocuparam a BR 135, em Manga. Os
camponeses reivindicam que o INCRA
negocie esta fazenda, pois a mesma caracteriza-se por ser improdutiva e não
cumpre sua função social. Há mais de 16 anos os camponeses vivem, trabalham e
produzem nas terras da Baixa Funda.
Desde o final do mês de novembro de 2012,
as 106 famílias sem-terra, pela 8ª vez, resistem às tentativas do Estado e da “Justiça” de expulsá-las
das terras que são suas por direito, por meio de mais uma covarde e absurda
reintegração de posse, ordenada por um juiz sem juízo da Vara Agrária de Minas
Gerais. Em uma decisão inconstitucional, pois não respeitou os princípios
constitucionais de respeito à dignidade humana, função social da propriedade, o
juiz da Vara Agrária de MG mandou despejar e jogar no olho da rua 106 famílias
sem-terra. Isso é imoral e injusto. Pior: Sem alternativa digna. Por que o juiz
não obriga o Estado a assentar previamente as famílias antes de fazer o
despejo. Problema social grave com esse conflito agrário jamais será resolvido
de forma justa e pacífica com polícia, com repressão. Só se resolve com reforma
agrária, política pública.
Após a maior seca dos últimos anos na
região Norte de MG, os camponeses já se organizaram melhor a infraestrutura de
seus terrenos com casas de alvenarias, plantaram 600 hectares entre milho,
feijão, abóbora, mandioca, melancia e outros mantimentos, além de criação de
animais: galinhas, porcos etc.
As roças crescem e florescem com feijão nascendo,
milho e abóbora. O latifundiário que se diz dono da terra está colocando o gado
para comer o que já nasceu da roça dos camponeses para tentar desestimulá-los e
forçá-los a abandonarem a área.
Corre o boato na cidade de Manga que a
liminar de reintegração de posse pode ser cumprida a qualquer hora, mas os
sem-terra não foram notificados.
Os trabalhadores estão indignados com a
possibilidade de tal liminar ser cumprida, como ocorreu em outras ocasiões
quando tiveram suas casas e plantações destruídas pela Policia Militar. As 106
famílias estão decididas a resistirem nas terras pelo direito de trabalhar,
produzir e viver com dignidade. Não aceitarão o despejo. Clamam por negociação
com o INCRA e com o Poder Judiciário. O INCRA, aliás, já deveria ter
desapropriado a Fazenda Marilândia para fins de reforma agrária. Há indícios,
inclusive, de que a fazenda Marilândia seja, em parte ou integralmente, terras
devolutas.
Assinam
essa Nota Pública:
Comissão Pastoral da Terra – CPT;
Comitê de Apoio à Luta Pela Terra em
Manga;
Liga dos Camponeses Pobres do Norte de
Minas e Bahia.
Contato, em Manga: com Gilvânia, cel.:
38 9155 7156.
Abaixo, algumas fotos do bloqueio da BR 135, no dia de hoje, 08/12/2013.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Governador de Minas se reuniu com representantes das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória e William Rosa: MESA DE NEGOCIAÇÃO CONTINUA ABERTA.
Governador de Minas se reuniu com
representantes das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória e William Rosa:
MESA DE NEGOCIAÇÃO CONTINUA ABERTA.
Nota Pública à Imprensa e à Sociedade.
Belo Horizonte, MG, Brasil, 03 de dezembro de 2013.
Ontem, segunda-feira, dia 02 de dezembro de 2013, às 16h20, Wander Borges, secretário da Secretaria de Regularização Fundiária do Governo de Minas Gerais, telefonou para frei Gilvander dizendo que o Governador Antonio Anastasia estava voltando de Montes Claros e queria se reunir com a Comissão de representantes das Ocupações Rosa Leão (1.500 famílias), Esperança (2 mil famílias), Vitória (4.500 famílias) e William Rosa (3.900 famílias; no total, 12 mil famílias), às 18:00h, ou seja, 1 hora e 40 minutos após, na sede do Ministério Público de MG, à Rua Dias Adorno, 367, BH. Após muita correria, 10 representantes das Ocupações, acima referidas, entre os quais representante das Brigadas Populares, do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas - MLB, da Comissão Pastoral da Terra - CPT, da CSP-Conlutas/Luta Popular, que dias atrás foram chamados de forma provocadora de “terroristas” pelo prefeito de Belo Horizonte, o vereador Adriano Ventura, duas defensoras públicas, uma promotora de justiça do MP, dois Procuradores Gerais Adjuntos, o Procurador Geral do Ministério Público do Estado de Minas, o secretário Wander Borges e o Governador do estado de Minas Gerais, Antonio Anastasia, se reuniram no 3º andar de um dos prédios do Ministério Público.
O
Governador Antonio Anastasia ouviu atentamente durante 2 horas as lideranças das comunidades ameaçadas de despejo e
representantes dos movimentos sociais
populares que acompanham as ocupações. Depois Anastasia falou revelando seu
posicionamento. E ouviu algumas reações das lideranças diante do posicionamento
dele.
As
lideranças, entre muitas informações e reflexões, colocaram, por exemplo:
A Dra. Cláudia Spranger e a Defensoria Pública de MG pediram a suspensão dos despejos das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória. Há um imbróglio jurídico nas terras da Região do Isidoro, onde estão as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança. Sobre o terreno do CEASA/Governo Federal onde está a Ocupação William Rosa também.
A Dra. Cláudia Spranger e a Defensoria Pública de MG pediram a suspensão dos despejos das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória. Há um imbróglio jurídico nas terras da Região do Isidoro, onde estão as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança. Sobre o terreno do CEASA/Governo Federal onde está a Ocupação William Rosa também.
O
déficit habitacional em
BH e região metropolitana está imenso e
crescendo. Deve estar acima de 150 mil
moradias. O povo não tolera mais sobreviver debaixo da cruz do aluguel ou da humilhação que é sobreviver de favor. Há
possibilidade de se fazer Conciliação em
2ª Instância no TJMG. Empresários já sinalizaram para o Ministério Público dizendo que estão abertos à
negociação. O Governo Federal e o
prefeito de Contagem já deram sinal de que também virão para Mesa de Negociação. Despejo forçado é uma tragédia, é
inconstitucional, atenta contra a
dignidade humana, piora mil vezes o problema social. Sem reassentamento prévio ou alternativa digna despejos
são inadmissíveis. Despejo é rasgar a
CF/88 e desrespeitar prescrições da ONU e de vários tratados internacionais. Problema social grave como o causado
pela injustiça social e
pelo imenso déficit habitacional é problema político e não policial. Com
polícia e repressão jamais se resolve, de forma justa e pacífica, um
problema social grave como o que as ocupações trazem à tona. Além do risco grave de massacres ao tentar fazer despejos, as 12 mil famílias das quatro ocupações, se forem despejadas, jamais vão se dispersar e, aí, estará montado o caos social e caos de mobilidade em Belo Horizonte e Contagem, MG. Essas cidades não podem ser paralisadas. O povo das ocupações está revoltado e profundamente indignado com o prefeito de BH, Márcio Lacerda, que trancou a sede da PBH com correntes e cadeados dia 28/11/2013, quando o povo das ocupações marchou 26 quilômetros a pé. Márcio Lacerda ainda teve a insensatez, a covardia, de chamar o povo das ocupações de terrorista. Ao ouvir isso, várias pessoas foram hospitalizadas por causa da elevação de pressão etc. Agindo assim, o Márcio Lacerda está riscando palito de fósforo ao lado de um barril de combustível. O encaminhamento dado para as Ocupações Camilo Torres, Dandara, Irmã Dorothy, Dandara e Eliana Silva é um exemplo positivo que deve inspirar a forma de lidar com o povo das ocupações: com diálogo e jamais com repressão.
pelo imenso déficit habitacional é problema político e não policial. Com
polícia e repressão jamais se resolve, de forma justa e pacífica, um
problema social grave como o que as ocupações trazem à tona. Além do risco grave de massacres ao tentar fazer despejos, as 12 mil famílias das quatro ocupações, se forem despejadas, jamais vão se dispersar e, aí, estará montado o caos social e caos de mobilidade em Belo Horizonte e Contagem, MG. Essas cidades não podem ser paralisadas. O povo das ocupações está revoltado e profundamente indignado com o prefeito de BH, Márcio Lacerda, que trancou a sede da PBH com correntes e cadeados dia 28/11/2013, quando o povo das ocupações marchou 26 quilômetros a pé. Márcio Lacerda ainda teve a insensatez, a covardia, de chamar o povo das ocupações de terrorista. Ao ouvir isso, várias pessoas foram hospitalizadas por causa da elevação de pressão etc. Agindo assim, o Márcio Lacerda está riscando palito de fósforo ao lado de um barril de combustível. O encaminhamento dado para as Ocupações Camilo Torres, Dandara, Irmã Dorothy, Dandara e Eliana Silva é um exemplo positivo que deve inspirar a forma de lidar com o povo das ocupações: com diálogo e jamais com repressão.
Após
ouvir atentamente todas as lideranças, o Governador Antonio Anastasia teceu várias considerações, entre as quais destacamos:
“Ninguém em sã consciência não pode
deixar de reconhecer o direito de lutar para se conquistar moradia.” “Quem está em uma ocupação está por necessidade. O
Governador de MG não se nega e nunca se negará a
negociar.” “Vamos tentar identificar a saída
de forma madura e segura. Não podemos viver à margem das decisões judiciais, mas buscando sempre o equilíbrio,
a negociação e a superação dos conflitos
pelo diálogo. A vinda do Governo Federal para a Mesa de Negociação é positiva e um passo importante. Não
fecho as portas para encontrarmos uma
solução equilibrada, com serenidade, com calma. Não podemos andar em desacordo
com as decisões judiciais. Primeiro, devemos ter serenidade. Vamos continuar conversando. Cede um pouco aqui, cede um
pouco ali. Temos que ser criativos com espíritos desarmados. Vamos dar uma
solução equilibrada. Não podemos postergar ad eterno. O Secretário Wander
Borges vai combinar as próximas reuniões com frei Gilvander. O Ministério
Público de MG também vai ajudar no processo de negociação.”
Assim,
ficou definido pelo Governador de
Minas Gerais que a MESA DE NEGOCIAÇÃO com as Ocupações Rosa Leão, Esperança,
Vitória e William Rosa continua aberta.
Esperamos
que os prefeitos de BH e de Contagem, o Governo
Federal, os empresários e o TJMG venham todos para a MESA DE NEGOCIAÇÃO que deverá viabilizar moradia para as 12 mil famílias dessas quatro ocupações, tentar evitar os despejos e, assim, garantir a normalidade da vida, sem paralisação da cidade pelo povo das ocupações.
Federal, os empresários e o TJMG venham todos para a MESA DE NEGOCIAÇÃO que deverá viabilizar moradia para as 12 mil famílias dessas quatro ocupações, tentar evitar os despejos e, assim, garantir a normalidade da vida, sem paralisação da cidade pelo povo das ocupações.
Fica
claro, que terrorista não é o povo e sim um prefeito que considera que a
solução para as famílias das ocupações é a violência da PM, do Caveirão e do
despejo. Independentemente da arrogância de prefeitos, a luta pelo direito
humano de morar dignamente dessas famílias irá continuar e a união,
organização, a luta e apoio da rede de solidariedade devem aumentar ainda mais.
Negociação,
sim; despejo, não!
Prefeitos
Márcio e Carlin, recebam as ocupações!
Presidenta
Dilma e Ministro das Cidades, queremos Minha Casa Minha Vida via Entidades. E a
participação altaneira de vocês na Mesa de Negociação.
Enquanto
morar for um privilégio, ocupar é um direito!
Assinam
essa Nota Pública,
Brigadas
Populares, MLB, CPT, Coletivo Rosa Leão, CSPConlutas/ Luta Popular, Rede de
Apoio e Coordenações das Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória e William Rosa.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Vanessa, da Ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte, responde ao prefeito Márcio Lacerda: Quem é terrorista: o prefeito de BH ou o povo pobre que luta? Oito mil famílias das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória que lutam por moradia para sair da cruz do aluguel ou da humilhação que é sobreviver de favor OU UM PREFEITO QUE NÃO SE ABRE PARA O DIÁLOGO, PARA NEGOCIAÇÃO COM OS POBRES? BH, 30/11/2013.
domingo, 1 de dezembro de 2013
sábado, 30 de novembro de 2013
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Nota das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória sobre a Marcha das Ocupações e Acampamento diante das portas da Prefeitura de Belo Horizonte, MG, dia 28/11/2013.
Nota das Ocupações Rosa Leão, Esperança
e Vitória sobre a Marcha das Ocupações e Acampamento diante das portas da
Prefeitura de Belo Horizonte, MG, dia 28/11/2013.
Hoje,
dia 28/11/2013, o povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, cerca de
900 pessoas, com a participação da Ocupação William Rosa, das Brigadas
Populares, do MLB, da CPT, Coletivo Rosa Leão e Rede de Apoio fizeram uma
Grande Marcha a pé das Ocupações na região do Isidoro até a sede da Prefeitura
de Belo Horizonte (PBH), na Av. Afonso Pena. Foram 28 quilômetros caminhados,
desde a madrugada, sob o sol quente, com muita animação, gritos de luta e
comunicação através do Caminhão de som com a sociedade belorizontina.
A
Marcha foi feita para deixar claro para o prefeito de BH, Márcio Lacerda, que
as 8 mil famílias das três Ocupações: Rosa Leão (1.500 famílias), Esperança (2
mil famílias) e Vitória (4.500 famílias) não aceitarão serem despejadas. Já temos
uma Mesa de Negociação com o Governo de Minas. O Governador de MG, Antonio Anastasia,
assumiu compromisso de receber uma Comissão das Ocupações Rosa Leão, Esperança,
Vitória e William Rosa agora no mês de dezembro de 2013 para dar continuidade à
Mesa de Negociação. Necessitamos com urgência que o prefeito Márcio Lacerda e a
PBH se abram ao diálogo e à negociação. A Marcha gritou por isso: diálogo e
negociação. A história demonstra que é estupidez e covardia tratar um grave
problema social como caso de polícia. Polícia é para criminoso e bandido. O
povo teve que ocupar terrenos abandonados, porque não suporta mais sobreviver
debaixo da cruz do aluguel, que é veneno que come no prato dos pobres
diariamente. Não suporta mais a cruz da humilhação que é sobreviver de favor. A
PBH, nos governos de Márcio Lacerda, já demoliu milhares de casas com o
Programa Vila Viva, melhor dizendo, Vila Morta, com o alargamento de avenidas e
construção de viadutos etc, enquanto só construiu 600 apertamentos pelo
Programa Minha Casa Minha Vida para famílias de zero a três salários mínimos.
Assim não há programa habitacional para diminuir o déficit habitacional, que já
ultrapassa 150 mil moradias, estima-se. A saída para os sem-casa é ocupar, pois
a mentirosa fila da habitação popular não anda, melhor dizendo, só cresce.
O
Ministério Público da área de Direitos Humanos e a defensoria Pública da área
de Direitos Humanos pediram a suspensão das liminares de despejos das Ocupações
Rosa Leão, Esperança e Vitória ordenadas pela juíza Luzia Divina, da 6ª Vara de
Feitos da Fazenda Municipal, pois os proprietários da Granja Werneck não
comprovaram ter a posse sobre os terrenos,
as propriedades não cumpriam a função social e há muitos direitos
sociais das famílias que devem ser respeitados. Há uma série de ilegalidades
jurídicas na documentação dos terrenos, além de que os terrenos estavam
abandonados há muitas décadas.
Insistir
em resolver problema social com polícia, com despejo forçado, só piora mil
vezes o problema. Problema social se resolve de forma justa é com política e
jamais com polícia.
Protocolamos
uma Carta-ofício dia 24/11/2013 no Gabinete do Prefeito de BH pedindo reunião
com ele para o dia de hoje, 28/11/2013. Avisamos que faríamos uma Grande Marcha
a pé das Ocupações até a sede da PBH. Quando chegamos à sede da PBH, na Av.
Afonso Pena, encontramos as portas da PBH trancadas com correntes muito
grossas, e cadeados e correntes grossas cercando o alpendre da PBH na Av.
Afonso Pena. Dentro da PBH, um monte de Guardas municipais e policiais
militares.
Uma
Comissão das Ocupações foi à porta da PBH na Av. Goiás e lá encontrou a porta
trancada com correntes grossas e cadeados. Os Guardas municipais nos informaram
que o expediente da PBH foi encerrado ao meio-dia e que o prefeito tinha
dispensado todos os funcionários. Pressionamos para sermos recebidos conforme
carta enviada há 4 dias atrás. Muitos funcionários da PBH e cidadãos/ãs que chegaram
para trabalhar, ou para reuniões, ou para entregar documentos, não puderam
entrar. Guardas municipais informavam que a PBGH estava fechada. Medo dos Pobres?
Após
muita pressão do povo das ocupações, um funcionário entregou-nos um envelope
dizendo que ali estava a resposta da PBH ao nosso pedido de reunião. Tratava-se
de uma Nota à imprensa com várias mentiras.
Diz
que rompeu o acordo com a Ocupação Rosa Leão, que prescrevia suspensão do
despejo por tempo indeterminado, porque a Ocupação se expandiu. Não é verdade.
A ocupação não se expandiu após termos firmado o acordo com o prefeito em
30/07/2013.
Diz
também que funcionários da PBH foram barrados ao tentar fazer pré-cadastro. Não
é verdade também. Ocorreu que os funcionários da URBEL chegaram lá com aviso
apenas 30 minutos antes e queriam fazer cadastro. Assim todas as famílias que
estavam trabalhando seriam excluídas, pois não seriam encontradas em seus
barracos de lona preta. Isso não seria justo. Por isso entregamos uma lista de
nomes de representantes de famílias contendo 1.527 nomes, segundo Ana Flávia,
da URBEL, e, três dias após, a URBEL voltou com dezenas de funcionários e pré-cadastrou
1.502 famílias, 25 a menos do que a lista que tínhamos entregado no mesmo dia
que a PBH exigiu. Essa é a verdade. Dizer que aumentou de 1.285 famílias para
1.502 é mentira. Além do mais, a Ocupação Rosa Leão retirou 99 famílias da área
ambiental ao lado da Av. Atanásio Jardim, como parte do acordo com a PBH. Logo,
a Ocupação Rosa Leão tem cumprido até aqui o acordado. Quem rompeu o acordo, o
que é injusto, foi o prefeito Márcio Lacerda e a PBH.
Não
é verdade também dizer: “A PBH conta hoje
com uma Política Municipal de Habitação consolidada e consistente plenamente
capaz de atender a demanda de moradia para população de baixa renda.” Se
fosse verdade isso não teria havido as Ocupações Camilo Torres, Dandara, Irmã
Dorothy, Eliana Silva, e, em 2013, as Ocupações Rosa Leão, Esperança, Vitória,
70 famílias no Novo São Lucas e várias outras ocupações não organizadas. O
déficit habitacional está crescendo de forma geométrica. Mais de 4 mil famílias
atingidas diretamente pelo Programa Vila Viva (= morta) não foram reassentadas
e apenas receberam indenizações sempre injustas e, assim, foram expulsas do
Município de BH, migrando forçadamente para a periferia da região
metropolitana.
A
nota diz que o prefeito Márcio Lacerda apresentou ao Ministério das Cidades,
dia 26/11/2013, projeto para construir na região do Isidoro 14 mil moradias
para famílias de zero a três salários. As Brigadas Populares, o MLB, a CPT e as
coordenações das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória pensam que na região
do Isidoro dá para assentar de 40 a 50 mil famílias de zero a três salários
mínimos. Se o prefeito já diz que pensa em construir 14 mil famílias, por que
não se abrir para o diálogo, para a negociação?
A
luta das Ocupações e dos Movimentos Sociais Populares de apoio não dificulta,
mas contribui para a resolução do grave problema social que é a falta de
moradia para mais de 150 famílias. O caminho é o diálogo. É participação
popular. Governar com participação popular é o melhor caminho. Por isso
lutamos. Insistir em despejar piora mil vezes o problema, além de causar um
caos social e de mobilidade em BH.
“Norteada
por espírito de diálogo e transparência”? Com a PBH fechada justamente no
momento em que o povo das Ocupações estava chegando para tentar negociar e o
atendimento ao público foi suspenso? Como dito antes, correntes, cadeados, guardas
municipais e policiais militares é o que se vê na PBH na tarde de hoje, dia
28/11/2013.
Cadê
o projeto de Lei para transformar em AIES 2 (Áreas de Especial Interesse Social
2) o território da Ocupação-comunidade Dandara no Céu Azul? Isso foi também
acordado em 30/07/2013. Estamos esperando o prefeito de BH cumprir o acordo que
ele assinou também com Dandara.
A
Nota da PBH veio com um carimbo da PBH, mas sem o nome do funcionário que “firmou”.
Lamentamos
profundamente essa postura insensata e truculenta do prefeito de BH, Márcio
Lacerda, mesma postura manifestada com a Ocupação Dandara durante 4,5 anos. O
Governo de MG já se abriu ao diálogo, o prefeito de Contagem está sinalizando
negociar com a Ocupação William Rosa, perto do CEASA. O Governo Federal também
deverá se abrir ao diálogo, pois não será doido de assumir o ônus político de
ser o responsável por um Pinheirinho em Contagem. Logo, falta o prefeito Márcio
Lacerda e a PBH na Mesa de Negociação com todas as Ocupações. Esse é o caminho
para se evitar massacres, tragédias e caos social e de mobilidade em BH.
Se o
prefeito de BH insistir em não negociar e continuar pressionando por despejos,
ele será o responsável maior por tragédias e conflitos descontrolados, pois ele
está acirrando os ânimos.
Ao
povo da Ocupação William Rosa que, mesmo estando em Contagem, veio marchar
conosco, nossa gratidão e nosso compromisso de seguir irmanados na luta pela
conquista da moradia própria e digna.
O
Acampamento nas portas da PBH segue por tempo indeterminado. Hoje, dia
28/11/2013, às 18:00h, haverá Ato
Público de apoio às Ocupações diante da sede da PBH, na Av. Afonso Pena, em
Belo Horizonte. Quem puder vir participar, seja bem-vindo.
Assinam
essa Nota Pública,
Brigadas
Populares, MLB, CPT, Coletivo Rosa Leão, Rede de Apoio, e Coordenações das
Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória.
Belo
Horizonte, MG, Brasil, 28 de novembro de 2013, às 17:30h.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
GRANDE MARCHA DAS OCUPAÇÕES ROSA LEÃO, ESPERANÇA, VITÓRIA E WILLIAM ROSA, DE BELO HORIZONTE E CONTAGEM, MG. BH, 25/11/2013.
GRANDE MARCHA DAS OCUPAÇÕES ROSA LEÃO, ESPERANÇA, VITÓRIA
E WILLIAM ROSA, DE BELO HORIZONTE E CONTAGEM, MG.
MARCHA PELA DIGNIDADE e
PELA MORADIA, POR MESA DE NEGOCIAÇÃO COM O PREFEITO E A PREFEITURA DE BELO
HORIZONTE!
Esse é um CONVITE:
Venham participar conosco!
As
Coordenações das Ocupações, os movimentos Brigadas Populares, MLB, Comissão
Pastoral da Terra e MLPM convocam todos os moradores das Ocupações Rosa Leão, Esperança
e Vitória para participarem da Grande Marcha das Ocupações rumo à prefeitura
de Belo Horizonte, Marcha pela dignidade, pela moradia! Vamos juntos
deixar claro à sociedade mineira que não aceitamos despejos! Temos que
pressionar a prefeitura de Belo Horizonte a reabrir a negociação conosco!
Despejo não é solução, exigimos negociação!
Dia 28 de novembro, quinta- feira. Horário da Alvorada: 4h da madrugada.
Ponto de concentração
das ocupações e saída: Centro Comunitário da
Ocupação Rosa Leão, no bairro Zilah Sposito, em BH.
Horário da partida: 5 horas da manhã. Trajeto:
Pela Av. Cristiano Machado até PBH no centro de BH, na Av. Afonso Pena!
Todos devem levar o KIT
MILITANTE: uma
mochila contendo todos os itens que a família precisa levar para a marcha: 1)
garrafa de água de 2 litros; 2) Lanche para os intervalos da caminhada; 3)
Blusa de frio ou chapéu/sombrinha ou boné; 4) Artigos pessoais, 5) Documento de
identidade; 6) Remédios, se necessário 7) Algum dinheiro, se tiver.
Precisamos de doação
de alimentos – arroz, feijão, óleo, macarrão e verduras – para fazermos almoço
para a multidão que estará marchando. Quem puder doar alimentos, entre em
contato nos telefones, abaixo, ou entregue a coordenadores das Ocupações.
Contatos para
participação e/ou apoio: com Rafael, cel.: 31 8812 0110 ou com Bruno, cel.: 31
9250 1832.
domingo, 24 de novembro de 2013
PALAVRAS DE FÉ COM FREI GILVANDER MOREIRA. BH, 24/11/2013.
PALAVRAS
DE FÉ COM FREI GILVANDER MOREIRA
PALAVRAS DE FÉ com frei Gilvander Moreira, 4 minutos
diários, em áudio, de reflexão a partir da Bíblia, reflexões que podem inspirar
um jeito bonito de viver e conviver. Para ouvir PALAVRAS DE FÉ COM FREI
GILVANDER entre no site www.radioestudiobrasil.com.br e vá até o
programa PALAVRAS DE FÉ. Clique em OUÇA AQUI.
É só clicar no link http://www.radioestudiobrasil.com.br/demos/demopalavrasdefe.html , que cai direto no programa PALAVRAS DE FÉ
COM FREI GILVANDER. O programa é diário,
de segunda a sexta-feira.
Para as rádios baixarem o programa PALAVRAS DE FÉ
COM FREI GILVANDER, para posteriormente veiculá-lo, é preciso se cadastrar no
site www.radioestudiobrasil.com.br .
Clique em qualquer programa na palavra CADASTRE-SE
AQUI, preencha o cadastro e marque o programa ou os programas que vão querer baixar
e retransmitir.
Se precisar contatar frei Gilvander Moreira, eis o
email dele: gilvanderlm@gmail.com
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
CARTA DAS OCUPAÇÕES DE SEM-TETO DE BELO HORIZONTE E CONTAGEM, MG, AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR GOVERNADOR DE MINAS GERAIS. BH, 13/11/2013.
CARTA
DAS OCUPAÇÕES DE SEM-TETO DE BELO HORIZONTE E CONTAGEM, MG,
AO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR GOVERNADOR DE MINAS GERAIS
Belo Horizonte, 13 de
novembro de 2013
Excelentíssimo Governador do Estado de Minas Gerais,
Sr. Antônio Augusto Anastasia,
De
acordo com a carta dirigida ao Gabinete do Excelentíssimo Governador, no dia 04
de novembro do corrente ano, as ocupações de sem-teto da região do Isidoro
(Ocupação Rosa Leão, Vitória e Esperança) em Belo Horizonte, e a ocupação
William Rosa, em Contagem, MG, reiteram a necessidade de que o Governo Estadual
contribua para uma solução justa, pacífica e negociada acerca dos conflitos
“sócio fundiários” em desenvolvimento na Grande Belo Horizonte. Afirmamos, mais
uma vez, que o papel do Sr. Governador é central na construção de uma alternativa
ao despejo, alternativa que seja justa e digna.
Sendo
assim, propomos as diretrizes imediatas de superação desta situação de grave
ameaça às famílias sem teto de Minas Gerais:
1) Suspensão
imediata de todas as liminares de reintegração de posse em
curso contra as ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória (localizadas em BH) e
a ocupação William Rosa (Contagem, MG).
2) Estabelecimento
de uma Mesa de
Negociação com o objetivo de discutir e elaborar propostas alternativas ao
despejo. Sugerimos que este Fórum seja composto por representantes das
ocupações, movimentos sociais populares que estão acompanhando as ocupações,
representantes de instâncias dos governos Municipais de Belo Horizonte e
Contagem, Governo Estadual e Governo Federal, além de indicações do Poder
Judiciário, Ministério Público da área de Direitos Humanos e Defensoria Pública
da área de Direitos Humanos, entre outros órgãos pertinentes ao tema, tal como
o Grupo de Arquitetos da UFMG e PUC/Minas que acompanham as ocupações.
3) Comprometimento do Governo Estadual no
sentido de desautorizar qualquer
operação policial de despejo contra as comunidades antes que todas as
possibilidades de negociação sejam esgotadas.
4) Suspensão
imediata das manobras de intimidação da Polícia Militar junto às ocupações da
Mata do Isidoro/Granja Werneck e Ocupação William Rosa, perto do CEASA, em
Contagem, MG.
5) Cumprimento
do acordo realizado no dia 04 de novembro de 2013 com representações oficiais
deste governo, que prevê o agendamento de uma reunião com Vossa Excelência Sr.
Governador de Minas Gerais, ainda no início de dezembro, no
sentido de apresentarmos pessoalmente, e com detalhes, a situação das ocupações
e dialogarmos sobre possibilidades alternativas ao despejo.
6) Compromisso político com a proposta de
transformação da área da região do Isidoro/Granja Werneck em AEIS (Área
Especial de Interesse Social), sua desapropriação pelo poder público e sua
posterior regularização fundiária, com a emissão de títulos de todas as
famíliasque hoje habitam as três ocupações.
Atenciosamente;
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Coordenação
da Ocupação Rosa Leão
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Coordenação
da Ocupação Esperança
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Coordenação
da Ocupação Vitória
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Coordenação
William Rosa
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CSP/Conlutas/ Luta Popular
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Brigadas
Populares e MLPM
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MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas
e Favelas
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Rede
de Apoio/CPT – Comissão Pastoral da Terra.